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domingo, 16 de junho de 2013

Vai que é tua, tira a bola da rua.


Texto e foto de Valéria del Cueto

É tudo correlato. Será? Faz sol. Venta, mas não demais. É calor na praia e friozinho na Gustavo Sampaio, rua de dentro do Leme, aqui na Ponta, Rio de Janeiro. O mar anda alto, o que garante momentos de atenção para a linha dos atletas que aguardam a hora de se posicionar nas ondas e assegurarem o espaço adequado para desenvolverem suas manobras radicais.

É um balé para pouquíssimos espectadores privilegiados como eu. Divido meu tempo entre ler Catarina, a Grande, biografia da czarina da Rússia, escrever e apreciar os surfistas e afins deslizando nas ondas. Como tirar os olhos do mar?  

O tempo está lindo. O céu azul e o oceano cor de esmeralda. Confesso que nem vi se a água estava fria. Pelas roupas de neoprene da rapaziada dá para  deduzir a resposta. Não é época do tempo estar, assim, radiante. Não na lua nova de junho. Estranho, muito estranho. Parece que o mundo rodou mais devagar no eixo, por que o clima está mais para veranico de maio do que o tempo cinzento, chuvoso e frio que costuma emoldurar esse período.

Se fosse só aí... o mundo está virado. Por mais que a gente corra daqui para lá, desvie e tente se refugiar de tanta informação é impossível não ser sugado pelo “roto-rooter” da vida brasileira. Como um todo ou em particular.

Senão vejamos: remédios quase vencidos, pilar encolhido... Vai Lá Trazer uma boa notícia, pelo amor de Deus! Licitações e pregões pros amigos? Votê, cobra, mangalô “treizveiz”. “A cultura é o patinho feio do estado”, é mole?

É por essas e por outras que procuro e, um dia, hei de encontrar uma forma de fazer cultura sem precisar de sequer passar na porta da tutela do estado. Quero respeito por quem peleia e procura novos caminhos para sair do rumo de quem chega a uma conclusão dessas assim, depois que assumir o cargo máximo do setor no estado. O tempo passa, a vida anda e o bonde já passou por essa estação.

Do outro lado é pau, é pedra é o começo do caminho, para desespero de alguns e pressa de outros. Em nome de evitar a “baderna” o negócio é endurecer. De novo? Acho que já disse nessa crônica que já vi o filme dessa reprise classe B.

Nunca tão poucos centavos representaram tanto para  multidões espalhadas por várias capitais do país. Multidão que só aumenta a cada apresentação especial  dos poderes militares constituídos. É daí para pior. E já deu pra ver que não vai ser sopa pra ninguém, incluindo aí vários coleguinhas da Folha de São Paulo,  agredidos na última quinta-feira.

Segunda, em plena Copa das Confederações, com o mundo já tendo acompanhando pelas TVs, jornais e as redes sociais os primeiros capítulos da novela PASSE LIVRE, parece que haverá outra rodada de manifestações pelo país. Boa hora para a panela de pressão continuar a chiar.

Ai meus santos canarinhos com cabelos de cacatua. Façam o milagre do esquecimento das mazelas inflacionárias, da alta do dólar, da queda do mercado, da falta de saúde, educação, segurança, infra-estrutura e outros probleminhas mais.

Chutem para o gol dos adversários nossos recalques e essa sensação estranha de que no final,  ganhando ou perdendo, estamos entrando pelo cano...

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

domingo, 26 de maio de 2013

Ó de casa?!


