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domingo, 10 de março de 2013

O rolo rola pelo ralo


Texto e foto de Valéria del Cueto
Minha rota de fuga já é conhecida. Diante de qualquer abalo me procurem na Ponta, embaixo da pedra do Leme. O entorno guarda resquícios da tempestade que fez da máxima do prefeito Eduardo Paes uma dolorosa e triste realidade. Mais do que nunca, somos um rio. De lama e lixo, ele esqueceu-se de avisar.

Aqui, o mar alto que chegou com a chuvarada faz a feste do povo da água que se arrisca em altas ondas coladas a pedra. Para encurtar a rota e economizar  braçadas a rapaziada do bodyboard  pula do meio do Caminho dos Pescadores, já na boca da fera! E faz a festa.

Troquei sim o barulho ensurdecedor do rotorooter do Eduardo Paes pelo som delicioso das ondas do mar.

Já reparou? É a segunda vez que cito o nome do indigesto alcaide do Rio de Janeiro nesse texto. A culpa é dele que não me deixa esquecer sua atuação de Penélope Pavorosa, como diz um jornalista amigo, testemunha intermitente da obra mal feita  da Dimensional, empreiteira contratada pela Secretaria Municipal de Habitação, do engenheiro Jorge Bittar. Ela, que tentou a façanha de exigir que o esgoto do Chapéu Mangueira e da Babilônica fizesse a curva no pé da Ladeira do Leme e seguisse obediente pela Rua Ribeiro da Costa, descobriu que a ordem não seria seguida assim, de bom grado, de acordo com o excelente projeto planejado e executado pela referida empresa.

Resumindo: a curva entope e a língua negra da praia em frente, continua lá, como uma careta, escarnecendo da incompetência comprovada dos obristas do pedaço.

Assim é que, mesmo que me esforce para esquecer as  trapalhadas eduardianas, uma em cada quatro semanas, lá estão os diligentes operários da extraordinária Secretaria de Habitação, vestindo (agora) um incrível macacão amarelo “olha eu aqui” e suas respectivas galochas de borracha, chafurdando na lama contaminada do mega bueiro existente justo embaixo da minha janela.
Não bastasse o cheiro de podridão que me leva a uma associação imediata ao resumo das obras malfeitas e pagas com o dinheiro suado de nossos impostos, também sou obrigada a conviver com a poluição sonora no horário comercial, propiciada pelo motor constante do chupa lama necessário para desobstruir o joelho da tubulação do esgoto da prefeitura. No dos outros é refresco, senhor. Aqui, mal dá pra respirar.

Acontece que o conteúdo elameado, composto de dejetos, detritos e componentes afins içados das entranhas do asfalto ficam ali, no meio da rua, secando ao sol, sendo levado pelo vento marinho para as residências adjacentes. Enfim, nosso querido prefeito traz mensalmente, por uns 5 dias, a poluição, as doenças e a contaminação do esgotamento sanitário até nós, sortudos moradores do entorno. Quem não seria inesquecível com uma atuação exemplar como essa?

Mas, como sou uma pessoa justa, tenho que  reconhecer: o sistema de coleta vem se aperfeiçoando a cada nova incursão dos operários ao fantástico mundo das tubulações mal feitas. Além das roupas de borracha (daqui a pouco serão escafandros, por que respirar aquele ar merece mais do que um trocadinho de insalubridade), trocaram o carrinho de mão sem rodas, içado por cordas, que era o subidor da lama por uma sensacional escada para facilitar o sobe e desce do peão. (veja a foto ilustrativa do equipamento de última geração e grande precisão). 
Arrumar a engenharia e punir o (i)responsável pela empreita mal executada, nem pensar! Afinal, como Penélope enrolará as finanças  e desfiará mais um trocadilho dos idiotas de plantão? É por isso que eu... rio!  

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”,  do SEM FIM... delcueto.cia@gmail.com 


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ribeiro da Costa, Morar Carioca e Cedae




Fagulhas de soldas, ferramentas sinalizadoras, machadadas e suas lascas, falta de segurança, acessibilidade, nem se fala!

Nada como um dia após o outro pra continuar a insegurança nas obras da Ladeira, Ari Barroso, que agora chegaram na Ribeiro da Costa, no Leme.

