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sábado, 28 de junho de 2025

Mocidade carnaval 2025 desfile 250304

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998

Mocidade carnaval 2025 desfile 250304

A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu na terça-feira, 04 de março de 2025, o último dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro.

Com o enredo "Voltando para o futuro - Não há limites para sonhar", dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage( in memorian), a  escola alcançou a décima primeira colocação no carnaval 2025. 

Agradecimentos ao Mestre Dudu, aos ritmistas e aos componentes da Mocidade Independente de Padre Miguel, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Viradouro carnaval 2025 ensaio técnico 250215

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998

 A Viradouro encerrou a primeira rodada de ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial carioca no sábado, 15 de fevereiro de 2025, na Sapucaí para o carnaval 2025.

"Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos" é o enredo do carnavalesco Tarcísio Zanon para o carnaval 2025.

Agradecimentos componentes da Viradouro, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

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Ensaio fotográfico e vídeos publicados no canal @del Cueto, no Youtube de (C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved protegido pela lei 9610/1998

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Alafiou! Jogo aberto nos 40 anos da Sapucaí. A Viradouro leva o título.

Jogo aberto e a Viradouro leva o título

Alafiou! Jogo aberto nos 40 anos da Sapucaí.

A Viradouro leva o título.

Texto e fotos  Valéria del Cueto

Adivinha? Apesar das previsões de Esmeralda, a cigana leopoldinense em busca do bicampeonato, os búzios do jogo caíram todos abertos do outro lado da ponte, em Niterói. Assim estavam os caminhos da Viradouro em seu desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro no carnaval 2024, o dos 40 anos do Sambódromo.

Leandro Vieira esteve próximo da vitória durante 24 horas. A escola de Ramos foi a última a desfilar no raiar do primeiro dia de disputa. Manteve o favoritismo até a madrugada seguinte quando as guerreiras voduns do carnavalesco Tarcísio Zanon se apossaram da Marquês de Sapucaí. Não teve pra ninguém. Nem na bolha carnavalesca das redes sociais, nem na leitura das notas dos jurados. A escola terminou com um ponto à frente da vice-campeã.

A luz do amanhecer valorizando o conjunto alegórico da Imperatriz
Ambas se valeram da luz do amanhecer para emoldurarem seus vaticínios e enriquecerem as palhetas de cores dos enredos. A luz cenográfica, turbinada por tintas e tecidos fluorescentes, mudou o visual do espetáculo. A novidade escondeu ainda mais o povo do samba, já mascarado por efeitos de maquiagem. Também derrubou quem não soube utilizar os recursos.
Brasilidade tropical explícita na Mocidade.

Foi a ambientação, por exemplo, que penalizou a Vila e a Portela na apresentação dos casais de mestre-sala e porta-bandeira. No caso da Vila com um agravante.  Paulo Barros depois de tocar fogo na porta-bandeira Lucinha Lins tempos atrás na Mocidade e, ano passado, vestir o casal na pista, apagou a apresentação do pavilhão e colocou no lugar lasers multicoloridos acoplados nas vestimentas do casal da terra de Noel Rosa. Perdeu décimos preciosos, junto com o samba de Martinho da Vila(!) e o enredo de Oswaldo Jardim.

As justificativas exporão os critérios dos julgadores que deixaram de fora das campeãs a Mangueira, homenageando Alcione (perdeu no quesito de desempate, fantasia, a sexta posição), a Beija-Flor com Maceió, e acharam cica no caju tropical da Mocidade em vários quesitos incluindo o enredo, tão original, e... o samba! A Porto da Pedra teve passagem fugaz pelo Grupo e volta para o Ouro de onde sobe a campeã Unidos de Padre Miguel.


DESFILE DAS CAMPEÃS – Vila, Portela, Salgueiro, Grande Rio, Imperatriz e Viradouro.

Na Vila, só alas de comunidade, o chão de Noel.
A reedição da Vila de "Gbalá", enredo de Oswaldo Jardim de 1993, abre a noite das Campeãs trazendo o axé das crianças salvando o planeta ao realimentar as energias de Xangô ao som da bateria de Mestre Macaco Branco e o lindo samba de Martinho da Vila canetado em 2 décimos.

