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Grande Rio carnaval 2025 desfile 250304
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Texto e foto
Valéria del Cueto
Essa é uma crônica rapidinha que nem a vida.
Agora que o pato fez “quá” e tirou o mundo do eixo
é tudo assim. Atropelado. Sem tempo para absorver os movimentos. O que dirá usufruir
os momentos.
Não quero reclamar, apenas constato que está cada
vez mais complicado manter os acontecimentos negativos fora do radar e
invadindo o fluxo aqui @no_rumo do Sem Fim... que habito.
Me divido entre ser ativa e operante nas
atualizações acompanhando o pancadão desritmado ou procurar boas energias e
argumentos lúdicos para manter o moral elevado, vibrando numa sintonia positiva.
Se resvalo para o lado geminiano combativo e alerta,
aquele que acompanha e analisa os acontecimentos e suas inexoráveis consequências,
satisfaço o compromisso profissional e jornalístico que mantenho com o papel
que escolhi para desempenhar no contexto planetário enquanto houver espaço para
tal.
Tipo uma nano partícula a mais nesse mundão
disposta a acreditar, trabalhar e difundir o humanismo. O bem estar geral.
Só mais uma micreza no meio de uma tempestade ácida
que corrói o senso comum de solidariedade e amor ao próximo que deveria mover o
mundo nesse momento tão complicado.
Dele, não quero falar. Consultem, caros leitores,
as efemérides do ano da graça de 2025. Está tudo aí diante dos olhos, ouvidos e
demais sentidos. Reais ou artificiais.
Escrito, descrito, gravado, analisado de forma minuciosa.
Inexoravelmente indicando a vinda de tempos ainda mais difíceis.
Para evitar o esgotamento mental diante das
circunstâncias, troco de gêmea. Deixo chegar a que persegue borboletas para
fotografar.
A mesma que fica com pena das lagartas devoradoras
das tenras folhas da renda portuguesa e, sem esmaga-las, tenta transportá-las a
outros lugares do jardim para que possam se desenvolver e voltem aladas a flanar
pelos caminhos floridos do meio do mundo.
Desvio o olhar das cenas brutais transmitidas maciçamente
pelos meios de comunicação e amplificadas pelas redes sociais para a laranja natal,
aquela que só serve para fazer doce, amadurecendo na ponta do telhado,
balançando em cima do rio. A vejo amarelando na paisagem já de inverno.
Observo seu crescimento há meses. Desde quando
quase despenquei pela janela, deslisando pelo telhado da garagem, em direção ao
curso d´água lá embaixo.
Tentava colher uma goiaba antes que ficasse
perpitola e os passarinhos começassem a beliscar a delícia quase madura.
Disputa dura pelos melhores frutos. Ferrenha, concorda?
Na quase queda, estudando minhas chances de esticar
o braço, jogando o corpo pra fora com as pernas agarradas na lateral do beiral,
agarrar um chumaço de folhas que me permitisse puxar o galho do meu objeto de desejo.
Reparei que a última chance de apoio aéreo, antes do desastre terminar dentro das
águas do riozinho, seria me agarrar nos galhos não sei se frágeis da dita laranjeira.
Na ponta derradeira da ramagem vi a bebê laranjinha
e comecei a acompanhar seu crescimento.
Como ainda estou aqui, alguns meses depois, deduzo
que deixei a goiaba desejada para o deleite da passarinhada. Ia dar ruim.
No mesmo processo observatório vi, na outra margem,
explodirem os botões das flores do pé de manacá. Lá do outro lado da ponte...
Estou me devendo um registro fotográfico desse
visual exuberante de tom lilás com toques brancos salpicados. Um espetáculo!
Sim, diz essa gêmea à outra, o mundo(ainda) é belo.
Sei que sou privilegiada por ter essa rota de fuga,
tenho consciência que isso não é para qualquer um.
E esse é o motivo que me move ao descrever essas miudezas
tão manoelinas.
Para que elas cheguem, pelo menos assim descritas,
em outros lugares onde haja a precisão de um pouco de quase nada para quem
precisa de uma dose de delicadeza para enfrentar o mais que tudo.
Aquele que não pede licença nem permite outra opção a não ser enfrenta-lo com resiliência, coragem e (aí que eu entro) um sopro de humanidade e esperança de que as coisas, vagarosamente e com muito cuidado e zelo, podem, sim, melhorar...
