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quarta-feira, 21 de maio de 2025

Raízes Nativas e povos originários: arte como resistência cultural e política

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagens protegidas pela lei 9610/1998

Raízes Nativas e povos originários:

arte como resistência cultural e política

Do Templo do Carnaval, na Marquês de Sapucaí, ecoam a cada ano, nos desfiles das escolas de samba  cariocas, sons, imagens e anseios das comunidades que alimentam e nutrem o fantástico imaginário  carnavalesco. Ele  descortina, sublinha e ressignifica histórias e personagens incorporados pelo povo do samba.

O samba sabe, quem sabe samba e as raízes nativas, os povo originários, inspiram, integram e se projetam na rica arte alegórica produzida nos barracões das escolas de  samba e de vida. As que promovem o maior espetáculo popular do planeta...

Imagens de:  

"Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos", do carnavalesco Tarcísio Zanon, da Acadêmicos do Viradouro 2025   

"Quem tem medo de Xica Manicongo", carnavalesco Jack Vasconcelos, Paraíso do Tuiuti 2025

"Egbé Iya Nassô", carnavalescos Alexandre Louzada Lucas Milato, Unideos de Padre Miguel 2025 

https://www.flickr.com/photos/delcueto/albums/72177720326263466
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Ensaio apresentado no evento "Raízes Nativas e povos originários: arte como resistência cultural e política", coletiva realizada no dia 17 de maio de 2025 no Raízes do Brasil, Santa Teresa, Rio de Janeiro.

Agradecimentos a Raissa Laban e aos realizadores.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

(C)2025 Valéria del Cueto (all rights reserved protegido pela lei 9610/1998)

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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Viradouro carnaval 2025 desfile 250302

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998

Viradouro carnaval 2025 desfile 250302

 A Viradouro foi a terceira escola a desfilar no domingo, 03 de março de 2025, na Marquês de Sapucaí.

"Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos", enredo do carnavalesco Tarcísio Zanon, classificou a escola de Niterói em 4o. posição no carnaval 2025.

Agradecimentos componentes da Viradouro, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.
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Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

Ensaio fotográfico e vídeos dos ensaios técnicos da Viradouro publicados no canal @del Cueto, no Youtube de (C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved protegido pela lei 9610/1998

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Viradouro carnaval 2025 ensaio técnico 250215

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998

 A Viradouro encerrou a primeira rodada de ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial carioca no sábado, 15 de fevereiro de 2025, na Sapucaí para o carnaval 2025.

"Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos" é o enredo do carnavalesco Tarcísio Zanon para o carnaval 2025.

Agradecimentos componentes da Viradouro, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

Ensaio fotográfico e vídeos publicados no canal @del Cueto, no Youtube de (C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved protegido pela lei 9610/1998

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Alafiou! Jogo aberto nos 40 anos da Sapucaí. A Viradouro leva o título.

Jogo aberto e a Viradouro leva o título

Alafiou! Jogo aberto nos 40 anos da Sapucaí.

A Viradouro leva o título.

Texto e fotos  Valéria del Cueto

Adivinha? Apesar das previsões de Esmeralda, a cigana leopoldinense em busca do bicampeonato, os búzios do jogo caíram todos abertos do outro lado da ponte, em Niterói. Assim estavam os caminhos da Viradouro em seu desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro no carnaval 2024, o dos 40 anos do Sambódromo.

Leandro Vieira esteve próximo da vitória durante 24 horas. A escola de Ramos foi a última a desfilar no raiar do primeiro dia de disputa. Manteve o favoritismo até a madrugada seguinte quando as guerreiras voduns do carnavalesco Tarcísio Zanon se apossaram da Marquês de Sapucaí. Não teve pra ninguém. Nem na bolha carnavalesca das redes sociais, nem na leitura das notas dos jurados. A escola terminou com um ponto à frente da vice-campeã.

