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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Não fui eu


Não fui eu

Texto e foto  Valéria del Cueto

Ando correndo de problemas. Mas, parece, eles correm atrás de mim! Não só da minha humilde pessoa. De todos que tentam olhar o mundo com uma certa sensatez. Quando posso, desvio dos embates. Pelo menos, dos pequenos.

Usando as armas do arsenal valeriano: a caneta e um caderninho (novo!!!), me encarapitei na rede da varanda pronta para desenrolar mais uma crônica no meio do mundo. Eis que escuto o som do motor do cortador de grama... Como é domingo, dia de jogo do Mengão contra o Inter, estou determinada a não entrar em demanda e guardar as energias pra partida de logo mais.

Solução? Seguir o conselho do velho ditado “os incomodados que se mudem” e levantar acampamento em direção da cascata que jorra água na piscina vazia, do outro lado da casa. Que receba o primeiro respingo quem se arrisca a um mergulho nessa friaca. No máximo, uma ducha assustada e rapidinha no veranico que se aproxima.

O barulho da água batendo no cimento e escorrendo em direção ao ralo aberto abafa o som do motor da roçadeira. De lambuja fica no ar o cheiro da grama recém aparada do outro lado do rio que invade a atmosfera e quase me desvia do objetivo inicial do texto: os problemas meus, seus e nossos. Aqueles que não podemos solucionar nem, tampouco, ignorar.

Uns alheios a nossa realidade próxima como o genocídio incontrolável na Palestina, os conflitos na África, Asia e Europa, pra começar.

Outros aqui, embaixo dos nossos narizes, provocados por atitudes voluntárias e com sérias consequências. Como enfrenta-las? Em que momento devemos apenas observar, se omitir ou agir?

Que a maré não está para peixe, os ânimos pra lá de exaltados e os acontecimentos se sucedendo sem previsão ou controle de danos, é evidente.

Todos os estímulos nos levam a excessos. Comprar mais, postar mais, se expor mais... mesmo quando não temos nada a acrescentar. Simplesmente para mantermos o “engajamento”. E tem os cortes!

Então, o mundo fica atolado num lamaçal de tolices que camuflam e diluem o que é, realmente, essencial e digno de ser notado, devidamente registrado e, se possível, solucionado.

Se possível porque algumas ações são, a princípio, incorrigíveis.

Um exemplo que assombra e assolará a população cuiabana por um tempo é a eleição do atual prefeito.

Ao escolhe-lo fizeram um bem enorme à Câmara dos Deputados, apesar de sua função a frente da prefeitura de Cuiabá não ter garantido sua ausência total no cenário federal. Ele esteve presente, por exemplo, pra se solidarizar no deplorável episódio da tomada da mesa diretora e do plenário que visava impedir - e chantagear – o ordenamento da pauta dos trabalhos da casa.

O que não é bom para o Brasil não tem sido proveitoso a Cuiabá. A capital de Mato Grosso pagará caro por sua escolha. Seus habitantes sofrerão por alguns anos os reflexos do resultado das urnas eleitorais.

Todos, todas e todes são testemunhas e vítimas do equívoco do jeito de governar adotado pelo atual mandatário. Foi em frente a prefeitura que ele passou mais um recibo do desempenho de sua gestão, vital para o cotidiano da cidade.

Ao apagar as palavras artisticamente escritas num tapume mandou, mais uma vez, a liberdade de expressão (defendida ferozmente como um mantra por sua corrente política) às favas e confundiu a arte popular do grafite com a contravenção da pichação.

Como jurei desviar de problemas, não farei um registro do conjunto da obra que se desenvolve pros lados do Palácio Alencastro.

Foi a maioria do eleitorado da antiga Cidade Verde que decidiu seu destino até 2029! Nas próximas eleições que as escolhas sejam melhores, cuiabanos. Mais cuidadosas para com a urbe que os abriga.

Pra ilustrar a crônica, agora sim, uma piXação (essa, com X) que viralizou nos muros, paredes e tapumes há um tempinho aqui no Rio com uma mensagem sem distinção de gênero.

Sabe o que ela dizia? “NÃO FUI EU”.

E tenho dito...

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM...  delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Rastreio de contato

Rastreio de contato

Texto, foto de Valéria del Cueto

“Não vou, não quero...” E tem toda razão, cronista querida. Como sempre e mais que nunca eu, Pluct Plact, seu amigo extraterrestre de estimação, reafirmo e confirmo a sensatez de sua decisão de voluntariamente ocupar um espaço exclusivo no Pinel, do outro lado do túnel, se isolando desse mundão que se desconstrói a 360 graus de olhos vistos.


Não tem mais espaço para varrer para embaixo da ponta do tapete o desacerto geral. Foi ele, o desacerto, que criou a lei da razoabilidade. Ela se sobrepõe a lei literal quando a justiça morre pela boca da arrogância mal administrada. Ou lei é lei ou é mais ou menos.

