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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pampa gaúcho


Pampa gaúcho

A região de Rivera, Uruguai, a BR 293, de Santana do Livramento a Uruguaiana, e a Ponte internacional que liga Uruguaiana a Paso de Los Libres, Argentina.

Uma mistura de olhares amplos e pequenos detalhes.
Pampas gaúchos
Clique AQUI  ou na foto para ver as imagens. Algumas foram selecionadas e estão a venda no GETTY IMAGE

Pampa gaúcho, Uruguai/Argentina/Brasil Rio Grande do Sul, Março e abril de 2017.

Ensaio de Valéria del Cueto
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto convida você para explorar o Studio @delcueto
Studio na Colab55

segunda-feira, 16 de abril de 2012

BR - 290 com a 50mm




De Porto Alegre a Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, são 631 quilômetros Pampa a dentro, numa viagem de mais de 7 horas, no caso, pela BR - 290.

Velocidade alta (da câmera) para, num jogo de janela de carro, ir registrando o entorno com a lente 50mm.

É claro que o tempo ajudou e as nuvens fizeram pose. Havia começado a chover dias antes e a natureza estava em festa. De cores e desenhos. Que paisagem!

Agradecimentos à Juca e o Nilson Faria Corrêa, o motorista. Companhias ideais para esquadrinhar a querência.

* fotos de Valéria del Cueto, para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim... http://delcueto.multiply.com

domingo, 1 de abril de 2012

Pela ordem: captação, edição e divulgação!







Pela ordem: captação, edição e divulgação!


Texto e foto de Valéria del Cueto

Cheguei em casa depois de um mês na estrada. Mal findou o carnaval no Rio tomei o rumo de Uruguaiana, para fazer a cobertura dos desfiles fora de época das escolas de samba de lá.

Como sempre, fazer as fotos é demais. Mas representa pouco perto da tarefa de editá-las para serem publicas em duas edições consecutivas do jornal Tribuna de Uruguaiana, sob as orientações do editor Fred Marcovici. Trabalho triplo: a primeira edição é das mulheres e crianças, a segunda dos “camarotes fora de época” e ficam no HD portátil as que mais gosto - sem desmerecer as duas primeiras. As fotos que faço do povo do samba de lá.Mas essas precisam esperar na, agora imensa, fila de edição, junto com as fotos da jornada completa. Isso, por que a fila demora, mas, de espacito, caminha.

A mesma que andará célere no mês de abril quando ficarei de castigo aqui na Ponta do Leme, cuidando de uma obra inevitável no apartamento térreo que habito, na Gustavo Sampaio.

Primeiro virá a edição das fotos do Carnaval Carioca: Mangueira, Mocidade, amigos e conhecidos.

Daí seguirei pela ordem: a viagem para Uruguaiana, treinando com a lente 50mm e a São Lucas, estância tipicamente gaúcha em que tive por “modelos” um mega sapo, um zurrilho e os exemplares Braford desfilando pela mangueira, numa verificação técnica, seguida de um banho com carpaticida, além do cenário perfeito de um por do sol regado a chimarrão, churrasco e vinho.

Ficou faltando conhecer o ratão de banhado que, impulsivo na véspera, resolveu se refrescar na solução do gado e ficou doentinho. Disse-me o Nilson, meu primo criador gado, que o animalzinho já está recuperado pronto para dar um corridão no Rodrigo, seu ex-amigo que faz agronomia em Santa Maria, e de quem o ratão agora tem ciúmes, aparentemente provocado pela ausência e as novas companhias do “guri”.

Na fila que, espero ande rápido, também tem a viagem  pelo Paraguay com direito a tudo e mais um pouco: a ruta de Encarnacíon até a capital do país; o centro de Asuncíon, sua parte antiga e os trabalhos artesanais na Plaza de Los Heróis; Mariachis num cumpleaños; a cerâmica de Areguá, os bordados de Itauguá.

Está achando pouco? Acabou não. Do Uruguay vem registros de Artigas, cidade vizinha da gaúcha Quaraí. do. Esse trabalho do Sem Fim... é uma diversão!

A culpa de tanto é de três fotógrafos amigos meus. Um, o Rai Reis, de Cuiabá, que me fez investir numa lente 50mm. A mesma que ficou meio encostada, por que a achei muito “arisca”.

Minha primeira experiência real com ela foi no lançamento da exposição “Retratos e Relatos”, de José Medeiros. Acho que já contei o fato, mas não custa repetir: quando cheguei à vernissage ele botou uma Cannon, com a lentezinha em questão na minha mão e mandou que eu registrasse o evento, com direito a apresentação dos Mascarados de Poconé todinhos pra mim e pra quem mais se habilitou. Parei por aí, ainda temendo não dominar o manuseio da potranca. Até que outro profissional, o carioca Ricardo Almeida, apresentou nas redes sociais uma série de fotos de Paraty produzidas com a lente em questão. Não satisfeito me chamou de “velha” quando eu disse que era necessária muita agilidade para trabalhar com uma lente fixa, como esta.

Parti pra dentro. Comecei aumentando horrores a velocidade das fotos, para poder usá-la no carro, quando ia de Porto Alegre a Uruguaiana. Devagarzinho, fui fazendo uns testes nos ensaios técnicos do carnaval de lá. Nos desfiles já estava alternado-a com a zoom que costumo trabalhar. Quando fui pro Paraguay adotei a lente como principal e, quando saí do país, depois de vários dias me amansando com ela, já estava usando o manual e mandando ver sem medo de ser feliz.

