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Portela carnaval 2025 desfile
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Texto e foto Valéria del Cueto
É com letrinhas apertadas e diminutas que desenho esse texto fim de caderninho. É assim ou terei que inaugurar uma nova prática depois de tantos cadernos findos de escrevinhação. A de começar uma crônica num volume e termina-la inaugurando um novo caderninho.
Vim tão distraída que nem reparei as poucas páginas que faltavam para passar deste para um igual, com capa diferente. O que não poderia ser melhor. Do jeito que está, está bom demais!
Estabelecida e registrada a troca do suporte em que resenho a vida que vai passando por essas crônicas, vamos ao conteúdo da vez.
Não me refiro as novidades que atravessam o cotidiano, mas a seleção dos papéis e badulaques que vou acumulando entre as folhas e a capa do caderninho que se vai e o que seguirá para o próximo.
Sempre rola uma limpa no que está engordando e dificultando o escrevinhar. A saber e pela ordem das descobertas exploratórias no montinho de lembranças:
O cartão da advogada que está cuidando da cruzada da aposentadoria (essencial até a conclusão, ainda sem previsão, do processo); um roteiro base das atualizações a serem feitas no site carmnevalerio.com; o panfleto dos serviços fotográficos onde preciso mandar fazer a manutenção do equipamento; uma receita tábua de salvação do antibiótico em caso de urgência (é só não a ter por perto que dá ruim).
Inclua na lista meus adesivos preferidos, os que nunca colo nos caderninhos que vão passando por mim. De uma loja de tatuagem; da Harley Davidson; do Caipirinha Appreciation Society, o podcast de música brasileira comandado pelo meu irmão MdC Suingue e Kika Serra, baseado em Barcelona e os urgentes mis para coisas urgentes.
Um cartão cogumelinho lindo que ganhei na praia, em Ipanema, e dois postais com fotos de vitórias-régias do pantanal de Cáceres da divulgação do projeto “História Sem Fim... do Rio Paraguay – o relatório” (pra me lembrar que ainda tem muitas aventuras pra contar dessa viagem).
Também encontrei uma relação de nomes de artistas do carnaval que trabalharam e beberam na fonte de Severo Luzardo, carnavalesco uruguaianense que brilhou em escolas de samba do Rio de Janeiro e de sua cidade, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Ela foi feita para uma matéria que ainda não terminei sobre sua trajetória. Dela fazem parte: Guilherme Estevão, André Rodrigues, Rodrigo Meiners, Clebson, Tarcísio Zanon e Júnior Pernambucano. (A primeira providência a respeito para retornar o assunto será atualizar a lista das escolas onde os carnavalescos estão atuando pelo Brasil).
Entre os papéis, aparecem duas notas fiscais de limpeza e materiais fotográficos (essas podem ser descartadas, são de 2020!)
A próxima folha são planos de um sonho, agora, impossível. Um mega giro pela Grécia, Itália e Espanha, com uma passada em Amsterdã, abortado anos atrás, em cima da hora, por motivo de força maior. Nunca se sabe, vai que se abra uma nova janela de oportunidade.
Finalizando, caiu a ficha com a série de ginástica que sempre carrego comigo, caso a memória de atleta de academia falhe ou fique com preguiça. Basta abrir o caderninho, olhar a ficha que meus músculos vibram de vontade de malhar...
De tudo isso, pensando bem, só vou dispensar as duas notas fiscais e um dos cartões de visita porque está duplicado.
O restante, junto com o saquinho plástico da lente de aumento de máquina fotográfica (charmosa, mas que nunca lembro de juntar aos achados e sempre encontrados) e um imã marcador de páginas com caracteres japoneses, seguirá pra próxima morada entre a última folha e a contracapa do caderno que iniciarei daqui a quinze dias, caso consiga manter (o que pretendo) o ritmo das crônicas.
Dando esse texto por encerrado considero vencido o desafio de não cair na tentação de ser mais uma a tentar destrinchar os eventos relativos aos últimos acontecimentos nacionais e internacionais.