Por essa porta escancarada André do Rap, o famoso traficante pouco elegante, saiu do presídio. Alguém esqueceu de pedir a renovação do pedido de prisão preventiva do traficante condenado em segunda instância.

Enquanto o ministro do Supremo o liberava, mediante um clássico perdido, avisando que iria para o Guarujá o agora procurado da Interpol rumava para destino incerto ou ignorado. Talvez Paraguay, quiçá Bolívia que não tem extradição, antes da contraordem do presidente do STF. Onde andará o traficante?
Isso, cara cronista, no feriado da Santa Padroeira do Brasil. Enquanto o povo, alheio a pandemia, procurava divertimento apesar das comemorações em Aparecida e em Belém, do Círio de Nazaré, estarem reduzidas e virtuais.

A inauguração da loja da Havan na capital do Pará, as cenas cariocas da balada no Leblon e o agito na Praia do Rosa, em Santa Catarina, comprovam que aglomerar é uma necessidade intrínseca e atávica do ser humano.

Justiça seja feita, o exemplo vem de cima. Bem de cima. O presidente americano, em plena campanha à reeleição praticando seu negacionismo prepotente em reuniões e comícios “covidou”. Precisou de oxigênio, quicou no hospital e voltou à corrida eleitoral contra Joe Biden.

Não adianta conjecturar sobre o resultado das urnas nos EUA. Lá, como aqui, Trump já avisa que vai dar defeito se perder.

O tiro saiu pela culatra. O argumento está dando um gás ainda maior nos eleitores democratas que, agora, trabalham para ganhar de muito. As votações já começaram e vão até 3 de novembro.

Se por lá as estratégias são altamente profissionais por aqui o momento eleitoral é de diversidade e de pluralidade entre os candidatos a prefeitos e vereadores dos municípios brasileiros. Tem de um tudo. Muito mais de uns do que de outros.

O bombardeio está apenas começando, mas já deu para avaliar que o jogo é duro, o combate bruto e os resultados imprevisíveis com tempero de covid-19.

Se o exemplo que vem de cima é deplorável, imagina o efeito cascata geométrico para quem está embaixo.

As máquinas da nave trabalham sem parar indexando os dados que chegam por todos os meios disponíveis. As redes estão poluídas por avatares, memes, clipes, denúncias e, claro muita fakenews.

Tudo, menos o que seria mais: propostas para melhorar a vida do cidadão e da sociedade.

Tinha acabado a mensagem que chegará até você pelo raio de luar que invade sua cela, mas duas últimas informações tiveram que ser acrescentadas.

Depois da afirmação de que “não existe corrupção no governo” a valorosa polícia federal deu uma incerta na casa de um senador vice-líder e descobriu dinheiro guardado na cueca do empregador do sobrinho do mandatário. Não darei maiores detalhes para não a constranger com detalhes escatológicos.
Parece que daqui a pouco haverá protocolo para o rastreamento de contato da corrupção latente. Aquela, que, como a Covid-19, não escolhe a vítima, ataca indistintamente.

Para fechar, Lucho Arce venceu as eleições na Bolívia. Evo Morales comemora e prepara seu retorno à casa.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
Studio na Colab55

sábado, 29 de outubro de 2016

Contrastes na areia

contrastes-na-areiaContrastes na areia

Texto e foto de Valéria del Cueto
Combinação perfeita: sol praia e caderninho. Um pouco de vento para quebrar o calor. O mar não está propício para grandes aventuras a não ser que você esteja de prancha e conheça os segredos das valas, bocas e correntes do Arpoador/Ipanema.

Quem tem um caderninho e está com saudades da sensação da caneta deslizando pelas páginas pode, por um dia, dispensar algo maior e mais duradouro que um mergulho para dar um gás nos cachos. Depois de alguns dias de chove-não-molha-muito a previsão (de novo) é de chuvas  trovoadas, então... Vamos aproveitar o sol da tarde.

No trajeto, bem na frente, um grupo de garotos de bermudas, chinelos e mochilas foi interceptado no portão de saída para a praia do Parque Garota de Ipanema. Com educação o policial pediu para abrirem as mochilas, perguntou de onde vinham (Jacaré).

Barrou. Dali, deram meia volta. A explicação é o grande número de furtos na área, conta um representante da autoridade, autêntico enxugador de gelo. São menores e vem sem. Documentos e nem um responsável maior de idade. Meia-volta!

Chegam aos poucos e quando se juntam na areia formam grupos de mais de 30 garotos. E partem pra cima. Um ataca e corre para o grupo. Todos parecidos. Não dá pra reconhecer quem deu o bote. E encarar é difícil.

