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quinta-feira, 10 de março de 2011

Fogo, água e o ar da vitória na terra do carnaval!






Fogo, água e o ar da vitória
na terra do carnaval!





Texto e fotos de Valéria del Cueto
Depois do fogo foram as “águas de março”, cantadas por Tom Jobim, que fizeram a história da folia em 2011. O tempo pode não ser o senhor da razão, mas influencia no muito no resultado dos desfiles!

A São Clemente abriu o Grupo Especial declarando seu amor ao Rio numa linguagem bem carioca. Um dos carros formava um globo de guarda-chuvas com imagens turísticas da cidade, dessas vendidas a rodo pelos ambulantes. Elas deveriam ter sido distribuídas para facilitar a vida do povo das arquibancadas!

A Imperatriz Leopoldinense falava da saúde e do DNA do samba, mas não levantou a avenida. Tão pouco a Portela que passou apresentando uma das muitas baterias fantasiadas de militares. A marinha foi homenageada na Beija Flor. A Unidos da Tijuca (Bope) e Mangueira (exército) seguiram a influência das Unidades Pacificadoras, as UPPs, na moda e no cotidiano das comunidades. Já a Mocidade, com seus sátiros, e a Porto da Pedra e os fantasminhas de Maria Clara Machado, deram asas à imaginação.

Havia alas dos Ratos e Urubus de Joãozinho Trinta em no mínimo duas escolas. Uma delas, na São Clemente. Pelo menos, eram criações do nosso próprio imaginário carnavalesco. Chato foi ver, por exemplo, alas e carros de Avatares. Na Unidos da Tijuca, que falava de alma penada e medos cinematográficos, e no Salgueiro. Só o carnaval para fazer de Avatar um susto (fora o fato de serem meio esquisitos) e carioca!

Assim chegamos a Paulo Barros e suas franquias mundiais. Harry Potter, Indiana Jones, os Caça Fantasmas e Transformers fizeram da Tijuca um clichezão. Resta saber se pirata ou devidamente autorizado pelos estúdios americanos. É bem feito, mas um apelo fácil. Ano passado tivemos Batman, Michel Jacson e outros super heróis, lembram?

Melhor foi a Porto da Pedra e as peças infantis de Maria Clara Machado, produtos genuinamente brasileiros.

O que fazia King Kong no enredo Rio no Cinema, do Salgueiro? Para esta pergunta há, sim, uma resposta: para acabar com a harmonia da escola e fazê-la perder pontos preciosos. O carro do gorila engasgou na curva ao entrar na Sapucaí. Foi dramático.

Este enredo não começou no dia do desfile. Das  escolas prejudicadas pelo incêndio na Cidade do Samba a mais bem resolvida foi a União da Ilha do Governador, comprovando a teoria de Darwin de que a vida é um mistério ao passar livre, leve e feliz.

Ao contrário da Portela, que não conseguiu debelar a crise nem com a presença de portelenses ilustres, como Paulinho da Viola, nem com o arroz de festa Ronaldinho. Entrou água na travessia azul e branca.

Água mesmo quem viu e sentiu foi a Grande Rio que  pulou do caldeirão do fogo no barracão para o dilúvio. A chuva caiu forte do início ao fim do  desfile, ensopando os famosos que prestavam solidariedade à comunidade de Duque de Caxias.

O enredo da Mocidade semeou a folia na Sapucaí, falando de festas originadas do calendário agrícola, entre elas, o próprio carnaval. Desde outubro registro seu barracão e entendo quem só consegue ver sua escola do coração com olhos amorosos e tem sempre para com ela uma atitude calorosa e confiante.

Imaginem o valor desses sentimentos quando se fala da própria história, caso da Mangueira e de Nelson Cavaquinho exaltado com “paradonas” sensacionais da bateria e uma favela, já premiada com o Estandarte de Ouro, na Comissão de Frente.

A Vila Isabel contou a história dos cabelos, com um belo samba conduzido pela bateria de mestre Átila, muitas perucas e a presença de Gisele Bündchen. As arquibancadas saudaram com rosas vermelhas o rei Roberto Carlos e seu milhão de amigos, enredo da Beija Flor. E foram todas as emoções.