 O tempo passa, o “defeito de cor” permanece. Marinete Franco e outras mães relembram suas dores.
A Portela a volta às campeãs depois de ficar de fora no ano de seu centenário. O enredo “Um defeito de cor” conseguiu mais um recorde carnavalesco. O livro de Ana Maria Gonçalvez se esgotou na gigante Amazon! Que rapidamente repôs o estoque do fenômeno literário.  

Vida na tribo Yanomami, janela aberta para o mundo pelo Salgueiro

O Salgueiro é a primeira das três agremiações que desfilaram na noite de domingo a retornar a avenida. “Hutukara” trará de volta o casal Marcella Alves e Sidcley. Assim como os casais da Imperatriz, Grande Rio e Mangueira, eles gabaritaram no quesito mestre-sala e porta-bandeira. Dos quatro, o único que não se apresenta no sábado é Cintya Santos e Matheus Olivério, da verde e rosa.

A onça da Comissão de Frente da Grande Rio
Na Grande Rio, com “Nosso destino é ser onça”, a proposta de Gabriel Haddad e Leonardo Bora teve um bom desempenho nos quesitos plásticos inovando novamente nos materiais. A clareza do enredo, o samba e harmonia não deixaram a onça beber a água de mais um campeonato. Destaque aos felinos da alegoria da comissão de frente e o de Paola Oliveira, reinando na bateria.


A Imperatriz Leopoldinense, última escola a desfilar no domingo planejou seu desfile para o amanhecer. Vamos ver como as criações de Leandro Vieira se comportarão na luz noturna. Tomara que seja fixa, ou se altere suavemente. Os recursos do neon e da fluorescência acabarão cansando. Não precisa de búzios nem bola de cristal para chegar a essa conclusão.

Rute Alves e Julinho Nascimento, o casal campeão
A Viradouro encerra o sábado das campeãs, comemorando merecidamente seu terceiro título com “Arroboboi, Dangbé” e dando uma aula sobre a serpente, símbolo da vida, regeneração e recomeço nos cultos voduns vindos da Costa da Mina, na África. Uma aula. Mais uma lição das escolas de samba da cultura popular brasileira.


O desfile das Campeãs do RJ será transmitido no sábado, no Multishow a partir das 21:30h, horário de Brasília.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com






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sábado, 29 de fevereiro de 2020

De alma lavada Viradouro leva o ouro

Ó mãe! Ensaboa mãe! Ensaboa pra depois quarar...
As Ganhadeiras de Itapoã deram o título à Viradouro.

Texto e fotos de Valéria del Cueto
A Viradouro levou o título de campeã do Grupo Especial do carnaval carioca de 2020 correndo por fora durante a maior parte da apuração. Foi a segunda agremiação a desfilar no domingo de carnaval (nunca uma escola nessa posição havia conquistado o título). Desde “É Segredo”, da Unidos da Tijuca, há dez anos, ninguém chegava ao campeonato no primeiro dia de desfile! O primeiro e único título da escola de Niterói havia sido em 1997 com o enredo “Trevas! Luz! A Explosão do Universo”. Depois de passar por um rebaixamento, ano passado e vermelho e branca quase chegou lá, sendo vice-campeã.

Impossível se mensurar em 2020 uma unanimidade entre as preferidas para chegar ao título. Claro que o quesito verbas públicas pesou - e muito - na balança da finalização dos projetos. Entre o primeiro e o quarto lugar, três escolas eram de municípios da região metropolitana do Rio que subvencionaram suas “filhas”. A campeã, Viradouro, de Niterói, a vice Grande Rio, de Duque Caxias, e a quarta colocada, a Beija-Flor, de Nilópolis.

A força religiosa na estética dos carnavalescos estreantes Leonardo Bora e Gabriel Haddad.
Outro ponto interessante é que a campeã, com Marcos Ferreira e Tarcísio Zanon, e a vice, com Leonardo Bora e Gabriel Haddad, apostaram em carnavalescos vindos do Grupo de Acesso. A iniciativa indica a renovação dos criadores e gestores e, também, uma questão econômica se considerarmos que seus valores não eram tão elevados quanto os do mainstrean da categoria. E onde esses foram parar? Em São Paulo...