De 8h às 12h a praia é um paraíso. Daí em diante, até as 17h, hora que começam a chegar os turistas para o  famoso pôr-do-sol e o policiamento é reforçado, é que o coro come. Os locais, inclusive das comunidades vizinhas, tentam ajudar para impedir o caos, mas não dão conta.

A última novidade são os ataques noturnos. O local é um point de surfistas, com uma boa iluminação e a vista é espetacular. Esses dias corre a história de que quase jogaram uma mulher que reagiu ao bote, na parte das pedras, lá de cima. Eram tantos que a polícia precisou fechar um perímetro para conter o bonde. Eles estão reagindo a autoridade policial que sabe pouco poder fazer para conter a ousadia. Os problemas aconteceram por noites seguidas. Os integrantes dos bondes comemoram seus ganhos pelo facebook, acredite.

Tempos modernos que afastam o prazer das coisas simples como poder estender a canga na areia, puxar o caderninho e empunhar, distraída do entorno, a caneta. Essa sim, um grande veículo de transformação social.

Não dá. O mesmo menor barrado na entrada do Parque  circula pelo pedaço, nas proximidades do Posto 8.  Roda pra cá, roda pra lá, chega junto a uns turistas que escolhem peças de bijuterias artesanais, pergunta o preço olhando, não as peças que se diz interessado, mas mapeando o local. Vai em frente rodeando os grupos e checando as possibilidades.

O caderninho reclama atenção, pede concentração, exige coerência. O vento murmura e a tarde avança. Pássaros cruzam o céu quase sem nuvens.

A harmonia é quebrada por uma gritaria. A mulher  enfurecida. Pede respeito ao vendedor de caipirinha que, jura, trará uma mulher “para lhe dar uma coça”, por que não é covarde e não bate em... mulher!

A curta e patética história: O vendedor oferece o produto. A mulher não quer. O cara insiste. A mulher derruba a bandeja com os copos com todos os drinks do vendedor. Só que a praia está vazia. Só tem outros... vendedores. O pau quase quebra!

Isso não é uma fábula fabulosa. É a realidade nua e crua. Aquela que para mudar precisa de reformas estruturais e de conduta. Em Brasília, Renan vai de juizeco...

A educação é pilar básico para regular as relações e ser cabeça de ponte para tempos menos cruéis, de mais amor e gentileza. Pense nisso quando, no domingo, escolher o prefeito de sua cidade.

O futuro agradece àqueles que (ainda) acreditam.
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador” do Sem Fim...
Studio na Colab55

sábado, 8 de outubro de 2016

Lágrimas de nossa, senhora

Lágrimas por nossa, senhoraLágrimas por nossa, senhora

Texto e foto de Valéria del Cueto
Na falta de solução, apelemos para a gentileza. Vamos pregar a delicadeza. Porque não, não está fácil pra ninguém.

A constatação é de Pluct Plact, aquele extraterrestre extraviado no planeta Terra, sem chance imediata de retorno para qualquer lugar menos lunático da galáxia.

Bem que ele tentou como paliativo uma vaguinha junto a sua amiga cronista, voluntariamente isolada já tem um tempo numa “invernada”, do outro lado do túnel (é seu correspondente, único contato com o mundo exterior). Mas a lotação anda esgotada, com uma imensa fila de terráqueos querendo vaga no lugar. Como alienígena juramentado, não conseguiu sequer fazer sua inscrição. Chegaram a conclusão que de louco, ele não tinha nada.

Uma pena. Isso o obrigou a acompanhar mais uma eleição  para poder contar na próxima visita, entre outras novidades, que passado o limpa banco eleitoral, vem aí um refresco até a votação do segundo turno.

Pelo menos em 55 cidades com mais de 200 mil eleitores divididos (onde os candidatos não alcançaram maioria simples mais um), haverá chance de uma discursão mais aprofundada sobre o modelo de gestão a ser adotado.

Não que adiante muito em alguns lugares. No Rio, tédio... Vai dar Marcelo. Crivella ou Freixo. Oito ou oitenta. Com muitas ausências, votos nulos e brancos entre os extremos.
Sobre São Paulo pretende nem citar, se ela não perguntar...

Um pedido garantido da reclusa será um rápido painel do seu Mato Grosso. Momento de tensão. Pra começar, a inacreditável sinalização referente a  participação feminina no pleito. Dos 141 municípios, 15 prefeitas se elegeram. Delas, 12 são marinheiras de primeira viagem no cargo. Parece pouco?

Nos legislativos elas ocuparão reles 12,93% das cadeiras. 42 localidades não têm nenhuma única mulher na câmara municipal! Santa Carmem é o único município do estado em que estão em maioria ocupando 5, das 9 vagas. Informações do jornalista Eduardo Gomes.

