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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ensaio Técnico Mangueira




Ouça o esquenta da Mangueira na Sapucaí no Sem Fim...carnaval 2010
Fotos de Valéria del Cueto

Ensaio Técnico Cubango




Cubango abriu os ensaios técninos da Liesa, na Sapucaí para o carnaval 2010.
Fotos de Valéria del Cueto
*ouça o esquenta samba enredo no SEM FIM... Carnaval 2010

sábado, 21 de fevereiro de 2009

(Sobre) viver pra ver

(Sobre) viver pra ver!

Texto e foto de Valéria del Cueto
E lá vamos nós! Deixe a crise pra lá e traga a alegria pra cá. Chegou mais um carnaval. Mais um? Que nada! A cada ano algumas coisas se repetem, mas se olharmos bem, outras tantas se modificam, mudando a cara da festa.
Para cada lado que lanço meu olhar de observadora da folia vejo essas modificações. Sutis, algumas vezes, escancaradas em outras.
Hoje, minha atenção está se divide em três pontos do país:Uruguaiana/RS,  Cuiabá/MT e, claro o Rio de Janeiro que, afinal é a origem do meu amor pela folia e suas formas de manifestação.
Esse amor é tão grande que realizou o milagre de me fazer, finalmente, terminar um curso superior. Comecei com a primeira turma e terminei com a segunda (só consegui pegar meu certificado um ano depois), o que faz de mim, oficialmente, uma Gestora de Carnaval. E é o que parece uma piada ou diversão para alguns que me faz ter hoje, esse triplo olhar sobre a festa e seus variados aspectos.
SUL
Em Uruguaiana, sou testemunha de um fenômeno cultural da cidade: um desfile tardio, realizado duas semanas depois do carnaval oficial. É aí que estarei para ver no que virou o a festa que vi se transformar, por razões involuntárias, há mais de 20 anos atrás. Nessa época, por anos seguidos, a chuva, a falta de energia e outras intempéries fizeram com que o carnaval “atrasasse”. Um dia alguém se tocou que este “delay” era a chave para o sucesso do evento que hoje reúne mais de 25 mil pessoas.
LESTE
Aqui no Rio o fenômeno carnavalesco se renova a cada ano. E se (hipótese implausível) nada de novo acontecer no período momesco, ainda assim o Rio já terá dado sua cota de reinvenção na pré-temporada de verão.
A encolha das noites memoráveis nas semanas que antecediam a festa, nos shows do Terreirão do Samba, (que agora acontecem só no carnaval), foi inversamente proporcional ao crescimento e ao sucesso dos ensaios técnicos das escolas de samba, realizados desde dezembro na Sapucaí.
A diversão gratuita caiu no gosto dos cariocas que, pelo menos no mês de janeiro, lotaram as arquibancadas do sambódromo para ver as grandes agremiações “afinarem” a performance para a disputa do título.
No início eram apenas ensaios. Com o passar dos anos evoluíram para uma diversão popular e descontraída, sob o olhar atento da LIESA. As alas passaram a usar camisetas, estas foram customizadas, personalizadas e ganharam ares de fantasias.
Hoje temos uma festa cheia de atrativos para o público, que não enfrenta a maratona de seis escolas por noite ( nunca são mais de 3 por ensaio), e ainda pode se acabar de sambar na arquibancada. Isso, se não rolar uma camiseta de uma ala, o que costuma acontecer. Muitos componentes do desfile oficial são de fora.. Virou praxe democratizar a diversão e convidar os chegados pra fazer número no desfile de mentirinha.
Como o Deus do carnaval não é chegado numa mesmice, as novidades (que já não são tantas no desfile oficial), se multiplicam nos ensaios técnicos.  O show da Viradouro, com toques de atabaques anunciando o Exu incorporado pelo carnavalesco da escola é um exemplo. Milton Cunha, responsável pelo show “Forças da natureza”, da Cidade do Samba (complexo onde estão reunidos os barracões do Grupo especial), extrapolou o enorme palco do local e levou para a avenida uma abertura de ensaio sui generis. Vai haver, daqui pra frente muitas luzes no final do túnel que ele acaba de transpor tateando, ainda na escuridão.
A segunda novidade também diz respeito a entrada na avenida de uma escola. Desta vez a Imperatriz Leopoldinense, considerada uma escola certinha, burocrática demais. Pois esta pecha cai por terra quando, devido a seu enredo “Imperatriz, só quer mostrar que faz samba também”, ela substitui seu repertório antigos sambas de enredo campeões, cantando no lugar sambas como Tristeza ( por favor vá embora...) de Niltinho Tristeza, Vou Festejar, de Neoci, Dida e Jorge Aragão. E pra gente se acabar de brincar ( é eu disse brincar) carnaval, um clássico do Cacique de Ramos, de Amauri, Noca da Portela e Valmir. Depois vem o samba enredo deste ano, que segue no mesmo embalo.
Tu brincastes ele brincou, nós brincamos. A Imperatriz foi o verbo transitivo, intransitivo dos esquentas das escolas nos ensaios técnicos. Resta saber como ela se sairá na hora do da onça beber água.
CENTRO OESTE
Vamos ao  último vértice do meu triângulo. Em Cuiabá, Mato Grosso, me chamou à atenção a proposta de reestruturação da festa, decadente nas últimas décadas. A descentralização e a iniciativa de utilizar apenas gente local para animar os foliões são etapas de um processo muito interessante de revitalização dos festejos. Pretendo participar ativamente deste processo, com a realização das oficinas Plumas e Paetês,  uma série de work shops sobre o fazer carnavalesco.  A intenção é deixar aflorar as características do carnaval local.
Você vai dizer que é muito chão para poucos dias, mas o que posso fazer se ainda não descobrimos um jeito de fazer carnaval o ano inteiro? Vamos chegar lá! Quem (sobre) viver verá...
 Valeria del Cueto e jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido credito

