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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Você pagou com traição...

Você pagou com traição...

Texto e foto de Valéria del Cueto

Que dia inesquecível! Principalmente para os habitantes do estado do Rio de Janeiro e sua capital, a Cidade Maravilhosa.

Essa que Pluct Plact tem evitado abandonar por muito tempo desde que assumiu o papel de mensageiro. Levando compenetrado à sua melhor amiga do planeta notícias e impressões desse momento fantástico e imprevisível  do mundo circundante. Sente que, ao fazê-lo, pode contribuir para facilitar uma futura readaptação da querida companheira voluntariamente exilada numa cela do outro lado do túnel, ao mundo (ir)real.

Há quanto tempo assumiu a tarefa? Não saberia dizer ao certo sem consultar os alfarrábios nanotecnodigital de sua nave mãe. A que o trouxe para esse planeta. A mesma sem força propulsora para ultrapassar a (mais uma vez noticiada) aquecida camada atmosférica local para tirá-lo desse trecho interminável de sua jornada.

Só sabe quem tem o sentimento. Quando certas coisas começam a se repetir.  Já tinha visto esse filme!  O cenário era uma batalha campal na frente do belíssimo Palácio Tiradentes. Tudo narrado em “Pluct, Plact, POW”. Mudaram um pouco os personagens. Ficaram mais variados. Agora, não são somente professores e alunos que ele entrevê no meio da fumaça, entre uma ardência e outra, provocada pelas bombas de efeito moral com validade vencida. É polícia sem muita vontade de brigar versus polícia, bombeiro e aposentado morrendo de vontade de invadir a Assembleia Legislativa. Até aí, coincidência, dirão os mais céticos leitores...

Fica pensando o que dirá a cronista quando descrever a cena do governador passeando de carro oficial da Polícia Federal. “Pluct, Plact seu HD está dando “tilt". Essa história você já contou. Lembra de Pluct, Plact toin oin oin? Foi antes de que eu sumisse do mundo, quando prenderam o governador (ainda era) de Mato Grosso, Silval Barbosa.”

Qual será sua reação quando explicar que apesar das semelhanças de propósitos, como o assalto aos cofres públicos, o percurso e o cenário eram diferentes. Saem as avenidas cuiabanas das obras inacabadas para a Copa do Mundo. Entram imagens paradisíacas da orla carioca. Do Leblon a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, zona portuária. Da Beira Rio à Rio Orla...

Permanece o partido, o PMDB. A sigla deveria mudar para PMDBREX - Partido do Movimento Democrático Brasileiro da Roubalheira Encarcerada no Xadrez.

A população fluminense, exceto os comparsas, cargos comissionados e terceirizados do compadreio (outra perna do polvo da corrupção pública), aplaude e comemora o arresto da sem-vergonhice e o basta na roubalheira escrachada. Só nestes mandados de prisões  existem mais de 224 milhões de motivos para encarcerar Sérgio Cabral. Devia ser em Bangu, mas os torcedores do querido time não aceitam a escalação. Pensam em pedir a mudança de nome do presídio para Vasco da Gama. “ A Sérgio o que é de Sérgio”, já dizia sem que ninguém pedisse sua opinião, o mui amigo Eike Batista em seu depoimento voluntário às autoridades policiais, delira o extraterrestre. É muita gozação...

O problema é o compadreio que leva na mesma puxada de rede figuras (im)polutas e aliados em geral. Todos direta e indiretamente ligados as falcatruas, ladroagens e taxas de oxigênio embutidas nas obras. Sem distinção. Do PAC das Favelas à destruição criminosa do Maraca, está todo mundo no RDC. É o Regime Diferenciado de Contratação, o pulo perfeito do afano do gato.

Aliás, autores, propositores, votantes e usuários dessa aberração que abre as porteiras e estende tapete vermelho para atos de corrupção e malabarismos contábeis, devem ser considerados responsáveis,  culpados e condenados pela farra do roubo sistematizado e a gastança indiscriminada dos recursos públicos da educação, saúde, segurança e habitação. São os crocodilos que pagaram com traição a quem sempre lhes deu a mão.

Volta cronista! Está dando gosto de ver...