É a Secretaria Municipal de Habitação, de Jorge Bittar, da prefeitura de Eduardo Paes, continuando a quebrar tudo de novo, em parceria com a Cedae nas obras da empreiteira Dimensional no Leme.

Depois de semanas de correria para preparar a maquiagem da ladeira Ari Barroso para a Rio + 20, com várias ocorrências que culminaram com queda de poste, falta de água e de luz para os moradores do Chapéu Mangueira e Babilônia, o tudo feito voltou a ser desfeito no local, com as características de sempre, como a falta de segurança nos canteiros de obras, registrada as fotos.

Os moradores pagam pelas obras e penam com as consequências do serviço mal feito e mal fiscalizados pela Secretaria Municipal de Conservação e etc que não exige o cumprimento do que determina o código de conduta de obras públicas da própria Prefeitura: falta segurança, acessibilidade e os moradores estão expostos aos resíduos que poluem o ambiente e provocam doenças.

* fotos de Valéria del Cueto

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

No Leme, dejetos expostos e cheiro insuportável




Basta chover para que seja despejado na Ribeiro da Costa, no pé da ladeira Ari Barroso, os dejetos poluentes dos bueiros das obras canalização do esgoto das Comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia.

Elas são do projeto 'Morar Carioca', da Secretaria Municipal de Habitação, comandada por Jorge Bittar, e são realizadas pela empreiteira Dimensional sob responsabilidade do engenheiro Maurício Tostes.

São muitos litros de material contaminado retirado dos bueiros e transportado nas pás carregadeiras (atenção para os equipamentos de segurança usados pelos operários, inapropriados para o serviço) que não respeitam as calçadas, subindo com suas rodas por cima do calçamento português.

Nas diversas operações do tipo ocorridas nos últimos meses, não há segurança, sinalização e preocupação com os danos ambientais e de saúde provocados pelo manejo inadequado do material.

Os detritos são retirados, mas seu excesso seca ao "natural" exalando seu odor característico até depois se transformar na poeira malcheirosa que fica na pista, provocando doenças e expondo à sua insalubridade os moradores e os policiais da UPP do Leme, que ficam baseados na área.

Este procedimento, que acontece a cada chuvarada, provoca danos ao meio ambiente e não é fiscalizado pela Secretaria de Conservação e Obras da Prefeitura, nem pelos órgão ambientais municipal e/ou estadual.

A Prefeitura do Rio de Janeiro é a responsável pelo projeto Morar Carioca. O que significa dizer o que mesmo, caros senhores Secretário Municipal de Habitação, Jorge Bittar e prefeito Eduardo Paes?

* fotos de Valéria del Cueto

sábado, 4 de agosto de 2012

O Leme e a poluição visual do Morar Carioca




O calçadão central da Avenida Atlântica, em frente a rua Aureliano Leal, no Leme foi o local escolhido para a colocação das placas do projeto Morar Carioca, da Secretaria de Habitação.

A rua está interditada há mais de um ano e serve de canteiro de obras para a empreiteira Dimensional, responsável pelas obras que alteram o cotidiano dos moradores e prejudicam a mobilidade no local.

Um lado em branco, outro com um aspecto de desleixo, com a ponta solta, as placas não têm função, além de poluir o visual, já que nada informam, por não disponibilizarem as informações técnicas que poderiam interessar aos moradores como contatos, responsáveis pela obra, tempo previsto para a realização.

Elas enfeiam a orla e prejudicam a imagem do bairro, sem que qualquer providência seja tomada pelas secretarias afins da administração do prefeito Eduardo Paes para regularizar a situação.

Aureliano Leal, acessibilidade prejudicada




O canteiro do Morar Carioca, da empreiteira Dimensional, que há mais de um ano fechou o espaço entre a rua Gustavo Sampaio e a Avenida Atlântica contrariou, nesse período todos os princípios estabelecidos no código de conduta de obras públicas da Secretaria de Municipal Conservação e Obras, ao impedir o acesso a única rampa para deficientes do trecho com seu estacionamento exclusivo para veículos pesados tanto durante o dia quanto no período noturno, nas obras da Secretaria de Municipal de Habitação, comandada por Jorge Bittar.
* fotos produzidas no final de julho, início de agosto por Valéria del Cueto

Morar Carioca os bueiros da Ribeiro




A novela não termina. E enquanto a obra do Morar Carioca, do prefeito Eduardo Paes se re-dobra, as condições de segurança e acessibilidade seguem precárias, pela falta de respeito da empreiteira Dimensional e da secretaria de Municipal de Habitação, aos cuidados estabelecidos pelo código de execução de obras públicas não fiscalizados pela Secretaria de Conservação e etc...