Para terminar, um conselho ao prefeito do Rio de Janeiro. Que ele faça as pazes com São Pedro para evitar reveillons e carnavais chuvosos como este de 2011. Nem os cariocas nem os turistas merecem tanta água!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval Carioca: o show vai continuar!

Carnaval Carioca: o show vai continuar!

“O Mistério da Vida", enredo da União da Ilha do Governador, abre a segunda-feira na passarela do samba carioca. A expedição científica de Darwin a bordo do navio britânico Beagle conduz a narrativa do carnavalesco, Alex de Souza, exaltando o espírito de aventura presente em tantos carnavais da escola. Este ano, 2.500 fantasias e um carro alegórico foram destruídos no incêndio de seu barracão. A aventura começou mais cedo...

O Salgueiro vai transformar a avenida na Sapucaí Produções Cinematográficas, estúdio que mostrará “O Rio no cinema”. O filme começa com uma caçada ao tesouro perdido da Atlântida que afundou na baía de Guanabara. O enredo de Renato Lage passará por imagens que fizeram a Cidade Maravilhosa famosa nas telas.

A Mocidade Independente de Padre Miguel, mais uma vez sob a batuta do carnavalesco Cid Carvalho, evolui ano a ano, buscando novamente se posicionar entre as primeiras colocadas do grupo especial. Com o enredo “Parábola dos Divinos Semeadores” contará a história das festas populares que são realizadas para comemorar e reverenciar o calendário agrícola. Como vi passo a passo o desenvolvimento do barracão da escola, sou suspeita para avaliar seu potencial, mas posso afirmar que o trabalho artístico é detalhista e de muito bom gosto. Agora, só falta descobrir como a comunidade responderá a chamada do samba enredo: “Tá todo mundo aí? Levanta a mão, quem é filho desse chão!”

Sai pra lá assombração! A Acadêmicos do Grande Rio, com “Y-Jurerê Mirim, a encantadora Ilha das Bruxas”, enredo desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, baseado num conto de Cascaes, falará de Florianópolis, Santa Catarina. A escola conta com a força das celebridades e da bateria de Mestre Ciça para incentivar a comunidade de Duque de Caxias a superar a perda total de fantasias e dos carros alegóricos que estavam no seu barracão da Cidade do Samba.

Comemorando os noventa anos da dramaturga e fundadora do Tablado, Maria Clara Machado, a Porto da Pedra povoará a passarela com personagens que habitam a imaginação das crianças que assistiram peças como “A Bruxinha que era boa”, “Pluft, o Fantasminha”, “Maroquinhas Fru-fru”, “O Rapto das Cebolinhas”, “Tribobó City” e tantas outras, presentes no enredo “O sonho sempre vem pra quem sonhar...”. Paulo Meneses, seu carnavalesco, já realizou um lindo desfile na a União da Ilha, então no grupo de Acesso, em 2004, sobre a autora.

Com “Roberto Carlos: A simplicidade de um rei”, a Beija-Flor encerra o segundo dia de desfiles no sambódromo Darcy Ribeiro, a passarela do samba carioca. De Cachoeiro de Itapemirim à enseada da Urca a agremiação de Nilópolis contará a história do rei da MPB para voltar a brigar pelo titulo de campeã do carnaval carioca. A comissão de carnaval da escola teve que lidar com algumas exigências do astro, como não usar sua imagem na camisa oficial e trocar a palavra “magia” por “alegria” no samba. Este segundo pedido não pode ser atendido, pelo fato da composição de Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR. Beija-Flor, Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Théo M. Netto, Mourão e Cleber do Sindicato já estar gravada no CD do Grupo Especial.

Hoje tem:

- União da Ilha Início 21:00
- Salgueiro - Entre 22:05 e 22:22
- Mocidade - Entre 23:10 e 23:44
- Grande Rio - Entre 00:15 e 01:06
- Porto da Pedra - Entre 01:20 e 02:28
- Beija Flor - Entre 02:25 e 03:50

Apuração do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro: Quarta, 9 de março, às 15hs (horário de Brasília)

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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão.

domingo, 6 de março de 2011

Balança Sapucaí, o desfile vai começar!