A luz do amanhecer valorizando o conjunto alegórico da Imperatriz
Ambas se valeram da luz do amanhecer para emoldurarem seus vaticínios e enriquecerem as palhetas de cores dos enredos. A luz cenográfica, turbinada por tintas e tecidos fluorescentes, mudou o visual do espetáculo. A novidade escondeu ainda mais o povo do samba, já mascarado por efeitos de maquiagem. Também derrubou quem não soube utilizar os recursos.
Brasilidade tropical explícita na Mocidade.

Foi a ambientação, por exemplo, que penalizou a Vila e a Portela na apresentação dos casais de mestre-sala e porta-bandeira. No caso da Vila com um agravante.  Paulo Barros depois de tocar fogo na porta-bandeira Lucinha Lins tempos atrás na Mocidade e, ano passado, vestir o casal na pista, apagou a apresentação do pavilhão e colocou no lugar lasers multicoloridos acoplados nas vestimentas do casal da terra de Noel Rosa. Perdeu décimos preciosos, junto com o samba de Martinho da Vila(!) e o enredo de Oswaldo Jardim.

As justificativas exporão os critérios dos julgadores que deixaram de fora das campeãs a Mangueira, homenageando Alcione (perdeu no quesito de desempate, fantasia, a sexta posição), a Beija-Flor com Maceió, e acharam cica no caju tropical da Mocidade em vários quesitos incluindo o enredo, tão original, e... o samba! A Porto da Pedra teve passagem fugaz pelo Grupo e volta para o Ouro de onde sobe a campeã Unidos de Padre Miguel.


DESFILE DAS CAMPEÃS – Vila, Portela, Salgueiro, Grande Rio, Imperatriz e Viradouro.

Na Vila, só alas de comunidade, o chão de Noel.
A reedição da Vila de "Gbalá", enredo de Oswaldo Jardim de 1993, abre a noite das Campeãs trazendo o axé das crianças salvando o planeta ao realimentar as energias de Xangô ao som da bateria de Mestre Macaco Branco e o lindo samba de Martinho da Vila canetado em 2 décimos.

 O tempo passa, o “defeito de cor” permanece. Marinete Franco e outras mães relembram suas dores.
A Portela a volta às campeãs depois de ficar de fora no ano de seu centenário. O enredo “Um defeito de cor” conseguiu mais um recorde carnavalesco. O livro de Ana Maria Gonçalvez se esgotou na gigante Amazon! Que rapidamente repôs o estoque do fenômeno literário.  

Vida na tribo Yanomami, janela aberta para o mundo pelo Salgueiro

O Salgueiro é a primeira das três agremiações que desfilaram na noite de domingo a retornar a avenida. “Hutukara” trará de volta o casal Marcella Alves e Sidcley. Assim como os casais da Imperatriz, Grande Rio e Mangueira, eles gabaritaram no quesito mestre-sala e porta-bandeira. Dos quatro, o único que não se apresenta no sábado é Cintya Santos e Matheus Olivério, da verde e rosa.

A onça da Comissão de Frente da Grande Rio
Na Grande Rio, com “Nosso destino é ser onça”, a proposta de Gabriel Haddad e Leonardo Bora teve um bom desempenho nos quesitos plásticos inovando novamente nos materiais. A clareza do enredo, o samba e harmonia não deixaram a onça beber a água de mais um campeonato. Destaque aos felinos da alegoria da comissão de frente e o de Paola Oliveira, reinando na bateria.


A Imperatriz Leopoldinense, última escola a desfilar no domingo planejou seu desfile para o amanhecer. Vamos ver como as criações de Leandro Vieira se comportarão na luz noturna. Tomara que seja fixa, ou se altere suavemente. Os recursos do neon e da fluorescência acabarão cansando. Não precisa de búzios nem bola de cristal para chegar a essa conclusão.

Rute Alves e Julinho Nascimento, o casal campeão
A Viradouro encerra o sábado das campeãs, comemorando merecidamente seu terceiro título com “Arroboboi, Dangbé” e dando uma aula sobre a serpente, símbolo da vida, regeneração e recomeço nos cultos voduns vindos da Costa da Mina, na África. Uma aula. Mais uma lição das escolas de samba da cultura popular brasileira.


