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sexta-feira, 11 de abril de 2025

Imperatriz Leopoldinense carnaval 2025 desfile 250302

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pelo lei 9610/1998

Imperatriz Leopoldinense carnaval 2025 desfile 250302

A Imperatriz Leopoldinense foi a terceira agremiação a se apresentar  no primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial carioca no domingo, 02 de março de 2025, na Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro.

"Ómi Tútu ao Olúfon - Água fresca para o senhor de Ifón", o enredo do carnavalesco Leandro Vieira,  para o carnaval 2025 levou a escola de Ramos à terceira colocação no desfile. 

Agradecimentos componentes da Imperatriz Leopoldinense  à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

Ensaio fotográfico e vídeos publicados no canal @del Cueto, no Youtube de (C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved protegido pela lei 9610/1998

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sexta-feira, 7 de março de 2025

De Laíla para Nilópolis: o 15º título da Beija-flor

A volta de Laíla à sua comunidade: Beija-flor campeã.

De Laíla para Nilópolis: O 15º título da Beija-flor

Texto e fotos  Valéria del Cueto

Os apelos da comunidade nilopolitana foram atendidos e o campeonato, que não vinha desde 2018, é da Beija-flor.

Ela chega a seu 15º título no Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro no carnaval 2025 com a primeira vitória do carnavalesco João Vitor Araújo, autor do enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”.

A temporada da folia carioca foi um sucesso. Segundo o governo mais de 6 bilhões de reais foram injetados na economia estadual. A taxa de ocupação dos hotéis do Rio de Janeiro foi de 98%.

A apuração na quarta-feira de cinzas foi marcada pelo esquecimento de uma jurada do quesito samba-enredo que não lançou todas as notas do terceiro dia na planilha. Seguindo o regulamento todas as agremiações levaram a nota máxima.

A liderança nas notas da Beija-flor se consolidou quando a Grande Rio, segunda colocada, perdeu um único décimo num dos quesitos mais fortes da escola de Duque de Caxias: a bateria.  

Com várias alterações no desfile, que esse ano teve um dia a mais, o público presente na Sapucaí se dividiu entra as apresentações na pista, o agitado movimento nos camarotes com suas atrações paralelas e o fim de noite ao som de rodas de samba na Praça da Apoteose.

Na pista a utilização, ainda em evolução, da luz cenográfica precisa de ajustes. As agremiações usaram e abusaram dos recursos tecnológicos.

Comissão da Mocidade sem tripé: Estandarte de Ouro
A exceção foi a Mocidade Independente e o carnavalesco Renato Lage. O Mago optou por uma luz uniforme e, também, deixou de lado os enormes tripés das comissões de frente. A “inovação” rendeu o Estandarte de Ouro à escola de Padre Miguel que não volta na noite das campeãs, assim como o Salgueiro, Vila Isabel, Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti e a UPM.

A apresentação de apenas 4 escolas por noite não agradou a todos. Quando a festa está engrenando, termina. A análise minuciosa das justificativas das notas permitirá avaliar a influência da nova sistemática de fechamento dos envelopes a cada dia, e não no final dos desfiles, no resultado.

A divulgação das justificativas dos julgadores ainda na quinta-feira, antes do sábado das campeãs, deu um molho a mais nas apaixonadas análises sobre o resultado que definiu o rebaixamento da Unidos de Padre Miguel novamente para a Série Ouro.

A Acadêmicos de Niterói com o enredo “Vixe Maria”, sobre festas juninas foi a campeã do grupo de acesso e desfilará na elite das escolas de samba em 2026.  

ORDEM DO DESFILE DAS CAMPEÃS – Mangueira, Portela, Viradouro, Imperatriz, Grande Rio e Beija-flor.

Favela presente! É a Mangueira

Matriarca do Samba, a Mangueira, volta às Campeãs no Dia da Mulher, 8 de março, e abre o desfile cantando o povo banto. Mostra como sua cultura está presente no cotidiano brasileiro e enraizada no jeito carioca.

 “Dia mais feliz da minha vida” diz Milton Nascimento
Milton Nascimento levantou a passarela desfilando no último carro da Portela. A escola de Oswaldo Cruz será a segunda a se apresentar contando a vida do cantor e compositor mineiro. A Sapucaí, mais uma vez, ficará coberta de girassóis numa emocionante homenagem.