Balança Sapucaí, o desfile vai começar!

O Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro não vai ser igual àqueles que passaram. O incêndio dos barracões das escolas União da Ilha do Governador, Grande Rio e Portela, na Cidade do Samba, zona Portuária do Rio, na manhã de 7 de fevereiro provocou alterações no regulamento do Carnaval 2011.


As três escolas que perderam fantasias, alegorias e, no caso da Grande Rio, todos os seus carros alegóricos, não pontuarão e estão fora do desfile das Campeãs. Neste ano, nenhuma escola cairá para o Grupo de Acesso. Também houve alteração na ordem dos desfiles. De acordo com o sorteio da LIESA todas as agremiações prejudicadas desfilavam na segunda feira. Foi definida a inversão dos dias da Portela e da Mocidade, equilibrando melhor o espetáculo.

A São Clemente traz o enredo “O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza”. O tema é a cara da escola que promete brincar na avenida cantando a cidade e abrindo o carnaval na Sapucaí.

- Eu quero é sambar! "A Imperatriz adverte: Sambar faz bem à saúde" enredo que Max Lopes apresenta na escola de Ramos, abordará a história da medicina e mostrará que o DNA do samba está nas veias do componentes da verde e branco de Ramos. Luísa Brunet já anunciou que ano que vem passa o posto de Rainha da Bateria. A julgar pela foto vai deixar saudades...

Uma “carta de navegação” que fala das rotas marítimas exalta os 100 anos do Porto do Rio de Janeiro. As cores da Portela combinam com o enredo “Rio, Azul da Cor do Mar”. Ela é uma das agremiações que sofreram sérios prejuízos com o incêndio na Cidade do Samba. A comunidade portelense não gostou muito de não pontuar, alegando que apenas 2 quesitos foram prejudicados.

Pague para entrar e reze para sair! A quarta escola é a campeã do último carnaval e Paulo Barros, seu carnavalesco, promete no enredo “Esta Noite Levarei sua Alma” arrastar, num filme pela avenida, novamente o grito de “é campeã”. A escola do Borel, das cores azul pavão e amarelo dourado, promete tirar novamente o fôlego da Sapucaí. Se o resto dos quesitos estiver tão afinado quanto o canto apresentado nos ensaios técnicos, ela vai dar trabalho!
Rosa Magalhães fala na Vila Isabel dos “Mitos e Histórias entrelaçados pelos fios de Cabelo”. A Vila vem mordida novamente depois de ter sido prejudicada por problemas de som último desfile. De Sansão à Rapunzel, abusará das perucas e vem com um dos melhores sambas do ano que já avisa no primeiro verso: “Respeite a coroa em meu pavilhão”.

A Mangueira fecha o primeiro dia de desfiles falando de sua história em “O Filho fiel, Sempre Mangueira”, no caso, o compositor que queria flores em vida, Nelson Cavaquinho.

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Desfiles de hoje:

- São Clemente - 21:00
- Imperatriz - Entre 22:05 e 22:22
- Portela - Entre 23:10 e 23:44
- Unidos da Tijuca - Entre 00:15 e 01:06
- Vila Isabel - Entre 01:20 e 02:28
- Mangueira - Entre 02:25 e 03:50

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Dicas para internautas:

- Rádios e sites, como a Tupi (http://www.tupi.am/), transmitirão o desfile em tempo real (áudio e vídeo) com comentaristas especializados.

- No site da LIESA (http://liesa.globo.com/), na parte inferior, está o ABRE-ALAS, roteiro de tudo que as escolas apresentarão, entregue aos jurados e a imprensa. É o livreto da Ópera carnavalesca.

Imperdível!

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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saote Bão

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tá todo mundo aí?

Tá todo mundo aí?

Texto e foto de Valéria del Cueto

Esta semana estou encerrando uma etapa importante de um trabalho inédito para mim. Um sonho que hoje posso dizer realizado. Tenho feito, nesses dias que antecedem o carnaval, as últimas fotos do barracão da escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel.

Sei, o carnaval é só na semana que vem, ainda há tempo. Tempo pode haver, o que falta é o que fazer. A Mocidade está pronta.