*Valéria
del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Não sei onde enquadrar” e do SEM
FIM... delcueto.wordpress.com
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Texto e fotos de Valéria del Cueto
Se os desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro,
transmitidos para o mundo inteiro, são caixas de ressonância que fazem ecoar as
questões abordadas nos enredos, por que não cantar a ancestralidade, suas
epopeias mitológicas e as influências no modo de vida material e espiritual de
quem produz e protagoniza o espetáculo?
Tem gira na pista e em dez dos doze enredos das escolas de samba
do Grupo Especial do carnaval carioca 2025. Os temas valorizam nossas raízes
africanas alertando sobre o crescente e alarmante aumento da intolerância no
país.
A vida como ela é - Nada de novo no universo das comunidades
do samba. São compostas pelo povo preto periférico que sofre com a dura
realidade e arbitrariedades em seu cotidiano.
Um exemplo são os terreiros proibidos de funcionarem em áreas
dominadas por evangélico/traficantes. O Complexo de Israel tem até bandeira daquele
país hasteada, na zona norte do Rio.
É uma hipótese para a predominância, no maior espetáculo popular
do planeta, de enredos sobre as tradições afro-indígenas religiosas. As
exceções são a Mocidade Independente e a Vila Isabel.
Mudanças estruturais – Há novidades na dinâmica do espetáculo promovido pela Liesa, a Liga das Escolas de Samba. Serão
três noites de disputa. De domingo a terça de carnaval quatro escolas passarão
pela Sapucaí seguidas de rodas de samba na praça da Apoteose.
Haverá alteração no número de cabines de jurados. Voltam a ser
quatro. Duas de cada lado, distribuídas ao longo da pista. O julgamento também
foi modificado. As notas não serão fechadas ao final de todas as apresentações,
mas após cada noite de desfile. Que diferença o novo formato faz? Veremos. Só
saberemos o resultado das mudanças após a abertura dos envelopes na apuração.
De arquibancada
- Essas e outras questões estiveram na boca do povo do samba que
bateu ponto na Sapucaí nos ensaios técnicos gratuitos, em 2025. Atire a
primeira serpentina quem não deu pitaco sobre a iluminação cenográfica. A que
transforma o visual das apresentações e acrescenta novos desafios estéticos à concepção
do espetáculo.
Os desenhos de luz se refletirão na avaliação dos quesitos? Como julgar,
por exemplo, o acabamento de fantasias e alegorias em meio ao pisca-pisca psicodélico
que esconde os detalhes das peças elaboradas pelos artesãos do carnaval?
Para aprimorar - As soluções de problemas
estruturais como o som da avenida, a segurança dos foliões no entorno do
sambódromo e a melhoria das condições de trabalho na indústria do
carnaval seguem em construção, apesar da urgência e relevância das
demandas.
Mas, como já dizia o samba consagrado, “o show tem que continuar”.
E, como “ainda estamos aqui”, a disputa pelo campeonato vai ser boa. Terá um
tempero especial: domingo tem Oscar, com Fernanda Torres e o filme sobre Rubens
Paiva concorrendo em três categorias. Vamos firmar o Xirê (roda ou dança
utilizada para evocação dos Orixás) e chamar os orixás! A vida presta e o
carnaval contagia...
Domingo, 02 de
março
A Unidos de Padre Miguel, campeã da Série Ouro em
2024, começa a gira com o enredo "Egbé Iya Nassô" dos carnavalescos Alexandre
Louzada e Lucas Milato. Canta o mais antigo terreiro de candomblé do Brasil, em
Salvador. A escola da Zona Oeste abre os caminhos e pede passagem: “Vila
Vintém é terra de macumbeiro. No meu Egbé, governado por mulher, Iyá Nasso é rainha do candomblé”
Após décadas sem enredos afros, a Imperatriz Leopondinense,
atual vice-campeã, embarca na proposta de Leandro Vieira: “Ómi Tútu ao Olúfon
- Água fresca para o senhor de Ifón”, um itan (lenda) sobre as peripécias da viagem de
Oxalá ao reino de Xangô. “Vai começar o itan de Oxalá, segue o cortejo
funfun...”
A Viradouro, de
Niterói, tenta o bi com “Malunguinho, o
mensageiro de três mundos”.
A mata, os mistérios da jurema e da encruzilhada compõem o enredo afro-indígena
de Tarcísio Zanon. Ele apresenta a entidade que é “O rei da mata que mata
quem mata o Brasil”.