Exuberância plástica na Viradouro
A Viradouro não obteve o resultado esperado, perdendo pontos inclusive em enredo. A chave mágica que abre senzalas não ajudou a escola de Niterói e seu enredo sobre “Malunguinho, o mensageiro de três mundos”. Em quarto lugar, será a terceira a se apresentar nas campeãs.

A Imperatriz africana de Leandro Vieira

A Imperatriz Leopoldinense levou o estandarte de Ouro de Melhor Escola do Grupo Especial, melhor enredo e bateria, comandada por Mestre Lolo. Mas, para o júri da Liesa, teve falhas nos quesitos samba-enredo e fantasia, uma das expertises do carnavalesco Leandro Vieira.

Lá vem a cobra na ala da Grande Rio
A vice-campeã, Grande Rio perdeu um décimo em bateria, o que a tirou da disputa do título. Mestre Fafá pediu desculpas, foi abraçado pela comunidade e estará na pista conduzindo sua rainha, Paolla Oliveira que se despede do posto. 

Neguinho prometeu e cumpriu: volta à Sapucaí para comemorar o título
A noite termina com muita emoção. Após de 50 carnavais Neguinho da Beija-flor cruza a avenida pela última vez ostentando o título do campeonato. Depois da tensão da apuração, virá o adeus de um dos maiores puxadores de samba do carnaval carioca. Ele comemora sua última vitória cantando o parceiro Laíla, de tantos carnavais. 

 

O desfile das Campeãs do RJ será transmitido no sábado, na TV Globo e Globoplay no streaming a partir das 22h, horário de Brasília.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com



 


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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Imperatriz Leopoldinense carnaval 2025 ensaio técnico 250215

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pelo lei 9610/1998

A Imperatriz Leopoldinense foi a penúltima agremiação a se apresentar  no último dia da primeira rodada de ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial carioca no sábado, 15 de fevereiro de 2025, na Sapucaí para o carnaval 2025.

"Ómi Tútu ao Olúfon - Água fresca para o senhor de Ifón" é o enredo do carnavalesco Leandro Vieira  para o carnaval 2025.

Agradecimentos componentes da Imperatriz Leopoldinense  à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

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domingo, 12 de março de 2023

Lampião na conquista! Imperatriz Leopoldinense, a campeã do carnaval 2023

Lampião na conquista! Imperatriz Leopoldinense, a campeã do carnaval 2023

Da Imperatriz Leopoldinense nesse carnaval de 2023 registrei, pela ordem de apresentação: o desfile na segunda noite do Especial, o das Campeãs após a vitória e o ensaio técnico de janeiro em fotos e vídeos

Foi um logo caminho até o título depois da queda para a Série Ouro, o campeonato por lá, o retorno ao Especial e a décima colocação nessa primeira disputa no grupo de elite no carnaval de 2023 de novo. Aí, chegou o carnavalesco Leandro Vieira, que já havia ajudado a Imperatriz a a ganhar o título na série ouro...

DESFILE DE SEGUNDA

A escola de samba que representa as comunidades de Ramos e do Complexo do Alemão desfilou no dia 20 de fevereiro de 2023, no Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, no Sambódromo Passarela Professor Darcy Ribeiro, na Marquês de Sapucaí.

A Imperatriz foi a quarta agremiação a se apresentar, depois da Vila Isabel e antes da Beija-Flor, com o enredo "O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida", do carnavalesco Leandro Vieira.

Fiz os registros do desfile da Imperatriz Leopoldinense da torre de transmissão quase em frente ao último módulo de julgadores.

A proposta era ver o conjunto alegórico criado pelo artista de uma perspectiva mais ampla, poderia dizer. Mas a real é que estava muito cansada da epopeia da Mangueira na véspera e me poupando pra chegar inteira ao final da maratona da segunda noite de desfiles. Ainda faltavam a Beija-Flor e a Viradouro. Dei a maior sorte porque todas elas voltaram no desfile das Campeãs. Aliás, as 4 últimas. A Vila Isabel também...