O desfile das Campeãs do RJ será transmitido no sábado, no Multishow a partir das 21:30h, horário de Brasília.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com






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sexta-feira, 8 de março de 2019

Oxalá acima de tudo, Mangueira acima de todas!



Oxalá acima de tudo, Mangueira acima de todas! 

Os filhos fiéis comemoram: a Nação Verde e Rosa é campeã.
Texto e fotos de Valéria del Cueto

Que carnaval foi esse! O desfile das escolas de samba do grupo especial, no sambódromo carioca, na Marquês de Sapucaí, é um resumo desse caldeirão chamado Brasil. Enquanto o país patina na crise e a falta de recursos é geral, lá o produto mais distribuído foi dinheiro.

De corruptos, vendidos e ladrões. Na São Clemente, Paraíso do Tuiuti e Imperatriz. Além de cédulas também voaram pelo espaço aéreo da Passarela do Samba, o Padim Padre Cícero, na União da Ilha, e os emojis na Grande Rio. Nada que fizesse subir, aos céus do sábado das campeãs, nenhuma das citadas.
              Na montagem, enquanto a Fenix carrega no bico o símbolo da vice-campeã Viradouro, Padre Cícero e emogis passeiam pelo espaço aéreo do setor 1.

Sobe a Estácio de Sá. Junto com o Império Serrano, a Imperatriz foi rebaixada. A escola mais injustiçada, novamente, foi a São Clemente. Seu desfile delicioso deu o recado reeditando do enredo “O Samba, sambou”. “Luzes câmeras e som, mil artistas na Sapucaí...”

 
Na São Clemente, recado direto para o prefeito Crivella.

Esse ano, a TV Brasil não transmitirá o desfile das campeãs. E é melhor assim. Seria difícil não enquadrar os protestos que, certamente, aparecerão depois da performance presidencial em suas postagens carnavalescas. O que por um lado pode ser ruim, por outro, garante que as redes sociais vão bombar na noite de sábado, o desfile começa às 21:15h.

Quem abre a festa é a Mocidade Independente de Padre Miguel. A escola cai dentro do tema proposto "Eu sou o Tempo. Tempo é Vida”. No abre alas com sua mítica estrela, Elza Soares, será festejada no enredo de 2020. O futuro já começou em Padre Miguel.


A Estrela da Mocidade aponta para o futuro: Elza Soares vai brilhar em 2020

A seguir vem o quinto colocado, Salgueiro, com “Xangô”. As dificuldades, capitaneadas pela disputa à presidência da escola, se refletiram na apresentação. Embalado por um ótimo samba, o casal de porta-bandeira e mestre sala, Marcella Alves e Sidcley, retornou ao posto, depois de afastado pela antiga diretoria.


Marcella Alves, Sidcley e o pavilhão salgueirense.


Salgueiro canta Xangô, composição de carro.


O destaque do tripé em que vinha Djalma Sabiá, último remanescente do grupo de fundadores e presidente de honra do Salgueiro, passou mal e desapareceu no meio de plumas e adereços. Foi retirado da pista pelos bombeiros, logo depois da torre de TV.

A Portela trovejou, mas não relampejou cantando Clara Nunes. A azul e branco perdeu pontos em alegorias e adereços, bateria, comissão de frente e evolução. A ala desenhada por Jean PaulGaultier, que não pode comparecer, contou com personalidades francesas e foi inspirada em marinheiros bleu, blanc, rouge.


Ala da Portela, efeito e movimento na pista

Já a Vila Isabel de Martinho, num luxo só para cantar as belezas da Petrópolis Imperial, terceira colocada, perdeu décimos em quesitos em que sempre foi forte: enredo, bateria e samba.


Portões de Petrópolis, cenário imperial brasileiro


Carro alegórico da Vila, tecnologia de Parintins


Destaque da Vila

O que não foi bom para a escola do bairro de Noel ano passado, caiu como uma luva na Viradouro. A letra do samba já cantava “O brilho no olhar, voltou...” Vinda do Acesso, a representante de Niterói deu uma incrível arrancada com a chegada de Paulo Barros, alcançando o vice-campeonato com “ViraViradouro”.


Componentes realizados: do acesso ao vice-campeonato da escola de Niterói.

