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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pampa gaúcho


Pampa gaúcho

A região de Rivera, Uruguai, a BR 293, de Santana do Livramento a Uruguaiana, e a Ponte internacional que liga Uruguaiana a Paso de Los Libres, Argentina.

Uma mistura de olhares amplos e pequenos detalhes.
Pampas gaúchos
Clique AQUI  ou na foto para ver as imagens. Algumas foram selecionadas e estão a venda no GETTY IMAGE

Pampa gaúcho, Uruguai/Argentina/Brasil Rio Grande do Sul, Março e abril de 2017.

Ensaio de Valéria del Cueto
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto convida você para explorar o Studio @delcueto
Studio na Colab55

quinta-feira, 9 de março de 2017

Mangueira carnaval 2017, desfile de segunda

Mangueira carnaval 2017

Ensaio fotográfico da Mangueira no Desfile das Escolas da Samba do Grupo Especial, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017, com o enredo "Só com a Ajuda do Santo", do carnavalesco Leandro Vieira.


O ensaio fotográfico é de Valéria del Cueto
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto para CarnevaleRio.com

Clique AQUI ou na foto abaixo para a coleção completa das fotos.
Mangueira carnaval 2017, desfile de segunda feira

* O grupo Gres Estação Primeira de Mangueira, no FLICKR é o acesso para a coleção de registros da verde e rosa da fotógrafa

**curta nossa página no Facebook
Agradecimentos à Riotur e Liesa

Conheça no Studio @delcueto  os objetos para a sua paixão
Studio na Colab55

sábado, 24 de dezembro de 2016

Tem trem cuiabano na memória verde e rosa...

Tem trem cuiabano na memória verde e rosa...

Texto e foto de Valéria del Cueto
Meus caminhos levam ao samba. E ele passa pela Estação Primeira de Mangueira. A escola verde e rosa completa seus 90 anos em 2018 e já se agita animada para a comemoração.

Um passo importante na preparação dos festejos é a reabertura, após 10 anos, do Centro de Memória Verde e Rosa. Ele fica no terceiro andar do Palácio do Samba, a quadra da escola, junto ao Auditório Dona Zica, a sala de cinema Carlos Cachaça e Biblioteca Dona Neuma.

Aberto em 1999, na gestão do presidente  Elmo José dos Santos, tem um acervo composto por objetos queridos dos mangueirenses que narram a história da escola e da comunidade. Lá estão expostos fotos, fantasias, instrumentos musicais, incluindo o saxofone de Mestre Pixinguinha e o surdo do primeiro desfile da escola,  revistas e jornais, como a primeira edição de “ A voz do Morro, publicação criada numa favela, em 1935, e outras preciosidades.

Imaginem a emoção e alegria dos convidados do Vice-Presidente Cultural, Paulo Ramos, um dos responsáveis pela revitalização do  espaço de referência para pesquisa, educação, documentação e comunicação, considerado um “território de cultura encravado no pé do Morro da Mangueira”.

Uma parte do Centro foi atualizado, incluindo a conquista do último campeonato, o de 2016, com o enredo homenageando Maria Bethânia, “A menina dos olhos de Oyá”.

Também foi renovado o painel que fica diante da porta de acesso do Centro de Memória Verde e Rosa. E ele é a causa desta crônica natalina.

Outro dia, os jornais de Mato Grosso publicavam que o VLT poderá ser construído em duas etapas e que a primeira irá do aeroporto, em Várzea Grande, ao Porto. Conclusão: por mais um capricho do destino, Várzea Grande terá um VLT antes de Cuiabá. Ô trilho difícil!

Pensa no trem. Sonho de Vicente Vuolo. Aquele que quase chegou á Cuiabá. A locomotiva que acabou “puxando” a exuberância da capital de Manto Grosso pela Sapucaí para o mundo, no desfile dessa mesma Mangueira, de 2013.

É incrível que a cidade não guarde nem preserve essa memória. E que, quando vem à cabeça a reação local ao desfile verde e rosa daquele ano, a primeira lembrança seja sempre a questão do jequitibá, símbolo da escola citado no samba e tão criticado por estar lá, já que não há jequitibá em Cuiabá. A polêmica rendeu um trem!

Esse do enredo que levou a obra do fabuloso artista plástico João Sebastião para o último carro da escola, o da Copa do Mundo. O da alegoria que, quando viu que estava chegando o final do desfile, resolveu atender sua natureza de borboletear, dificultando sua passagem pela torre de televisão na Marquês de Sapucaí. Ali, pontos essenciais foram perdidos. Mangueira e Cuiabá ficaram fora do desfile das Campeãs...