E quanto ao segundo turno na capital, assunto de interesse geral? Em Cuiabá, entre Emanuel Pinheiro, do PMDB, e Wilson Santos, do PSDB. Lá, como no Rio e São Paulo, a ausência foi campeã de votos no primeiro turno. É difícil saber quem é o mais do mesmo.

Sim, Emanuel, do PFL, para o PDT (onde costurou o apoio do partido a candidatura de Wilson Santos à prefeitura, conta seu site), na Secretaria de Trânsito e Transportes Urbanos do prefeito eleito... Wilson Santos. Vai pro PL, PR e, finalmente para o PMDB de... Carlos Bezerra.

Já Wilson Santos abre os trabalhos no PMDB de... Carlos Bezerra, como vereador. Passa para o PDT e depois para o PSDB. Prefeito por um mandato e meio.

Tudo parecido. Wilson diz que é Dante. Emanuel é Jonas Pinheiro. Emanuel é Blairo que governava quando Wilson era prefeito. Que é Pedro Taques. Wilson só não é Mauro Mendes e esse jamais será Wilson, se nem agora assumiu. Mas são do mesmo grupo político, captou?

A parte boa é que há mais tempo para conhecer as características dos postulantes e suas propostas.

Isso, enquanto o mundo continua girando e a história é atropelada pelos acontecimentos. O Brasil está... Melhor deixar pra lá. Vamos manter o ânimo elevado.

Como Pluct, Plact é otimista, idealiza um período de depuração. Considera que pior não pode ficar.Então o jeito é peneirar. O problema é: peneirar o que?

Os surpreendentes sinais de que há humanidade no meio de tanta crueldade, sugere. Pequenas sutilezas. Como as miúdas Lágrimas de Nossa Senhora fotografadas (colher jamais) para a amiga. Elas florescem! Num pé de árvore numa rua qualquer de Copacabana...  
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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Pega se correr, come se ficar

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Texto e foto de Valéria del Cueto
Se eu conseguir sentar e fazer na carreirinha, a crônica dessa semana... sai.

Igualzinho a campanha política desse ano, meio nas coxas, na correria, mas com consequências imprevisíveis.

Já é tarde e não dá para escrever um texto na véspera das eleições para prefeitos e vereadores em todos os municípios do país sem  sentir a pulsação do último debate na televisão.

Conclusão? Alguém vai pagar por isso e, não sei porque, tenho a péssima impressão de que será o povo.

Até procurei pra ver se descobria quem era responsável pelo conjunto primoroso da obra do texto da lei que regulamentou o pleito de 2017.

Ela reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias, o período eleitoral no rádio e na TV de 45 para 35 dias (já foram 90), os programas para 2 blocos de 10 minutos, eram 30 minutos.

Também aumentou o número de inserções nos intervalos da programação. Ou seja: diminuiu a lógica e fragmentou ainda mais a informação, dificultando a apresentação dos postulantes aos cargos no pleito eleitoral à população, àquela posteriormente responsabilizada pelas mazelas públicas.

Aliás, entre outras peculiaridades, camuflou a desinformação e o despreparo dos candidatos, já tolhidos nos meios disponíveis para se apresentarem.

Tudo isso no meio do esforço olímpico e da enxurrada de denuncias que não pararam de brotar das entranhas do combalido tecido político empresarial do país.

Serão as eleições da ignorância, no sentido de ignorar, não dispor das informações necessárias para (re)conhecer os melhores candidatos.

O que, por si só já é um problemão. Muita gente dos “esquemas” sem querer largar o osso. Outro tanto despreparado para as tarefas de conduzir os destinos dos munícipes.

Faltam quadros competentes! Num momento em que os horizontes do futuro econômico nas macro e micro regiões brasileiras andam para lá de complicados.

Afinal, o que faz alguém querer passar 4 anos apagando incêndios, segurando buchas e ouvindo reclamações e demandas? Tá bom que tem os puxa-sacos de plantão, mas essa sensação de poder é suficiente?

Tem que ter algum atrativo muito poderoso!

São esses, interessados nessa missão quase impossível, que disputam nosso voto no domingo. Serão decisões difíceis. Ainda mais agora que sabemos que o que sempre ouvimos dizer, sim, não passa da mais vergonhosa e indigna realidade.

Estamos sendo roubados, espoliados e vilipendiados em nossos direitos básicos de cidadãos. O dinheiro de saúde, educação e demais melhorias que deveriam ser pagas com nossos impostos está sendo sistematicamente desviado para sustentar esquemas espúrios e criminosos.

Seu voto dá a eles o aval para executar e fiscalizar o dinheiro arrecadado. Escolha da melhor maneira possível seus candidatos.

Sim, vai ser mais difícil. Não, você não deve fugir da sua responsabilidade de dizer francamente o que está pensado nas urnas. E seja o que Deus quiser.