O samba é capaz de coisas incríveis. O governador Wilson Witzel, não estava na pista no desfile do Paraíso do Tuiuti, quinta escola a desfilar na segunda feira, falando do bode eleito vereador. Mas aquele que, um dia, foi fotografado comemorando com correligionários que rasgaram a placa de Marielle Franco, não fez forfait na hora de beijar o pavilhão verde e rosa.


O governador do Rio de Janeiro beija(?) a bandeira da Mangueira, a escola que trouxe Marielle Franco no enredo.

A passagem da Mangueira foi avassaladora, com o enredo “Histórias pra ninar gente grande”, do carnavalesco Leandro Vieira (Marielle é citada no samba), falando da história que a história não conta. Incluindo a dos culpados pelo assassinato da vereadora, há praticamente um ano.


Os filhos fiéis comemoram: a Nação Verde e Rosa é campeã.

Não foi uma conquista fácil. A escolha do enredo, a disputa apertada do samba, o trabalho heroico da direção ao unir a comunidade enquanto a agremiação era achincalhada, com poder municipal a responsabilizando pela perda de patrocínios. E a comunidade lá, na quadra, na roda. Cantando nos ensaios como se não houvesse amanhã e driblando os obstáculos. No barracão, a falta de recursos. Leandro Vieira e sua equipe se virando. Foi um processo complicado. E o povo lá!


Squel Jorgea, Matheus Olivério e o pavilhão verde e rosa.

Ao pisar na Sapucaí a verde e rosa vai cheia de moral, cantando de peito aberto pelo direito de ser e dizer. Livre. Da ignorância, do preconceito, da tentativa vã de calar a voz do povo, do samba. De transformar nossa festa na mais reles pornografia.


Comemorando 60 anos, a bateria da Mangueira com mestre Wesley gabaritou. 10 em todos os módulos.
A Mangueira é história e faz história no palco que lhe cabe. A passarela do povo. Criada há 35 anos por Oscar, Darcy e Brizola. Palco plural de cultura popular, resistência e, sim, onde a voz do samba se faz ouvida. Do nosso chão, para mundo inteiro.


Evelyn Bastos, a Rainha de Bateria, vibra.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
Ordem dos desfiles:
Mocidade Independente
Salgueiro
Portela
Vila Isabel
Viradouro
Mangueira

Clique AQUI para acessar o ensaio fotográfico e os vídeos da pagina Na luta é que a gente se encontra,  Mangueira Campeã

  
Diagramação Luiz Márcio – Gênio a quem agradeço, junto com a direção do Diário de Cuiabá!

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Ação e reação, intolerância não!


Ação e reação, intolerância não!

Texto e foto de Valéria del Cueto

“Ó meu Brasil
cuidado com a intolerância
tu és a pátria da esperança,
a luz do Cruzeiro do Sul.
Um país que tem estrela assim tão forte
não pode abusar da sorte
que lhe dedicou o Olurum.”
(“Alabê de Jesusalém, a saga de Ogundana”, samba da Viradouro, carnaval 2016, baseado na ópera de Altay Veloso. Compositores: Paulo César Feital, Zé Gloria, Felipe Filósofo, Maria Preta, Fábio Borges, William, Zé Augusto e Bertolo)
O alerta dado há dois anos atrás no carnaval carioca deixou de ser premonitório e se torna, a cada dia, uma triste realidade no Brasil. Atos de intolerância se multiplicam e se espalham por vários pontos do país. O preconceito explode em diferentes setores. Entre eles, o religioso.

O capítulo mais recente dessa triste história que ainda estamos escrevendo foi o vandalismo praticado contra o busto de Chico Xavier, no cemitério São João Batista, em Uberaba, Minas Gerais. O vidro blindado que protege da obra foi danificado por pedradas ou tiros, no sábado, 30 de setembro. Os autores não foram identificados.

Re-ação
A toda ação corresponde uma reação. Aqui no Rio de Janeiro ela vem ocorrendo na mesma proporção em que a intolerância religiosa se manifesta e, coisa dos tempos atuais, é registrada em gravações distribuídas pelas redes sociais como troféus de uma cruzada obscurantista de preconceito e violência.