Me dei conta disso depois de ver os carros alegóricos sendo paulatinamente construídos, do ferro ao acabamento.

Na medida em que as peças iam ficando prontas eram completamente embaladas com plásticos pretos para proteger da poeira e as esconder dos olhares curiosos e cobiçosos.

Passei uns três dos quatro meses que zanzei pelo barracão, driblando o tal plástico e correndo para fotografar as partes da alegoria antes que fossem engolidas por ele. O mesmo vale para o atelier de fantasias e adereços, no quarto andar.

Na última quarta feira, quando cheguei na varanda do terceiro andar, na parte administrativa da escola e ângulo que defini sempre começaria o caminho pré estabelecido das sessões de fotos (por dar uma noção geral do andamento dos trabalhos) levei um baita susto.

Aos meus pés uma profusão de cores, riqueza de detalhes e texturas das alegorias descobertas encheu minha visão.

Fiquei ali, sem ação, enquanto o filme dos últimos quatro meses passava pela minha cabeça. Começava no dia em que, chegando de Cuiabá, liguei para o professor Maurício d’Paula, meu colega de Gestão e Eventos Carnavalescos, propondo que fizéssemos um making of da sua performance na Sapucaí. É que, além das aulas de português, Maurício é destaque performático da Mocidade e, soube naquele momento, Coordenador de Destaques da escola.

Ele me apresentou ao carnavalesco Cid Carvalho que ampliou a proposta e minha responsabilidade sugerindo que o projeto deixasse de ser de um curta e virasse um longa fotográfico de primeira  linha.

Delimitamos o trabalho. Mirei no barracão e, como já pretendia fotografar pelo menos um ensaio técnico de cada escola na Sapucaí, incluí os dois ensaios da Mocidade e suas respectivas armações. Ali estava o povo da Mocidade.

O barracão pela áurea que o envolve. Um local secreto, em que são criadas as peças que darão a dimensão operística e plástica do espetáculo. O ensaio por ser ali que se encontra o elemento humano que transcende com sua voz e expressão corporal o simples cruzar a Passarela do Samba.

Do que vi tenho algumas coisas para falar e milhares de fotos para mostrar. As imagens formam um quebra-cabeça que estará completo na segunda feira de carnaval, quando a verde e branco entrar na avenida. Não sei o que vou sentir. Só sei que reconhecerei em cada elemento o trabalho que vi brotar de mãos simples e talentosas. Mas isso é apenas uma parte.

O mais importante vai ser registrar para a posteridade as expressões das pessoas com quem convivi no barracão e nos ensaios na Sapucaí. Integradas na fantasia coletiva que ajudaram a construir, embaladas no sonho que projeta a esperança de serem felizes e terem o devido – e merecido – reconhecimento pelo trabalho que tiveram para fazer, não mais um, mas este carnaval.

Obrigado, Mocidade. Valeu, companheiros de trabalho e maravilhosos personagens.

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Ponta do Leme, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com  

 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Desfile do Grupo Especial - carnaval 2011 - SEGUNDA

Start:     Mar 7, '11 9:00p
End:     Mar 8, '11
Location:     Sambódromo Darcy Ribeiro, Marquês de Sapucaí - Rio de Janeiro/ Brasil
Início 21:00 - União da Ilha
Entre 22:05 e 22:22 - Salgueiro
Entre 23:10 e 23:44 - Mocidade
Entre 00:15 e 01:06 - Grande Rio
Entre 01:20 e 02:28 - Porto da Pedra
Entre 02:25 e 03:50 - Beija Flor

Desfile do Grupo Especial - carnaval 2011 - DOMINGO

Start:     Mar 6, '11 9:00p
End:     Mar 7, '11
Location:     Sambódromo Darcy Ribeiro, Marquês de Sapucaí - Rio de Janeiro/ Brasil
Início 21:00 - São Clemente
Entre 22:05 e 22:22 - Imperatriz
Entre 23:10 e 23:44 - Portela
Entre 00:15 e 01:06 - Unidos da Tijuca
Entre 01:20 e 02:28 - Vila Isabel
Entre 02:25 e 03:50 - Mangueira