Mas a linda e arrebatadora apresentação recebeu o maior reconhecimento que poderia alcançar, diante da quebra do carro. Ganhou do júri do Jornal o Globo, o cobiçado prêmio Estandarte de Ouro de Melhor Escola do Carnaval 2013.

Para alguns cuiabanos pode ser que essa história tenha acabado e, inclusive, servido a vis propósitos políticos de quem não respeita nem avalia o que representa estar ali, na vitrine do Sambódromo Carioca, diante de centenas de milhões de espectadores. Uma pena para Cuiabá... 

Mas não para a Mangueira, que sabe reverenciar sua história e, ao reabrir seu Centro de Memória escolheu, para encantar quem adentra suas portas como visitante, uma imagem do Abre Alas do desfile “Cuiabá, um Paraíso no Centro da América”.  

Gratidão por seu passado e respeito por sua história. Vamos aprender com quem pratica. Esses são meus desejos para a cidade que amo e, um ano depois dos 90 da Mangueira, em 2019, comemorará seus 300 anos. Vamos preparar a festa!   

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Texto da série “É carnaval” do Sem Fim...

Clique AQUI para saber como foi a reabertura do Centro de Memória Verde e Rosa e qual é a imagem do desfile "Cuiabá, o paraíso no Centro da América" que está no painel de entrada 
Studio na Colab55

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Troncos e galhos

Ipanema 150813 008 árvore e grade cut delirioTroncos e galhos

Avenida Vieira Souto, Ipanema, Brasil. Duas árvores plantadas nos canteiros junto aos prédios. Suas copas contra o azul do céu e as raízes entrelaçadas, sugerindo formas e texturas. Clique AQUI para ver as fotos no Flickr
Ensaio de Valéria del Cueto
@no_rumo delcueto.wordpress.com
*Uma das imagens do ensaio ilustra  a Fábula Fabulosa "Ciclo Natural", crônica do Sem Fim...

domingo, 11 de janeiro de 2015

Meia Inteira, por Valéria del Cueto

Araras 140927 016 Mulatas piso e tapete textura

Meia no singular quase sempre é plural, já que são necessárias duas para virar uma inteira.
Até mesmo a meia propriamente dita, normalmente, é um par. Uma para cada pé. Menos a meia calça que é inteira, assim como a meia elástica.
O mesmo caso da bola de meia. Como ser bola, sem ser inteira? O meia joga no meio de campo e para ser bom tem que ser um jogador inteiro: atacar, defender, apoiar e distribuir.
Ainda no esporte, há a meia maratona, graças a Deus! Porque uma Maratona não é para qualquer atleta, só para atletas completos, como os do declatlo.
A meia pista ajuda, mas trava o trânsito e a meia velocidade é um conceito muito variável. A gente não tem noção do que é a velocidade inteira, nesse mundo cada vez mais veloz....
Meia quase sempre pressupõe a outra metade. Quase sempre. Já ouviu falar em meia tragada?
Meia entrada, na verdade, é uma inteira porque dá direito a meio pagamento da entrada para a sessão  inteira.
Também tem o meio tempo, composto por vários meios: meio dia, meia hora, meio minuto, segundo, décimo centésimo. São meios cada vez menores!
E a meia noite? Essa também pode vir acompanhada de uma meia lua, que não deixa de ser inteira, já que sua outra metade está logo ali, no seu lado oculto.
Meia volta e volta e meia, é como trocar seis por meia dúzia. Sempre dão no mesmo lugar. Aliás, meia dúzia é metade, mas também são seis!
Também tem a meia pensão. Assim, meio meia sola, o que não faz um sapato inteiro, mas já quebra um galho. Já o pé de meia o ideal é que seja inteiro! Senão vira meia pataca.
A Meia Praia é clássica. Fica em Lagos, Portugal. Já a meia sunga apareceu agora. É moda na Europa e pra ficar bonitinha exige uma depilação completa, mais caprichada que a feminina.
Meia bandeira é no táxi. A bandeira verdadeira fica a meio pau, quando há luto. Pena que não haja meia dor, só meio triste! Também não há meia alegria...
Existe a meia verdade que não é lá essas coisas. Mas não existe a meia mentira. A meia cara esconde uma meia vontade, expressa por meias palavras.
As meias medidas costumam não resolver, já que não são inteiras. Completo, ou melhor, integral deve ser o meio ambiente que não se mantém com meia proteção, só com atenção total.
E quando a meia verdade se junta a meia intenção? Aí é o caos  por inteiro! Tudo fica meia boca com anda por aqui: meia economia, meia saúde, meia educação... Já ouviu falar em meia segurança? Tudo de meia tigela! Nosso governo inteiro atua por meio de meias atitudes produzidas por gente de meia cara que não se satisfaz com meia porção. Estamos inteiramente f...alidos!
São eles que querem fazer-nos acreditar na meia inflação. Essa não tem jeito: ou tem ou não tem! Precisaremos de, no mínimo, meio século para preencher tantos meios incompletos. Esse tempo já foi uma existência.  Hoje, com a longevidade é quase apenas meia vida.
Existem coisas que sempre são e serão inteiras. Para elas, não há meio termo. Não existe meia morte. Quando ela vem, vamos inteiros. Pelo menos a parte física. A espiritual, una e íntegra, é indissolúvel e eterna. E como não existe meia eternidade...
PS: havia pensando preguiçosamente em fazer uma meia crônica para acompanhar o tema central. Mas de meia em meia cheguei mais rápido do que imaginava a crônica inteira de hoje!
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Fábulas fabulosas”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com
GRAVATA 
Quando a meia verdade se junta a meia intenção é o caos  por inteiro! Tudo fica meia boca como anda por aqui: meia economia, meia saúde, meia educação