A segurança funciona assim: primeiro sem aos equipamentos de proteção e sinalização exigidos por lei. Horas depois, quando reparam que os flagrantes estão sendo registrados, com telas que protegem... a passagem dos automóveis.

No que tange aos pedestres, nas calçadas e vias urbanas, os exemplos apresentados dispensam maiores detalhamentos: sinalização preventiva, opções de acessibilidade e segurança não existem.

Só não veem as irregularidades quem não não quer, senhor Eduardo Paes. Por favor, cobre de sua equipe de colaboradores, exija que as obras sejam fiscalizadas e a legislação da prefeitura cumprida!


O Morar Carioca, descendo a ladeira jul/ago 2012




Britadeira, quebradeira, poeira e barulho ensurdecedor por semanas a fio.

É a Secretaria Municipal de Habitação, de Jorge Bittar, da prefeitura de Eduardo Paes, quebrando tudo de novo, em parceria com a Cedae nas obras da empreiteira Dimensional no Leme.

Depois de semanas de correria para preparar a maquiagem da ladeira Ari Barroso para a Rio + 20, com várias ocorrências que culminaram com queda de poste, falta de água e de luz para os moradores do Chapéu Mangueira e Babilônia, o tudo feito voltou a ser desfeito no local, com as características de sempre, como a falta de segurança nos canteiros de obras, registrada as fotos.

Os moradores pagam pelas obras e penam com as consequências do serviço mal feito e mal fiscalizados pela Secretaria Municipal de Conservação e etc que não exige o cumprimento do que determina o código de conduta de obras públicas da própria Prefeitura: falta segurança, acessibilidade e os moradores estão expostos aos resíduos que poluem o ambiente e provocam doenças.

* fotos de Valéria del Cueto

terça-feira, 17 de julho de 2012

Canteiro de obras da Aureliano Leal, no Leme




Trecho interditado entre a Rua Gustavo Sampaio e Avenida Atlântica desde o final do primeiro semestre de 2011.

As fotos são do entorno do canteiro de obras da empreiteira Dimensional, executora do projeto Morar Carioca, sob responsabilidade do engenheiro Maurício Tostes e de Jorge Bittar, titular da Secretaria Municipal de Habitação, gestão de Eduardo Paes.

* fotos produzidas que documentam as irregularidades cometidas contra o código de conduta de obras da Secretaria de Conservação e obras da Prefeitura do /Rio de Janeiro em julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

No Leme mais do mesmo: descaso e desleixo




Estas imagens são da Rua Gal Ribeiro da Costa com a Ladeira Ari Barroso, a que foi maquiada para receber o prefeito Eduardo Paes e sua comitiva - incluindo o prefeito de New York-, dia 19 de junho, na Rio+20, conforme relatado por Hanrrikson de Andrade no UOL na matéria Em visita de meia hora, prefeito de Nova York conhece UPP e "vê" mar de Copacabana>

As obras do Morar Carioca estão sob responsabilidade do engenheiro da Secretaria Municipal de Habitação Maurício Tostes Vieira e sua fiscalização deveria caber a João Luiz Reis, sub-secretário de Engenharia e Conservação da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos.

A realidade é que os trabalhos executados pela Dimensional Engenharia Ltda e chefiadas pelo engenheiro João, segundo informações fornecidas por operários do canteiro de obras, continuam causando transtornos, destruindo as calçadas, provocando insegurança e impedindo a acessibilidade do bairro. Tudo de forma ilegal, já que os pre-requisitos de segurança não são cumpridos, nem fiscalizados.

A primeira foto é do dia em que o prefeito de New York visitou o Leme.

As outras, dos estragos feitos de lá para cá pelo projeto Morar Carioca, da Secretaria de Habitação, comandada por Jorge Bittar, no local.

