Mostrando postagens com marcador Palestina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Palestina. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Não fui eu


Não fui eu

Texto e foto  Valéria del Cueto

Ando correndo de problemas. Mas, parece, eles correm atrás de mim! Não só da minha humilde pessoa. De todos que tentam olhar o mundo com uma certa sensatez. Quando posso, desvio dos embates. Pelo menos, dos pequenos.

Usando as armas do arsenal valeriano: a caneta e um caderninho (novo!!!), me encarapitei na rede da varanda pronta para desenrolar mais uma crônica no meio do mundo. Eis que escuto o som do motor do cortador de grama... Como é domingo, dia de jogo do Mengão contra o Inter, estou determinada a não entrar em demanda e guardar as energias pra partida de logo mais.

Solução? Seguir o conselho do velho ditado “os incomodados que se mudem” e levantar acampamento em direção da cascata que jorra água na piscina vazia, do outro lado da casa. Que receba o primeiro respingo quem se arrisca a um mergulho nessa friaca. No máximo, uma ducha assustada e rapidinha no veranico que se aproxima.

O barulho da água batendo no cimento e escorrendo em direção ao ralo aberto abafa o som do motor da roçadeira. De lambuja fica no ar o cheiro da grama recém aparada do outro lado do rio que invade a atmosfera e quase me desvia do objetivo inicial do texto: os problemas meus, seus e nossos. Aqueles que não podemos solucionar nem, tampouco, ignorar.

Uns alheios a nossa realidade próxima como o genocídio incontrolável na Palestina, os conflitos na África, Asia e Europa, pra começar.

Outros aqui, embaixo dos nossos narizes, provocados por atitudes voluntárias e com sérias consequências. Como enfrenta-las? Em que momento devemos apenas observar, se omitir ou agir?

Que a maré não está para peixe, os ânimos pra lá de exaltados e os acontecimentos se sucedendo sem previsão ou controle de danos, é evidente.

Todos os estímulos nos levam a excessos. Comprar mais, postar mais, se expor mais... mesmo quando não temos nada a acrescentar. Simplesmente para mantermos o “engajamento”. E tem os cortes!

Então, o mundo fica atolado num lamaçal de tolices que camuflam e diluem o que é, realmente, essencial e digno de ser notado, devidamente registrado e, se possível, solucionado.

Se possível porque algumas ações são, a princípio, incorrigíveis.

Um exemplo que assombra e assolará a população cuiabana por um tempo é a eleição do atual prefeito.

Ao escolhe-lo fizeram um bem enorme à Câmara dos Deputados, apesar de sua função a frente da prefeitura de Cuiabá não ter garantido sua ausência total no cenário federal. Ele esteve presente, por exemplo, pra se solidarizar no deplorável episódio da tomada da mesa diretora e do plenário que visava impedir - e chantagear – o ordenamento da pauta dos trabalhos da casa.

O que não é bom para o Brasil não tem sido proveitoso a Cuiabá. A capital de Mato Grosso pagará caro por sua escolha. Seus habitantes sofrerão por alguns anos os reflexos do resultado das urnas eleitorais.

Todos, todas e todes são testemunhas e vítimas do equívoco do jeito de governar adotado pelo atual mandatário. Foi em frente a prefeitura que ele passou mais um recibo do desempenho de sua gestão, vital para o cotidiano da cidade.

Ao apagar as palavras artisticamente escritas num tapume mandou, mais uma vez, a liberdade de expressão (defendida ferozmente como um mantra por sua corrente política) às favas e confundiu a arte popular do grafite com a contravenção da pichação.

Como jurei desviar de problemas, não farei um registro do conjunto da obra que se desenvolve pros lados do Palácio Alencastro.

Foi a maioria do eleitorado da antiga Cidade Verde que decidiu seu destino até 2029! Nas próximas eleições que as escolhas sejam melhores, cuiabanos. Mais cuidadosas para com a urbe que os abriga.

Pra ilustrar a crônica, agora sim, uma piXação (essa, com X) que viralizou nos muros, paredes e tapumes há um tempinho aqui no Rio com uma mensagem sem distinção de gênero.

Sabe o que ela dizia? “NÃO FUI EU”.

E tenho dito...

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM...  delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Raízes Nativas e povos originários: arte como resistência cultural e política

Clique no LINK para acessar o ensaio fotográfico no FLICKR 

(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagens protegidas pela lei 9610/1998

Raízes Nativas e povos originários:

arte como resistência cultural e política

Do Templo do Carnaval, na Marquês de Sapucaí, ecoam a cada ano, nos desfiles das escolas de samba  cariocas, sons, imagens e anseios das comunidades que alimentam e nutrem o fantástico imaginário  carnavalesco. Ele  descortina, sublinha e ressignifica histórias e personagens incorporados pelo povo do samba.