Foi por isso que Paulo Barros, depois de chegar ao vice-campeonato na Viradouro em 2019, não continuou no projeto esse ano. Para fazer a Gaviões da Fiel, em São Paulo, trocou a escola de Niterói pela Unidos da Tijuca. Se deu mal lá quase sendo rebaixado. E aqui amargou um 9ª lugar.

Imagem icônica e controversa da verde e rosa, o Cristo Moleque Pelintra.

DESFILE DAS CAMPEÃS
O “Jesus da Gente” da Mangueira por pouco não volta nas campeãs. Ficou em sexto e é a primeira agremiação a se apresentar. Apesar do excelente ensaio técnico no teste de som e luz o samba não empolgou na avenida. A verde e rosa volta disposta virar o fio de sua performance e mostrar aos 70 mil espectadores na Sapucaí (os ingressos já se esgotaram), que “A verdade vos fará Livre”. Em tempo: o carnavalesco Leandro Vieira está em busca da sua “verdade” nos próximos dias. Precisa escolher entre continuar na Mangueira onde já tem 2 títulos nos últimos 4 anos no Especial, ou “subir” com a Imperatriz Leopoldinense com quem foi campeão do grupo de Acesso esse ano.
[caption id="attachment_6336" align="aligncenter" width="1080"] Animadíssimas as componentes do carro cigano do Salgueiro.[/caption]
O circo do Salgueiro tão lindo, pouco falava de Benjamin de Oliveira, o palhaço negro homenageado. Mas nos quesitos plásticos foi imbatível. Com o quinto lugar será a segunda escola a se apresentar. Destaque para Marcela Alves e Sidcley, casal que alcançou os 50 pontos no difícil quesito de mestre-sala e porta-bandeira.  Também chegaram a nota máxima os casais da Viradouro e da Grande Rio.

vO carro mais alto da Beija-Flor emoldurado pela Apoteose.
Em quarto lugar a Beija-Flor é a terceira a entrar na Sapucaí. Destaque para a comissão de frente Mad Max ambientada num ferro velho numa esquina qualquer da baixada fluminense em que reina a entidade da rua no enredo “Se essa rua fosse minha”. E, também, suas maravilhosas baianas.
Ricamente vestidas, as baianas da Beija-Flor.

A homenagem à Elza Soares da Mocidade Independente de Padre Miguel, por incrível que pareça, perdeu pontos no quesito bateria. Algo no desenho da “Não Existe Mais Quente” tirou a escola da briga pelo campeonato.  A comissão de frente que retrata a vida da cantora e utiliza holografia chamou a atenção, além do samba, um dos preferidos pelo público. Em terceiro lugar, desfilará na quarta posição da noite.
Na Mocidade Independente de Padre Miguel o casal e o abre-alas.

O mítico babalorixá Joãozinho da Goméia quase levou o título inédito para a Grande Rio, de Duque de Caxias. Penúltima a desfilar, a vice campeã embalará os versos “eu respeito seu amém e você respeita meu axé”, pedindo tolerância religiosa.

A explosão de cores e efeitos de água na Grande Rio
A escola, que vinha liderando a apuração, perdeu o título nos dois últimos quesitos, evolução e harmonia. Diz a lenda que foram penalizados por um enorme buraco provocado por um destaque que chegou atrasado e exigiu ser colocado em posição pelo Carvalhão, o sistema de elevador/guindaste, em vez de subir de escada. É a síndrome do ou da “quem”, em excesso na agremiação.
Na comissão de frente, Oxuns e no fundo das bacias...

A noite termina embalada pelas Ganhadeiras de Itapuã, interpretadas por Zé Paulo Sierra. Devagar, devagarinho, a escola deu uma pernada nas co-irmãs justamente nos quesitos finais, fluindo na Sapucaí abençoada por Oxum e a sereia de seu abre-alas. De alma lavada, seus componentes ensaboarão a Marques de Sapucaí em mais um enredo que fala de mulheres excepcionais. As que, com seu suor e cantando suas histórias, ganhavam dinheiro para libertar os escravos na Bahia.