sábado, 3 de janeiro de 2015

Roupa nova, texto velho

Araras 140927 063 Mulatas pluma na água
Texto e foto de Valéria del Cueto, da série Araras
Depois de fechar o ano com arqueologia comparada e revelações de previsões pretéritas de um presente mais que perfeito, segundo o antigo e quase indecifrável calendário maia, a primeira coluna do ano será uma visão livre, leve e refrescante da rampa da clareira central. Afinal, como não deixar um registro histórico da re-posse da anta no reino encantado da floresta?
Essa foi uma dúvida que povoou a mente da escriba até que chegasse a conclusão que seria mais relevante narrar fatos históricos que procurar palavras, simples palavras, para descrever o que a torcida do Flamengo e o resto do mundo querem e esperam para 2015. Depois da performance de 2014 é melhor guardar até suas mais sutis esperanças nas geleiras do mais profundo querer para que não corram o risco de  derreterem ao calor insuportável que acalenta a floresta e adjacências. 2015 ainda precisa terminar de “ingestar” a realidade: agora é tudo com ele e a chapa já começou quente!
Reeleita para um novo reinado nas quebradas da Flotropi coube a mandatária se auto enfaixar, por cima da elegância das rendas francesas em tom “nude” que enfeitavam suas formas antais, diante dos aplausos calorosos e entusiásticos de seus não tão numerosos súditos! Eles deveriam lotar toooda a clareira, embalados ao som da voz possante e poderosa de uma querida e respeitada representante do essencial e estratégico Maranhão (já viu posse sem um maranhense na fita? Nem na floresta).
Como não havia ineditismo ou maiores atrações no regabofe segundo a análise do parapentista, pássaro raríssimo do Pantanal, sobrou muito sanduíche de “mortandela” para ser distribuído entre a engajada  claque de espécies enviada de vários recantos florestais para aplaudir a passagem pela trilha da reinante ladeada de espécies corredoras, incluído uma penca de dragões extintos, carregados por inquietos e encalorados cavalos. Tratados, dizia-se a boca pequena entre os insatisfeitos da clareira principal, como simples burros da carga!
Mas vamos pela ordem, como tanto pediram às Câmaras Florestais nos derradeiros dias do ano que passou a tucanada e outros bichos, enquanto tentavam impedir que se abrissem as porteiras do universo fiscal para que a anta cantasse em verso, uma história fiscal. Agora, com a antologia (re)criada na malfadada madrugada a sorte foi lançada! Daí pra frente não há futuro e nem presente, que o destino esteja ausente, nada se fez, nada se se faz, as antas não mentem já-mais! Talvez por que nunca saibam de nada...
Grande novidade, né? Foi por essas e por outras que a posse foi uma meia fila de vices, tipos assim, quase vascaínos, desfilando pela clareira florestal, ao lado dos alinhavados coleguinhas sul-americanos. A maioria com o pires na mão, pedindo que la reina raspe o prato da floresta e repasse umas migalhas para suprir suas carências socioeconômicas.
Cercada de abutres e hienas da sua cota pessoal e outros elementos cooptados a custa$ de 39 ministérios e sei lá quantas secretarias - para quebrar a escrita que todo Ali Babá tem sempre 40 ladrões, a mandatária desfilou toda sua sapiência requentando o blábláblá  revival do “Apertem os cintos que o piloto... sei lá!”, em sua versão 2.0. Foram 40 minutos de substantivos, adjetivos e muito verbo transitório, incluindo a promessa de “cumprir a Constituição Florestal” (ainda bem), protegendo frascos, comprimidos e afins. De boas intenções, essa floresta está cheia, mesmo desmatada a cada nova safra!
Ps Este não seria o tema da crônica semanal, mas minha mãe PTista disse que é falta de educação tecer comentários sobre a mandatária-mór do país. Parei na contramão e cheguei a conclusão que ela tem razão. Cabe a cada um de nós deixarmos bem claro os reflexos que o trato com a educação no Brasil vem provocando  nos últimos anos. Nem quem foi filhota da ditadura escapa dessa falta de reciclagem Mobral. Afinal, a vida é um eterno aprender e essa é a matriz que hoje honramos na Flotropi: quanto mais rasteira, melhor. Cansada de resistir às ondas do “mais e melhor” e “da prioridade das prioridades”, eis-me aqui: reconhecendo e fazendo uso deliberado de minha cota pessoal de má educação florestal. Pero sin perder la ternura jamás.
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Fábulas fabulosas”, do SEM   FIM... delcueto.wordpress.com
GRAVATA 
Embalado ao som da linda voz possante de uma querida representante do essencial e estratégico Maranhão (posse sem maranhense na fita? Nem na floresta)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Reveillon dos 450 anos do Rio de Janeiro