A Mangueira trouxe
de São Paulo o carnavalesco Sidnei França para exaltar seus crias e a
influência do povo banto na cultura carioca e brasileira. “À Flor da Terra -
No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” projeta no contexto atual os saberes da negritude:
“O povo banto que floresce nas vielas, orgulho de ser favela”.
Segunda, 03 de
março
Na Unidos da Tijuca o samba conta com pesos pesados na
parceria encabeçada pela cantora Anitta. Desenvolvido por Edson Pereira, “Logun-Edé:
Santo Menino Que Velho Respeita”,
homenageia o orixá filho de Oxum e Oxóssi. “Eu não descanso depois da
missão cumprida, a minha sina é recomeçar...”
“Laíla de Todos os
Santos, Laíla de Todos os Sambas”, de João Vitor Araújo, chama à Sapucaí, mais uma
vez, o lendário sambista, carnavalesco e produtor musical autodidata, peça fundamental em vários campeonatos da Beija-flor. A
nação nilopolitana se despede de Neguinho da Beija-flor, que se aposenta, e roga
ao homenageado: “Volta e me dá os caminhos, conduz outra vez meu destino...”
“Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá, quem
tem medo de quiumba não nasceu pra demandar. Meu terreiro é a casa da mandinga,
quem se mete com Salgueiro acerta as contas na curimba”. A parceria de
Xande de Pilares embala “Salgueiro de corpo fechado”, proposta do carnavalesco Jorge Silveira. Recado
dado...
O enredo de Paulo Barros “Quanto mais eu
rezo, mais assombração aparece”, na Vila
Isabel, foge da temática afro-indígena na safra 2025. Sai a macumba
e... “Solta o bicho, dá um baile de alegria. É o povo do samba virado na
bruxaria”
Terça, 04 de março
A Mocidade Independente de Padre Miguel abre
a última noite de desfiles. O enredo da dupla Renato e Márcia Lage (que nos
deixou no início do ano), “Voltando para o
futuro não há limites pra sonhar”, também foge da linha africana. “Quando o futuro
voltar, a juventude vai crer que toda estrela pode renascer”.
“Quem tem medo de
Xica Manicongo?”,
de Jack Vasconcelos, apresenta a primeira travesti do Brasil, fichada pelo Santo
Ofício. O Paraíso do Tuiuti terá o reforço de personalidades como
Eloína, pioneira no posto de rainha de bateria, e a deputada Erika Hilton.
Somam-se num protesto contra a discriminação, a homofobia e violência no país
que mais mata LGBTQIA+ no mundo. “Que o Brasil da terra plana, tenha consciência humana, Chica vive na fumaça”
"Pororocas
parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós". O samba da Grande Rio, da parceria de
Mestre Damasceno, veio das eliminatórias realizadas em Belém. Leonardo Bora e
Gabriel Haddad trazem do Pará a lenda de três princesas
turcas e encantarias da Amazônia. Paolla Oliveira se despede do reinado na bateria
de Mestre Fafá. “É força de Caboclo, Vodun e Orixá. Meu povo faz a curva
como faz na gira...”
“Cantar será buscar
o caminho que vai dar no Sol. Uma homenagem a Milton Nascimento”. Com o enredo de Antônio Gonzaga e André Rodrigues a Portela colocará o pé na estrada para encerrar
a disputa do carnaval carioca de 2025... “Iyá
chamou Oxalá preto rei pra sambar. Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar"
BOX
Ordem dos desfiles:
Domingo 02/03 – Unidos de Padre Miguel,
Imperatriz, Viradouro e Mangueira
Segunda 03/03 – Tijuca, Beija-flor,
Salgueiro e Vila Isabel
Terça 04/03 – Mocidade, Paraíso do
Tuiuti, Grande Rio e Portela
Transmissão TV Globo e Globoplay às 22h. Dica de
comentários: sintonize o áudio na Tupi.fm
...................................................
Gustavo e
Edson
Mando várias fotos
pra dar pra brincar com a diagramação. Claro que não consegui me decidir. Não é
preciso usar todas, nem na ordem. Fica a critério do Edson...
Uma matéria só como
fizemos ano passado.
A matéria é dividida
em: introdução, domingo, segunda e o box com a ordem dos desfiles, se couber.
Fotos:
Foto 01 – Topo
rasgada título na parte superior, no céu da Apoteose
ET Viradouro 250215
234 Ala da baianas componentes Apoteose boa
Título - Xirê na Sapucaí
Sub-título – Tem gira na passarela
do samba
Foto 2- ET Tuiuti 250201 153 Abre alas alegoria destaque leque fashion
Legenda – Tuiuti e o primeiro enredo LGBTQIA+ do Especial. Quem
tem medo?