Clique na foto ou AQUI para acessar o material 
(C)2023 Valeria del Cueto, all rights reserved. Material exclusivo do acervo carnevalerio.com

Nesse ensaio também aproveito para mostrar o trabalho valioso dos maqueiros da pista. Já contei como fui resgatada num desfile. O da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2009 (link AQUI). Esse ano foram eles que me abasteceram de água no meio da correria no sobe e desce da concentração a dispersão. São heróis anônimos da Sapucaí. Fica meu agradecimento a eles, extensivo aos trabalhadores do Sambódromo.


https://www.flickr.com/photos/delcueto/52737113475/in/album-72177720306603773/

O RESULTADO

A Imperatriz Leopoldinense voltou a ganhar o título depois de 22 anos. Foi a última escola de samba a desfilar, apresentada por sua presidente Cátia Drumond no Desfile das Campeãs, dia 25 de fevereiro, sábado. Essa é a capa do Diário de Cuiabá, com texto e fotos exclusivas, produção dos dois dias de Desfile.

Clique AQUI para ler a matéria

DESFILE DAS CAMPEÃS

Dessa vez , no desfile das Campeãs, o importante foi explorar o chão da escola. Comecei no primeiro módulo de julgadores. Peguei a Comissão de Frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Rafaela Theodoro e Phelipe Lemos em dois módulos. E fui bordando pelo corpo da escola. Cruzei com Leandro Vieira no meio da ala das baianas, que nem pinto no lixo, agradecendo as "meninas". Passei por composições nos carros alegóricos, componentes e, claro, os valorosos empurradores de carros.


Clique na foto ou AQUI para acessar o material (C)2023 Valeria del Cueto, all rights reserved. Material exclusivo do acervo carnevalerio.com

E voltei pra torre de transmissão... Procurava a luz do nascer do dia para emoldurar os últimos carros da Imperatriz e criar o contraste entre esse final e o do desfile de segunda.

Fui na certa, a tempo de pegar a mordida da queixada com dentes de ouro na estrutura da Apoteose. Olha no que deu...

https://www.flickr.com/photos/delcueto/52737883823/in/album-72177720306598242/

(C)2023 Valeria del Cueto, all rights reserved. Material exclusivo do acervo carnevalerio.com

ENSAIO TÉCNICO

Foi quando resolvi inserir a playlist dos vídeos da Imperatriz que atentei para as fotos do ensaio técnico, que ainda não haviam sido publicadas. Incluí o álbum do reconhecimento da pista da Marquês de Sapucaí e os preparativos do dia 22 de janeiro de 2023. Repare que o ensaio já começa com Leandro Vieira, o carnavalesco, e seu chapéu de pirata da sorte. Na sequência os vídeos do canal do youtube.


https://www.flickr.com/photos/delcueto/albums/72177720306628728

Ensaio fotográfico e vídeos publicados no Canal @delCueto, no Youtube

Os vídeos estão no LINK



(C)2023 Valéria del Cueto, all rights reserved

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Lampião conquista a Sapucaí, a Imperatriz é campeã do carnaval

Expulso do inferno, proibido de entrar no céu e 22 anos sem título? Acabou o aperreio!

Lampião conquista a Sapucaí, a Imperatriz é campeã.

Texto, vídeos e fotos de Valéria del Cueto

E teve gente que reclamou do enredo da Imperatriz Leopoldinense, criticando os feitos do lendário cangaceiro Lampião. “Homenagear um estuprador, um bandoleiro?”, questionavam os rigorosos críticos politicamente corretos de plantão.

Carnaval é, e sempre será, porque se alimenta da contradição, uma festa que subverte a ordem. Lampião faz parte desse imaginário popular. Bandido para uns, herói para muitos que acompanharam as aventuras de seu bando pela caatinga nordestina.

Foram 22 anos de espera, o rebaixamento de 2019, o campeonato no acesso em 2020 e 10a colocação em 2022 no Grupo Especial. A Imperatriz Leopoldinense correu trecho até conseguir mais uma conquista. Um caminho tão longo quanto o título do enredo do carnavalesco Leandro Vieira: “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”.

Expedita Ferreira, filha de Virgulino, aos 90 anos festeja seu pai Lampião

Nas comemorações, vindos dos lados de lá, os dois nomes mais citados (depois do cangaceiro)? O do ex-presidente Luizinho Drumond, patrono da escola, e o da lendária porta-bandeira Maria Helena. Entre os do lado de cá, a mais lembrada foi a comunidade do Complexo do Alemão que abraçou o projeto do carnavalesco e da presidente Cátia Drumond.