A cada dia, mais entraves, mais prejuízos para os moradores.
No caso da jardineira do prédio 51, o caso é ainda mais gritante: um caminhão da obra a destruiu meses atrás e assim ficou.

E ainda somos obrigados a escutar do responsável direto por essas ações criminosas contra a população que somos nós que "não cuidamos das nossas calçadas".

Cadê o Choque de Ordem, senhor prefeito? Cobre - e caro - do seu pessoal que deveria, inclusive, dar o exemplo. Ou obras da prefeitura não devem seguir as normas estabelecidas por lei?

---- Veja na última foto -----:

No dia seguinte a esta publicação o exemplo mais gritante aqui apresentado foi consertado, o da quina da calçada de pedras portuguesas. A depressão do asfalto que causa transtorno na descida do que deveria ser a rampa do outro lado da ladeira e os canteiros destruídos em frente ao número 51 da Ribeiro da Costa permancem.

* fotos e texto de Valéria del Cueto

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Leme, um bairro refém do desrespeito e despreparo




03/JUL/2012
Para: Jorge Bittar
"Esse declive na Rua Gustavo Sampaio, 208, foi causado por manobra indevida de caminhão do serviço do 'Morar Carioca', da Secretaria Municipal de Habitação, no Leme, o que já causou queda de vários pedestres. Até agora o reparo não foi feito, seguindo o risco eminente de novos acidentes. O que nunca vi enquanto residente há mais de 40 anos no ex-bucólico bairro da Zona sul do Rio."

A.K./ SOS LEME

Quando o email acima era enviado, no local, estava caída uma moradora de 94 anos, com fratura de fêmur.

04/JUL/2012

Conforme ordenado por Maurício Tostes o reparo começou a ser realizado nas condições apresentadas nas fotos: sem tapumes, proteção para os pedestres, espaço para passagem... Sem que a lei seja cumprida!

O trabalho começou a ser refeito apenas no prédio indicado ignorando a situação geral do local, onde, no prédio do lado, cadeirantes e carrinhos de bebes tem que passar por extensas poças d'águas provocadas pelo péssimo acabamento do serviço do Morar Carioca, a cargo da Dimensional, que provocou um desnível que impede, inclusive, a acessibilidade garantida por lei.

Questionado, o engenheiro João argumentou que "saída de garagem não é lugar de cadeiras de roda". O que deixa uma dúvida e leva a uma pergunta: por onde deveriam circular os cadeirantes, já que a obra da Prefeitura deixa obstáculos insuperáveis para eles?

Para finalizar, mais uma informação relevante e esclarecedora: segundo o engenheiro "temos 52 calceteiros, apenas 1 sabe fazer".
O que significa dizer o que mesmo, caros senhores Secretário Municipal de Habitação, Jorge Bittar e prefeito Eduardo Paes?

* fotos e texto de Valéria del Cueto

domingo, 24 de junho de 2012

Pedra cantada - Passagem "D" les no pé da ladeira

Pedra cantada
Passagem "D" les no pé da ladeira

Texto e foto de Valéria del Cueto

Finalmente a tarde tão esperada havia chegado! Ruas limpas, carros removidos, maquiagem tinindo, fita exu para todo lado delimitando as vagas exclusivas da "organização" do evento.

Espaço reordenado, é a hora de uniformizar os figurantes da festa. Os mototaxistas que sobem com os moradores e seus pacotes, partindo do pé da ladeira Ari Barroso, ganharam camisetas com os dizeres LEME SERVICE (chamem o Ancelmo Gois!) pra gringo entender.

Só que, igual a doce, passou do ponto. A ordem fragilmente estabelecida na entrada das comunidades desandou. Inexplicavelmente um trator despejou de sua caçamba canos, caixas d'água, e outros badulaques na esquina onde, anteriormente, estavam os tapumes que formavam a bandeira do PAC. Removidos, no local as pedras portuguesas foram recolocadas deixando o trecho à direita de quem sobe com cara de calçada novamente. Até ser ocupado pelas tralhas, minutos antes do início do ritual de passagem da comitiva oficial morro acima.

Mais cedo, para mostrar serviço, outro alguém resolveu dar mais uma guaribadinha no entorno e aboletou um andaime na calçada da subida. Objetivo: consertar pedaços de reboco despencado do prédio, acima dos sensacionais grafites de artistas da comunidade.

