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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Pos(s)e real

Pos(s)e real

Texto e foto de Valéria del Cueto

Gente! Que correria é essa? A floresta está um alvoroço nesse início de ciclo animal. É reunião na clareira central. Passagem da coroa para o substituto eleito do regente Vampirão. Esse é o apelido do já saudoso morcego tampão. Ele aguardou penduradinho (de cabeça para baixo), entre folhas e galhos das (ainda) frondosas árvores da exuberante flora e fauna desses trópicos, o momento histórico de passar o comando do reino ao sucessor.

E assim foi. Em meio da panapaná de borboletas azuis quase desfalecidas pelo calor da indumentária da segunda dama, a do vice-rei cabeça preta (vai virar modinha no reino), lá iam eles, o mito e a dama de rosa pelas trilhas da clareira real em busca da taça, quer dizer, da faixa.

Os animais comemoravam a troca de casais reais. E repararam no conselho central, onde as hienas, aves de rapinas e afins, figurinhas carimbadas, permanecem as mesmas para desalento de alguns e expressões entediadas de “eu bem que avisei” de tantos outros. Esses, diga-se de passagem, nem deram as caras para aplaudir o cortejo.

A festa na clareira engalanada para as espécies amigas foi cheia de ufanismo. O único protesto explícito partiu de um equino revoltado que deu “piti” bem na frente do veículo que, tradicionalmente, conduz a realeza ascendente. Corre a boca pequena que foi o cavalo de São Jorge que confundiu a “carruagem” com o dragão. Sabemos, é uma lenda. Um mito, por assim dizer.

Opa! Na floresta, em tempos atuais, chamam assim o novo governante. Como se mito não fosse apenas um ser imaginário. Daqueles que, como os ratos da carruagem da Cinderela, com o fim do feitiço voltam à sua forma original.

Deixa estar, porque o efeito “floresta em festa” passou rapidamente. Não levou uma semana para recomeçar aquela bateção de cabeça de sempre. Só que um pouco diferente...

Meninos de azul e meninas de rosa, cacarejou a responsável pelas chocadeiras e poleiros. Esquecendo que quando o ovo quebra tudo é igual. E quando se “vestem” os filhotes pinto é amarelo, o pato branco, a cobra, vixe, essa tem várias cores.  Os pássaros podem ser coloridíssimos e o cisne cinza depois fica branquinho... Tocou horror no averio. As araras azuis preocupadíssimas. Certas que o-di-a-rão cor de rosa nas crianças. Cada vez mais perto da extinção, reclamam veementemente, prontas para defenderem as cores que dão denominam a categoria araral específica.

De cima da goiabeira, empoleirada esperando Jesus, a protetora das famílias dissemina o disse me disse que corre solto entre interferências atabalhoadas na vida privada das espécies da fauna florestal.

Com apoio do mandatário-mor que deu sua contribuição à empreitada da nova colorição animal. O laranja, para desespero das espécies cujos couros pelagens e plumagens tendem para esse tom, foi declarada a cor dos encarcerados. Até hoje tem bicho esperando que a fila do “teje preso” seja encabeçada pelo Queiroz, o que fazia rolo e juntava fortuna e não era conduzindo Miss Dayse...

Em três dias o mito tinha incorporado seu lado animal falando especialmente de economia e finanças. Seu conselheiro econômico se fechou em copas e cancelou compromissos na primeira sexta-feira de governo! Coube ao responsável pelos assuntos reais junto ao conselho de notáveis da clareira informar que o dito era não dito. A lista dos equívocos e macaquices, agora reais, estava oficialmente inaugurada.

A engajada rainha que não pia, mas gesticula, abriu seu novo habitat à “migas”. A residência oficial foi esquadrinhada e divulgada por uma irmã em Cristo. Não do que subiu na goiabeira.  Passou a ser responsável pelos piores pesadelos da segurança mitológica florestal, aquela que até prego pregou nas persianas do conselho por causa do perigo de um atentado na posse real.

O bonde anda, o bonde avança, o bonde toma posições. Com os mesmos passageiros de sempre e o tempero do deslumbramento emergente de mais uma penca representantes da nova dinastia do reino animal.

Os deuses da floresta observam...

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

sábado, 24 de dezembro de 2016

Tem trem cuiabano na memória verde e rosa...

Tem trem cuiabano na memória verde e rosa...

Texto e foto de Valéria del Cueto
Meus caminhos levam ao samba. E ele passa pela Estação Primeira de Mangueira. A escola verde e rosa completa seus 90 anos em 2018 e já se agita animada para a comemoração.