Não por incompetência, mas por reconhecer a incapacidade coletiva de previsões sobre suas consequências no que diz respeito, por exemplo, a guerra tarifária com os EUA.
No más, diante do viés politico que a mesma tomou, só posso dar minha humilde sugestão, finalizando esse texto com uma hashtag recorrente: #SEMANISTIA
Ela diz tudo!
*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Não sei onde enquadradrar” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
Texto e foto Valéria del Cueto
Nem o tempo do tempo anda com tempo, acredita cara amiga cronista?
O que dirá euzinho, extraterrestre enleado nessa gravidade que me aprisiona e impede maiores voos, graças a essa atração da camada de ozônio mal cuidada.
Estou como sempre, mas não a toda hora, de passagem pelo raio de luar que se projeta entre as barras da janela de sua cela, voluntariamente ocupada do outro lado do túnel.
As notícias de lado de cá se acumulam desde a última mensagem enviada já faz um tempo (olha ele).
Sigo plucplateando por esse mundão tentando me desviar dos inúmeros artefatos mortais lançados por todos os lados nas constantes batalhas em que os povos se digladiam mundão a fora.
São bombas pra cá, mísseis pra lá, drones pra todos os lados. E vidas, muitas vidas perdidas.
Eu? Desvio, rebolo e pipoco tentando acompanhar os eventos que se multiplicam a torto e a direito.
Sinceramente, cronista? Quero paz.
Mesmo que seja na perda de tempo que, avisam os cientistas estarrecidos, está encolhendo em vários dias nos próximos dois meses.
Não, cara amiga. Não é papo de maluco. É observação científica na veia e com datas marcadas. A saber: 9, 22 de julho e 5 de agosto.
Nesses dias, afirmam os especialistas, os dias terão menos que as 24 horas de praxe. De novo...
O porquê? Nem eles sabem.
Sabem que isso já aconteceu antes e que o ano de maior aceleração foi 2024. No dia 5 de julho o tempo encurtou 1,66 milissegundos!
As causas que provocam alterações na velocidade de rotação são mudanças no nível do mar, deslocamentos da Terra ou afastamento da Lua da Terra. Eventos como terremotos também aceleram a rotação.
O X da questão é que, apesar de serem capazes de cravar os milissegundos perdidos em cada anomalia desse ano, 1,30 no dia 9, 1,38 22 de julho e 1,51 em 5 de agosto, conforme previu o astrofísico Graham Jones, da Universidade de Londres, os especialistas não têm explicações para a taquicardia do tempo.
“Baseada nos modelos oceânicos e atmosféricos, que não apresentam alterações significativas para a aceleração, a maioria dos cientistas acredita que seja algo de dentro da Terra”, disse Leonid Zostov, da Universidade de Moscou ao timedate.com.
“Está bem, Pluct Plact, mas e eu com isso?”, sei que você está se perguntando, cronista.
Com você, aí na sua clausura analógica, absolutamente nadica de nada. Mas com os GPSs e sistemas de precisão, sim.
Aqueles, que controlam, por exemplo, as máquinas de guerra que vomitam seus petardos mortais mundo a fora. Sabe o que significa 1,51 milissegundos na hora de mirar um alvo?
Pode parecer um trisco, porém, assim como na vida, o tempo deverá ser recalibrado e, espero, as mensagens contidas nesses soluços, sejam captadas por quem de direito.
Porque elas estão aí, para quem quiser interpretá-las. Dizem que até na Bíblia!
Segundo Mateus 24:22 “Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados”.
Detalhe: os versículos seguintes trazem o alerta.
Diz Mateus 24:23 “Se, então, alguém disser: ‘Vejam, aqui está o Cristo’ ou: ‘Aqui está ele!’, não acreditem”.
E segue em Mateus 24:24 “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar os eleitos.
E por aí vai...