Campeã da Série Ouro, a Porto da Pedra volta ao Grupo Especial

Agora é festa e, depois, pensar no futuro da festa. Começando pela Marquês de Sapucaí. Reformada para o carnaval de abril de 2022, vários reparos são necessários, como o da água que escorria no segundo módulo de julgamento na Série Ouro. O fechamento das saídas de emergência da pista prejudica, por exemplo, a eficiência e agilidade da retirada de desfilantes acidentados pelos maqueiros. Melhor parar por aqui porque a lista é grande e nem chegamos nos super camarotes que estão substituindo as frisas.

Comissões de frente, grandiosidade questionada

Na estrutura dos desfiles, a altura desproporcional dos tripés, palcos das apresentações das comissões de frente, precisa ser revista. Apresentar a escola é uma coisa, esconder o pavilhão e a dança dos casais que vem na sequência outra bem diferente.  Essa ordem dos fatores não corresponde ao melhor produto. O símbolo máximo da escola e o bailado do mestre-sala e da porta-bandeira têm precedência sobre qualquer outro quesito na apresentação da agremiação. Hora de acabar com a megalomania e ter mais humildade para pedir passagem...

Marcella Alves e Sidcley, do Salgueiro, único casal que gabaritou os 40 pontos

DESFILE DAS CAMPEÃS

Grande Rio, Mangueira, Beija-Flor, Vila, Viradouro e Imperatriz

Banho na caixa d´água, cotidiano da baixada na Grande Rio de Zeca Pagodinho

A noite das Campeãs começa com Zeca Pagodinho lá no quintal, em Xerém, Duque de Caxias. Na Grande Rio a festa é animada, super colorida e faz um pedido irresistível para quem não quer que o carnaval acabe: “levante o copo para o povo brasileiro...”    

A força do chão verde e rosa. Resista se for capaz

A pista fica com a Mangueira, na levada da Timbalada e outros ritmos, com o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. A nação verde e rosa faz a conexão entre o samba baiano e “o Ilê de tia Fé, axé Mangueira”. O destaque é a força de seu chão e a pegada da bateria 4.0 “Tem que respeitar Meu Tamborim”, mais uma vez gabaritando.

Ala das baianas da Mangueira, tradição e nota 10 em fantasias

A Beija-Flor, terceira a se apresentar, inovou em seu desfile utilizando a nova iluminação cenográfica da pista. Perdeu décimos preciosos nos quesitos alegoria e adereço, além de enredo com a proposta de “reposição de marca” dos símbolos brasileiros. Destaques para os ícones da comunidade nilopolitana: Neguinho da Beija-flor, o samba, a bateria e o casal Selminha e Claudinho.

O resgate da brasilidade no desfile da Beija-Flor

A Vila Isabel de Paulo Barros pecou em quesitos plásticos. Mas tem magia para encantar os olhos curiosos que não perdem por esperar as performances dos monges Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas que se transformam em mestre-sala e porta-bandeira em frente ao público da Sapucaí.

Sabrina Sato, rainha de Bateria da Vila Isabel

A comunidade de Niterói é a penúltima a se apresentar. A Viradouro, com a incrível história de Rosa Maria Egipcíaca, ficou a um décimo da campeã. Mestre Ciça (uma raridade) não alcançou a nota máxima de bateria e, certamente, vem pra pista incorporado em seu personagem no enredo, um representante da Santa Inquisição para mostrar sua expertise.   


 Já se increveu no canal @delcueto do Youtube? 
Contemporaniedade na pista: Arte cinética no carro da Viradouro

 A Sapucaí será tomada pelo bando de Lampião no final da noite. É a comemoração de uma conquista durante muito tempo aguardada e que vem nas mãos de um filho querido. Leandro Vieira retorna à escola, a que ajudou a subir para o Grupo Especial há 2 carnavais, e se joga nos braços da comunidade invertendo, mais uma vez, a (des)ordem do imaginário popular. Deu no que deu. Lampião é o dono do pedaço e, quem sabe, pode até convidar Deus e o Diabo pra festança. Afinal, graças a eles, deixou registrado no carnaval carioca mais um capítulo de sua história de cordel... 

Lampião e a coroa da Imperatriz no caminho vitória, a Apoteose

O desfile das Campeãs do RJ será transmitido no sábado, no Multishow, Globopay e G1 a partir das 21:15h, horário de Brasília.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com




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domingo, 15 de janeiro de 2017

Mais amor, por favor!