Reveillon141231 092 fogos verde e rosaReveillon 2015, Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil, por Valéria del Cueto.
O ensaio foi realizado Avenida Atlântica, esquina com Siqueira Campos, no lançamento das comemorações dos 450 anos de fundação da Cidade Maravilhosa para o delcueto.wordpress.com
Ensaio de Valéria del Cueto, de o1 de janeiro de 2014, no FLICKR.
Imagens e delírios da meia noite AQUI 
@delcueto para @no_rumo

domingo, 23 de novembro de 2014

Pluct, plact, catch and go

Copa 141119 013 arco-iris praia mangueira areia verticalTexto e foto de Valéria del Cueto. O ensaio fotográfico completo está acoplado a vagabinha "Iris do arco-mangueira"
Pluct, Plact, o ser de outra galáxia, anda muito preocupado. Até mesmo sem saber o que fazer para provar para a cronista ensandecida ainda guardadinha do outro lado do túnel que, sim, está de posse e dominando todos os seus incríveis poderes! Todos, menos o que lhe permite sair de vez do hospício Terra, já que segue sem força propulsora para dar um tóin em direção ao espaço sideral, deixando para trás a atmosfera gravitacional abafada, ressecada e desconexa que o aprisiona.
Ele espera ansioso que a camada de ozônio seja aliviada com muita água o que talvez quem sabe lhe permita romper a atração fatal que o faz testemunha incrédula dos fatos que vem ocorrendo no Patropi. (Aprendeu - e gostou - da designação quando buscava na literatura um sentido qualquer para os acontecimentos que têm sido verificados no último período temporal por aqui designado como mês.) Foi indo, indo... e, pelo visto, ainda irá muito além em direção ao passado, sem obter nenhuma referência segura que o permita justificar essa “balbúrdia estapafúrdia”. É que NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS...
Parece que até São Pedro, o santo encarregado das faxinas no céu, não está de graça com o povo brazuca e proibiu terminantemente os anjinhos de darem uma geral, arrastar alguns móveis celestiais e jogar uma água pra limpar a lama vigente e recorrente por aqui. Não adianta as garotas do tempo ficarem prometendo o que não podem cumprir com seus sorrisos esperançosos e, sabemos todos, inconfiáveis: quem manda no céu é ele e a chave para aliviar o calorão do veranaço de novembro está jogada no fundo de um baú qualquer, muito bem malocado nos porões infindáveis e não muito organizados da residência oficial do pai celestial.
Nada de água, que é pra ver se essa gente bronzeada toma tenência e se apruma. E que seja rápido! Porque do jeito que a coisa vai nem dia sim, dia não, as torneiras da Cantareira poderão se abrir...
Quer saber? Ele (o alienígena, não São Pedro) está louquinho de vontade de deixar pra baixo esse mundo louco e intraduzível. Sofrendo, é claro, por saber que vai romper o único elo da cronista com a realidade exterior. Mas também, que diferença faz?
Nem ela acredita mais nos acontecimentos que o extraterrestre anda reportando quando ultrapassa na encolha as paredes acolchoadas que protegem a escriba da cruel realidade que a cerca. Não adianta dizer que ela tinha razão, o dito virou não dito, apagou-se o que estava escrito e a cela protetora é o “mió” pra eu e ela, pensa o ser querendo uma vaguinha no cafofo prisional. E que seja rápido, antes que ele seja requisitado para abrigar uns, outros e que tais.
A lotação dos presídios federais está pela tampa de tanto bam-bam-bam. A cela pinelística já está sendo requisitada e propinada por sua excelente localização: próxima ao Rio Sul, em frente a sede do Botafogo, a um passo do Iate Club do Rio de Janeiro. Uma excelente rota de fuga marítima.  Quem sabe no iate do milionário empreendedor, recém arrestado e ancorado nas águas da Enseada. É um pulo (depois de um “aquézinho” básico para os vigilantes da loucura tupiniquim). E aí, a Itália, Jesus e as contas turbinadas nos paraísos fiscais são os limites.
Aqui fora, no Brasil varonil, a falta de um tudo impera... Sabem a exceção? Virou a regra. O “Eu não sabia”, o “Sempre foi assim” agora justificam tudo: roubar, extorquir e, por que não? Matar a decência e a moralidade, asfixiadas numa overdose de ladroagem explícita. Papo careta, dirão os que se locupletam e aceitam o jogo podre que agora não tem mais medida e virou mal feito na linguagem esdrúxula de quem tinha obrigação de cuidar do galinheiro.
É claro que a cronista está achando que o ET surtou de vez. Foi contaminado pelo “É bola” que domina as mais altas esferas aqueles que, ao serem pegos com a boca na botija, apresentam saldo ZERO nas suas contas bancárias.
Conta outra, Dona Carochinha!
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Fábulas fabulosas”, do SEM   FIM... delcueto.wordpress.com
ILUSTRADO TER A A S BADO     NOVEMBRO  2009
GRAVATA 
Decência e moralidade asfixiadas: Overdose de ladroagem explícita sem medida virou mal feito na linguagem esdrúxula de quem devia cuidar do galinheiro