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Viradouro - ensaio técnico carnaval 2009


O ensaio técnico da Viradouro, que vem este ano com o enredo " Vira, Bahia, pura energia" teve o carnavalesco Milton Cunha, desempenhando um papel especial: ele trouxe para a Sapucaí, ao som de toques de atabaques, Exú. Não vou descrever o que aconteceu na avenida.
Veja na matéria A interação entre religião e carnaval do Carnavalesco
Pra sentir o clima do espetáculo, assista o vídeo aqui no SEM FIM....


* fotos, textos e registro audiovisual de Valéria del Cueto
https://www.flickr.com/photos/delcueto/albums/72157634742197044/with/9337344593/

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Viradouro 2009 - vídeo ensaio técnico Carnaval 2009


No Sem Fim... http://delcueto.wordpress.com
Trechos do ensaio técnico para o Carnaval 2009 da Viradouro, janeiro de 2009, Sambódromo, Rio de Janeiro.
Criação, captação e edição: Valéria del Cueto
Produção: del Cueto - assessoria e produção

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Delegado, autoridade mangueirense - crônicas carnavalescas




Lá estava eu, grudada na grade do Setor 1 da passarela do samba carioca, a Marques de Sapucaí.

E lá veio ele, olhando a apresentação da Viradouro, escola que fez seu ensaio técnico no mesmo dia que a Mangueira, em janeiro de 2009.

Claro que não resisti. Ao todo e aos detalhes. Chapéu, cordões de ouro, medalhas, apito, bastão e a maravilhosa camisa do mestres dos mestre salas.

Este é o estilo inconfundível de Delegado, um dos baluartes da verde e rosa e uma referência do carnaval carioca.

Fotos de Valéria del Cueto, para o SEM FIM...
Video do ensaio técnico da Mangueira - link

Mangueira - ensaio técnico 2009


São poucas, mas merecidas.
Ensaio técnico da Mangueira, na Sapucaí, janeiro de 2009
Fotos de Valéria del Cueto
Video do ensaio técnico da Mangueira - link

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mangueira - ensaio técnico carnaval 2009


No Sem Fim...
Trechos do ensaio técnico para o Carnaval 2009 da Mangueira, janeiro de 2009, Sambódromo, Rio de Janeiro / Brasil.
Criação, captação e edição: Valéria del Cueto
Produção: del Cueto - assessoria e produção

More about delcueto´s in youtube?
See http://www.youtube.com/delcueto

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Dodô da Portela


Registrei no ensaio técnico da Portela, dia 20 de dezembro, na Sapucaí, algumas imagens de Dodô.