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Texto da série “Fábulas fabulosas” do Sem Fim...
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sábado, 20 de julho de 2013

Coisa de cinema


Texto e foto de Valéria del Cueto

E assim, no meio do quase tudo, em que nada é estático ou irremovível como pudemos ver nos últimos dias no arrasa quarteirão do bairro mais chique do Rio de Janeiro, lá (ou aqui?) está a cronista.

Sem saber se vai ou vem. Fala, age ou vai pra praia, corre ou enfrenta seu desafio semanal de contar um conto, de preferência sem aumentar um ponto. Complicado. Delicado. Porém, necessário.

E entre tantas possibilidades, por mais que procure um assunto lúdico e ameno, as imagens do passeio treme terra dos vândalos e liberação do quebra-quebra, provocados pela ausência eficaz de ação policial, não saem da cabeça (ia dizer do foco, mas seria uma licença “vídeo produtiva” forçada demais, já que foco não foi uma constante no material amplamente distribuído ao vivo e a cores durante os atos registrados nos últimos dias).

Apreendo tudo ali pensando que, se ainda não chegamos aos tempos de “Matrix”, as projeções de “Soylent Green”, filme estrelado em 1973 por Charlton Heston, dirigido por Richard Fleischer, já batem a nossa porta. No Brasil o filme foi rebatizado de “No mundo de 2020”. Pois então, tirando o efeito alimentar, já estamos quase lá...

Não é por acaso que menciono esse filme. Também não sou a única a fazê-lo. A obra que assisti com uns 14 anos é citada e relida no filme “A Viagem”, estrelado por Tom Hanks, disponível em qualquer locadora. 

Se fosse só cinema...

E aí chego à questão principal dessa crônica. O que está acontecendo com a polícia, especialmente a carioca, nas últimas manifestações? Parece que dos manuais dos valorosos homens do Bope e do Choque foram extirpados os ensinamentos apresentados à sociedade, inclusive pelo cinema, nos espetaculares Tropa de Elite 1 e 2. Mas esses, obedecem ordens!

Não é possível que alguma lavagem cerebral tenha apagado das mentes das autoridades policiais constituídas táticas clássicas de guerra tão antigas como as usadas desde os tempos de Esparta e Atenas e do gênio militar da Macedônia, Alexandre o Grande.  

As cenas da coletiva dos representantes do governo estadual do Rio de Janeiro, na quinta feira, exaustivamente disseminadas em enormes matérias pelas redes concessionárias de televisão, foram patéticas, constrangedoras e preocupantes.

Um comandante reclamando que os policiais recebem cusparadas durante as manifestações é surreal! Agradeçam e digam amém. Se fosse numa guerra, seriam atiradas balas de verdade e não escarros de desprezo. A declaração de que policiais treinados durante anos também são cidadãos é uma balela. Se eles fossem cidadãos, estariam do lado oposto desse cabo de guerra. Estão ali e são tratados pelas autoridades como máquinas da lei e da ordem. Não têm direito a opinião, só a obedecer. E seu comandante em chefe, pasmem, é Cabral!

Os depoimentos colhidos pelos ninjas alertam que os policiais militares estão trabalhando direto. Um deles, disse que estava na rua desde 6 da manhã. Isso já durante a madrugada! Se não me engano, foi no dia em que o gás lacrimogênio ou de pimenta foi atirado em direção a um hospital, na rua Pinheiro Machado, em frente a residência oficial do governador.

Falta tática, estratégia e comando para definir as prioridades. A polícia que protege, agora, a casa do governador Sérgio Cabral no Leblon, não pode “delimitar um perímetro de proteção” e deixar que as coisas saiam e fiquem fora de controle do lado de fora da risca de giz definida pelas autoridades que, em última análise, deveriam fazer com que a PM cumpra seu papel constitucional de proteger o cidadão comum e o patrimônio público.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

domingo, 19 de agosto de 2012

Papo de Maluco?

Papo de maluco?

Valéria del Cueto*


É só o que tenho ouvido nos últimos dias. Mensalão, campanha política, mico pós-Olímpico e, pra finalizar a semana, a pedra mais que cantada, o rolo do VLT de Cuiabá/MT. Onde “dizque” se rouba na cara dura, mais ou menos em surdina, mas só se pagar. É surreal um corruptor empregado denunciando o corrompido empregador por… quebra de acordo!