domingo, 8 de junho de 2014

Outra coisa...

Portela 140308 171 carro gigante olhar fechado torre
Texto e foto de Valéria del Cueto
Uma coisa é uma coisa. Outra você já sabe, né? A espera é difícil e a floresta está assim: sentindo o bafejar da respiração do gigante já no seu sétimo sono, pronto para acordar. E em polvorosa.
O que se vê é uma correria louca em meio aos protestos de espécies inteiras que decidiram cruzar as patas e mostrar a cúpula do reino florestal que até o bicho pode pegar.  
Dias antes dos jogos florestais mundiais com as delegações chegando as canchas ainda estão sendo preparadas. Às pressas, nas coxas dos elefantes e a toque de bicho preguiça.
As trilhas da floresta tampouco estão nos conformes. Pela terra, há inúmeras passagens obstruídas e locais perigosos cheios de armadilhas, inclusive humanas. Não há sinalização adequada. Os cipós, por exemplo, não têm certificação de pesagem (já pensou se um gorila desavisado se pendura no galho que suporta apenas o mico preto?).
Que animal pode em sã consciência dizer que está tudo “calmo e operante”?
Se a organização está um caos, só resta bancar a formiga, tentar trabalhar e armazenar alguma reserva para os dias de competição que virão. O problema é que os alimentos estão pela hora da morte! Esse é o único refrão que a cigarra, coitada, tem cantilenado por aí.
A pobrezinha anda deprimida por ter sido trocada por uma cacatua qualquer como um dos cantores do evento (fazia parte do coro). Os cardeais também não ficaram nem um pouco felizes com a importação de uma espécie exótica para “puxar” a cantoria oficial. Claro que a “coisa” não pegou...
Foram esses pequenos detalhes que ao longo dos últimos dias mostraram à bicharada (já não andava muito satisfeita da vida), que poderia ficar muito pior. O aluamento da enta anta e conselheiros, parecendo viverem num mundo de faz de contas animal, onde uma aguaceira no teto vira pingo e a falta um tudo quase nada, só piorou a situação fora do prazo e  controle.
Se a vida está assim para fauna da floresta, imagina o que rola para a flora. No conjunto, então, nem se fala. Tá todo mundo revoltado com a falta de atenção para, por exemplo, as comemorações do dia Mundial do Meio Ambiente, totalmente escanteado e esquecido. Como se não fosse o momento em que o mundo inteiro volta seus olhos e  seus corações ( os que os têm, é claro), para reverenciar a mãe Natureza. Que tristeza!      
Depois não entendem por que tem tanto bicho tirando um cochilo em baixo das árvores, comendo quieto e esperando o dedão do pé do gigante se mexer!
Não vai pegar essa tentativa de “SOMOS UM SÓ”. A passarada carioca está piando  e conta que por lá, já caíram na esparrela do SOMOS O RIO. Mostraram no que está dando a péssima escolha para a Mata Atlântica local: mal governada, espoliada e, pior, horrorosamente mal cuidada, o local do encerramento da competição florestal está num estado deplorável!
Por mais que as maritacas  governamentais insistam em encher os ouvidos e olhos do mundo com jingles e imagens piegas e emocionais produzidas para induzirem a mata que está tudo verde e amarelo, os milhões gastos em propaganda copiada dos marqueteiros políticos não estão pegando na veia. Nem no tranco! Tem bicho azul de raiva, urrando pelas trilhas.
Mas não se enganem os que pensam que a floresta não está ligada no esporte, paixão e alegria da rapaziada. Nos jogos que serão acompanhados fora dos campos e estádios (já que os lugares nas arenas ficaram fora do alcance das patas dos animais locais), quando o gigante acordar não vai ter para ninguém. Dentro e fora dos campos da competição.
Por que, nesse caso, duas coisas são uma só. A maior paixão da fauna da floresta é o orgulho que os deixa azul de vontade de serem campeões. Mais uma vez...
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Fábulas fabulosas”, do SEM   FIM...  delcueto.wordpress.com