Perdoe, por favor, seu amigo interplanetário. Demoro e, quando passo, procuro trazer apenas notícias extraordinárias, mesmo as que não influenciarão, espero, sua reclusão voluntária.
Quanto ao dia a dia, segue na mesma levada alucinante e muito mais claustrofóbica que sua cela.
É pedra cantada, sem direito a retruco. Como nas BETs da vida...
*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Fábulas fabulosas” e do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
ATUALIZAÇÃO:
Querida cronista. Atualizando "Tempo, tempo". Notícia publicada, dia 15 de julho, em A Tarde:
O versículo tatuado é Mateus 24:14 que diz: "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim."
Ass. Pluct Plact, nas Fábulas Fabulosas
Texto e foto
Valéria del Cueto
Essa mania de escrever parece ginástica. Depois que
a gente embala vai ladeira abaixo. Mas quando dá uma parada técnica, para sair
da inércia é um sufoco.
Várias razões me forçam a interromper a meta
quinzenal. Incluindo, o que não foi o caso nessa parada forçada, a preguiça
pura e simples.
Só pego no tranco pra descer o barranco. Falta de
assunto? Ao contrário. Fico perdida nas inúmeras possibilidades que garimpei no
período silencioso.
Vou acumulando numa gavetinha mental coisas que vejo,
observo e sinto. Acontecimentos do cotidiano, fatos da vida e do mundo.
Quando arrumo tempo e disposição para botar as
ideias no papel fico mais atrapalhada que a boneca Emília, personagem de
Monteiro Lobato.
No primeiro livro do que será o Sítio do Picapau
Amarelo, "A Menina do Narizinho Arrebitado", quando a boneca de pano
feita por Tia Anastácia desanda a falar, após tomar uma pílula falante do Dr.
Caramujo no Reino das Águas Claras, é um atropelo.
Uma mistureba de palavras e tolices daquela que vai
ser uma das maiores “ideieiras” das aventuras infantis que embalaram gerações.
Primeiro, nos livros. Depois, nos programas infantis das tardes ou manhãs na
televisão.
Quem não conhece o Sítio do Pica Pau Amarelo e seus
personagens não sabe o que está perdendo!
Não estou dizendo, quer dizer, escrevendo que não é
fácil sair da inércia criativa?
É uma ginástica de paciência puxar o freio de mão e
não sair atropelando as linhas de forma desordenada, sem medidas ou critérios além
da manha de deixar a caneta tentar escorregar pelo papel. Indo atrás de diálogos
que mantenho com o Eu pensante que me habita, puxando os fios que bailam de
dentro do compartimento aberto na minha (fértil) imaginação de geminiana.
E aí, vem mais um ponto em comum com a ginástica,
não a mental, mas a física. Sabe quando, depois de um tempo parada, você
volta a fazer exercício no tranco, sem medir os movimentos e se esquece que
seus músculos não correspondem ao seu entusiasmo?
A sensação no dia seguinte é de que passou trator
desgovernado sobre seu corpo. Todas as fibras e músculos reclamam.
Especialmente quando você quer iniciar um movimento e... sair da inércia.
Já experimentou revisar um texto escrito após jogar
um WD na fechadura, desempenar a tampa e abrir a caixinha de assuntos
acumulados? Lé não bate com Cré que deixou penduradas muitas ideias lelés.
E dói a cada trecho da palavra escrita saber que
ali, naquela barafunda com aparente falta de nexo, estão contidas tantas sensações,
inspirações e reflexões mal distribuídas e quase perdidas no limbo da memória.
As que, em algum momento da pausa entre as crônicas
devidas e não pagas, poderiam render relatos e textos que você, caro leitor, teria
a oportunidade desfrutar. E, neles, reconhecer a capacidade da autora que lhe
escreve tem de dar voltas em suas quase sempre inconstantes linhas...
Para fechar, mais uma comparação nesse exercício
literário após a abertura da caixa quase de Pandora atulhada de ideias imaginantes:
minha gavetinha mental é tipo bananeira, que está sempre dando cacho.