O samba sabe, quem sabe samba e as raízes nativas, os povo originários, inspiram, integram e se projetam na rica arte alegórica produzida nos barracões das escolas de  samba e de vida. As que promovem o maior espetáculo popular do planeta...

Imagens de:  

"Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos", do carnavalesco Tarcísio Zanon, da Acadêmicos do Viradouro 2025   

"Quem tem medo de Xica Manicongo", carnavalesco Jack Vasconcelos, Paraíso do Tuiuti 2025

"Egbé Iya Nassô", carnavalescos Alexandre Louzada Lucas Milato, Unideos de Padre Miguel 2025 

https://www.flickr.com/photos/delcueto/albums/72177720326263466
Clique no LINK para acessar o ensaio fotográfico no FLICKR

Ensaio apresentado no evento "Raízes Nativas e povos originários: arte como resistência cultural e política", coletiva realizada no dia 17 de maio de 2025 no Raízes do Brasil, Santa Teresa, Rio de Janeiro.

Agradecimentos a Raissa Laban e aos realizadores.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

(C)2025 Valéria del Cueto (all rights reserved protegido pela lei 9610/1998)

Faça sua inscrição nos canais del Cueto no Youtube e no TikTok – desde 2008 registrando momentos do carnaval carioca.

Aqui tem mais pra você “No rumo do Sem Fim”. Experimenta!
Explore o conteúdo produzido por Valéria del Cueto e links para objetos no @delcueto.studio
Ideias e designs disponíveis nas plataformas:
Colab55
Redbubble

Instagram
@valeriadelcueto
@delcueto.studio


Studio na Colab55

terça-feira, 31 de outubro de 2023

(Ch)orando mando a dor embora

(Ch)orando mando essador embora  

Texto e foto de Valéria del Cueto

A casa no meio do mundo é de Oxum. Como eu, ela chora. Vejo fios de suas lágrimas nas paredes azulejadas. Sinto o piso molhado quando caminho descalço em direção as janelas para fechá-las. Hoje isso é um perigo. Um copo escorregou do escorredor e se esfacelou no chão da sala.

A única maneira de secar o pranto acumulado entre as paredes é impedindo a entrada da umidade carregada pelo ar puro do rio que serpenteia ao lado da garagem no andar de baixo.

É como meu reservatório de choração. Nada de conter, tem que esvaziar. Prefiro quando consigo abrir o peito e deixar o choro desabar como cachoeira. Pronto, passou. Mas tem lamento que é de corixo. Vem mansinho, vai longe passeando entre a vegetação ribeirinha e tentando dar uma paradinha. É pranto de remanso. A cada música, lembrança, pensamento...

Esse é aquele que a lágrima fica pendurada e desce devagar, fazendo cócegas no rosto. Até outro dia tinha mantido a promessa de chorar preferencialmente por coisas boas.

Tirando a tristeza, o que me faz chorar com mais facilidade é a raiva. É uma reação imediata. Nem estou “chorando” e as lágrimas já começam a rolar abusadas e desobedientes. Como dizia Carol, chefe de gabinete de Luizinho Soares e escudeira de vida dele, espantada: “E você nem faz careta. Não fica com cara de choro”!

Pois é. O “X” da questão é o que vem depois. Pra mim, esse rompimento de represa é um sinal de que há o risco de virar bicho. Para evitar esse processo tenho corrido de demandas. Deve ser a tal sabedoria da idade. Funciona até a terceira página. Daí pra frente...

Estou chorando. Me prometi uma crônica quinzenal. A meus editores e leitores. Para isso, insisto, logo, penso... E acabo me enroscando porque apesar de ter tanto a dizer (não me pergunte como, depois dessas centenas de textos publicados) não consigo organizar de forma clara as ideias.

Ao som do violão payador de Noel Guarany sigo no ritmo da vassoura com que (esqueci que o piso está chorando) puxo pra fora de casa a poeira em pleno domingo tentando limpar a alma e organizar a crônica. Sou péssima na função, mas gosto de fazer a vassoura riscar o chão chiando e dançando ao ritmo da milonga, no momento.


Para tudo! Corta o plano para quando mal imagino a poeira sufocante e quente da terra arrasada de Gaza. Para não abrir as janelas (mais umidade porque meu choro já começou) corro pra porta. Do lado de fora o vento e os passarinhos. Os que, certamente, não passeiam assanhados entre os escombros provocados pelas mãos dos homens da guerra. E ele rola...

Pra escrevinhar essa crônica meu refúgio é ao lado dela, a queda d’água. Um desvio do rio que já dialogou com você, leitor, em outras ocasiões. Oxum canta pra mim.

