Maré que leva, traz...
Texto de Valeria del Cueto
Já estou, sou e saúdo meu território original. Do Leme, pro Leme, no Leme.
Adorei cada minuto que vivi nos últimos meses, explorando uma parte do Mato Grosso, revendo amigos, fazendo outros. Cuiabá, Livramento, Chapada dos Guimarães, Poxoréo, Rondonópolis... Um pedaço do meu estado de adoção.
A chance de reavaliar conceitos, fortalecer idéias, participar, mais uma vez, da construção da história política local.
Mas isso é tema para uma outra ocasião, depois que acontecer o segundo turno das eleições em Cuiabá, a poeira baixar, o fogo das paixões esfriar.
Agora, sou só Gabeira. Desde criancinha. Ouço seu nome em todos os lugares onde ando esperando o frio e a chuvarada darem um refresco para que eu possa alcançar o Nirvana que me cabe neste vasto mundo de Deus. A praia, na Ponta do Leme.
Enquanto isso, é Gabeira na padaria, na banca de jornal, no salão de beleza, no ponto de táxi, nos botequins em frente da minha janela no primeiro andar da Gustavo Sampaio.
Gente! Aqui eleição é uma coisa (quase) civilizada. Pelo menos de um dos lados. Tem propostas, idéias, soluções... Tem gentileza. Afinal somos da terra do profeta. Ele, que pregava: “Gentileza gera gentileza”. Rola é claro, umas cotoveladas, como diz o candidato verde mas só agora, no final da campanha. E elas são reprovadas e rechaçadas com a devida elegância.
Não estou dizendo que é preciso puxar o assunto eleições. É natural, está na boca do povo. Até na praia. É ela que, finalmente, consigo atingir. Depois do “tempinho” que os cariocas reclamam, se manteve fechado “há mais de três finais de semana”.
Assim é a nossa meteorologia, medida em finais de semana ensolarados.
Eu, particularmente, que desembarquei de um longo período de temperaturas elevadas (até demais), chuva “0” (zero), e baixíssima umidade relativa do ar, estava levando o mau tempo na esportiva e curtindo o friozinho básico.
Estava, eu disse, alardeando a minha fama de pé quente e me dirigindo para praia ao primeiro aceno do sol carioca, na manhã de sábado.
E, sem querer matar você de inveja (o que seria destas crônicas sem você, caro leitor?) informo que é da praia, na Ponta do Leme, que escrevo neste momento, ao mesmo tempo em que me esforço para acabar com o tom azeitonado da minha pele sedenta de um bronzeado.
É este intuito que me leva a encerrar este texto. Preciso dar um mergulho no mar ainda revolto da última ressaca para garantir o tom ideal do verão que se anuncia...
Inté...
Valéria del Cueto é jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido crédito
Este artigo faz parte da(s) série(s) Parador Cuyabano e Ponta do Leme
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