Querer um futuro promissor e todas as ferramentas para alcança-lo? Agora está complicado. O bicho papão da crise ameaça morder nossos calcanhares!

Enquanto isso, a vida passa...

PS. No debate do Rio, a vida imita a arte. Marcelo Freixo, candidato do PSOL, para Cidinha Campos, vice de Pedro Paulo, do PMDB,  conhecido pela acusação de bater na mulher: “ Você não gosta de mim, mas sua neta gosta”, como na música de Chico Buarque...

Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador do Sem Fim...
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sábado, 4 de outubro de 2014

A encruzilhada


Texto e foto de Valéria del Cueto
Conta uma velha lenda que um músico em busca das notas perfeitas andando pelo Mississipi, nos EUA, chegou a uma  encruzilhada.
E ali, na intercessão da rota 61 com a 49, em Clarksdale, fez um pacto com o diabo.
Este pegou o violão, afinou num tom mais baixo e o devolveu ao bluesman. Seu nome é Robert Johnson.
Ele nasceu no início do século XX, não se sabe bem o ano. Morreu dia 16 de agosto de 1938 e no seu atestado de óbito não há causa mortis. Apenas o termo: NO DOCTORS.
Jonhson era lavrador até os 16 anos quando caiu na estrada.
Dizem que aos 20  descobriu que deslizando pelas cordas o gargalo de uma garrafa quebrada, fazia “sua guitarra chorar”.
Tinha o costume de tocar de costas para a plateia. Segundo alguns para que não vissem seu olhar “diabólico”. Outros diziam que era para que não conseguissem ver as notas que inventava. 
Durante sua vida, Johnson fez dois registros de sua obra. Um em 1936 e outro em 1937. O primeiro em San Antônio, o segundo em Dallas, no Texas. Foram 29 músicas em 40 gravações. 13 repetidas.
Assim, ele entrou para a história do blues, da guitarra e da música.
É um dos maiores representantes do Mississipi Delta Blues e referência no formato de 12 compassos que caracterizam o  estilo musical o colocou em 5º lugar na lista da Rolling Stone dos melhores guitarristas de todos os tempos.
Lista que, diga-se de passagem, também contempla a arte e o talento de Helena Meireles, nossa grande violeira.
As notas de Robert Johnson embalam a criação desta crônica, por que a encruzilhada não sai da cabeça de quem a redige, marcada pelo compasso pesado e ritmado do músico sensacional.
A eleição é uma encruzilhada coletiva, em que cada um pode escolher com quem quer compactuar e o tipo de sacrifício que está disposto a fazer, dependendo de onde se quer chegar.
Sempre haverá um “diabo” cobrando – caro - o preço de nossas escolhas.
Não há como fugir do confronto, nem do pacto que regerá a vida de uma nação (a nossa!) nos próximos 4 anos. Por uma questão de ambição ou, simplesmente, porque o voto é obrigatório.
Mas há como interferir no resultado coletivo. Esse é o grande papel que involuntariamente nos cabe agora.
O Brasil é nosso blues... Mas o recado final vem mesmo em forma de samba, uma de nossas mais profundas raízes populares.
“Façam por ele, como se fosse por mim”... pediria Ismael Silva, em  “Antonico”, para ajudar o nosso Nestor. Cabe a nós começar a viração!
E, para isso, temos que fazer um pacto com nosso país na encruzilhada das urnas.
Vote bem, vote em quem realmente possa cumprir seu papel e dar o tom e o ritmo certo na grande obra que será executada nos próximos anos na vida de todos os brasileiros. Às urnas!
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
GRAVATA 
Não há como fugir do confronto, nem do pacto que regerá a vida da nação nos próximos 4 anos. Por uma questão de ambição ou porque o voto é obrigatório


