segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Você pagou com traição...
sábado, 20 de julho de 2013
Coisa de cinema
domingo, 19 de agosto de 2012
Papo de Maluco?
Papo de maluco?
Valéria del Cueto*
É só o que tenho ouvido nos últimos dias. Mensalão, campanha política, mico pós-Olímpico e, pra finalizar a semana, a pedra mais que cantada, o rolo do VLT de Cuiabá/MT. Onde “dizque” se rouba na cara dura, mais ou menos em surdina, mas só se pagar. É surreal um corruptor empregado denunciando o corrompido empregador por… quebra de acordo!
É agosto, gente. E a coisa está tão assim que até a brincadeira recorrente sobre o mês do cachorro louco miou. O dia 13 de agosto, por exemplo, passou batido. A desculpa é que não caiu na sexta-feira, a segundona cravada aliviou um pouco o peso da data. Também ficou sem muito alarde o antes famoso e intensamente praticado “dia do pendura”, 11 de agosto, quando os advogados comemoravam sua efeméride. Tadinhos. Imaginem que antigamente eles iam aos restaurantes, comiam, não bebiam (por que aí é ilegal) e saíam sem pagar a dolorosa.
Mas isso foi antes. Agora, o “pendura” não é mais fashion diante da nossa vil e escandalosa realidade.
Quem vai comentar um calote estudantil de alguns reais diante dos milhares de milhões que estão sendo “usufruídos” por quem não tem direito legal e/ou moral (?) a eles, mas mete a mão com a maior cara de pau?
De quanto falam as contas analisadas e discutidas atualmente nas sessões no Supremo Tribunal Federal? Qual o valor das propinas distribuídas nababescamente por Carlinhos Cachoeira, o único culpado por uma CPI inteira, em que os fatores Delta, Gama, Alfa, Beta, Omega, Cabral parecem ser apenas uma firula de linguagem (im)popular e protegida pelos rabos presos do poder? O mensalão é àquilo, ou a metro?
O dinheiro brota que nem lixeira (a árvore do cerrado que queima e renasce no meio do carvão e das cinzas nas terras castigadas pelo fogo e cobiçadas para alimentar a humanidade) nas mãos limpas e bem lavadas das impolutas raposas encarregadas de tomarem conta do galinheiro.
A rinha midiática expõe os egos dos que tentam provar o fato e dos que tentam esconder os atos, como se ao destrinchar o frango e apresentar apenas a sobrecoxa, a peça deixasse de ser parte integrante do galináceo em questão
Na campanha eleitoral o truque é mais baixo ainda: a diminuição do tempo de exposição dos candidatos e suas ideias não permite uma análise profunda dos concorrentes. São eleições “liquidação das Casas Bahia”. Ou vai ou racha, é agora ou nunca, sem direito a estudar a compra, avaliar os produtos disponíveis nas prateleiras. Cresce o display publicitário, diminui o tempo para expor e discutir propostas. Pra quem, mesmo? Quem sai ganhando? Os que já estão na vitrine ha mais tempo, com propaganda institucional bancada pelo… nosso dinheiro.
Exemplo? O passeio indecente e indecoroso da bandeira Olímpica em solo pátrio. Usada como reles peça de marketing eleitoral dos abusados de plantão. Os bois têm nome: Eduardo Paes, Sérgio Cabral e, por que não? Dilma! Todos botando suas mãos anti-higiênicas e contaminadas no que só é tocado por luvas no resto do mundo. Nem entramos em campo e já temos um caso explícito de desrespeito olímpico! Gente pobre, povo nobre e assim mostramos ao mundo nossa ignorância esportiva. Gritem nas quadras, de vôlei, basquete, tênis, imponham a tentativa antiesportiva de desconcentrar os competidores como um direito e não uma demonstração da nossa falta de EDUCAÇÃO. Essa, temos de sobra, não é presidente(a)? Estudante(a)s desocupados do nosso amado Brasil que o digam.
Normal, num país em que o corruptor denuncia a corrupção por que pagou e não levou… Ou se imagina que alguém daria de graça um projeto de VLT avaliado em 14 milhões? Nada a estranhar, quando o denunciante tem, inclusive, um cargo no gabinete do vice-governador do partido de quem tudo fez para que o BRT se transformasse em VLT. Diga-me com quem…
Falando nisso, onde andará a chuva do caju, primeiro sinal de que o clima, um dia – ainda demora -, vai mudar? Que assim seja na vida. Venham, outros ares, mesmo que tardios, como a chuva benfazeja!
Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e colabora com o DC Ilustrado. Esta crônica faz parte da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM.delcueto.cia@gmail.com