domingo, 8 de novembro de 2009

Qual é, né?


                                 Qual é, né?

Falhei sim, mais uma vezinha. E por poucas e boas razões. Entre elas, uma definitiva: estava sem disposição pra escrever, meio carente, me sentindo rejeitada. Você pensa o que? Também tenho este direito e o exerço parcimoniosamente. Se não o tivesse seria obrigação e ai, “adieu”, não ia querer escrever. Como gosto muito de fazê-lo, falho pouco.

E sou honesta. Não tento engambelar apesar de ter meio(s) para tanto. Uma série de fotografias poderia ser uma solução. Não o é por que tenho andado com um baita ciúme das minhas visões pessoais, ainda mais as da Chapada do Guimarães. Elas andam momentaneamente, pessoais e intransferíveis. Se acumulando.

Mas não reparem. Ando toda assim. Cheia de inspiração, mas com poucos resultados práticos. Fotos para finalizar, vídeos gravados e arquivados para montar, áudios para editar, textos registrados mentalmente para digitar. E uma vontade enorme de... dormir.

Talvez nos sonhos possa multiplicar meu tempo ou me dividir em muitas para cuidar de tarefas que, reconheço, me impus. “Há tempo para tudo na vida”, tento me convencer enquanto saio dos escombros das missões não cumpridas que, após a rica descrição acima, acabam de desabar na minha cabeça.

Estou enterrada, tal e qual meus pés na areia. Eles foram cavando e se afundando enquanto escrevia, ao sol do dia de Finados. Aqui na praia, na Ponta. Do Leme.

É. Não tenho do que reclamar, apesar da farra terminar amanhã, quando volto para a vida que não pedi a Deus, mas que já que caiu no meu colo, tem que ser bem vivida.

O próximo texto, certamente terá um cenário diferente. A água do mar será trocada pela nascente da Rua da Piscina. Quem sabe por lá não encontro tempo para finalizar as pendências. “Quem sabe?”, me pergunto cheia de esperança, mas já prevendo o contrário.

Afinal, foi por lá que essa preguiça começou. Seria ótimo se o sacode inevitável também acontecesse por aquelas bandas...

Mas até ele chegar, com licença. Preciso de um tempo para lagartear ao sol do feriadão, antes do esforço descomunal para desenterrar os meus pezinhos da areia branca da minha praia. Não preciso repetir que é, né?

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* Pros leitores do DC, começo uma nova fase “retrato sem cor”. A foto em preto e branco é pra você colorir. Se não tiver paciência (é uma ótima terapia) dê pro seu filho ou neto. Quem sabe você não descobre um talento na família? Por favor se ficar muito legal, fotografe a obra e mande pra mim. Use o email delcueto.cia@gmail.com Certamente ela vai fazer sucesso no blog.

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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Ponta do Leme, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

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