Texto e foto de Valéria del Cueto

Gosto de escrever textos leves, engraçados e, mesmo nas piores situações, poéticos. Mas tem hora que não dá para ser nessa levada. É preciso falar sério. Este é o caso. O papo tem que ser reto.

O assunto começa no carnaval. Mas o tema desse enredo, não é exatamente propício para o ambiente da maior festa popular do mundo. Uma festa carioca, popular,  plural! E famosa por não aceitar ali, qualquer forma de censura.

O maior exemplo é o espetacular episódio do Cristo Mendigo coberto por ordem judicial a pedido da Igreja. Foi revelado pelo povo do samba em plena Sapucaí no desfile da Beija-Flor na comemoração do seu campeonato. O enredo nilopolitano de Joãzinho Trinta, em 1989, era “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”. Captou? A sequência narrada pelo querido Fernando Pamplona, cujo link faço questão de colocar aqui, é inesquecível.






Dito isso, vamos brincar de telefone sem fio. Aquela brincadeira em que uma pessoa diz uma coisa no ouvido da outra, que repete pra uma terceira, que manda no pé da orelha a informação pra frente. Do outro lado da linha, alguém diz em voz alta o recado que recebeu...

Nas primeiras manifestações, o tom usado para “discutir” o  enredo da Imperatriz Leopoldinense “Xingu, o clamor que vem da floresta, já indicava que  ia “dar ruim”. A senha, desde o primeiro comentário, era: vamos brigar, xingar, partir pra dentro. Assim.

Não demorou para que as informações desencontradas e incorretas tropeçassem nas próprias pernas. Após o apelo, que funcionou como um tiro perto de uma boiada, começou o achismo e, com ele, bateção de cabeça.

Exemplo? Alguém “pesca” na rede a informação de que os queridos Zezé de Camargo e Luciano eram convidados do carro de som da escola de Ramos. Alvo achado, mira feita e tiro dado. A patrulha botou as manguinhas de fora e, ouvindo o galo cantar sem saber onde, “patrolou” a dupla sertaneja. Diz nota oficial do Pres. do Sindicato Rural de São Gabriel e Vice Pres. da Farsul, a Federação de Agricultura do RS:

“...Curiosamente, o site da escola anuncia como “puxadores” convidados, os artistas Lucy Alves e Zezé di Camargo & Luciano. Ela, que faz música com sotaque rural, e eles, que nunca recusam oportunidade de faturar em exposições-feiras, como a de São Gabriel, no ano passado. O músico e produtor Zezé pode até achar bonito o discurso que coloca o produtor rural como inimigo do indígena, mas imagino que não coloca suas terras de Goiás à disposição da União para fazer reservas indígenas. E viva o Brasil do Carnaval, da ignorância histórica e da desinformação

A resposta veio do próprio Zezé de Camargo. O texto não está completo por falta de espaço. Basta dar um “google” para lê-lo. Diz ele, entre elogios ao setor:

 “ ...fiquei surpreso ao ser citado, ironicamente e de forma equivocada, pelo presidente do Sindicato Rural de São Gabriel Vice Presidente do Farsul.

Caro Sr Tarso Teixeira, também é ignorância afirmar o que não se tem conhecimento. Nunca fui convidado para ser o puxador do samba enredo da Imperatriz Leopoldinense. Nem eu nem o meu irmão Luciano. Tenho muito carinho pela escola que homenageou a minha família no ano passado. Mas não temos ingerência sobre temas que a Imperatriz possa criar e abordar. Se tivéssemos, garanto com toda a convicção, que mostraria aos membros da escola que a maneira como estão colocando o agronegócio não condiz com a realidade... ...E como quem faz alegria vive de magia, é fato que não existe maldade na homenagem, mas falta de informação. Cabe então, a nós, simples mortais, porém que conhecemos este outro lado da moeda, mostrarmos para os criadores do samba, em tom de paz (não de guerra) que a nossa Terra se faz com a força e garra daqueles que produzem o espetáculo que reluz diante de meu Brasil gerado pelo agronegócio.”

 Depois dessa “aula” sobre diálogo e gentileza, segue a novela com direito a fervura até o dia do desfile. Nas cenas dos próximos capítulos o senador Ronaldo Caiado promete uma audiência no Senado Federal para fazer uma devassa nas contas da agremiação carnavalesca que ousou desagradar o agro. Parece reprise, não é?