No começo só vemos aquele enorme coração. Mas, na
medida em que se desenvolve, a gente descobre que o melhor está na penca
repleta de frutas aguardando o tempo certo de amadurecer.
Enquanto espero o tempo certo de colher os frutos vou
continuar editando as imagens do carnaval 2025.
Como todos que gostam da folia, acompanho, cheia de
curiosidade, os anúncios dos enredos das escolas de samba do ano que vem, repletos
de homenagens a diversas personalidades.
Criteriosamente vou mexendo o doce das fotos que
registrei em março e estou agregando ao acervo carnavalerio.com.
observando os frutos, agora bebês, da nova penca de bananas amadurecerem no pé.
PS: Ganhei de presente um texto lindo de Jejé do Quilombo
da Lixeira, do Pasquim
Cuiabano João Guato, intitulado “Valeria
del Cueto, a Rainha das memórias do Samba”. Está no link para quem quiser
saber o estímulo que recebi para, mais uma vez, sair da inércia.
*Valéria
del Cueto é jornalista e fotógrafa. Das séries “Parador Cuiabano” e “É carnaval” do SEM FIM...
delcueto.wordpress.com
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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagens protegidas pela lei 9610/1998
Do Templo do Carnaval, na Marquês de Sapucaí, ecoam a cada ano, nos desfiles das escolas de samba cariocas, sons, imagens e anseios das comunidades que alimentam e nutrem o fantástico imaginário carnavalesco. Ele descortina, sublinha e ressignifica histórias e personagens incorporados pelo povo do samba.
O samba sabe, quem sabe samba e as raízes nativas, os povo originários, inspiram, integram e se projetam na rica arte alegórica produzida nos barracões das escolas de samba e de vida. As que promovem o maior espetáculo popular do planeta...
Imagens de:
"Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos", do carnavalesco Tarcísio Zanon, da Acadêmicos do Viradouro 2025
"Quem tem medo de Xica Manicongo", carnavalesco Jack Vasconcelos, Paraíso do Tuiuti 2025
"Egbé Iya Nassô", carnavalescos Alexandre Louzada Lucas Milato, Unideos de Padre Miguel 2025
Ensaio apresentado no evento "Raízes Nativas e povos originários: arte como resistência cultural e política", coletiva realizada no dia 17 de maio de 2025 no Raízes do Brasil, Santa Teresa, Rio de Janeiro.
Agradecimentos a Raissa Laban e aos realizadores.
Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com
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Texto e fotos de Valéria del
Cueto
Não
espere mais nada de mim. É tudo que tenho para dar. Tento me reconectar a vida
depois de mais um carnaval. Procuro fios que me interliguem ao espaço que volto
a ocupar.
O
barulho da água que despenca do desvio do rio na piscina pode ser um desses
fios. O ruido sempre foi um seletor de pensamentos que reproduzo aqui no
caderninho quando junto a contemplação dos movimentos do reflexo na água. Faço
dessa dança uma peneira que afina e conduz as ideias tramadas nessas páginas.
Tento,
tento, tento... sem muito sucesso.
O
João e a Vânia, meus senhorios no paraíso, inconscientemente fazem parte desse
esforço. Ele, quando me apresenta uma frutinha que nunca vimos chamada
cauá-piri, ou cauá-pixi ou moranguinho do mato. É rasteira e fotogênica.
Pausa.
Tempo de pesquisar para descobrir do que se trata, já que seus frutinhos
minúsculos vermelhos se destacaram no chão embaixo da jabuticabeira e, segundo
João, as sementes podem ter sido trazidas pelos passarinhos que fazem suas
refeições nas árvores brasileiríssimas.
Vania
contribuiu me apresentando mariolas deliciosas de uma marca que não conhecia e
balas Toffee recheadas de creme de hortelã. Ajudam no regime de engorda para me
recuperar um pouco do desgaste físico da Sapucaí.