domingo, 28 de outubro de 2012

Dúvida atroz


Dúvida atroz
Texto e foto de Valéria del Cueto
Não saber se vai ou fica.
Não tinha nada a dizer, por mais que procurasse. Assunto havia e dava em árvore. Pululavam!
Eram tempos conturbados, cheios de arestas a serem aparadas, opiniões a serem dadas - se as tivesse.
Tabus estavam sendo quebrados, dogmas desmistificados. As reações às ações cada vez mais rápidas e contundentes.
Na TV discute-se... a internet. O casal conta que, juntos há quatro anos, o fazia de forma presencial e virtual. Ao mesmo tempo. Tipo dose dobrada de amor e companhia. Lado a lado, conversavam pelo... MSN!
Não dá pra discutir a eficácia da busca do grande amor ou um pouco mesmos pelos fios imaginários da grande rede tecidas nas nuvens óticas e semióticas. Faltam parâmetros. A modernidade nos agarra pelo pescoço. É osso! E daí? São apenas curiosidades, nada a ser defendido seriamente, como coisa essencial, existencial.
Esvaziou de tanto excesso, cansado que estava de tudo. E vejam que o tudo ia além da imaginação por que, essa, nunca lhe faltou á ufa!
Era capaz. Até de sonhar. Por que cargas d’água nem isso o animava mais e tanto? Não sabia.
Disso nem de nada. Nem daquilo. Se era bom, mais, menos ou quiçá. Passou, passa, passará. Passará?
Por enquanto, entretanto, apenas portanto.
Sem raiva, alegria, letargia ou tristeza, que diferença não fazia. Só traria. Era assim, era disso. Mas não agora, não era a hora, menos ainda o lugar.
Não chegou. Se passou, não parou. Seguiu. Para onde? Sabe-se lá. Não foi pra lá, nem pra cá. Tocou o céu, furou a terra, parou o ar, secou o mar...
Depois só. Passou. Agora passa vagorosamente, como se não fosse com ele. Puro fingimento. Apenas um alimento para o vácuo de plantão.
Difícil, por que a cabeça corre, o suor escorre e ele se levanta.
Sabe-se uma anta. Como todo homem que, naquele momento, sabe-se lá por quem, uma lei obriga a estar ali. Frente a frente com o passado. Aquele que um diz para esquecer, para lembra-lo só daqui a quatro anos, para A ou para B, caso houvesse apenas essas duas opções.
Perdeu o saco, está com asco e, sabe, precisa decidir. O que já passou fará do que se passa um pretérito (im)perfeito daqui a pouquinho. O que é direito para quem se julga imune ao jogo como ele?
Perdeu o agora, partiu pro depois ainda paralisado diante de si mesmo.
A máquina espera, pacientemente, a sua atitude.
Agora não sabe, e - conforma-se - nunca soube. Nem em seus sonhos mais delirantes. Seu imaginário não alcançou tanta ruindade. A pior opção é a falta de opção.
E aí, decidiu? Nem ele. É muito de um lado, o mesmo tanto do outro. Tudo do mesmo.
Na próxima vai tentar de novo por que acredita. Mas agora, não quer ter na consciência a escolha equivocada inevitável. Prefere o nada, que afinal é seu direito de não concordar em ter que escolher apenas por obrigação.
Chutou o balde, apertou o confirma e deu adeus à responsabilidade de escolher entre o péssimo e o pior.
Partiu para a vida. Cheio de razão. Satisfeitíssimo com sua (in)decisão.
*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM. delcueto.cia@gmail.com 

domingo, 15 de julho de 2012

Quem faz nem se sacode, mesmo quando não pode













Quem faz nem se sacode, mesmo quando não pode

Texto e fotos de Valéria del Cueto

Em cima do laço, tento manter o traço e faço de meu compasso medida para decidir. É tempo de olhar, apreciar e analisar, para DEPOIS... votar!

Sou do bem e estou de mal com quem só quer o que é mau. Rebelde e guerreira que sempre fui, achava que essa força se esvairia com o tempo. Qual o quê. Sigo implacável. Não tenho um pingo de piedade com quem não faz direito seu papel, insiste em jogar pra torcida e comete todos os tipos de jogadas proibidas achando que está abafando. Entrou em campo? Conhece as regras? Então trate de segui-las. Não apenas por obrigação, mas para mostrar sua convicção em relação ao que é certo ou errado. Isso é sinal de respeito com seus opositores e quem assiste de arquibancada a partida.

Ética, a ética. Conhece essa palavra? Sabe o que significa e implica? Se não sabe, sai da reta, pega o rumo, pica a mula ou passa longe, por que não tenho mais paciência para aguentar mentirosos e embromadores capazes de qualquer coisa por um pouco mais do mesmo cesto podre: o poder! Peguei pesado? Eu não! Eles que já botaram suas garras de fora mesmo antes do tempo regulamentar e que, quando adentraram o gramado saíram cometendo infrações a torto e a direito, sem medo de serem verdadeiramente punidos!

Fez uma, duas, três? Sai de campo, meu irmão. Está provado que não há respeito ao próprio pleito. Tá, te dou uma moral: em vez da decisão ficar restrita ao apito do juiz, vamos usar também o recurso de replay. Ele não mente jamais!

Nessa eleição a farra é nacional, mas está fragmentada: não há informações gerais, por assim dizer. Então a festa come solta! Por isso sugiro que o TSE produza um mapa nacional das irregularidades para que o país possa ver como a banda vai tocar seus vários instrumentos: de sopro, percussão e as cordas. Vai ser uma cacofonia! Com a pesquisa teríamos um ranking partidário, do quesito “quem faz mais merda” e, portanto, já demonstra sua intenção de enganar o eleitor. Sim, por que quem faz para se eleger, imagina do que é capaz depois de eleito. Imagina não. Dá muito trabalho e precisa puxar pela cabeça. Abre os jornais que está tudo lá!