É agosto, gente. E a coisa está tão assim que até a brincadeira recorrente sobre o mês do cachorro louco miou. O dia 13 de agosto, por exemplo, passou batido. A desculpa é que não caiu na sexta-feira, a segundona cravada aliviou um pouco o peso da data. Também ficou sem muito alarde o antes famoso e intensamente praticado “dia do pendura”, 11 de agosto, quando os advogados comemoravam sua efeméride. Tadinhos. Imaginem que antigamente eles iam aos restaurantes, comiam, não bebiam (por que aí é ilegal) e saíam sem pagar a dolorosa. 


Mas isso foi antes. Agora, o “pendura” não é mais fashion diante da nossa vil e escandalosa realidade. 

Quem vai comentar um calote estudantil de alguns reais diante dos milhares de milhões que estão sendo “usufruídos” por quem não tem direito legal e/ou moral (?) a eles, mas mete a mão com a maior cara de pau? 


De quanto falam as contas analisadas e discutidas atualmente nas sessões no Supremo Tribunal Federal? Qual o valor das propinas distribuídas nababescamente por Carlinhos Cachoeira, o único culpado por uma CPI inteira, em que os fatores Delta, Gama, Alfa, Beta, Omega, Cabral parecem ser apenas uma firula de linguagem (im)popular e protegida pelos rabos presos do poder? O mensalão é àquilo, ou a metro? 


O dinheiro brota que nem lixeira (a árvore do cerrado que queima e renasce no meio do carvão e das cinzas nas terras castigadas pelo fogo e cobiçadas para alimentar a humanidade) nas mãos limpas e bem lavadas das impolutas raposas encarregadas de tomarem conta do galinheiro. 


A rinha midiática expõe os egos dos que tentam provar o fato e dos que tentam esconder os atos, como se ao destrinchar o frango e apresentar apenas a sobrecoxa, a peça deixasse de ser parte integrante do galináceo em questão 


Na campanha eleitoral o truque é mais baixo ainda: a diminuição do tempo de exposição dos candidatos e suas ideias não permite uma análise profunda dos concorrentes. São eleições “liquidação das Casas Bahia”. Ou vai ou racha, é agora ou nunca, sem direito a estudar a compra, avaliar os produtos disponíveis nas prateleiras. Cresce o display publicitário, diminui o tempo para expor e discutir propostas. Pra quem, mesmo? Quem sai ganhando? Os que já estão na vitrine ha mais tempo, com propaganda institucional bancada pelo… nosso dinheiro. 


Exemplo? O passeio indecente e indecoroso da bandeira Olímpica em solo pátrio. Usada como reles peça de marketing eleitoral dos abusados de plantão. Os bois têm nome: Eduardo Paes, Sérgio Cabral e, por que não? Dilma! Todos botando suas mãos anti-higiênicas e contaminadas no que só é tocado por luvas no resto do mundo. Nem entramos em campo e já temos um caso explícito de desrespeito olímpico! Gente pobre, povo nobre e assim mostramos ao mundo nossa ignorância esportiva. Gritem nas quadras, de vôlei, basquete, tênis, imponham a tentativa antiesportiva de desconcentrar os competidores como um direito e não uma demonstração da nossa falta de EDUCAÇÃO. Essa, temos de sobra, não é presidente(a)? Estudante(a)s desocupados do nosso amado Brasil que o digam. 


Normal, num país em que o corruptor denuncia a corrupção por que pagou e não levou… Ou se imagina que alguém daria de graça um projeto de VLT avaliado em 14 milhões? Nada a estranhar, quando o denunciante tem, inclusive, um cargo no gabinete do vice-governador do partido de quem tudo fez para que o BRT se transformasse em VLT. Diga-me com quem… 


Falando nisso, onde andará a chuva do caju, primeiro sinal de que o clima, um dia – ainda demora -, vai mudar? Que assim seja na vida. Venham, outros ares, mesmo que tardios, como a chuva benfazeja!

Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e colabora com o DC Ilustrado. Esta crônica faz parte da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM.delcueto.cia@gmail.com