domingo, 13 de abril de 2014

Quém! Ante os fatos, enta e/ou anta

Valentino 131019 013 Pato no Rio Pó
Fábula e foto de Valéria del Cueto

Era uma vez uma anta, cercada de ados e ores por todos os lados. Predadores que apoiavam e mamavam nas tetas da anta e diziam ser ela, a enta, rainha dos entes animais em geral. Eram istas de todos os tipos. Os piores. Dos que  sugam, mamam, esgotam e expelem.

A anta se achava feliz. Pensava que era algo além de uma anta, a enta assumida. Assinava, sorria e presepava para o resto da floresta. Diziam que era top e a anta acreditava. Fazia o seu papel de enta e se achava! Passeava entre os leões, tomava café com as hienas, banhava com jacarés, piranhas e lulas também, macaqueava com os símios... e assinava. Nem sempre sabia muito bem o que. Mas o simples fato de meter seu jamegão nos papéis oficiais fazia dela a mais vaidosa entre as... antas especialmente as de motocicleta.

Foi assim até o dia que o resto da floresta encheu o saco de tanta palhaçada  e resolveu demostrar de forma clara e inequívoca o descontentamento vigente no mundo animal. A anta e seus prepostos levaram um susto! Afinal, se estavam bons pra eles as assinaturas, os sorrisos e as presepadas, do que os demais reclamavam? Não recebiam seu quinhão de bolsa floresta?

As reclamações e os protestos cresceram de forma exponencial e tomaram a fauna em geral. Uma estratégia tinha que ser montada. Se não para impedir o sacode, pelo menos para se apropriar dele. Botaram no meio dos encontros populares batalhões de formigas, enxames de abelhas, seus paus mandados mais obedientes, deturpando as marchas e tocando horror no meio da mata. Como ter certeza que a violência não era oriunda dos manifestantes originais? Bastava ver quantos foram presos ou punidos pelos atos de destruição.

A intimidada floresta voltou ao normal e a corte dos predadores retornou suas atividades de sempre. Só que, obviamente, tanto a anta quanto a corte notaram finalmente que algo não estava bem. Algum sacrifício teria que ser feito para “ajustar” o meio ambiente!

A anta, jogando para a torcida, requentou a proposta de reordenar os poderes da corte. Claro que isso não agradou aos chupa-cabras de plantão. A proposta foi enfiada no fundo da mais profunda gruta da corte na floresta. Também detectaram que a anta poderia ser, sim, uma ameaça(zinha), já que havia demonstrado que pretendia botar as patinhas de fora. Apareceu a assinatura da anta num dos papéis que permitiam a mamação coletiva que estava sugando as maiores reservas do maior empreendimento, já quase falindo,  da floresta. 

Mostraram que a enta não passava de uma mera e simples anta mal informada, já que como a própria reconheceu, havia praticado o malfeito... sem saber. Pobre animal!

Também deram entrada numa lei que fazia dos manifestantes que abrissem seus bicos ou fizessem barulho nas trilhas da floresta criminosos da pior espécie. Para suprimir no grito qualquer ruído durante o maior evento esportivo das florestas do mundo.