Da 10ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa que reuniu milhares de fiéis na orla de Copacabana, no domingo 17 de setembro, participaram representantes de religiões de matriz afro-brasileiras e lideranças de igrejas cristãs, das comunidades judaica, kardecista, budista, wicca...
Mais do que ser uma celebração da convivência pacífica entre a maioria das religiões realizada há uma década, esse ano a mobilização teve um apelo recorrente: a punição dos ataques a terreiros de matriz afro-brasileiras.

Filme antigo
Na Primeira Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa de 2008, protesto idealizado depois de denúncias de que traficantes estariam proibindo terreiros em favelas e após o ataque a um centro umbandista, Marcelo Crivella, então candidato à prefeitura do Rio pelo PRB, apareceu de surpresa no protesto e se posicionou. “Minha rejeição como político vem da intolerância de pessoas que não aceitam que eu seja evangélico”, disse o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Em março de 2016, como representante do estado do Rio de Janeiro no Senado Federal, Crivella cobrou a adoção de medidas corajosas para evitar o radicalismo das religiões no pronunciamento da tribuna em que homenageava cristãos mortos num atentado no Paquistão. Ele lamentou os atos de violência contra muçulmanos no Brasil apelando à tolerância religiosa e a convivência pacífica entre todos os credos. “ Eu gostaria de lembrar que a única guerra, o único combate legitimado por Cristo é o combate contra si mesmo, é a luta contra o medo, contra as hesitações, contra as tentações, contra as fraquezas. É a única luta que se prevê no âmbito da fé. Qualquer outra é movida pelo orgulho, pela prepotência. E eu digo mais: pior pecador é o acusador”, explicou.

O agora prefeito além de não comparecer a décima edição da Caminhada, através de medidas de controle que dá a seu gabinete o poder de autorizar ou negar a realização de qualquer evento na cidade, também se tornou alvo dos protestos e das mobilizações que se multiplicam em setores da sociedade carioca.

Intolerância na roda
Este será também o mote de dois fóruns de debates nos próximos dias no Rio de Janeiro.

O primeiro será (mais) uma audiência pública na Assembleia Legislativa, dia 05 de outubro, às 10h, com o tema “ Intolerância religiosa e os recentes ataques a terreiros de religiões de matrizes africanas”, promovida pela Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania, presidida pelo deputado Marcelo Freixo, do PSOL.
Diversidade e respeito serão conceitos que darão a tônica do encontro ecumênico. Nele, se reúnem durante o final de semana representantes de 17 religiões, autoridades como o Presidente da Fundação Palmares, Erivaldo Oliveira, o secretário estadual de Cultura, André Lazaroni e personalidades como o apresentador e carnavalesco Milton Cunha. Eles participarão da primeira de muitas mesas de palestras. Esta, terá como tema “Diversidades (religiosa, sexual, cultural e social)”.


Ensino laico ameaçado
Para a organizadora da EXPO Religião, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que professores de ensino religioso em escolas públicas promovam suas crenças em sala de aula será mais um assunto na pauta das discussões. “Agora nossa responsabilidade é maior. Precisamos mais do que nunca lutar pelo respeito e pela diversidade religiosa. Tendo em vista que hoje em sua grande maioria os professores são de uma única religião, essa decisão coloca em risco o livre arbítrio”, posiciona-se Luzia Lacerda, diretora e idealizadora do evento, considerado a maior feira do segmento na América Latina.

Temperando essas questões e integrando os visitantes, apresentações e novidades em produtos e serviços religiosos no Espaço Gastronomia, com stands de comidas, Espaço Oráculo, com práticas adivinhatórias como búzios, tarô, além do Espaço Zen com terapias alternativas, como a holística. Tudo ao ritmo de shows musicais, sempre às 18h, e de danças nos intervalos entre as atividades no decorrer do dia.