Seria apenas uma questão de sistematizar as decisões na medida em que fossem saindo e jogá-las num banco de dados único para nossa gente bronzeada poder ver quem está no topo da parada dura das irregularidades eleitorais. Primeiro foram Haddad e Lula, depois Serra. Todos ainda antes de começar a campanha. Se a multa é tão ridícula e ainda pode ser paga por terceiros, vale a pena errar, inclusive desumanamente, repetidamente.

O atual prefeito do Rio de Janeiro é um que pegou a manha e está com bico para exercitar seu direito(?) de ser punido. Em poucos dias de campanha já chutou várias vezes a gol: deu a largada participando de várias inaugurações Dilmisticas, inclusive de um projeto apenas 10% concluído. Vaia neles que eles merecem! Na sequência, um final de semana, fomos brindados com gravações telefônicas pedindo votos pro cara. A compra de banco de dados é proibida. Infernizar a vida alheia não. Ele deve ter usado sua vastíssima agenda pessoal. Adentrando o gramado da apelação pura e simples, o  vascaíno Eduardo Paes pegou carona na chegada ao Botafogo do jogador holandês Seedorf. O recebeu com o presidente do clube, filiado ao PMDB, no Palácio da Cidade. Cumprimentar o alcaide é praxe para todos os que aqui chegam! Tente ir lá. Ou, se for funcionário, aguarde notícias por que anexado ao contracheque de junho veio um panfleto falando dos feitos realizados. Crime eleitoral...

Enfim, se abriram as porteiras do universo da ilegalidade e pipocam irregularidades. Elas são muitas e, infelizmente, ficam voando por aí sem punição espalhadas em baixo dos tapetes processuais dos tribunais eleitorais locais, sem que possamos ter um quadro aproximado e atualizado do conjunto da obra no período em que é criada. Mais tarde, a gente sabe, Inês é morta, eles  eleitos e nós? Continuaremos fazendo papel de idiotas, pelos próximos 4 anos.

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

sábado, 25 de outubro de 2008

Tá na onda? Ela é verde... (sou carioca, com muito orgulho!!!!)

Rating:★★★★★
Category:Other
Leiam o texto abaixo: Assim deveriam ser TODAS as campanhas políticas do país: éticas, transparentes e limpas.
Valéria
PS: Isso não é uma declaração pessoal de voto, é um exemplo de como deveriam ser conduzidas as eleições pelo Brasil a fora. Vamos aprender com Gabeira...


Voluntári@s,

Chegamos ao fim de uma inesquecível campanha eleitoral. Graças a uma quebra de palavra num acordo que estava previsto para ser assinado hoje, a campanha na internet será encerrada às 23h59. A campanha de Eduardo Paes, sabedora da qualidade e da presença do nosso movimento na Rede, voltou atrás e não assinou o acordo previsto desde o início da semana, que garantiria o site de campanha até domingo.

Dessa forma, esse é o último e-mail que envio a vocês antes da votação. Quero agradecer a cada um(a) de vocês, que fizeram desta campanha, a maior mobilização em rede já vista no Brasil. Encerramos essa campanha com quase 10.000 pessoas inscritas como voluntários e com mais de 5.000.000 de hits e 2.500.000 de páginas visualizadas. Nosso canal do YouTube chegou a estar na primeira colocação de acessos entre os produtores de conteúdo no Brasil e entre os 100 mais acessados do mundo!

Essa campanha entra para a História como um marco da articulação entre política e internet no Brasil. Disponibilizamos pela rede um amplo material informativo e trouxemos a transparência das contas eleitorais para o centro do debate político no Rio.

E, principalmente, construímos um movimento maravilhoso. Agradeço em primeiro lugar a participação fundamental dos coordenadores regionais e dos colaboradores mais próximos, que dedicaram seu tempo e empenho para ajudar a mover todas as peças da nossa rede. Agradeço também a todos/as que, anonimamente, enviaram e-mails a conhecidos, colocaram os símbolos da campanha em suas fotos e fizeram todo o tipo de mobilização que a internet permite. Foram vocês que mostraram ao Rio que temos uma oportunidade histórica de eleger uma pessoa como Fernando Gabeira para prefeito.

E não paramos por aqui! Vamos fazer dessa campanha um ponto de partida para algo muito maior. Domingo, vamos estar todos nas ruas e mostrar para todo o Brasil que nenhum boato, nenhuma mentira e nenhuma difamação pode SEGURAR A FORÇA DE UM MOVIMENTO!



Segunda-feira, não tenho dúvidas, será um lindo dia: http://br.youtube.com/watch?v=YDxgcEebZrg

Até a vitória!