Passei uns dias pensando no que escreveria para introduzir as fotos. Foi aí que Vagner Fernandes publicou um artigo sobre ela, no Jornal do Brasil.

Mais não tenho a dizer. Cabe-me apenas o prazer que tive de passando por ela, na armação da escola, fotografar um ícone da Portela.

Leia o artigo no link: Dodô da Portela: A verdadeira majestade do samba
*Infelizmente o link está quebrado!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

POR FALAR NELA, AI VEM PORTELA

POR FALAR NELA, AÍ VEM PORTELA
Texto e fotos (ainda não reveladas) de Valéria del Cueto
fevereiro 2007
Não há nada pior no mundo que a inércia. Detesto ser assim. O bom é quando este estado de paralisação passa e faz-se o movimento. Aí, só resta assumir o prejuízo e lamentar o tempo perdido. Fica mais fácil se não valorizarmos muito a perda e conseguirmos aproveitar o tempo que virá.
É com este espírito e disposta a seguir esta linha filosófica que me dirijo a você. Sou um exemplo clássico desta vertente. Sua última manifestação foi mais uma prova inconteste da força da lei da física.
Sábado, sete da noite, janeiro no Rio de Janeiro, pós praia. Final de semana que antecede um carnaval até certo ponto atípico já que, apesar de ser jornalista e estudante aplicada do curso de Gestão e Eventos de Festas Carnavalescas do Instituto do Carnaval, consegui a façanha de ter negado o pedido de credencial do jornal que me daria acesso ao desfile das escolas de samba na Marques de Sapucaí.
Fiquei tão chocada com o impedimento que resolvi “relevar” e não pensar em desfile este ano. Pra não chorar, comecei um exercício para encontrar outras formas de abordagem da festa, tentando dar uma de Poliana e fazer do limão uma limonada.
Tarefa difícil... Como tive de trancar a matrícula no segundo período do ano passado, já que estava numa missão cinematográfica em Brasília, também não estava em contato com meus ilustres colegas de turma. Todos envolvidos, de uma maneira ou de outra, com as escolas de samba.
“Deixa rolar”, pensava eu, enquanto olhava as chuvas torrenciais de janeiro, morrendo de preguiça e sem muita energia, encolhida no sofá da sala. “Las cosas pintan” citava o ditado de um guitarrista uruguaio, amigo de passagem pelo Brasil a caminho da Europa, nos meus tempos de Quatro Ilhas, Santa Catarina.
Claro que o tema “blocos do Leme” foi o que primeiro começou a ser cogitado. Facilzinho, tranqüilo e caseiro. Nenhum problema de segurança, o que permite o uso despreocupado do meu equipamento fotográfico.
O Sorri Pra Mim, bloco de Vila Isabel era uma opção natural e imediata, já que é organizado pelo Marçalzinho e homenageia seu pai, Mestre Marçal. Toda a família Marçal está na minha mira: este é o tema da minha monografia na faculdade.
Havia ainda uma possibilidade que eu deixava passar a cada final de semana, deste o início do ano: os ensaios técnicos da Sapucaí. Festona que levava milhares de pessoas ao Sambódromo a custo zero. Acho que não queria ir até lá para não sentir o gostinho do que não teria no carnaval: a avenida toda pra mim. Resisti enquanto pude. Me esforcei até o final. Mas, no sábado derradeiro os deuses decretaram que estava no meu destino estar na Sapucaí.
O que me levou foi a Portela. Igual ao rio do Paulinho da Viola. Tudo conspirou a favor. Um grande amigo estava na cidade. Entre solícita e curiosa, perguntei como quem não quer nada: “Você já assistiu a um desfile de escola de Samba?” “Não”, me respondeu ele interessado. “Já esteve no sambódromo?” Insinuei. Intrigado, afinal ainda não conhecia os ensaios técnicos, perguntou qual era a idéia. Aí joguei o laço: “Você gosta da Portela?” E me enforquei.
Compromisso assumido, rumamos para a Sapucaí depois do tempo necessário para que eu marcasse encontro com outros adeptos do programa e seus turistas a tiracolo. Desta vez os visitantes eram chilenos. Cito a procedência pra que vocês possam comprovar a variedade cultural envolvida.
