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domingo, 29 de dezembro de 2013

É coisa de cinema!

Torino 1311 03 147 Museo Nazionale del Cinema
É coisa de cinema!
Texto e foto de Valéria del Cueto
Dizem que a cereja do bolo deve ser o último bocado a ser comido. Difícil decisão já que ela está ali, no prato, olhando pra gente e se fazendo de sedutora desde que o bolo é bolo...
Em relação a Torino, Itália, uma dessas cerejas é, sem dúvida, o Museo Nazionalle del Cinema localizado na Mole Antonielliana, no centro Histórico da cidade.
O prédio, quem diria, foi construído para ser uma sinagoga. Em 1848, Carlos Alberto de Savoia assina o Estatuto Albertino que libera os cultos não católicos e em 1863 começam as obras do templo encomendado pela comunidade judaica, conforme o projeto de Alessandro Antonelli. Previsto inicialmente para ter 47 metros, com várias alterações sofridas, hoje tem 167 metros de altura. Por muito tempo foi edifício mais alto da Europa. É  um símbolo da “Cittá di Torino”.
Torino 1311 03 139 Museo Nazionale del Cinema vista outro lado do rio
A Mole Antonielliana com seu estilo neoclássico oitocentista proporciona dois grandes espetáculos. Um é a vista para quem sobe até o terraço nos elevadores panorâmicos. Tanto a externa que permite uma visão em 360 graus da cidade, como a interna durante a subida e descida. A impressão é estar num prédio de Gothan City onde, em alguns momentos, haverá um embate entre o Morcego Negro e o Coringa. Mas o interior da Mole tem mais, muito mais.
Torino 1311 03 141 Museo Nazionale del Cinema elevador para baixo
O projeto do Museo Nazionalle del Cinema começou em 1941 em pleno regime facista que impulsiona o cinema italiano, cria os estúdios da Cinecittà... A base da coleção é da estudiosa da história do cinema Maria Adriana Prollo. Sua história se mistura a do Museo, fundado em 27 de setembro de 1958. Em julho de 2000 é inaugurada sua nova sede, um projeto do arquiteto Gianfranco Gritella, com concepção interna do suíço François Confino, ocupando toda a Mole Antoniellina.
E é aí que mora o segredo que transformou o local num dos mais visitados de Torino e da Itália, com recordes sucessivos de público na última década. São 3.200 metros quadrados distribuídos em 5 pavimentos que apresentam não apenas a história do cinema...
Para começar, é preciso entender o processo que permite a “invenção” da imagem em movimento. Desde os rudimentos da ótica, até a criação das máquinas que permitiriam a nós, a criação da chamada sétima arte.
Após a fabricação dos aparelhos de movimentar as imagens outras etapas se apresentam entre a transformação de instrumentos artesanais no que viria a ser a indústria cinematográfica, uma marca do século XX.  
Dissecando o processo cinematográfico em todos os seus aspectos técnicos de modo didático (como roteiro, stoyboard, produção, filmagem, som, imagem e, finalmente, edição) nos corredores da Mole o visitante descobre e identifica o longo processo produtivo necessário para fazer um filme.
O Museo também homenageia de forma muito equilibrada os mais famosos cineastas do mundo: americanos, europeus e asiáticos, com um destaque merecido para, por exemplo, o grande diretor italiano Federico Fellini.
O passeio termina num grande espaço, onde estão apresentadas, de forma interativa, cenários e ambientes reconhecidos nas telas. Uma grande brincadeira, depois de uma aula muito séria sobre a fantástica indústria cinematográfica.
Dois detalhes: um italiano desaconselhou a visita ao Museo “por que tem muitas fotos de gente que nunca vi nem ouvi falar”. Certamente, ele não era um cinéfilo. Uma das brincadeiras mais legais no passeio é, justamente, reconhecer entre as imagens filmes e ícones do mundo do cinema.

O segundo detalhe foi a frase escrita numa das salas: “...uma pequena máquina/ que revela aos nossos olhos tamanhas maravilhas/ e graças ao cristal ótico/ faz com que as imagens marchem como cavalos/ Muitas vezes vemos esses dispositivos/ Multiplicados com seus inventores/ E especialmente no carnaval as pessoas chegam/ perto e ficam loucas ao vê-los. – Carlo Goldino – Il Mondo Novo.
Ou seja: carnaval e cinema sempre andaram juntos. E assim será em 2014. Feliz ano novo...
Torino 1311 03 146 Museo Nazionale del Cinema cinema e carnaval
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “No rumo”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com


domingo, 15 de dezembro de 2013

Naquela janela, é ela?