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
ILUSTRADO SEGUNDA A SÁBADO 2016.indd

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mato Grosso em nova polêmica carnavalesca no papel de vilão

Mato Grosso em nova polêmica carnavalesca no papel de vilão

Texto e foto de Valéria del Cueto

Dá para acreditar? Todo mundo no mesmo saco, um estado inteiro no erro? Nada disso!

Assim se criam as polêmicas virais. Uma informação retirada do contexto. A afirmação categórica que a unidade é o todo. Com um tom de indignação se desconstrói o conceito previamente deturpado.

Enredo pobre e medíocre é assim. Eis a indignada manchete com o conteúdo seguindo o script: “Escola de samba do RJ vai criticar agro na Sapucaí”. As reações nas redes sociais, diante do apresentado, foram superlativas. Negativas em sua esmagadora maioria. Com ampla utilização de termos chulos, preconceitos variados explícitos e assinados contra a escola, o carnaval, o povo carioca e o Rio de Janeiro como um todo. Só a página que repercutiu o alerta indignado original teve mais 700 comentários até o fechamento desta edição. Muitos impublicáveis em veículos de comunicação.

Agora, o Rio é a Geni. Aquela em que jogam pedras depois de vários enredos carnavalescos, patrocinados ou não, muito bem-sucedidos sobre o agronegócio.  “Parábola dos Divinos Semeadores”, em 2011, pela Mocidade Independente de Padre Miguel (CNA). “A Vila canta o Brasil, celeiro do Mundo”, deu o último campeonato à azul e branca, em 2013 (Basf). O vice-campeonato de 2016 foi da Unidos da Tijuca com “Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”.

Foi neste último que vimos passar pela avenida as matas que seriam derrubadas, aradoscolheitadeiras,  aviões agrícolas para aplicação de defensivos. E, sim, uma fantasia similar a uma das que estão causando protestos. As composições de carro com lindas larvas do último carnaval reaparecem numa ala chamada “fazendeiros e seus agrotóxicos”. Mas lá podia...

Unidos da Tijuca, vice campeã de 2016

Imperatriz 2017

“Olhos da cobiça” e “Doenças e pragas” fantasias de alas comerciais, são apresentadas como provas cabais de que o enredo de 2017 da Imperatriz é inimiga mortal do agronegócio. Três fantasias num universo de mais de 30 alas num total 5 mil componentes fazem o link megalômano, um canal suficiente para defenestrar e destruir o universo inteiro do carnaval e botar no mesmo balaio de (pré)conceitos todos os envolvidos no processo e adjacências.

imperatriz-2017-logo

Mas afinal, qual o enredo da escola de Ramos? “Xingu, o clamor que vem da floresta”. Cá entre nós, serão todos os agricultores do Brasil os vilões citados no samba enredo que diz que “o belo monstro rouba a terra de seus filhos, devora e seca as matas e seca os rios, tanta riqueza que a cobiça destruiu”? Ou seria... Belo Monte, a usina hidrelétrica?

O que será pior: quem veste a carapuça de destruidor do meio ambiente ou quem deveria reconhecer que, por não ter feito a lição de casa, novamente a nota de interpretação de texto não dá pra passar de ano?

A direção da Imperatriz Leopoldinense não vai se manifestar sobre o episódio.

impleop-150221-138-carnavalesco-cahe-rodriguesCom a palavra Cahê Rodrigues, carnavalesco e autor do enredo da Imperatriz Leopoldinense

Você esperava uma reação dessa proporção do “agro” ao  enredo?
Sempre me preocupo muito com uma mensagem de amor e paz. Fujo de todo tipo de polêmica, de agressão ao próximo. Eu nunca fui um carnavalesco de entrar em polêmicas. Desde o início o objetivo desse tema foi exaltar os povos do Xingu dando voz a esses índios que lutam durante tanto tempo, tantas décadas, em prol da sua liberdade, do respeito com a sua terra, pela sua cultura, pelo seu povo. A proposta do enredo da Imperatriz é uma exaltação aos índios do Xingu. Eu realmente não esperava, uma repercussão negativa na área do agronegócio.

O enredo do Xingu é um enredo patrocinado?
Esse ano a Imperatriz não teve nenhuma proposta de enredo patrocinado. Trouxe três ideias de enredo como eu sempre faço. E, é claro, que eu tinha um carinho especial por esse tema do Xingu, porque já era um desejo meu de um dia poder exaltar os índios em algum dos meus enredos.