Foto 3 - ET G Rio 250201 098 Ala
componentes adereços bamboles boa
Legenda – O colorido exuberante do carimbó na Grande Rio
Foto 4 – ET Mangueira 250201 071 CF componentes menino da Mangueira coroa
boa
Legenda – Os crias, herdeiros do povo banto, reinam na Mangueira
Foto 5 – ET B Flor 250201 010 CF componentes Exu boa
Legenda – Exu garante caminhos abertos na Sapucaí
Foto 6 - ET Tuiuti 250201 142 torcida frisas boa
Legenda – Na torcida, o amor e paixão carnavalesca
Foto 7 - ET Imp Leo 250215 103 Ala componente boa adereço coroa cut
Legenda – O povo do samba reina no quilombo da alegria
Foto 8 - ET Vila 250208 204 Destaque boa
Legenda – Um assombro a musa da Vila Isabel
Foto 9 - ET Portela 250208 078 Abre alas Águia CF componentes pista geral
boa
Legenda – Nas asas da águia portelense, a homenagem a Milton
Nascimento
Foto 10 - ET Portela 250208 176 Ala componente boa
Legenda – Girasssóis da Portela no caminho de Bituca
Foto 11 - ET Viradouro 250215 122 Musa close boa
Legenda –Viradouro: em busca do bi
Texto e fotos de Valéria del Cueto
Se os desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro, transmitidos para o mundo inteiro, são caixas de ressonância que fazem ecoar as questões abordadas nos enredos, por que não cantar a ancestralidade, suas epopeias mitológicas e as influências no modo de vida material e espiritual de quem produz e protagoniza o espetáculo?
Tem gira na pista e em dez dos doze enredos das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca 2025. Os temas valorizam nossas raízes africanas alertando sobre o crescente e alarmante aumento da intolerância no país.
A vida como ela é - Nada de novo no universo das comunidades do samba. São compostas pelo povo preto periférico que sofre com a dura realidade e arbitrariedades em seu cotidiano.
Um exemplo são os terreiros proibidos de funcionarem em áreas dominadas por evangélico/traficantes. O Complexo de Israel tem até bandeira daquele país hasteada, na zona norte do Rio.
É uma hipótese para a predominância, no maior espetáculo popular do planeta, de enredos sobre as tradições afro-indígenas religiosas. As exceções são a Mocidade Independente e a Vila Isabel.
Mudanças estruturais – Há novidades na dinâmica do espetáculo promovido pela Liesa, a Liga das Escolas de Samba. Serão três noites de disputa. De domingo a terça de carnaval quatro escolas passarão pela Sapucaí seguidas de rodas de samba na praça da Apoteose.
Haverá alteração no número de cabines de jurados. Voltam a ser quatro. Duas de cada lado, distribuídas ao longo da pista. O julgamento também foi modificado. As notas não serão fechadas ao final de todas as apresentações, mas após cada noite de desfile. Que diferença o novo formato faz? Veremos. Só saberemos o resultado das mudanças após a abertura dos envelopes na apuração.
De arquibancada - Essas e outras questões estiveram na boca do povo do samba que bateu ponto na Sapucaí nos ensaios técnicos gratuitos, em 2025. Atire a primeira serpentina quem não deu pitaco sobre a iluminação cenográfica. A que transforma o visual das apresentações e acrescenta novos desafios estéticos à concepção do espetáculo.
Os desenhos de luz se refletirão na avaliação dos quesitos? Como julgar, por exemplo, o acabamento de fantasias e alegorias em meio ao pisca-pisca psicodélico que esconde os detalhes das peças elaboradas pelos artesãos do carnaval?
Para aprimorar - As soluções de problemas estruturais como o som da avenida, a segurança dos foliões no entorno do sambódromo e a melhoria das condições de trabalho na indústria do carnaval seguem em construção, apesar da urgência e relevância das demandas.
Mas, como já dizia o samba consagrado, “o show tem que continuar”. E, como “ainda estamos aqui”, a disputa pelo campeonato vai ser boa. Terá um tempero especial: domingo tem Oscar, com Fernanda Torres e o filme sobre Rubens Paiva concorrendo em três categorias. Vamos firmar o Xirê (roda ou dança utilizada para evocação dos Orixás) e chamar os orixás! A vida presta e o carnaval contagia...