Mas...
falar de mariola me leva novamente à pista. Acontece que a delícia fluminense
(as de Rio Brilhante são sensacionais) faz parte do kit alimentação especial
das noites e madrugadas carnavalescas.
Ele é
composto de sanduíche de queijo, as mariolas sem açúcar cristal em volta, pra
não piorar a lambança na pausa embaixo do segundo módulo de julgadores em que
costumo descansar entre uma escola e outra, se não estiver encarapitada na
torre de transmissão.
A
matula também contém sementes de guaraná maués, um quente, pra fechar o rebite
e água, muita água.
Então,
mariolas me transportam, mas não me levam a sair da realidade já passado do
templo do samba...
O
que, de uma certa maneira, é bom devido a etapa do trabalho que vem depois da
folia: editar os registros que fiz.
Uma
tarefa que exige atenção e paciência. Ouvir os sambas da escola que está sendo editada,
decupada e indexada comendo mariola torna o ambiente perfeito para mergulhar na
missão.
Confesso
que faz tempo desisti de participar da competição de quem publica mais rápido
seus registros. Essa edição fina e a catalogação do acervo carnevalerio.com me
tiram dessa animada e salutar disputa entre os fotógrafos. O que, de certa
maneira, interferiria no resultado do material que disponibilizo nas plataformas.
Sem
alarde o conteúdo vai sendo construído ao longo dos anos. É interessante o
resultado? Sem dúvida. Depois da indexação as imagens ficam disponíveis publicamente
em baixa resolução no Flickr.
Já
estou no carnaval de novo! E, dele, não consigo largar.
Parei
para dar um mergulho e, pra não perder a mão, fazer umas fotos das flores de
São Miguel que estão explodindo na borda da piscina.
Quando
chego perto “pesco” a iluminação sutil que o reflexo da água faz no carro
alegórico de florezinhas azuis que saltitam ao vento da Mata Atlântica.
E aí,
pra não perder a mão, o lado do meu eu carnavalesco pergunta ao outro, que
tenta se situar no meio do mundo do ano que se inicia:
“Será
que num carnaval do futuro os iluminadores aprenderão a fazer uma luz tão
delicada e sutil quanto essa, gerada pela natureza?”
Desisto
do diálogo de mim comigo mesma e vou editar. Afinal, como a vida, o carnaval só
acaba quando termina...
*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série (ainda) “É carnaval” do
SEM FIM... delcueto.wordpress.com
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O som das caixas ecoa na Apoteose: tudo em casa |
Texto e fotos
de Valéria del Cueto
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Alas de foliões se divertem na pista |
O mês
que antecede a festança parece pequeno para quem se propõe a acompanhar a agenda
dos agitos no Rio de Janeiro. A cereja do bolo são os ensaios técnicos nos
finais de semana que lotam o Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no centro da
cidade.
O
local é o ponto de encontro marcado das comunidades da região metropolitana que
disputam os cobiçados campeonatos da elite das escolas de samba.
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Quem resiste ao apelo sorridente da baiana? É carnaval no Rio de Janeiro! |
A
LARGADA
Unidos
de Padre Miguel, campeã da Série Ouro de 2024 que chega ao Grupo Especial, Unidos
da Tijuca e Mocidade Independente de Padre Miguel abriram os trabalhos no
último sábado, 25 de janeiro, diante de um público estimado pela Liesa de 40
mil pessoas. A tendência é que nos próximos encontros a quantidade de foliões
aumente progressivamente, até a lotação total do espaço dedicado aos desfiles
oficiais.
Os
ensaios são gratuitos e animados por espetáculos à parte: o show das torcidas
organizadas das comunidades que se fazem representar nas arquibancadas da
Sapucaí tanto aos sábados, começando às 19h, quando se apresentam as escolas do
Especial, quanto nos domingos, com inícios às 18h, dedicados as agremiações da
Série Ouro.
Iniciaram
as apresentações no último domingo a União do Parque Acari, Em Cima da Hora, Inocentes de Belford Roxo e União da Ilha. A festa varou a madrugada e promete
esquentar ainda mais nos próximos finais de semana.