Preocupado em não lambrecar a obra de arte, um vistoso plástico preto protegia o desenho - feito dois dias antes - dos resíduos do cimento preparado no piso de tábuas da estrutura onde se apoiava a escada utilizada pelo funcionário encarregado de remendar as quinas da parede... E a bagunça recomeçou.

Após limparem até cartazes pregados nos postes da ladeira, mais no alto mandaram pintar as portas do ferro do depósito, bem em frente ao bueiro de esgoto que insistia em transbordar e descer pelo meio fio na direção da rua lá embaixo.

Foi neste contexto e com esse aspecto de desleixo que os batedores abriram caminho espetacularmente para a van que conduzia os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e o de New York, Michael Bloomberg.

A visão era, sem dúvida, terceiro mundista. Em nenhuma cidade evoluída do planeta andaime, obra e material como o plástico preto estariam perigosamente expostos podendo, inclusive, provocar acidentes pela falta de proteção para quem por ali circulava. Tudo estaria escondido por tapumes protetores e nada reveladores.

Na hora da descida, para melhorar ainda mais o aspecto de "não ficou pronto", quando a comitiva apontou no alto da ladeira funcionários transitavam carregando pranchões de tábua pelo caminho.

Mico é pouco para descrever a tão aguardada passagem das autoridades. Espetáculo protagonizado pela empreiteira Dimensional e pelo anfitrião e alcaide do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em plena Rio+20!

O que nos leva a concluir que os próximos eventos serão antecedidos por atrasos e prazos não cumpridos, como lamentavelmente acabamos de ver acontecer...

* Este registro é dedicado ao engenheiro que afirmou que o visual apresentado não o preocupava "por que parecia que a obra era do prédio", jogando a culpa do vexame nos moradores!

Grande inverdade: a responsabilidade pelo aspecto deplorável descrito na visita histórica do prefeito de New York ao morro é da empreiteira DIMENSIONAL, encarregada das obras que, há mais de um ano, alteram a vida dos moradores do bairro e nos dão uma lição de como não se deve conduzir esse tipo trabalho, especialmente no que diz respeito ao relacionamento com os moradores do entorno de seus canteiros de obras. Se é assim num bairro como o Leme, imaginem nas periferias...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Passagem "D" les no Chapéu Mangueira e Babilônia na Rio+20




Pedra cantada - Passagem "D" les no pé da ladeira

Texto e foto de Valéria del Cueto

Finalmente a tarde tão esperada havia chegado! Ruas limpas, carros removidos, maquiagem tinindo, fita exu para todo lado delimitando as vagas exclusivas da "organização" do evento.

Espaço reordenado, é a hora de uniformizar os figurantes da festa. Os mototaxistas que sobem com os moradores e seus pacotes, partindo do pé da ladeira Ari Barroso, ganharam camisetas com os dizeres LEME SERVICE (chamem o Ancelmo Gois!) pra gringo entender.

Só que, igual a doce, passou do ponto. A ordem fragilmente estabelecida na entrada das comunidades desandou. Inexplicavelmente um trator despejou de sua caçamba canos, caixas d'água, e outros badulaques na esquina onde, anteriormente, estavam os tapumes que formavam a bandeira do PAC. Removidos, no local as pedras portuguesas foram recolocadas deixando o trecho à direita de quem sobe com cara de calçada novamente. Até ser ocupado pelas tralhas, minutos antes do início do ritual de passagem da comitiva oficial morro acima.

Mais cedo, para mostrar serviço, outro alguém resolveu dar mais uma guaribadinha no entorno e aboletou um andaime na calçada da subida. Objetivo: consertar pedaços de reboco despencado do prédio, acima dos sensacionais grafites de artistas da comunidade.
Preocupado em não lambrecar a obra de arte, um vistoso plástico preto protegia o desenho - feito dois dias antes - dos resíduos do cimento preparado no piso de tábuas da estrutura onde se apoiava a escada utilizada pelo funcionário encarregado de remendar as quinas da parede... E a bagunça recomeçou.

Após limparem até cartazes pregados nos postes da ladeira, mais no alto mandaram pintar as portas do ferro do depósito, bem em frente ao bueiro de esgoto que insistia em transbordar e descer pelo meio fio na direção da rua lá embaixo.