Domingo, 02 de março
A Unidos de Padre Miguel, campeã da Série Ouro em 2024, começa a gira com o enredo "Egbé Iya Nassô" dos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato. Canta o mais antigo terreiro de candomblé do Brasil, em Salvador. A escola da Zona Oeste abre os caminhos e pede passagem: “Vila Vintém é terra de macumbeiro. No meu Egbé, governado por mulher, Iyá Nasso é rainha do candomblé”
Após décadas sem enredos afros, a Imperatriz Leopondinense, atual vice-campeã, embarca na proposta de Leandro Vieira: “Ómi Tútu ao Olúfon - Água fresca para o senhor de Ifón”, um itan (lenda) sobre as peripécias da viagem de Oxalá ao reino de Xangô. “Vai começar o itan de Oxalá, segue o cortejo funfun...”
A Viradouro, de Niterói,tenta o bi com “Malunguinho, o mensageiro de três mundos”. A mata, os mistérios da jurema e da encruzilhada compõem o enredo afro-indígena de Tarcísio Zanon. Ele apresenta a entidade que é “O rei da mata que mata quem mata o Brasil”.
A Mangueira trouxe de São Paulo o carnavalesco Sidnei França para exaltar seus crias e a influência do povo banto na cultura carioca e brasileira. “À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” projeta no contexto atual os saberes da negritude: “O povo banto que floresce nas vielas, orgulho de ser favela”.
Segunda, 03 de março
Na Unidos da Tijuca o samba conta com pesos pesados na parceria encabeçada pela cantora Anitta. Desenvolvido por Edson Pereira, “Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita”, homenageia o orixá filho de Oxum e Oxóssi. “Eu não descanso depois da missão cumprida, a minha sina é recomeçar...”
“Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”, de João Vitor Araújo, chama à Sapucaí, mais uma vez, o lendário sambista, carnavalesco e produtor musical autodidata, peça fundamental em vários campeonatos da Beija-flor. A nação nilopolitana se despede de Neguinho da Beija-flor, que se aposenta, e roga ao homenageado: “Volta e me dá os caminhos, conduz outra vez meu destino...”
“Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá, quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar. Meu terreiro é a casa da mandinga, quem se mete com Salgueiro acerta as contas na curimba”. A parceria de Xande de Pilares embala “Salgueiro de corpo fechado”, proposta do carnavalesco Jorge Silveira. Recado dado...
O enredo de Paulo Barros “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, na Vila Isabel, foge da temática afro-indígena na safra 2025. Sai a macumba e... “Solta o bicho, dá um baile de alegria. É o povo do samba virado na bruxaria”
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Terça, 04 de março
A Mocidade Independente de Padre Miguel abre a última noite de desfiles. O enredo da dupla Renato e Márcia Lage (que nos deixou no início do ano), “Voltando para o futuro não há limites pra sonhar”, também foge da linha africana. “Quando o futuro voltar, a juventude vai crer que toda estrela pode renascer”.
“Quem tem medo de Xica Manicongo?”, de Jack Vasconcelos, apresenta a primeira travesti do Brasil, fichada pelo Santo Ofício. O Paraíso do Tuiuti terá o reforço de personalidades como Eloína, pioneira no posto de rainha de bateria, e a deputada Erika Hilton. Somam-se num protesto contra a discriminação, a homofobia e violência no país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. “Que o Brasil da terra plana, tenha consciência humana, Chica vive na fumaça”
"Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós". O samba da Grande Rio, da parceria de Mestre Damasceno, veio das eliminatórias realizadas em Belém. Leonardo Bora e Gabriel Haddad trazem do Pará a lenda de três princesas turcas e encantarias da Amazônia. Paolla Oliveira se despede do reinado na bateria de Mestre Fafá. “É força de Caboclo, Vodun e Orixá. Meu povo faz a curva como faz na gira...”
“Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol. Uma homenagem a Milton Nascimento”. Com o enredo de Antônio Gonzaga e André Rodrigues a Portela colocará o pé na estrada para encerrar a disputa do carnaval carioca de 2025... “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar. Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar"
BOX
Ordem dos desfiles:
Domingo 02/03 – Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira
Segunda 03/03 – Tijuca, Beija-flor, Salgueiro e Vila Isabel
Terça 04/03 – Mocidade, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela
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(C)2025 Valéria del
Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998
"Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos" é o enredo do carnavalesco
Tarcísio Zanon para o carnaval 2025.
Agradecimentos componentes da Viradouro, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.
Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com
Ensaio fotográfico e vídeos publicados no canal @del Cueto, no Youtube de
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