Sem grandes patrocínios, o carnaval de 2020 chamou a atenção para diversas questões intimamente ligadas ao povo do samba. A intolerância religiosa, a violência, as necessidades populares, como habitação. Tudo isso coroado pela força das mulheres, as Elzas e Ganhadeiras de Itapuã que estão no meio de nós.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
Ordem dos desfiles:
Mangueira
Salgueiro
Beija-Flor
Mocidade
Grande Rio
Viradouro

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sábado, 14 de junho de 2008

A voz do povo, o dom de Jamelão


A voz do povo, o dom de Jamelão

Texto e fotos de Valeria del Cueto

Odeio tecnologia! Diz uma das minhas gêmeas que me habita, fechando o circuito do paradoxo ambulante que costumo ser.
Estou no 1º. Fórum de Mídia Livre, na UFRJ, Rio de Janeiro, quando recebo pelo celular a mensagem da minha fonte 001, Lúcia Gutierrez, com seguinte texto: “ Jamelão morreu”
E só. O-d-e-i-o tecnologia, mas agradeço a gentileza da minha mãe ao me passar a informação. Ela sabia o buraco negro que se abriria e como eu precisaria enchê-lo o mais rapidamente possível para não... emburacar.
Saí do prédio da UFRJ e corri para meu abrigo antinúcleopsicocelular. A praia, a Ponta, do Leme.
Já tinha planejado tomar o sol delicioso que brilhava desde cedo na hora do intervalo de almoço, mas não imaginei que o faria assim, sob o impacto da notícia esperada, afinal Jamelão tinha 95 anos, porém não aguardada.
Então, diante do fato inexorável, só me resta prestar-lhe minha humilde homenagem. E acho que a melhor maneira de faze-lo é reeditando seu último encontro com o povo do carnaval do Sambódromo, este que venerava o ídolo que sempre será.
Fui testemunha e registrei as cenas ocorridas no sábado das campeãs do carnaval de 2006, quando ele, Jamelão, pisou na Marquês de Sapucaí para  “interpretar” (ele não admitia ser chamado de puxador) o samba enredo da Mangueira. Narrei sua entrada na avenida, fotografei seu encontro com populares no Setor 1 e gravei o áudio do esquenta da escola no recuo de bateria na concentração, comandado por ele.
Mangueira, teu cenário ficou ainda mais belo com a luz de Jamelão brilhando no teu céu, verde e rosa.
Obs: Leia o texto ... E Êxito, veja as fotos de Jamelão, ao som do esquenta do sábado das campeãs do carnaval de 2006



 Valéria del Cueto é jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido crédito

Este artigo faz parte da série Ponta do Leme

sexta-feira, 14 de março de 2008

FRAGMENTOS - Acesso Carnaval 2008 - Parte 1



Carnaval 2008.
Sapucaí, Grupo de Acesso.
Tudo (menos a campeã que virá depois) ao som da bateria de Mestre Átila entrando na avenida.
Imagens, áudios, fotos e montagem de Valéria del Cueto.
Produção del Cueto - assessoria e produção.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Gary Baseman with Toby in Rio's carnival




Tudo a respeito no http://delcueto.multiply.com/journal/item/105/

TOBY CAI NA GANDAIA NO SAMBODROMO (com Gary Baseman registrando tudo)



TOBY

CAI NA GANDAIA NO SAMBODROMO!
(com Gary Baseman registrando tudo)

Texto de  Valéria del Cueto, fotos de Valéria del Cueto e Gary Baseman

No sábado, dia do desfile do grupo de acesso, peguei o ônibus pra Sapucaí junto com uns 40 acompanhantes de jurados, no meio da tarde. Chovia a cântaros quando cheguei no Castelinho do Flamengo e disse “oi” e “tchau” pro André Mux, um dos jurados de fantasia, que havia gentilmente me convidado para ser sua parceira de avenida. Juntos e separados. Isso por que me despedi dele na porta do tal ônibus e ainda não o reencontrei. O que provavelmente acontecerá no sábado das campeãs.