Para abrir com o pé direito, todas as bênçãos e o axé que precisa para ter êxito, a EXPO Religião receberá, às 13:30h do dia 06 de outubro, a visita da imagem de Nossa Senhora Aparecida Peregrina, como parte da comemoração dos 300 anos da Aparição da Padroeira do Brasil.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa matéria faz parte da série “Arpoador” do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sem Fim... no Carnaval 2010 - Sambódromo Domingo




Marques de Sapucaí, desfile de Domingo
União da Ilha do Governador
Imperatriz Leopoldinense
Unidos da Tijuca
Viradouro
Salgueiro
Beija Flor
* agradecimentos: Liesa e Riotur
**fotos de Valéria del Cueto para o Sem Fim...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

(Sobre) viver pra ver

(Sobre) viver pra ver!

Texto e foto de Valéria del Cueto
E lá vamos nós! Deixe a crise pra lá e traga a alegria pra cá. Chegou mais um carnaval. Mais um? Que nada! A cada ano algumas coisas se repetem, mas se olharmos bem, outras tantas se modificam, mudando a cara da festa.
Para cada lado que lanço meu olhar de observadora da folia vejo essas modificações. Sutis, algumas vezes, escancaradas em outras.
Hoje, minha atenção está se divide em três pontos do país:Uruguaiana/RS,  Cuiabá/MT e, claro o Rio de Janeiro que, afinal é a origem do meu amor pela folia e suas formas de manifestação.
Esse amor é tão grande que realizou o milagre de me fazer, finalmente, terminar um curso superior. Comecei com a primeira turma e terminei com a segunda (só consegui pegar meu certificado um ano depois), o que faz de mim, oficialmente, uma Gestora de Carnaval. E é o que parece uma piada ou diversão para alguns que me faz ter hoje, esse triplo olhar sobre a festa e seus variados aspectos.
SUL
Em Uruguaiana, sou testemunha de um fenômeno cultural da cidade: um desfile tardio, realizado duas semanas depois do carnaval oficial. É aí que estarei para ver no que virou o a festa que vi se transformar, por razões involuntárias, há mais de 20 anos atrás. Nessa época, por anos seguidos, a chuva, a falta de energia e outras intempéries fizeram com que o carnaval “atrasasse”. Um dia alguém se tocou que este “delay” era a chave para o sucesso do evento que hoje reúne mais de 25 mil pessoas.
LESTE
Aqui no Rio o fenômeno carnavalesco se renova a cada ano. E se (hipótese implausível) nada de novo acontecer no período momesco, ainda assim o Rio já terá dado sua cota de reinvenção na pré-temporada de verão.
A encolha das noites memoráveis nas semanas que antecediam a festa, nos shows do Terreirão do Samba, (que agora acontecem só no carnaval), foi inversamente proporcional ao crescimento e ao sucesso dos ensaios técnicos das escolas de samba, realizados desde dezembro na Sapucaí.
A diversão gratuita caiu no gosto dos cariocas que, pelo menos no mês de janeiro, lotaram as arquibancadas do sambódromo para ver as grandes agremiações “afinarem” a performance para a disputa do título.
No início eram apenas ensaios. Com o passar dos anos evoluíram para uma diversão popular e descontraída, sob o olhar atento da LIESA. As alas passaram a usar camisetas, estas foram customizadas, personalizadas e ganharam ares de fantasias.
Hoje temos uma festa cheia de atrativos para o público, que não enfrenta a maratona de seis escolas por noite ( nunca são mais de 3 por ensaio), e ainda pode se acabar de sambar na arquibancada. Isso, se não rolar uma camiseta de uma ala, o que costuma acontecer. Muitos componentes do desfile oficial são de fora.. Virou praxe democratizar a diversão e convidar os chegados pra fazer número no desfile de mentirinha.
Como o Deus do carnaval não é chegado numa mesmice, as novidades (que já não são tantas no desfile oficial), se multiplicam nos ensaios técnicos.  O show da Viradouro, com toques de atabaques anunciando o Exu incorporado pelo carnavalesco da escola é um exemplo. Milton Cunha, responsável pelo show “Forças da natureza”, da Cidade do Samba (complexo onde estão reunidos os barracões do Grupo especial), extrapolou o enorme palco do local e levou para a avenida uma abertura de ensaio sui generis. Vai haver, daqui pra frente muitas luzes no final do túnel que ele acaba de transpor tateando, ainda na escuridão.
A segunda novidade também diz respeito a entrada na avenida de uma escola. Desta vez a Imperatriz Leopoldinense, considerada uma escola certinha, burocrática demais. Pois esta pecha cai por terra quando, devido a seu enredo “Imperatriz, só quer mostrar que faz samba também”, ela substitui seu repertório antigos sambas de enredo campeões, cantando no lugar sambas como Tristeza ( por favor vá embora...) de Niltinho Tristeza, Vou Festejar, de Neoci, Dida e Jorge Aragão. E pra gente se acabar de brincar ( é eu disse brincar) carnaval, um clássico do Cacique de Ramos, de Amauri, Noca da Portela e Valmir. Depois vem o samba enredo deste ano, que segue no mesmo embalo.
Tu brincastes ele brincou, nós brincamos. A Imperatriz foi o verbo transitivo, intransitivo dos esquentas das escolas nos ensaios técnicos. Resta saber como ela se sairá na hora do da onça beber água.
CENTRO OESTE
Vamos ao  último vértice do meu triângulo. Em Cuiabá, Mato Grosso, me chamou à atenção a proposta de reestruturação da festa, decadente nas últimas décadas. A descentralização e a iniciativa de utilizar apenas gente local para animar os foliões são etapas de um processo muito interessante de revitalização dos festejos. Pretendo participar ativamente deste processo, com a realização das oficinas Plumas e Paetês,  uma série de work shops sobre o fazer carnavalesco.  A intenção é deixar aflorar as características do carnaval local.
Você vai dizer que é muito chão para poucos dias, mas o que posso fazer se ainda não descobrimos um jeito de fazer carnaval o ano inteiro? Vamos chegar lá! Quem (sobre) viver verá...
 Valeria del Cueto e jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido credito

