FLIP: PARATI É UMA FESTA, COM LOTAÇÃO ESGOTADA
Agora a coisa complicou. Se nos primeiros dias da FLIP era possível
traçar um perfil do público presente em Parati, com a chega do final
de semana, não dá mais. O clima é outro.
Nos primeiros dias os espectadores eram predominantemente mulheres,
acima dos quarenta. Elegantes, interessantes. A noite fria de quarta
feira, abertura da Festa Literária Internacional de Parati, permitiu
um toque de elegância no figurino. Diz a lenda que os maridos que
vieram preferiram os passeios esportivos .
No comércio local, todo mundo entra nas lojas, mas segundo os
tarimbados lojistas, "compras, apenas na última hora. Eles olham,
escolhem e deixam para o último dia", explica o proprietário da Casa
do Artesão, Humberto Souza Lima. No Empório da Cachaça é fácil de
explicar por que os compradores só passam lá no dia da volta às
cidades de origem "Parati é sinônimo de cachaça, garrafas ficam por
último", afirma Paulo Eduardo Gama Miranda e ensina: "Se comer bem e
tormar água com gás, não tem risco de ressaca".
Nos restaurantes a conversa é outra. Ou melhor, não tem conversa. Tudo
cheio. "Igual ao ano passado até mesmo na idade. É um público acima de
quarenta, que valoriza a cidade, diz Case Miranda, do Banana da
Terra.
Na sexta começou a metamorfose, parecida com a da barata, exposta na
praça central e ironizada por Will Self na mesa em Sobre Macacos e
Patos, que participou na quinta feira com Jim Dodge.
A chegada de uma turma mais jovem com mochilas nas costas anunciou o
início da mudança. A noite, um performático poeta arlequim
misturava-se as tribos de adeptos do skate e da capoeira. Elas
dividiam o espaço com várias outras tendências, na praça central.
Restaurantes cheios, ruas lotadas. Movimento. Isso para o público em
geral. Convidados, vips e imprensa freqüentam os eventos das editoras.
Alguns preferem a paz e a tranqüilidade das pousadas.
Na manhã de sábado outros sinais avisavam que ainda havia muito por
vir. Alguns saltos agulhas denunciavam a chegada de visitantes
femininas que não tinham intimidade com o calçamento colonial do
centro histórico, de pedras irregulares.
No final da tarde, a Ponte Velha que liga a Tenda dos Autores a Praça
da Matriz estava engarrafada. Sorte que o por do sol refletido nas
águas do rio melhorava a disposição dos passantes.
Veteranos no evento reclamam da logística. Alegam falta de tempo entre
os eventos, sugerem uma melhor infra-estrutura para os idosos e também
nos restaurantes. "Podiam criar pratos do dia, que saíssem mais
rápido. Tudo é muito corrido" observa uma visitante. "A gente acaba
estressada", diz outra, sentada na rampa que leva a tenda da Matriz.
É muita gente. Nestes momentos as únicas ilhas de quase tranqüilidade
estão dentro das tendas. Afinal, nelas há limite de lotação.
de Parati, Valéria del Cueto
Agora a coisa complicou. Se nos primeiros dias da FLIP era possível
traçar um perfil do público presente em Parati, com a chega do final
de semana, não dá mais. O clima é outro.
Nos primeiros dias os espectadores eram predominantemente mulheres,
acima dos quarenta. Elegantes, interessantes. A noite fria de quarta
feira, abertura da Festa Literária Internacional de Parati, permitiu
um toque de elegância no figurino. Diz a lenda que os maridos que
vieram preferiram os passeios esportivos .
No comércio local, todo mundo entra nas lojas, mas segundo os
tarimbados lojistas, "compras, apenas na última hora. Eles olham,
escolhem e deixam para o último dia", explica o proprietário da Casa
do Artesão, Humberto Souza Lima. No Empório da Cachaça é fácil de
explicar por que os compradores só passam lá no dia da volta às
cidades de origem "Parati é sinônimo de cachaça, garrafas ficam por
último", afirma Paulo Eduardo Gama Miranda e ensina: "Se comer bem e
tormar água com gás, não tem risco de ressaca".
Nos restaurantes a conversa é outra. Ou melhor, não tem conversa. Tudo
cheio. "Igual ao ano passado até mesmo na idade. É um público acima de
quarenta, que valoriza a cidade, diz Case Miranda, do Banana da
Terra.
Na sexta começou a metamorfose, parecida com a da barata, exposta na
praça central e ironizada por Will Self na mesa em Sobre Macacos e
Patos, que participou na quinta feira com Jim Dodge.
A chegada de uma turma mais jovem com mochilas nas costas anunciou o
início da mudança. A noite, um performático poeta arlequim
misturava-se as tribos de adeptos do skate e da capoeira. Elas
dividiam o espaço com várias outras tendências, na praça central.
Restaurantes cheios, ruas lotadas. Movimento. Isso para o público em
geral. Convidados, vips e imprensa freqüentam os eventos das editoras.
Alguns preferem a paz e a tranqüilidade das pousadas.
Na manhã de sábado outros sinais avisavam que ainda havia muito por
vir. Alguns saltos agulhas denunciavam a chegada de visitantes
femininas que não tinham intimidade com o calçamento colonial do
centro histórico, de pedras irregulares.
No final da tarde, a Ponte Velha que liga a Tenda dos Autores a Praça
da Matriz estava engarrafada. Sorte que o por do sol refletido nas
águas do rio melhorava a disposição dos passantes.
Veteranos no evento reclamam da logística. Alegam falta de tempo entre
os eventos, sugerem uma melhor infra-estrutura para os idosos e também
nos restaurantes. "Podiam criar pratos do dia, que saíssem mais
rápido. Tudo é muito corrido" observa uma visitante. "A gente acaba
estressada", diz outra, sentada na rampa que leva a tenda da Matriz.
É muita gente. Nestes momentos as únicas ilhas de quase tranqüilidade
estão dentro das tendas. Afinal, nelas há limite de lotação.
de Parati, Valéria del Cueto
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