Na entrada do Castelinho fui apresentada a outra acompanhante que nem eu, a Glória, que trazia a tira-colo um gringo. Ali, confesso, não dei a mínima atenção pro cara.  Camiseta preta com um emblema de Venice, na Califórnia, um caderno tipo agenda em baixo do braço. O que chamou minha atenção foi a ilustração da capa do tal caderno. Já tinha visto aquele traço antes...

Lá fomos nós para o sambódromo. E no tal camarote ficamos esperando horas, isso, eu disse horas pelo início do desfile. 

Desembarcamos por volta das cinco e meia e as atividades carnavalescas começariam aí pelas oito horas. Andando pra cá e pra lá dentro do espaço exíguo do camarote e eis que lá estava o gringo, silencioso, desenhando no tal caderno.

Saí, para uma volta de reconhecimento, fui até a central de imprensa desejar bom trabalho pros coleguinhas da Riotur, a Marília, e da Liesa, o Paulão, fiz umas fotos  e voltei pro box.



Na janela do terceiro andar, lá estava o gringo, pendurado na sacada, fotografando um boneco, com a Sapucaí de fundo.

Foi aí que caiu a ficha! Sabia que já tinha visto... o boneco. Era Toby, o melhor amigo do artista contemporâneo americano  Gary Baseman, seu alter ego assumido. Adorei Toby e fiquei tentando me lembrar o que dizia a matéria. O cara tinha vindo uma exposição em São Paulo e caído no Rio, meio de para quedas em pleno carnaval. Boa escolha. Que ele era um ilustrador famoso, fazia cinema, toy art...

As lembranças vinham vagarosas. E Toby me olhando com sua cara simpática e seu olho na barriga.

Desisti de puxar pela cabeça e comuniquei a Gary, que estava indo dar uma volta na concentração e na armação das escolas e que, talvez, fosse instrutivo para Toby passear por lá.

Primeiro Gary ficou na dúvida, sem acreditar que podia invadir aquele mundão assim, sem mais nem menos. Expliquei que a credencial dava direito, tínhamos passe livre e adoraria apresenta-los ao fantástico mundo das “internas” do carnaval da Sapucaí...

E lá fomos nós. Entramos pela pista, ainda vazia, com Gary registrando as impressões de Toby.







Quando chegamos na armação e já rolava uma intimidade entre nós, eu e Toby, pedi pra umas das princesas do carnaval para fotografar com elezinho no colo, mas ela disse comportadamente que precisava de autorização conseguida, logo depois, com a intervenção do Rei Momo, Alex Oliveira, que não se fez de rogado diante do meu pedido.





Assim a Sapucaí abriu os braços e acolheu Toby e Gary, que corria com seu toy friend, fotografando suas aventuras nos diversos setores das escolas que se preparavam para entrar na avenida. Não dá pra contar tudo por que estive muito ocupada servindo de intérprete para a dupla e pedindo autorização para as fotos que Toby tirou.

O ritmista da Estácio de Sá, por exemplo, deixou Toby pousar em cima do surdo antes de se apresentar.






As duas destaques, uma ainda aguardando a fantasia, faziam carinhos e sapecavam beijinhos em sua cabeça.








Ainda tonto de emoção ele foi parar no alto de um carro alegórico, carregado por um ser da floresta, enquanto Gary me pedia para cuidar do seu caderno de esboços para que pudesse registrar as peripécias de Toby. Aí me dei conta do tamanho da responsabilidade: ali estavam rascunhos que viriam a se transformar em obras de arte muito bem cotadas no mercado internacional. Pelo sim, pelo não, devolvi o tesouro pro Gary, explicando que costumo perder até a chave da minha casa e não queria faze-lo correr riscos desnecessários...





Toby ficou mais tranqüilo quando o Gustavo explicou que era apenas o Zé Antônio, meu colega de faculdade e gestor de carnaval, formado na Universidade Estácio de Sá, o integrante com o corpo todo maquiado. Bom, de corpo maquiado, deixo que Gary fale. Cabe a ele mostrar onde mais Toby “passeou”.










De minha parte, aproveitei pra pedir pro Gary fazer uma foto com Cassia Novelli, também minha ex-colega, amiga e compositora de mão cheia.