Verona 1301025 059 Castelvecchio Madona Giovanni Francesco Caroto menino com desenho lindo
Texto e foto de Valéria del Cueto
É ela, a janela e seu balcão, o maior destaque turístico de Verona, a cidade italiana que teria sido fundada pelos celtas sabe-se lá quando e, em 89, viraria colônia romana.
Fica incrustrada numa vila da Via Capelo, onde morava  a doce Julieta, a enamorada de Romeu. Dali a jovem escuta umas das mais célebres juras de amor da literatura. É por ali que sobe o amante apaixonado e, no quarto, após uma noite juntos, ouve da amada os famosos versos de William Shakespeare: “Já vai embora? Mas se não está nem perto do amanhecer! Foi o rouxinol, não a cotovia que penetrou o canal receoso do teu ouvido. Toda noite ele canta lá na Romãzeira. Acredite-me, amor, foi o rouxinol.”
Hoje o pátio da vila é quase um cenário de Disneylândia e o coitado do Romeu jamais poderia encantar sua amada com suas palavras no meio da multidão que acorre ao lugar. Ele certamente também não ia gostar dos homens que tiram foto pegando nos seios da estátua que homenageia sua amada. Corria o risco de ter outras ordens de prisão contra ele, como a que desencadeia a tragédia teatral!
Verona 1301025 015  Juileta na sacada
É muita gente de todos os lugares do mundo lotando o pequeno espaço e procurando novos ângulos para fotografar os mais incríveis tipos de turistas que passam pelo balcão, mediante uma módica quantia para entrar na casa.
É uma injustiça que essa seja a referência mais comum ao se falar de Verona, próspera capital do então ducado Lombardo, detentora de tesouros artísticos e declarada Patrimônio Histórico da Humanidade por sua arquitetura e urbanismo integrado.
Não é só centro da área histórica, onde se destaca imponente a Arena Romana e outras preciosidades, que guarda tesouros artísticos e points gastronômicos e de compras fora do circuito da via Manzzini.
Verona 1301025 063 Enocibus restaurante VeronaBasta sair poucas ruas para fora deste miolo para descobrir lugares como o Enocibus, surpreendente restaurante, na Vícolo Pomodoro, uma ruela silenciosa no entorno da zona nervosa e sempre lotada de animados grupos turísticos que passam como ondas.
A surpresa começa pelo fato de sermos recebidos depois da hora de fechar, normalmente às 3 da tarde. Foi apenas uma tentativa (de sucesso), entrar e perguntar se ainda atendiam naquele horário, a porta para um tratamento quase incomum de acordo com a conhecida fama italiana de mal tratar os clientes, quase como no Bar Lagoa, no Rio de Janeiro. A simpatia do casal é deliciosa e a formalidade fica de lado num ambiente acolhedor e bem decorado. Tudo isso deixa a comida e o vinho típico da região ainda melhor, se é que isso é possível...
No quesito obras de arte, Verona, deteve, por um período, a supremacia artística de toda a península italiana (Verona é incorporada a Itália em 1866). As obras estão espalhadas por excelentes museus, caso do castelo medieval que abriga o Museo di Castelvecchio, um passeio por diferentes períodos do romano ao medieval e romântico. (Depois de pencas de representações com temática religiosa como virgens, anjos e cenas sacras, é instigante se deparar com o quadro “Menino com desenho de fantoche”, do artista Giovanni Franchesco Caroto que viveu em Verona entre 1480 e 1555 que faz parte da coleção do museu).
Novamente, a receita que mistura obras antigas com mostras contemporâneas é aplicada para valorizar ainda mais o espaço e garantir a visita de todos os tipos de apreciadores das artes. Desta vez de maneira radical com a mescla, entre as peças distribuídas pelos salões da exposição permanente no Castelvecchio, das bolhas que caracterizam as obras expostas do artista contemporâneo Giorgio Vigna na mostra “Stati Primitivi” que pode ser vista até o dia 6 de janeiro.
Verona é muito mais que a cidade do balcão de Julieta...
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “No rumo”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
ILUSTRADO DOMINGO

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

RAID - SP / ERRATA

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Category:Other
Errata
É GRANDE SERTÃO VEREDAS, o tema da instalação que homemageia Guimarães Rosa, no Museu da Lingua Portuguesa - Estação da Luz, em São Paulo, no album de fotos RAID - SP http://delcueto.multiply.com/photos/album/67
Desculpe a falha.
Valéria

RAID - SP



Palavra: Pessoa.

Pode calar,
juntar,
confundir,
expressar.

Árvore.
Reta
difusa,
confusa.

Mapa:
caminho,
construção.

Museu da Língua Portuguesa e instalação "Grande Sertão Veredas" de Guimarães Rosa.
Visita com Ângelo Lima.
Novembro 2007

fotos de Valéria del Cueto