RECOMENDAÇÕES GERAIS

Provocações: A previsão é de um domingo agitado e tenso, sabemos que a estratégia de campanha do adversário é agredir, ofender e mentir. NÃO ACEITE PROVOCAÇÕES. Nossa proposta de campanha é limpa, educada e pacífica. Se você for constrangido por alguma manifestação agressiva, procure a delegacia mais próxima e ligue para o nosso comitê, que estará de plantão durante todo o dia da votação: 2233-1942.

Precisamos da sua ajuda: Pedimos também que você relate se por um acaso encontrar alguém fazendo campanha negativa (seja pela distribuição de panfletos ou através de carros de som), relate imediatamente ao comitê. Se puder, tire fotos com o celular e envie para: fabiano.carnevale@gmail.com

Mostre sua opção: Quando for votar, não deixe de portar algum símbolo da campanha de usar uma peça verde no seu vestuário. Cole um adesivo na roupa, leve sua bandeira, escreva na camisa o número 43, tudo isso é permitido pela lei e ajuda a construir um clima de movimento em ação (veja abaixo o que você pode e o que não pode fazer no dia 26).

Corrente positiva: Se você tiver adesivos sobrando até sábado, distribua entre os seus amigos e familiares simpatizantes da campanha. Construa uma corrente positiva.

Faça você mesmo: Se você não tiver adesivo para distribuir, imprima num papel o nome do Gabeira e o número 43.

O que você pode fazer no dia da votação...
- É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada no uso de bandeiras, camisas, bonés, broches ou adesivos em roupas ou veículos particulares.

- É permitido o carregamento de faixas por duas pessoas, desde que não respeitem os limites estabelecidos pelos fiscais eleitorais (em geral, cerca de 200m dos locais de votação).


O que você NÃO pode fazer no dia da votação...

- No dia da eleição, é proibida a aglomeração de pessoas e veículos com material de propaganda, caracterizando manifestação coletiva de preferência eleitoral.

- Não é permitido o uso de alto-falantes, nem a realização de comícios ou carreatas.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Maré que leva, traz...




Maré que leva, traz...
Texto de Valeria del Cueto


Já estou, sou e saúdo meu território original. Do Leme, pro Leme, no Leme.
 Adorei cada minuto que vivi nos últimos meses, explorando uma parte do Mato Grosso, revendo amigos, fazendo outros. Cuiabá, Livramento, Chapada dos Guimarães, Poxoréo, Rondonópolis... Um pedaço do meu estado de adoção.
A chance de reavaliar conceitos, fortalecer idéias, participar, mais uma vez, da construção da história política local.
Mas isso é tema para uma outra ocasião, depois que acontecer o segundo turno das eleições em Cuiabá, a poeira baixar, o fogo das paixões esfriar.
Agora, sou só Gabeira. Desde criancinha. Ouço seu nome em todos os lugares onde ando esperando o frio e a chuvarada darem um refresco para que eu possa alcançar o Nirvana que me cabe neste vasto mundo de Deus. A praia, na Ponta do Leme.
Enquanto isso, é Gabeira na padaria, na banca de jornal, no salão de beleza, no ponto de táxi, nos botequins em frente da minha janela  no primeiro andar da Gustavo Sampaio.
Gente! Aqui eleição é uma coisa (quase) civilizada. Pelo menos de um dos lados. Tem propostas, idéias, soluções... Tem gentileza. Afinal somos da terra do profeta. Ele, que pregava: “Gentileza gera gentileza”. Rola é claro, umas cotoveladas, como diz o candidato verde mas só agora, no final da campanha. E elas são reprovadas e rechaçadas com a devida elegância.
Não estou dizendo que é preciso puxar o assunto eleições. É natural, está na boca do povo. Até na praia. É ela que, finalmente, consigo atingir. Depois do “tempinho” que os cariocas reclamam, se manteve fechado “há mais de três finais de semana”.
Assim é a nossa meteorologia, medida em finais de semana ensolarados.
Eu, particularmente, que desembarquei de um longo período de temperaturas elevadas (até demais), chuva “0” (zero), e baixíssima umidade relativa do ar, estava levando o mau tempo na esportiva e curtindo o friozinho básico.
Estava, eu disse, alardeando a minha fama de pé quente e me dirigindo para praia ao primeiro aceno do sol carioca, na manhã de sábado.
E, sem querer matar você de inveja (o que seria destas crônicas sem você, caro leitor?) informo que é da praia, na Ponta do Leme, que escrevo neste momento, ao mesmo tempo em que me esforço para acabar com o tom azeitonado da minha pele sedenta de um bronzeado.
É este intuito que me leva a encerrar este texto. Preciso dar um mergulho no mar ainda revolto da última ressaca para garantir o tom ideal do verão que se anuncia...
Inté...
Valéria del Cueto é jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido crédito
Este artigo faz parte da(s) série(s) Parador Cuyabano e Ponta do Leme