E quem disse que ele quis largar a morenaça linda de olhos verdes, irônicamente, a mais vestida da área?










Só saiu dos braços dela quando Vicente, seu marido, tomou uma providência, se declarando dono do “pedaço”.

Sei que Toby invejou o cara e, inconformado resolveu dar um pinote.








Mas acho que exagerou no tamanho do transporte...










Meio desgovernado, caiu nas anquinhas de Glória especialista em confecção de fantasias e a “composição” de outro carro alegórico.












E por lá ficou até que Gary esgotou o espaço para tirar fotos de sua câmera digital e resolveu rumar para uma festa na Gávea.




Antes, porém, Gary deu uma entrevista em vídeo para o Sem Fim... 

http://www.youtube.com/v/LDOBz1FfH0Q  

.......................

No domingo recebi uma mensagem de Gary no celular, avisando que estaria na Sapucaí,  desta vez no camarote de uma cervejaria. Pelo bem do meu registro do carnaval carioca em geral, declinei a possibilidade de vê-los novamente. Gosto de Toby, mas preferi não ser testemunha de suas aventuras VIPS. Gostei muito de ciceronea-los, mas nem por Toby e Gary troco uma parte da minha noite na pista do sambódromo pela intimidade das celebridades de plantão. Que, aliás, como já deu pra notar tenho a maior dificuldade em reconhecer quando encontro...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Beija Flor é bi - campeã - Diário de Cuiabá


Beija Flor é bi-campeã

DC acompanhou a festa carioca e relata abaixo a emoção de participar de um evento que foi assistido por 400 milhões de pessoas no mundo


Valéria del Cueto*
Especial para o Diário de Cuiabá

A melhor coisa quando chega terça feira gorda é saber que nos resta o sábado das campeãs... A maratona ainda não terminou, graças a Deus.

Fui só Sapucaí neste abençoado carnaval de 2008 e, digo pra vocês, mereci. Com todos os percalços. Como a chuva que, no domingo de carnaval, fez os reis da comunicação se curvarem a seus desígnios. Se os seres mortais assim o fizeram, diante da força da natureza, o mesmo não podemos dizer deles, dos que irmanados pela cumplicidade da fantasia carnavalesca passaram pela linha demarcatória do início de desfiles da Sapucaí e, ali, perderam-se no espaço que separa a armação da dispersão representando papéis criados pela imaginação ilimitada dos carnavalescos e seus enredos.

O que vi foi lindo. E sei, não representa nada diante do que realmente aconteceu na pista no decorrer de todo seu percurso. Digo isso por que não me sinto capaz de julgar. Dizer quem foi melhor, onde estavam os defeitos. Vi o que meus olhos me mostraram, senti o que me pegou pela frente. Tive sorte. A sorte poder de andar, circular. Sentir a emoção dos que esperam impacientes a hora de pisar na avenida. E tudo isso ainda no desfile das escolas do grupo de acesso.

Comecei o Grupo Especial, organizado pela Liga das Escolas de Samba, vendo a dispersão da saga japonesa da Porto da Pedra. Confesso, perdi a São Clemente. Cheguei tarde...

Assisti ao desfile do triunvirato: Salgueiro, Portela e Mangueira encostada na parede do corredor do setor 2. Consegui uma vaga estratégia, quase em frente ao segundo recuo de bateria estrategicamente estacionada em baixo do praticável, colocado três andares acima onde se posicionava uma câmera da transmissão do desfile. Ali não chovia, em compensação em volta...

O Salgueiro passou, e, lá de longe, apareceu a águia da Portela. E parece que a água em volta se integrou as cores usadas para representá-la no enredo que falava de meio ambiente. Antes, bem antes da passagem da rainha da bateria, Luisa Brunet, as arquibancadas já estavam sob o domínio hipnótico do que rolava na Sapucaí. Bastou a águia do abre alas ‘gritar’; para arrancar os merecidos aplausos para a comissão de frente que fluía em tons da água. E água tem tom?