Ó de casa?!
Texto e foto de Valéria del Cueto
Vamos cair na real: não será hoje. Mas quase ontem. A Copa está aí. Alguma novidade? Talvez para quem nunca comeu melado. Por que, ao contrário do ditado, é justamente quem já comeu que está se lambuzando. E o faz de caso pensando, por que sabe que é agora... ou já! As comportas estão abertas e jorra dinheiro para tentar fazer em alguns meses o que não foi executado em anos.
Lembro-me sim, do dia em que saiu o resultado das cidades escolhidas para serem sedes da Copa de 2014. Meninos eu, vi, estava voltando (de novo) para Mato Grosso e uma das tarefas do retorno era registrar em vídeo a agitação da Praça do Chopão, onde Cuiabá em peso se reuniu para assistir a declaração da FIFA.
Acompanhei colada com os “artistas” que ali estavam para, mais que comemorarem, mostrarem à gente brasileira, por um link ao vivo da rede Globo, o que Cuiabá tinha para oferecer ao mundo: cururu, siriri, o boi e, como todo o Brasil, o samba.
Lembro que havia uma tenda vip, para as autoridades. Só que a reação desse povo a “conquista” não me interessava, já sabia qual seria. Preferi me encostar nos cururueiros que afinavam, nervosos, as violas de cocho e arranhavam insistentemente seus ganzás. Ali, sentia a tensão do povo de Cuiabá para a realização de um sonho, apenas de um sonho: o de que a Copa do Mundo chegasse àqueles que teriam  imensas dificuldades na vida para irem até ela.
Para o trabalho, havia várias câmeras espalhadas: Na tenda, na área das apresentações ao lado da praça. A subida da Getúlio havia sido impedida e um trio elétrico ocupava a rua. Imagina a briga que era pra saber que iria subir no caminhãozão. Muita gente conseguiu sair na foto, mas claro, o espaço não foi suficiente para tanto ego. Do lado de fora do Chopão, o povo. Lá dentro, meia sociedade cuiabana, que aquela não era festa pra perder. Só comemorar. Faz quatro anos no dia 31 de maio!
Não quero ser derrotista, por que acredito na capacidade de organização e, apesar de não ser devota, nos milagres capazes de serem realizados pelo Santo RDC (Regime Diferenciado de Contratação, pra quem não ligou a sigla ao seu bolso), mas a coisa mais pronta que pude ver nesse período, é o trabalho do mesmo grupo Flor Ribeirinha que rodopiou cheio de alegria e emoção para nos representar para o mundo naquela praça.
Pois não é que a Domingas, mãe, pai, tia e madrinha do projeto de excelência, nascido no São Gonçalo Beira Rio, soube pilotar sua canoa com maestria e organização e, um ano antes do evento, mostrou para os cuiabanos como o cururu e o siriri os apresentará para o planeta? Ocupou com maestria todos os espaços que pode e fez sim, um lindo trabalho, levando sua trupe das águas do seu Cuiabá para mares e oceanos distantes. Claro que enfrentou corredeiras e calmarias, mas dá gosto ouvir falar do seu sucesso.
Pena que nem todo mundo esteja jogando aberto como a artista Domingas. Li que o Tribunal de Justiça suspendeu a licitação organizada pela SECOM/MT para escolher as agências de propaganda que atenderiam a SECOPA. O mandado de segurança foi impetrado com o argumento do o não cumprimento da Lei 12.232/2010 e do uso em uso em vão do nome, ao que parece do Santo RDC!
Indica que já estamos no período do pega pra capar e  do Deus nos acuda! Tem gente rodopiando  e dançando qualquer ritmo e batida para levar de lambuja uma beira da nossa festa...
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “No rumo”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

domingo, 5 de maio de 2013

Sem noção, com muita emoção, só na propul$ão!

Texto e foto de Valéria del Cueto

É pau, é pedra e qualquer hora dessas o editor me pega. Esse tal de deadline é um inferno na vida de qualquer pretendente a entregar uma obra com prazo marcado.

É dura essa vida de ter compromisso. Imaginar é ótimo, planejar é legal. Mas executar nem sempre depende só da nossa atuação. Ou não?

Das duas uma: ou você chuta o balde e reza pra água cair direto no jardim que precisa ser regado ou sua consciência nunca estará tranquila até conseguir fechar a tampa e enterrar o defunto.

Que horror! É muita maldade comparar um filho parido a cada semana, no meu caso, a um morto. Mas é o velho ditado cuiabano que diz: "Quem beijou, beijou, quem não beijou beijasse, por que vai fechar o caixão" a primeira imagem que me vem à mente quando penso em entregar alguma coisa em cima do laço.

Isso, meus queridos leitores, que sou uma pessoa ciente e ciosa dos meus deveres para com meu reduzido público e procuro adiantar minha vida para não passar um perrengue a cada semana, justo às sextas-feiras, dia sagrado que antecipa o que virá de melhor no final de semana.

Mas o que fazer quando, por exemplo, como acontece hoje, estou no aeroporto, em São Paulo, tentando embarcar para o Rio e, consequentemente desembarcar na minha Ponta do Leme sagrada?

Diz que foi o nevoeiro, mas vejo as outras companhias mandando e trazendo passageiros de um lado para o outro, enquanto a minha se limita a mudar os numerinhos horários, em ordem crescente, no painel de partidas.

Assim, foi que planejei escrever esse texto confortavelmente. Sentada na poltrona do avião voando na ponte aérea. Mas não previ a possibilidade de atraso após atraso ver o tempo se escoando e o voo atrasando diante dos meus olhos preocupados.

Então, resolvi adiantar o trabalho. Acabei descobrindo que não daria tempo de terminar e enviá-lo antes da chamada do voo. Foi assim que me vi torcendo para... o voo atrasar ainda mais!

Como é só um voo, tudo bem.

Mas vocês já imaginaram como estão os que deveriam entregar coisas mais sérias e inadiáveis que uma crônica???? Sem desmerecer o meu humilde trabalho, é claro!
Pelo bem dos compromissos assumidos, deve ter muita gente perdendo o sono por aí. Afinal, algumas coisas não dão pra deixar para depois, ou simplesmente largar de mão. Estádios, aeroportos, instalações, obras de mobilidade urbana, segurança e saúde para turistas. Vixe! Só fazendo mais e não tão melhor para ser rápido.