NOVIDADE
CENOGRÁFICA
Esse
ano, cada escola do grupo Especial fará dois ensaios na passarela do samba.
A
novidade na dinâmica dos ensaios técnicos na Sapucaí é que nessa temporada, na
semana que antecede o carnaval, as escolas da elite voltarão à pista para a
realização de testes de som e luz individuais, nos dias 21,22 e 23 de
fevereiro.
A
agenda extra é necessária para a afinação dos sofisticados equipamentos utilizados
na avenida.Nesses dias o início das apresentações está marcado para 21h.
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Lucinha Nobre Matheus André, porta-bandeira e mestre-sala da Unidos da Tijuca |
O CALENDÁRIO DA PISTA COMPLETO
Grupo Especial:
Sábado, 01/2:
Paraíso do Tuiuti
Beija-Flor
Mangueira
Sábado, 08/2:
Vila Isabel
Portela
Grande Rio
Sábado, 15/2
Salgueiro
Imperatriz Leopoldinense
Viradouro
Sexta, 21/2 (teste de luz e som):
Unidos de Padre Miguel
Unidos da Tijuca
Mocidade Independente
Paraíso do Tuiuti
Sábado, 22/2 (teste de luz e som):
Beija-Flor
Mangueira
Vila Isabel
Portela
Domingo, 23/2 (teste de luz e som):
Lavagem
Salgueiro
Grande Rio
Imperatriz Leopoldinense
Viradouro
Série Ouro
Domingo, 2 de fevereiro
Tradição
Unidos da Ponte
Unidos de Bangu
Porto da Pedra
Domingo, 9 de fevereiro
Arranco
Vigário Geral
União de Maricá
Estácio de Sá
Domingo, 16 de fevereiro
Botafogo Samba
Clube
Acadêmicos de Niterói
São Clemente
Império Serrano
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A Mocidade homenageia Márcia Lage. A carnavalesca, parceira de Renato Lage, nos deixou em janeiro |
PREPARATIVOS NAS COMUNIDADES
Nem só a Sapucaí ocupa a agenda dos
amantes das escolas de samba. Durante a semana elas fazem ensaios de rua e nas
quadras, num calendário repleto de opções nas comunidades, que realizam os
últimos preparativos para se apresentarem no carnaval.
O movimento pode ser acompanhado pelas
redes sociais, agitadíssimas nessa época do ano, que indicam as datas e locais
dos encontros, assim como as instruções para a retiradas das fantasias das
respectivas agremiações. A cidade pulsa.
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A animação das torcidas : atrações especiais nos ensaios técnicos |
BLOCOS DE RUA
O Carnaval de Rua 2025 no Rio de
Janeiro terá 37 dias de duração. Começa oficialmente no dia 1 de fevereiro. A previsão de público estimada em 6 milhões de
pessoas que se divertirão em 482 desfiles distribuídos pela cidade. Serão 128
desfiles no Centro, 64 na Zona Norte, 64 na Grande Tijuca, 61 na Zona Oeste, 38
nas Ilhas, 10 em Jacarepaguá, 101 na Zona Sul e 16 na Barra da Tijuca e Recreio.
Musa: quase no ponto para a apresentação no carnaval “Voltando para o futuro", da Mocidade
MEGABLOCOS
Neste período 9 megablocos, agremiações
com mais de 100 mil foliões desfilam na Rua Primeiro de Março, no Centro do Rio:
Carrossel de Emoções, Chá da Alice, Bloco da
Gold, Cordão da Bola Preta, Fervo da Lud, Bloco da Anitta, Bloco da Favorita e
Monobloco.
A novidade deste ano é
o SeráQAbre?. Ele desfila pela primeira vez no circuito de megablocos no
domingo, 09/02, com concentração às 7h.
A festa está só
começando...
*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “É carnaval” do SEM FIM
... delcueto.wordpress.com