Só que a pressão cresceu demais, a péssima fama da enta começou a prejudicar sua aspiração de continuar anta-rainha. Não restou a ainda enta-mór outra alternativa, a não ser chamar seus exércitos de formigas e as espécies servis de sempre para pedir-lhes que, depois do tal evento, ocupassem novamente as trilhas da floresta. Dessa vez, exigindo, “como nas Diretas Já”, mudanças no regime da corte da floresta. O pau vai quebrar a pedido da enta/anta!

O fim da fábula é pule 10: a anta, para manter a coroa de enta, pedirá penico à corte que continuará a predadora de sempre. A bicharada irá para o sacrifício e, quem sabe, para a jaula: pagará o pato! Que nem estava na floresta na hora do vamos ver...

Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Fábulas fabulosas”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

ILUSTRADO TER A A S BADO     NOVEMBRO  2009

domingo, 23 de março de 2014

Tempestade na cidade

Leme 1402 087 calçadão palmeiras por do sol
Texto e foto de Valéria del Cueto
Quem avisa amigo é, diz o ditado desatualizado. Avisar não é mais o que era antes. Hoje, todo mundo avisa. Nem sempre por ser amigo…
Desde quando estão avisando que as chuvas vão chegar aqui no Rio? Faz tempo. O Climatempo e co-irmãos estão firmando nessa tese, sem muito sucesso, desde o final do ano passado e durante todo o verão que já terminou.
Eram as chuvas de fim de tarde que nunca caíram, as águas de março que estão a caminho e por aí adiante. Um mar de esperanças climáticas não realizadas. E lá se vão os reservatórios já sem chances de recuperarem as chuvas prometidas e jamais desaguadas, cada vez mais minguados, assim como a nossa paciência.
Há quem tenha desistido da tecnologia das informações massificadas por garotas do tempo e seus efeitos especiais nos telejornais, aplicativos nos smartphones e, até mesmo, os horários dos eventos nas páginas das redes sociais que já vem com a previsão do tempo incluída. Outro dia foi disparado um convite irrecusável, mas que ao lado da data e do horário trazia a temperatura prevista e o aviso: TEMPESTADE. E olha que não era nem uma possibilidade, era uma informação monossilábica e demolidora. Intrigada com o detalhe procurei um lugar para desativar a informação e descobri ser impossível. A anti propaganda estava obrigatoriamente indexada na página, desestimulando os convidados ou, no mínimo, recomendando o uso de capa, guarda-chuva e galocha. E olha que o evento pedia traje passeio completo! Vá que “tchova”, cuiabanicamente falando…
Por Cuiabá a situação é inversa. Tanto que a desculpa para o atraso das obras da Copa é a totalmente previsível e anualmente encharcante. “Diz que” a quantidade de chuvas atrapalhou o cronograma do estádio que não está pronto. Mas é o menos atrasado entre os atrasados, comemora o site da SECOPA!
Se a gente considerar que dos 12 estádios 9 já estão entregues chegamos a conclusão aristotélica e pitagoresca, (sem precisarmos aplicar a teoria de Fermat), que somos os antepenúltimos no ranking! (o que parece ser uma grande vitória, especialmente se levarmos em conta que, no caso de São Paulo, o atraso foi provocado pelo acidente com o guindaste, lembram?) Melhor sabermos que pagamos por uma informação tão precisa e animadora disparada para os nossos veículos de comunicação. Afinal, é muita matemática para explicar o inexplicável. A mesma aplicada nos cálculos do custo da obra de construção da Arena Pantanal. Só especialistas de alto gabarito mesmo…
Voltando às águas que não chegam ao Rio de Janeiro: outro dia enquanto, mais uma vez, se anunciava uma virada no tempo cigarras cantavam animadíssimas nas árvores que sombreiam as ruas. O comentário geral era a chuva que chegaria. Quando alguém salientou o fato de que cigarras avisam que o tempo vai firmar… tomou uma vaia. O argumento era de que está tudo muito confuso na natureza e, portanto, as cigarras estavam embolando o meio de campo. Pergunto a vocês: choveu?
Niente. Está quente e seco. O que é problema para uns(Dilma, nossa ex-ministra das Minas e Energia, que o diga se, dessa vez, leu o relatório completo) é alegria para outros: um céu deslumbrante, num azul especial, enfeita o horizonte das fotos que retratam a paisagem da Cidade Maravilhosa divulgadas para incentivar o turismo entre uma notícia e outra de ataques as UPPs, mortes de policiais e seres humanos sendo arrastados nos carros dos PMs. A Copa vem aí!
No céu, as gaivotas enlouquecem. Passeiam em bando de um lado para o outro. “Alinhadas”, disseram, é sinal de que as águas estão chegando. Olho para o Atlântico,  na Ponta do Leme. Lá estão elas, bailando bem na linha da água, em voos aparentemente desordenados. Abaixo, a superfície do mar num tom esmeralda, não está espelhada. Parece se mexer. Outro sinal da chuva chegando? Quiçá para eles. Para elas e para mim a situação é clara: há um gigantesco cardume na área e muito alimento para os pássaros. Talvez digam que a peixarada seja o sinal das chuvas que estão a caminho.
 Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”,  do SEM FIM… delcueto.wordpress.com
@delcueto
@no_rumo
ILUSTRADO TER A A S BADO     NOVEMBRO  2009

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Se "esquentar" é pecado...