Um passo importante na preparação dos festejos é a reabertura, após 10 anos, do Centro de Memória Verde e Rosa. Ele fica no terceiro andar do Palácio do Samba, a quadra da escola, junto ao Auditório Dona Zica, a sala de cinema Carlos Cachaça e Biblioteca Dona Neuma.

Aberto em 1999, na gestão do presidente  Elmo José dos Santos, tem um acervo composto por objetos queridos dos mangueirenses que narram a história da escola e da comunidade. Lá estão expostos fotos, fantasias, instrumentos musicais, incluindo o saxofone de Mestre Pixinguinha e o surdo do primeiro desfile da escola,  revistas e jornais, como a primeira edição de “ A voz do Morro, publicação criada numa favela, em 1935, e outras preciosidades.

Imaginem a emoção e alegria dos convidados do Vice-Presidente Cultural, Paulo Ramos, um dos responsáveis pela revitalização do  espaço de referência para pesquisa, educação, documentação e comunicação, considerado um “território de cultura encravado no pé do Morro da Mangueira”.

Uma parte do Centro foi atualizado, incluindo a conquista do último campeonato, o de 2016, com o enredo homenageando Maria Bethânia, “A menina dos olhos de Oyá”.

Também foi renovado o painel que fica diante da porta de acesso do Centro de Memória Verde e Rosa. E ele é a causa desta crônica natalina.

Outro dia, os jornais de Mato Grosso publicavam que o VLT poderá ser construído em duas etapas e que a primeira irá do aeroporto, em Várzea Grande, ao Porto. Conclusão: por mais um capricho do destino, Várzea Grande terá um VLT antes de Cuiabá. Ô trilho difícil!

Pensa no trem. Sonho de Vicente Vuolo. Aquele que quase chegou á Cuiabá. A locomotiva que acabou “puxando” a exuberância da capital de Manto Grosso pela Sapucaí para o mundo, no desfile dessa mesma Mangueira, de 2013.

É incrível que a cidade não guarde nem preserve essa memória. E que, quando vem à cabeça a reação local ao desfile verde e rosa daquele ano, a primeira lembrança seja sempre a questão do jequitibá, símbolo da escola citado no samba e tão criticado por estar lá, já que não há jequitibá em Cuiabá. A polêmica rendeu um trem!

Esse do enredo que levou a obra do fabuloso artista plástico João Sebastião para o último carro da escola, o da Copa do Mundo. O da alegoria que, quando viu que estava chegando o final do desfile, resolveu atender sua natureza de borboletear, dificultando sua passagem pela torre de televisão na Marquês de Sapucaí. Ali, pontos essenciais foram perdidos. Mangueira e Cuiabá ficaram fora do desfile das Campeãs...

Mas a linda e arrebatadora apresentação recebeu o maior reconhecimento que poderia alcançar, diante da quebra do carro. Ganhou do júri do Jornal o Globo, o cobiçado prêmio Estandarte de Ouro de Melhor Escola do Carnaval 2013.

Para alguns cuiabanos pode ser que essa história tenha acabado e, inclusive, servido a vis propósitos políticos de quem não respeita nem avalia o que representa estar ali, na vitrine do Sambódromo Carioca, diante de centenas de milhões de espectadores. Uma pena para Cuiabá... 

Mas não para a Mangueira, que sabe reverenciar sua história e, ao reabrir seu Centro de Memória escolheu, para encantar quem adentra suas portas como visitante, uma imagem do Abre Alas do desfile “Cuiabá, um Paraíso no Centro da América”.  

Gratidão por seu passado e respeito por sua história. Vamos aprender com quem pratica. Esses são meus desejos para a cidade que amo e, um ano depois dos 90 da Mangueira, em 2019, comemorará seus 300 anos. Vamos preparar a festa!   

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Texto da série “É carnaval” do Sem Fim...

Clique AQUI para saber como foi a reabertura do Centro de Memória Verde e Rosa e qual é a imagem do desfile "Cuiabá, o paraíso no Centro da América" que está no painel de entrada 
Studio na Colab55

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mangueira 2013 - mães, filhos e avós




Como o dia era delas, um destaque especial...
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Uma comitiva composta por representantes do poder público municipal veio de Cuiabá para o lançamento, no Espaço Lagoon, do enredo 2013 da Mangueira, no Rio de Janeiro.

Figuras proeminentes dos diversos segmentos comunidade verde e rosa, compareceram a festa que aconteceu no domingo, dia 13 de maio.

As fotos do evento estão divididas pelos albuns abaixo:
Lançamento do enredo 2013
Social
Mães, filhos e avós
Delegado
Surdo Um e Renata Santos
Menino da Mangueira
Preferidas

* fotos de Valéria del Cueto para o Sem Fim...
** Agradeço aos retratados pela gentileza e a paciência.