É claro que uma ajuda monetária, financeira e/ou econômica ajuda. Só que isso não é a solução para todos os problemas. O nível do stress vai lá em cima e, pelo bem ou pelo mal, é melhor ser excelentemente remunerado pela aporrinhação, mesmo que o dinheiro não resolva diretamente o problema...

Aí, vem aquela velha pergunta: e o que temos nós com isso? Tudo! Alguém tem que pagar a puuuuuta conta... Falimos nós e ganham eles, mesmo sem entregar o prometido. E viva o mais nvo santo da praça, o RDC, Regime Diferenciado de Contratação!

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Parador Cuyabano ”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

domingo, 28 de abril de 2013

Se não agora, será quando?

Texto e foto de Valéria del Cueto
De novo, no laço. Seja como for, tipo sem régua, esquece o compasso.
A culpa é do que me tirou do caminho que faço para trazer a você, leitor, a crônica nossa de todas as semanas. Já disse e repito: não é fácil, haja assunto e motivação.
Foi em busca de tudo isso e mais um pouco que abandonei a Ponta de Leme e rumei para São Paulo. Um grande evento de turismo, a Word Travel Market Latin América, atraiu minha atenção.
Um ano e pouco antes da Copa do Mundo achei que seria uma boa oportunidade para ver o que o Brasil e o mundo tinham para mostrar no setor.
Ali estavam reunidos representantes do segmento do mundo inteiro. Isso imaginava eu ao adentrar o Transamérica Expo Center onde 1.245 expositores vendiam seu peixe.
Eram tantas opções que, antes de começar uma exploração mais detalhada, preferi me refugiar na sala de imprensa para organizar o que faria durante os três dias do evento que também incluía o 39º Encontro da Braztoa - Associação Brasileira de Operadoras de Turismo. Havia atividades para qualquer modalidade: conferências, seminários, rodadas de negócios, etc, etc...
Decidi ser racional e objetiva diante de tantas opções. Eleger minhas prioridades.
A primeira, pouco profissional e mais emocional, era  verificar como estava o material de divulgação da sede pantaneira da Copa do Mundo de 2014.
Explico o porquê da minha curiosidade: em outubro do ano passado havia ido ao encontro anual da ABAV, Associação Brasileira de Agentes de Viagem, no Riocentro, Rio de Janeiro. E, diante de uma acanhada e mal localizada bancadinha lateral do stand conjugado com Brasília e Goiás, fiquei chocada e   decepcionada com a folheteria que tinha a vã pretensão de apresentar à indústria turística as exuberantes atrações dos três ecossistemas que compõe Mato Grosso.
Lá, disseram-me que aquela participação pífia se devia ao fato de que uma nova campanha seria lançada visando atingir os promotores do setor para vender Mato Grosso para a Copa do Mundo.
Tolinha que sou, acreditei...
Ainda na entrada da WTM no setor que reunia os estados brasileiros um enorme stand plotado com as belezas do pantanal atraiu minha atenção.
A medida que me aproximava aparecia em letras garrafais o nome do estado. M+A=MA, T+O=TO, G+R+O=GRO, S+S+O=SSO. Mato Grosso! Exultei. Só que as letras não terminavam por aí. Havia mais. D+O=DO S+U+L=SUL. Mato Grosso do Sul...
Ao passar foi que resolvi subir para a sala de imprensa, guardando o gostinho de ver o que a gente bronzeada de Mato Grosso havia preparado para o megaevento para depois  deixando a cereja do bolo por último, pra ficar com seu bouquet como uma recordação nas papilas gustativas.
Já no press room, nas estantes repletas de informações, brindes e panfletos, procurando nossa nova campanha, de longe vi uma belíssima pasta com uma foto maravilhosa na capa de algo que parecia uma aérea do Pantanal. Meu coração bateu mais forte! Seria esse nosso material?
Quando me aproximei, descobri que era um material de Botswana. Já ouviram falar?
Pois até este pequeno país africano estava lá. Impecável, irresistível, encantador, com seus alagados, animais exóticos e maravilhosos resorts.
Do meu estado querido tive o prazer de reencontrar o Seiji e a Nizilda, amigos queridos... e nada mais!
Por isso, sofismando, se o ditado que diz “onde há fumaça há fogo” é verdadeiro, onde haverá Copa do Mundo há divulgação intensa. O que não acontece nem com Cuiabá nem com Mato Grosso...
Espero, sinceramente, ter entendido mal o recado claríssimo dado por nossa inacreditável ausência na WTM.
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Parador Cuyabano”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com