Tom afinadíssimo era o da bateria de mestre Nilo que me fez correr, quando começou a sair do recuo, para ver sua chegada na apoteose. Que espetáculo! Ali, a Sapucaí se amplia e tudo que se vê na avenida reflete-se nas ondas humanas que recebem os foliões. A bateria, se curvando diante da multidão, agradecendo as palmas e os gritos de é campeã. Essa, eu vi.

Acho que outras consagrações aconteceram. Mas, então, eu já estava novamente observando tudo do setor 2. Veio a Mangueira e o centenário do frevo, mas o ‘sacode’ verde e rosa não aconteceu. O final da noite era da Viradouro, Paulo Barros, Mestre Ciça e sua rainha, Juliana Paes.

A pista de esqui perdeu a graça diante da expectativa em torno do carro sobre o nazismo proibido. ‘Liberdade ainda que tardia’, com componentes amordaçados e um Tiradentes entristecido foi um dos muitos arrepios provocados pelo carnavalesco. Chucky misturava-se com aranhas e baratas gigantes que subiam rastejantes pela alegoria. Para compensar, bolas de futebol eram atiradas para o público. E dá-lhe pingüins... Coitadas das baianas, vestidas de iglus. A pista cheia de água sujou a barra de suas saias que ficaram pesadas e encharcadas. Assim acabou a primeira noite da Sapucaí. Arrepios generalizados, inclusive nos nós que aconteceram no trânsito no final da festa.

Na segunda, havia jurado chegar cedo. E não me arrependi. A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou uma visão deliciosa e alto astral da vinda da corte portuguesa, tive uma aula de história do Rio de Janeiro dada pelo encarregado da pista, Honório, há mais de dez anos trabalhando no controle do vai-e-vem pelo corredor de imprensa. Foi ele quem me contou que o carro com o destaque Maurício de Paula, em meio a jatos de água, representava o chafariz feito por Valentim e que hoje está na Praça da Bandeira. A noite apenas começava...

Na seqüência, a Unidos da Tijuca, falando em coleções e brigando para anexar um título inédito as suas glórias carnavalescas e a Imperatriz Leopoldinense com a coleção de Marias do João que fizeram a história do Brasil. Depois do enredo bolivariano do ano passado, a Vila trouxe para a avenida os trabalhadores do Brasil, apoiado pela CUT. Mas o apoio mais eficaz foi o da Miss Brasil Natália Guimarães, estreando nas passarelas. As celebridades da Grande Rio deram um gás, sob a batuta de mestre Odilon, na rivalidade entre Susana Vieira e Grazieli Massafera.

Quem venceu a disputa foi o maravilhoso gari, Renato Sorriso, uma encarnação inspirada do espírito carioca. Cheio de alegria com sorriso largo, braços abertos e ginga gostosa e malevolente para colher os aplausos do público nas cadeiras, frisas e arquibancadas, ele representa o esforço de quase 3.500 funcionários da Liesa e da Riotur. Os Miltons, Bentos, Honórios e Ulisses que se desdobram para ajudar quem, como eu, sou uma só, querendo captar e transmitir milhares de visões, uma gama imensa de sentimentos, dramas, lutas e vitórias. Como a da Campeã de 2007, a Beija Flor de Nilópolis, que encerrou a festa, calando a boca de quem dizia que não havia nada possível de se fazer com um enredo sobre Macapá e o equinócio solar.

Quando você ler esta reportagem, já saberá quem é a vencedora do Carnaval carioca de 2008 e que agremiações estarão na Sapucaí no desfile das campeãs. Por isso, não vou arriscar um palpite. Mas alerto; são tantos olhares, tantas emoções e acontecimentos nas duas noites de desfile, que, certamente, muitas serão as preferidas, dependendo do ponto de vista e dos parâmetros com que se analisem as concorrentes. Não faço previsões, só posso tentar decifrar onde o coração de cada um bateu mais forte.

DESFILE DAS CAMPEÃS


No próximo sábado as seis escolas melhor classificadas voltam à Sapucaí. Confira abaixo, as escolas que receberam as melhores pontuações da comissão julgadora.

1° Beija Flor
2° Salgueiro
3° Grande Rio
4° Portela
5° Unidos da Tijuca
6° Imperatriz Leopoldinense

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e colabora com o DC