O agronegócio é um tema muito explorado no carnaval carioca...
Várias escolas já fizeram carnavais muito bem-sucedidos homenageando o agronegócio. A própria Imperatriz, no último carnaval fez uma homenagem a vida do sertanejo, a vida do caipira. Exaltou o trabalho do agronegócio, dos agricultores, na figura do caipira, do homem do campo e com muito orgulho levou essa história para o sambódromo.

Alguém do setor te procurou para dialogar ou pedir informações sobre a abordagem do enredo?
Ninguém me procurou pessoalmente, podem ter procurado a assessoria de imprensa da escola. Para mim ninguém ligou. Acho um pouco demais e desnecessária a posição agressiva de algumas pessoas que desconhecem a proposta de carnaval da Imperatriz e estão falando bobagens e coisas sem sentido, agredindo o carnaval da Imperatriz e o carnaval carioca.
Essas pessoas realmente não devem ter conhecimento da grandiosidade que essa festa representa para o país, o número de empregos que o carnaval gera o ano inteiro. Eu não tenho o que falar, o que responder para essas pessoas que realmente estão a fim de aparecer e de agredir desnecessariamente uma escola que está fazendo um projeto lindo, um projeto de respeito ao ser humano.

Um projeto que pretende exaltar não só os índios do Xingu, mas todo indígena brasileiro. Esse enredo é uma ode a todos os índios do Brasil, não só os índios do Xingu e, infelizmente, eu não tenho como mudar a história. A proposta do enredo não é agredir ninguém, mas eu não vou omitir nem vou deixar de mostrar na avenida aquilo que de fato agride, sim, a vida do índio. Ele depende da floresta para sobreviver, depende da água para pescar o seu peixe e o índio depende do ar puro para respirar assim como todos nós. O índio depende desse verde. Por isso o clamor da floresta que a Imperatriz vai levar para a avenida é para que todos possam olhar para as nações indígenas do Brasil com respeito e com o carinho que eles merecem.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com

Samba enredo

Compositores: Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna
BRILHOU… A COROA NA LUZ DO LUAR!
NOS TRONCOS A ETERNIDADE… A REZA E A MAGIA DO PAJÉ!
NA ALDEIA COM FLAUTAS E MARACÁS
KUARUP É FESTA, LOUVOR EM RITUAIS
NA FLORESTA… HARMONIA, A VIDA A BROTAR
SINFONIA DE CORES E CANTOS NO AR
O PARAÍSO FEZ AQUI O SEU LUGAR
JARDIM SAGRADO O CARAÍBA DESCOBRIU
SANGRA O CORAÇÃO DO MEU BRASIL
O BELO MONSTRO ROUBA AS TERRAS DOS SEUS FILHOS
DEVORA AS MATAS E SECA OS RIOS
TANTA RIQUEZA QUE A COBIÇA DESTRUIU
SOU O FILHO ESQUECIDO DO MUNDO
MINHA COR É VERMELHA DE DOR
O MEU CANTO É BRAVO E FORTE
MAS É HINO DE PAZ E AMOR
SOU GUERREIRO IMORTAL DERRADEIRO
DESTE CHÃO O SENHOR VERDADEIRO
SEMENTE EU SOU A PRIMEIRA
DA PURA ALMA BRASILEIRA
JAMAIS SE CURVAR, LUTAR E APRENDER
ESCUTA MENINO, RAONI ENSINOU
LIBERDADE É O NOSSO DESTINO
MEMÓRIA SAGRADA, RAZÃO DE VIVER
ANDAR ONDE NINGÚEM ANDOU
CHEGAR AONDE NINGUÉM CHEGOU
LEMBRAR A CORAGEM E O AMOR DOS IRMÃOS
E OUTROS HERÓIS GUARDIÕES
AVENTURAS DE FÉ E PAIXÃO
O SONHO DE INTEGRAR UMA NAÇÃO
KARARAÔ… KARARAÔ… O ÍNDIO LUTA PELA SUA TERRA
DA IMPERATRIZ VEM O SEU GRITO DE GUERRA!
SALVE O VERDE DO XINGU… A ESPERANÇA
A SEMENTE DO AMANHÃ… HERANÇA
O CLAMOR DA NATUREZA
A NOSSA VOZ VAI ECOAR… PRESERVAR!

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