ET Moci 140202 026 Paula Evangelista setor 1
Texto e foto de Valéria del Cueto
A resistência a falar de carnaval perdurou até o último momento. Mas sucumbiu diante do desfile comemorativo dos 30 anos do bloco Simpatia é Quase Amor, pela praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, nesse sábado.
Imaginem o encontro dessa(s) turma(s). Se houvesse um medidor de lembranças e saudades certamente ele atingiria seu nível máximo exatamente nos momentos que antecederam a saída do bloco carnavalesco, ali pelas bandas da Praça General Osório, antes de “armar” e desembocar, balzaquiano e feliz, na Vieira Souto.
Como não falar de carnaval, sobre/vivendo no meio de um dos melhores do mundo? Pra não cair nessa vaidade besta de primeiro, maior... Prefiro situar o Carnaval Carioca um dos melhores.
Afinal, não dá para comparar nossa folia com, por exemplo, Olinda, em Pernambuco, São João del’Rey, em Minas, e mais alguns – não muitos, carnavais brasileiros e tantos outros que ainda pretendo estudar melhor no mundo: New Orleans, nos Eua, Navarra, na Espanha, o carnaval de Veneza, na Itália. Em Ivrea, no Piemonte, por exemplo, tem um tipo de entrudo!
Mas afinal, o que nos deixa sempre nesse dream team da maior festa popular do planeta? Entre outras coisas, a evolução provocada por uma inquietação permanente. O povo do carnaval é novidadeiro! Não precisa assistir os desfiles para observar esse movimento. É claro que nem sempre as coisas funcionam e fazem sucesso, mas já dá para citar alguns erros e acertos da pré-produção carnavalesca de 2014.
Antes da lavagem da pista da Marquês de Sapucaí pelas baianas de todas as escolas de samba nessa noite do domingo que antecede o carnaval, (quando também é feito o teste de luz e som no Sambódromo carioca, com o ensaio técnico da Campeã do Carnaval de 2013, a Vila Isabel), muitas ações já aconteceram no caminho da produção da festa de 2014.
A primeira iniciativa - a ser comemorada - foram os vídeos produzidos e distribuídos fartamente pela internet da gravação do CD das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Dela participaram, na Cidade do Samba, baterias, comunidades e  personalidades de cada agremiação. Uma oportunidade de confraternização e de mostrar ao público a cara do povo do samba.
A segunda, infelizmente, foi um tiro n’água já devidamente criticado: o CD com a falação que impede que a gente simplesmente ouça as músicas. Um saco.
No sambódromo, durante os ensaios técnicos, mais uma vez temos a comprovação de que, sem o som “oficial” do desfile, a festa é muito melhor. É quando podemos ouvir a cantoria das escolas e como elas levam o samba enredo do ano. Sem falar nas baterias...
Uma perda esse ano (que rezo para não aconteça nos próximos) foram os esquentas com a bateria no primeiro recuo, junto ao setor 1. A responsável pela quase extinção desse momento especial foi a Globo, transmissora do espetáculo. Ela obrigou as escolas para uma “gravação oficial” a apresentarem apenas um único samba. Para quem viu, por exemplo, a Imperatriz Leopoldinense levantando o setor popular com músicas dos blocos carnavalescos Cacique de Ramos no ano em que a escola falou de Ramos é uma tristeza! Só para citar um caso especial... Os esquentas das co-irmãs sempre foram emocionantes, um momento para energizar os brios dos componentes, como o nome já diz.
Esse carnaval também tem uma rainha sem reino. Trata-se de Ana Paula Evangelista. Ela gravou as vinhetas e participou de todos os produtos da verde e branco de Padre Miguel. Mas foi substituída de última hora entregando o posto de rainha de bateria para uma atriz da Globo. Não discuto e respeito a decisão da Mocidade Independente que deve ter tido seus motivos. Mas não posso deixar de fazer uma reverência à ex-rainha. Porte e aura da aristocracia do samba não lhe faltam, mesmo sem a coroa!
Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “É Carnaval”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
DC ILUSTRADO