Sinceramente, entendo o todo, mas não alcanço os pormenores que fazem alguém achar que tem direito adquirido a qualquer tipo de morticínio. Seja lá quem for. Penso nas mães vendo seus filhos transformados em máquinas assassinas a disposição da sanha de políticos desequilibrados.

Não estou preparada para represar as lágrimas de impotência e desalento diante de tanto horror. Nelas, derramo parte da dor que sinto por quem sofre, os que realmente se esforçam para tentar evitar a barbárie e todos os que, como podem, se manifestam mundo afora pela causa palestina, no caso.

As lágrimas de raiva e revolta vão para aqueles que, por conveniência e oportunismo, passam pano para o espetáculo pavoroso que o mundo acompanha atônito em tempo real.

Aos insanos que promovem e incentivam mais um genocídio com reflexos planetários um alerta divino.  Está tudo lá anotado no caderninho de Deus. Aquele de Amor. A volta, infelizmente, virá. É a lei do retorno em looping universal.

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Crônica da série “Não sei onde enquandrar” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

 


Studio na Colab55

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Fadiga cognitiva


Fadiga cognitiva

Texto e foto de Valéria del Cueto

Querida cronista enclausurada do outro lado do túnel. Pela fresta do raio de luar que atravessa a janela de sua cela (ainda) trago notícias do lado de cá. O que deveria ser o escape, pra variar, está em guerra. Mais uma. Eu, que não sou marciano, mas também não sou humano, é quem falo aqui da Terra. Testemunho in lo(u)co o desvario que domina o planeta de onde, sinceramente, gostaria de pirulitar.

Tento dourar a pílula, mas não tem como. Se a coisa já andava ruim por aqui, periclitando ensandecida entre a intolerância costumeira generalizada e o fundamentalismo fanático opinativo, de uma semana e pouco para cá degringolou de vez.

Tá bom, não vou fazer suspense para coloca-la a par dos novos capítulos da saga humana que, parece, estreia uma nova temporada. Pensando bem, talvez, nem tanto assim...

Acontece que, não satisfeitos com os sérios eventos climáticos que pipocam por toda a superfície do planeta (fruto, entre outros fatores, do manejo inadequado de suas reservas naturais, colocadas à disposição da senha dos “ousados”, ávidos e insaciáveis seres humanos), tão pouco preocupados com o excesso de conflitos existentes em vários continentes que afetam a vida das comunidades, especialmente as mais vulneráveis, os habitantes da terra, no caso a prometida, conseguiram extrapolar, mais uma vez, sua capacidade de testar os extremos civilizatórios.

Alguns analistas já previam que países africanos, por exemplo, estavam em pé de guerra. E que estas (várias) arrastariam o mundo que deixou pra trás a pandemia de covid-19 e já se engalfinhava em batalhas sangrentas entre a Rússia e a Ucrânia.

Está acompanhando o raciocínio de Pluct, Plact, seu correspondente extraterreste, cara cronista? Pois é, assim caminhava a (des)humanidade até o sábado, 7 de outubro, do septuagésimo quinto ano de criação do Estado de Israel.

Foi aí que o Hamas driblou o Domo de Ferro, até então o invulnerável sistema de defesa aéreo israelense. Com um trator velho rompeu um trecho da cerca que separa da Faixa de Gaza e, invadindo uma desavisada megapotência no Oriente Médio barbarizou geral, tocando horror em Israel. Estou sendo genérico, se é que isso é possível. Entre centenas de mortos e reféns recolhidos ao território palestino, o que faz o líder atacado que dormiu no ponto e não viu uma marola sequer de preparação das hordas do Hamas e do Hezbollah em seus movimentos coordenados?

Retalia com violência proporcional e, dobrando a aposta, decreta um barata voa para todos os moradores do norte de Gaza. A ordem é para rumarem para o sul, em direção a fronteira egípcia que, ressalte-se, está fechada para refugiados. Inclusive, até outro dia, para cidadãos de outros países, como o Brasil, que estavam na Palestina.

Deu pra ter uma noção geográfica desse mapa da mina explosivo? Então, querida mentora, embaralha tudo com uma overdose de notícias falsas pra tocar fogo no parquinho da geopolítica mundial.

Só penso no tempo em que, graças as suas indicações, mergulhei na história das civilizações(?) tentando entender o que move a ganância humana. Sem esses indicadores e parâmetros não teria argumentos para tentar explicar essa capacidade inerente de autodestruição civilizatória dos habitantes do planeta a meus superiores interplanetários. Maias, astecas, egípcios, gregos, romanos...

Pra que metermos a mão nessa cumbuca? (Imagina euzinho explicando o significado da expressão pra eles.) É só deixar nas mãos dos representantes dos deuses em conflito que a humanidade autofagicamente se depura. Mesmo sabendo que seus atos de barbárie levarão a todos diretamente ao inferno das atrocidades, o que mais se escuta dos líderes mundiais é um brado retumbante e covarde: “eu autorizo”.