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Viradouro - ensaio técnico carnaval 2009


O ensaio técnico da Viradouro, que vem este ano com o enredo " Vira, Bahia, pura energia" teve o carnavalesco Milton Cunha, desempenhando um papel especial: ele trouxe para a Sapucaí, ao som de toques de atabaques, Exú. Não vou descrever o que aconteceu na avenida.
Veja na matéria A interação entre religião e carnaval do Carnavalesco
Pra sentir o clima do espetáculo, assista o vídeo aqui no SEM FIM....


* fotos, textos e registro audiovisual de Valéria del Cueto
https://www.flickr.com/photos/delcueto/albums/72157634742197044/with/9337344593/

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Viradouro 2009 - vídeo ensaio técnico Carnaval 2009


No Sem Fim... http://delcueto.wordpress.com
Trechos do ensaio técnico para o Carnaval 2009 da Viradouro, janeiro de 2009, Sambódromo, Rio de Janeiro.
Criação, captação e edição: Valéria del Cueto
Produção: del Cueto - assessoria e produção

sábado, 19 de janeiro de 2008

Viradouro - vídeo do ensaio técnico 2008


O Sem Fim... foi lá:
Ensaio técnico da Viradouro no Sambódromo do Rio de Janeiro, dia 13 de janeiro de 2008.
Criação, captação e edição: Valéria del Cueto
Produção: del cueto - assessoria e produção

sexta-feira, 3 de março de 2006

Sons do Carnaval

http://valeria-delcueto.podomatic.com
Enquanto o desfile das campeas nao vem, um pouco do que pude registrar em audio na Sapucai.

Tem o esquenta da Portela, e a abertura dos trabalhos da Portela, Mocidade e Viradouro, alem de outros registros.

O site eh o http://valeira-delcueto.podomatic.com

No lado direito, na primeira linha do contact info, voce pode se cadastrar e receber instantaneamente a comunicacao de novos audios.

Espero que voce goste do trabalho.

Valeria

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

SORRY, ROCK AND ROLL, O ASSUNTO É CARNAVAL





SORRY, ROCK AND ROLL, O ASSUNTO É CARNAVAL







de   Valéria del Cueto
foto de Itamar Barbosa
fevereiro de 2006

Lar, doce e tranqüilo lar... Pelo menos hoje, no hiato entre o show dos Stones e o carnaval, quando a cidade se recupera do rock e se prepara para cair no samba.