Foi neste contexto e com esse aspecto de desleixo que os batedores abriram caminho espetacularmente para a van que conduzia os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e o de New York, Michael Bloomberg.

A visão era, sem dúvida, terceiro mundista. Em nenhuma cidade evoluída do planeta andaime, obra e material como o plástico preto estariam perigosamente expostos podendo, inclusive, provocar acidentes pela falta de proteção para quem por ali circulava. Tudo estaria escondido por tapumes protetores e nada reveladores.

Na hora da descida, para melhorar ainda mais o aspecto de "não ficou pronto", quando a comitiva apontou no alto da ladeira funcionários transitavam carregando pranchões de tábua pelo caminho.

Mico é pouco para descrever a tão aguardada passagem das autoridades. Espetáculo protagonizado pela empreiteira Dimensional e pelo anfitrião e alcaide do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em plena Rio+20!

O que nos leva a concluir que os próximos eventos serão antecedidos por atrasos e prazos não cumpridos, como lamentavelmente acabamos de ver acontecer...

* Este registro é dedicado ao engenheiro que afirmou que o visual apresentado não o preocupava "por que parecia que a obra era do prédio", jogando a culpa do vexame nos moradores!

Grande inverdade: a responsabilidade pelo aspecto deplorável descrito na visita histórica do prefeito de New York ao morro é da empreiteira DIMENSIONAL, encarregada das obras que, há mais de um ano, alteram a vida dos moradores do bairro e nos dão uma lição de como não se deve conduzir esse tipo trabalho, especialmente no que diz respeito ao relacionamento com os moradores do entorno de seus canteiros de obras. Se é assim num bairro como o Leme, imaginem nas periferias...
*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

terça-feira, 19 de junho de 2012

retoque na maquiagem: O dia "D" les - Rio+20




No pé do morro do Chapéu Mangueira e Babilônia...

* estou enrolada, depois escrevo e descrevo o leme que todos pediram à deus, mas só os gringos vão ter!

A noite dos desesperados - véspera do dia "D" les - Rio+20.




Tá tudo muito bom, mas descansar que é bom... NEM PENSAR!

Depois de passar os últimos dias da semana ao som do desentupidor gigante de esgotos derramados, o final de semana sentido o cheiro de piche e ouvindo o barulho do asfaltamento morro acima, abaixo e ao lado, segunda feira, às 21:45 era como se fosse... dia!

Ladeira fechada, uma grande dificuldade dos moradores para se locomoverem, acesso prioritário para as autoridades e produtores do 'evento' e um barulho infernal que "não teria hora pra acabar".

Afinal, quem pararia a baderna? O responsável Miguel, que comandou durante o dia o canteiro (de camisa branca nas fotos), de noite não podia ser questionado, por que "não era com ele".

A PM da UPP da base da ladeira, de mão atadas (!) , obedecia ordens superiores a lei do silêncio que diz que depois das 22hs não pode fazer barulho.

Afinal, se Eduardo Paes quer a área maquiada, lavada e ensaboada, manda ele! Mais que a lei e a ordem. Então, é vale tudo. Belo exemplo para os moradores de quem se cobra o respeito as normas que os próprios representes do executivo não cumprem.

Tudo por uma maquigem para inglês ver. Depois, a gente já sabe: tira o asfalto, por que de obra mesmo, só fizeram a capa, que será paga com nossos impostos e executada pela Dimensional que óbviamente cobrará para desmanchar o malfeito e, depois, fazer voltar o plano inicial: mais meses e meses de quebradeira, incômodos e desrespeito aos moradores.

Detalhe: se quiser aqueleas informações que são obrigatórias estarem expostas sobre o serviço tais como: nome do engenheiro responsável, telefone de contato e prazos para a realização da empreitada, não procure nas ruas do Leme: suba o morro, faça a curva e... Lá por cima, em algum lugar, estão afixadas as informaçòes que TODO cidadão tem direito a ver divulgada por lei.

Ops, mas já sabemos que a lei só vale para nós, pobres mortais. Eles, fazem o que querem, quando querem e como querem.

Quer reclamar? Procure o bispo!

*texto e fotos de Valéria del Cueto, para a série "Rio+20 pra inglês ver, a gente deixa os problemas pra você"