As consequências são imprevisíveis porque não há como imaginar os horrores que serão entregues à humanidade ao vivo e a cores, especialmente pelas redes sociais.

Sinto muito, querida amiga, se não tenho nenhuma dose de otimismo e esperança a lhe oferecer aqui de fora.

Meu conselho? Para evitar esse cansaço de pensar que me habita, fique onde está. Foque sua mente na monotonia das paredes nuas da sua cela.

Daí, desloque-se em sua fértil imaginação pelo maravilhoso mundo que conheceu e fez questão de me apresentar antes que essa fadiga cognitiva humana se apoderasse por osmose do seu aventureiro amigo intergaláctico.

E lembre-se: o que é seu está guardado em outra esfera sideral!  

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com




Studio na Colab55

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Pipas, pra que(m) te quero?

Pipas, pra que(m) te quero?

Texto e fotos de Valeria del Cueto

Leves, alegres, saltitantes, preguiçosas, tensas, persuasivas, suaves, nervosas, agitadas, mansas, fugitivas, alegóricas, coloridas... Pipa  é  um substantivo capaz de comportar uma penca de adjetivos para definir seu espírito vigente, de acordo com o vento que a sustenta. Venho de um lugar de muitas pipas que, assim como as ondas do mar  deste local, são originais, fugazes e perenemente inéditas a cada movimento.

Chame do nome que quiser: pipa, papagaio pandorga... Elas são para quem te quero.  Mensageiras do amor e da dor. Para isso nasceram. Da dor quando servem de sinalização para o movimento das bocas e bandos. Do amor quando sobre a céu as milhares,  como aconteceu na Faixa de Gaza há poucos dias. Um objeto tão simples, tão frágil representando tanto. Poderoso e expressivo, como a paloma de Picasso há tantos anos atrás.

Bambu, seda, farinha, água e a linha. O milagre está feito. E se repete, numa resistência silenciosa pelos  “aís” onde passo. Uruguaiana tem o Julinho das Pipas que, entre um conserto de bicicleta e outro (olha a bicicletaria aí, gente!), encanta a garotada e transmite seu saber às gerações.  O Tribuna de Uruguaiana publicou uma matéria sobre ele, o que me fez enredar essas narrativas.  

Cuiabá tem o professor Ditinho que da UFMT expande seus conhecimentos pipeiros. Morador da Chapada dos Guimarães, lá estava ele no Festival de Inverno com sua oficina.  Tentei inscrever-me, mas acabei perdida, sem saber direito os horários. Conversando com uma organizadora das atividades soube que a oficina aconteceu num bairro periférico. Adorei a razão do desencontro.

Vamos espalhar pipas pela cidade, pensava eu. Colorir o céu da charmosa localidade com pandorgas “made” in Chapada, como um plus a mais para a Copa de 2014.  Ela vai acontecer na época dos melhores ventos, me contaram. 

Gente  que entende do assunto, freqüentadores da loja de pipas e infláveis que ilustra esse texto. Fica na mesma rua da bicicletaria, na Chapada. Lá se vende pipas, acessórios e se faz consertos. Quer um lugar mais adequado para uma piparada no mega evento?

É um programa bom, bonito e barato. E, muito importante, a bula deste produto não contém contra-indicações.  É politicamente correta e ambientalmente irrepreensível. Não causa danos nem efeitos colaterais.

Estaríamos fazendo nossa interpretação de uma arte difundida pelo mundo inteiro. Pipas chinesas são famosíssimas , o caçador de pipas corria atrás da sua pelas ruas de Cabul, a Faixa de Gaza levanta 3.000 papagaios e a Chapada dos Guimarães dialoga com o mundo através dos ventos que sopram nos paredões do centro geodésico.

Confesso a vocês que tenho uma frustração quando o assunto é pipa. Almejei, um dia, uma pipa. Essa, não era para voar. Trata-se de um exemplar (qualquer um serviria) da série feita pelo artista plástico mato-grossense Gervani de Paula. Vi os objetos do meu desejo numa exposição, na década de 80, e na ocasião não tive numerário para adquirir uma das peças. Anos depois, tentei descobrir o destino das pipas do Gervani. Estavam em coleções e eram intocáveis. Como seria a minha, se a tivesse...

O desejo teve que passar e, meu lado Poliana, me convenceu que pipas são assim. Dificilmente vêm pra ficar. Temos as nossas, podemos admirar as alheias  mas, ambas, dificilmente voltarão a se encontrar no mesmo céu. Seja ele qual for...

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte de uma série do SEM FIM delcueto.wordpress.com.

 **Mais pipas na vida da autora no artigo "A pipa", publicado em maio de 2005. 

*** Se der uma busca no Sem Fim... encontra outros textos sobre pipas.