A força final que me moveu em direção a passarela do samba foi a experiência que tive no último carnaval com a Portela e seu desfile, digamos, catastrófico para mim. Teria oportunidade de ver o trabalho de Nilo Sérgio, o mestre de bateria que é um dos meus ídolos desde então. Queria ver como viria a bateria que me encantou no ano anterior e da qual não guardei nenhum registro. Que frustração...
Outro motivo era ver o que o desempenho do samba deste ano, composto entre outros, por Diogo Nogueira, filho de João Nogueira. João, compositor de primeiríssima linha, jamais ganhou uma disputa de samba na Portela. Diogo, seu filho, o faria por ele. Desde que o samba foi escolhido que vinha sendo falado. Uns diziam que seu mérito era ser um samba com “andamento antigo”, outros que teria sido feito por Arlindo Cruz e “assinado” pelos meninos. Onde há polêmica há curiosidade.
E lá fui eu, rumo à Sapucaí. Escolhemos o setor 11, uma das arquibancadas mais vazias. Chegamos no meio do ensaio da Imperatriz. Só deu pra registrar a presença de um... bacalhau na avenida. Aproveitei para testar minha posição, bem em cima do recuo de bateria, decida incorporar um torcedor e suas possibilidades de registrar a festa. Me saí bem.
No intervalo me concentrei tanto no meu papel que consegui levar uma pancada no nariz de um ambulante que vendia cerveja. Ele disse que eu empurrei a caixa e reclamou do prejuízo que teria se a caixa tivesse caído. Eu retruquei que só sentia dor no nariz. Ele avisou que quebraria meu equipamento fotográfico se a caixa tivesse caído e se ele tivesse tido prejuízo. Tentei a paz sugerindo que ele não se zangasse e guardasse suas forças para algo mais consistente que seus “ses”.
Antes que o rapaz terminasse suas ameaças minha atenção foi atraída pela música que começava ao longe, de um único carro de som no início da avenida. Cortei o assunto: “Meu irmão, agora chega. Lá vem a Portela”.
Era ela, ao longe. Primeiro a comissão de frente olímpica, depois a águia prateada, símbolo da escola, com uma medalha de ouro no pescoço. As baianas de saias godês azul e branca, que se abriam a cada rodada, vinham na seqüência. As alas passavam e, na arquibancada, até quem não conhecia o samba inteiro começava a cantar. Sua melodia, assim como a águia, voava sobre a escola.
O som da bateria foi aumentando, Nilo Sérgio comandava a entrada no segundo recuo, a passagem dos instrumentos mais leves para a frente, pelo corredor do meio e a colocação correta dos componentes. O samba rolava solto, enquanto as alas da escola evoluíam.
Era o rio que, ali, sem fantasia, passava pela avenida. E mostrava anos de história e tradição que tenta se manter e sempre evoluir. Na baqueta de um novo mestre de bateria, com novos talentos do samba, permanece sua identidade. O Nilo Sérgio que mostrava personalidade e deixava sua marca pessoal no comando dos instrumentos, era o mesmo que entre eles, trazia para avenida um naipe de liras. Os jovens compositores beberam na fonte de antigos sambistas, voltando aos sambas melódicos.
Em cima do carro de som, entre os puxadores, os meninos literalmente brincavam. Diogo Nogueira, animava os portelenses que evoluíam no asfalto. Lembrei de João Nogueira. Pensei no orgulho que qualquer um teria em ver seu filho ali. Multipliquei a emoção por ser ele um compositor. Elevei algumas potências por ser ele um portelense. Se o meu coração se deixou levar, imaginem o que está acontecendo no de João, esteja ele onde estiver...
Era apenas um ensaio técnico. Mas ali, para os que nunca viram e para aqueles que sempre hão de ver, estavam todos os símbolos da azul e branco de Osvaldo Cruz. A águia, a comunidade, a velha guarda, aquela bateria, um samba contagiante e mais um pedaço de história, das tantas já registradas, existentes sobre a Portela.
Valeria del Cueto é jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido crédito
http://delcueto.multiply.com