É tempo de criar fantasias, testar tênis e sandálias, que é para não machucar os pezinhos na folia, transitar entre barracões das escolas de samba e pegar indumentárias para arrasar na Sapucaí.

CUIDADOS BÁSICOS

É hora de encher a geladeira de comidas leves, nutritivas e pouco trabalhosas. Não esqueça de frutas e suquinhos para ajudar a reidratar depois das noites no Sambódromo. Também e importantíssimo verificar o kit farmácia. Analgésicos, Engov e Band Aids não podem faltar...

No quesito estimulantes vou de natural: guaraná em pó. Uso o Maués, importado diretamente de Cuiabá.

Bebidas (ai!) só destiladas já que não sou da turma da loura. Aliás, na minha opinião, o que reduz minha disposição para encompridar a folia é justamente o cheiro insuportável de cerveja choca. Ele me remete a lembranças tenebrosas da pior ressaca da minha vida!

Bom, o remédio derradeiro para curar foliões ressaqueados não é para qualquer mortal: um banho de mar revigorante e revitalizante no final da tarde, antes de encarar mais uma etapa carnavalesca.

CIRCULANDO NO MUNDO DO SAMBA

Meu primeiro pit stop foi na “Cidade do Samba”, no barracão da Viradouro. Lá, a turma do Instituto do Carnaval foi buscar a fantasia da ala que o carnavalesco Milton Cunha, nosso professor, destinou a seus aplicados alunos. Afinal, esta é a hora de checarmos “in loco” a teoria que aprendemos em sala de aula, no primeiro semestre do curso.

Nesta visita, pude fazer algo que faz parte do sonho de muitos interessados na indústria carnavalesca carioca: circular livremente (com a devida autorização) pelo barracão da escola.

A primeira coisa a destacar é a beleza e o requinte do trabalho que a Viradouro está levando para o Sambódromo nos carros, alegorias, e fantasias.O segundo ponto é a impecável organização do espaço da cidade do samba. O terceiro item e, creio, que responsável pelos dois anteriores e que mais me chamou a atenção é o grupo de profissionais envolvidos na produção do carnaval da Viradouro.

É emocionante conversar com costureiras, pintores, aderecistas e demais artesãos, ouvir suas histórias, expectativas para o desfile e o carinho com que mostram suas participações individuais na grande obra coletiva que é o barracão. Nesta reta final as funções já não estão tão bem definidas e todos ajudam como podem, cortando, colando e dando os últimos retoques em nos carros “estacionados” no imenso espaço, especialmente projetado na Cidade do Samba.

A parte das alas já está concluída e os componentes estão indo buscar suas fantasias. Caminhando entre os carros alegóricos “fiscalizo” o trabalho e converso com os aderecistas e componentes da escola e, confesso: viajo...

A IDA...
Viajo na minha imaginação (parece verso de samba enredo, mas não é!). Posso ver os carros alegóricos com seus destaques e componentes, o som da bateria e da cantoria do samba enredo sobre arquitetura brasileira, cantado exaustivamente nos ensaios técnicos realizados nas ruas de Niterói e no Sambódromo. Sinto a vibração das arquibancadas, frisas, cadeiras e camarotes.

Respiro fundo, abro os olhos e cá estou eu, novamente, na Ponta do Leme. Aqui, espero a hora da largada, impaciente e ansiosa. Mas isto não é uma prerrogativa só minha: é de todos os que participam da festa. E não somos poucos...
...
E A VOLTA À REALIDADE
De meu mesmo, só o ponto: a Ponta do Leme. Onde mergulho no mar e nas imagens que crio daquela que é, sem dúvida, a maior festa carioca. Que nos perdoe o pessoal do rock, a festa foi ótima, mas agora é a nossa vez.

Evoé, Momo, na nossa praia é tempo de folia...



Valeria del Cueto e jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido credito
http://delcueto.wordpress.com