O resultado, vocês verão em breve e aos poucos...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Fronteira Oeste do Sul” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

domingo, 25 de março de 2012

Sonhos de quinta, realidade de segunda

Sonhos de quinta, realidade de segunda

Texto de Valéria del Cueto

Quase sempre é a mesma coisa. Escrever esta crônica semanal é uma aventura literária. Sexta, depois do encerramento da edição, após a entrega do material minha mente ferve de novos temas e enredos. Dialogo comigo mesma preparando os argumentos que usarei na próxima empreitada com um entusiasmo contagiante. Claro que não escrevo nem anoto nada.

Aí, vem o final de semana e o princípio da próxima. Só na quinta feira lembro-me que o dia seguinte é o dia D. Como sei que tenho estoque de assuntos pensados, começo a buscar no meu HD interno os arquivos que estão por lá, desordenados, porém registrados em alguma curva do cotidiano semanal. Essa procura vai até a noite quando, cansada de percorrer as vielas da memória, chego a conclusão que se nenhum dos temas me encantou a ponto de virar crônica é por que a fila andou e outras coisas mas urgentes e interessantes surgiram.

Na noite de quinta crio novos argumentos, construo frases inteligentes e imagens interessantes, dialogando com meu travesseiro e juro colocá-las no papel assim que acordar. O problema é que, com aqueles sonhos maravilhosos que costumam povoar minhas noites bem dormidas, ao acordar me dá um branco e não consigo lembrar nem das viagens pelo incrível mundo sem barreiras do inconsciente, nem o que escrevi mentalmente antes de embarcar no sono dos sonhos.

Aí, quando a giripoca está quase piando, anunciando a hora do deadeline editorial, parto pra ignorância: percorro as notícias buscando um fio que me leve a preencher as duas laudas  semanais. Sempre acabo deprimida diante das mazelas diárias dos jornais. Mortes, roubos, desamor e dor não são assuntos que se adequem a minha proposta literária!

Na minha busca, começo a avaliar as informações e da leve depressão passo ao espanto diante das mentiras e distorções sobre as conjunturas locais, estaduais, nacional e mundial. Impressionante a capacidade de uns e muitos de jogarem o jogo do faz de conta, deturpando números, tentando reescrever e reinterpretar o óbvio: não há crise, nem inflação, os problemas não estão se agravando, não estamos sendo assaltados por impostos abusivos e nunca destinados às necessidades básicas da população, como saúde, educação e segurança. Só para citar o básico...

Mas não termina aí. Minha revolta começa ao vermos aqueles que deveriam legislar e fiscalizar essa bandalheira toda destilando verborragia ao alertar em tom professoral que algo deve ser feito para contar tais absurdos. Os mesmos que eles apoiam e dos quais se beneficiam descaradamente. Lembrando que os Contos da Carochinha políticos aumentam exponencialmente em anos eleitorais, o que acontece de dois em dois anos.

E dá-lhe base sem vergonha, oposição inexistente, justiça de olho aberto, com sua balança adulterada pendendo para o lado que ali coloca umas nada reles moedas para fabricar decisões pra quem lhe interessar.

Se há luz no fim do túnel ela não virá dos faróis de xenon ofuscantes dos poderosos, mas das lanternas e isqueiros do povo que, de saco cheio de tanta palhaçada, se juntará para iluminar o próprio caminho.

Um bom exemplo vem da fronteira oeste do sul: cansados de se submeterem ao monopólio da empresa de ônibus que atende mal e caramente a região, depois de ações na justiça, protestos nos meios de comunicação e tudo o que podia ser feito pelos trâmites normais, alguém partiu para usar as armas das redes sociais: criou um grupo no Facebook dos incomodados que não têm direito a mudarem para outra companhia de transporte pela inexistência de qualquer opção. O tal grupo cresce a cada dia, assim como as assinaturas numa petição pública contra o monopólio dos transportes. Um bom exemplo a ser seguido por esse Brasil afora, aí incluindo meu querido Mato Grosso!

Para dar o nome aos bois, a empresa se chama PLANALTO  e o link para se juntar aos descontentes é: https://www.facebook.com/groups/367650956601519/

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Fronteira Oeste do Sul” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

domingo, 11 de março de 2012

Dos Pampas ao Chaco








Dos Pampas ao Chaco



Texto e foto de Valéria del Cueto

Para mim, viajar é um quase tudo. Seja uma viagem real ou virtual, me chama que eu vou! O chamado inicial que me tirou, mais uma vez, (oba!) da inércia pós-verão carioca carnavalesco (inércia é apenas imagem metafórica, claro), dessa vez, foi para voltar aos pagos e rever os pampas. Não apenas o gaúcho, mas, também, o argentino.

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz a música da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. Meu pingo Saudade, mal pisa no chão e quando as rédeas do tempo me escapam da mão me pego, em meio às festas do carnaval fora de época de Uruguaiana, procurando um pouco do chão campeiro.

Já não o encontro nas trilhas musicais dos churrascos deliciosos e das mateadas para que me convidam. Os sons da gaita de oito baixos e das batidas dos bumbos legueiros foram substituídos por um produto comercial, em minha opinião (eu disse na minha opinião) de quinta categoria, um breganejo universitário, seja lá o que isso signifique. Acho um lixo, que me perdoem os aficionados.

A troca quase parou meu poético coração gaudério ao ferir meus ouvidos apurados que buscavam o mais puro nativismo gaúcho. E, o que é pior, virei quase uma piada entre a garotada que em cujos olhos via legendas do tipo: “ Mas bah, que carioca saudosista”. Para parar de reclamar, ganhei um CD de músicas baguais, tipo um “top teen” do mais ou menos. Uma coletânea  pasteurizada, nada comparada as dezenas de obras primas que tive o prazer de cantar e divulgar nos tempos áureos da Califórnia de Uruguaiana.

A tal da globalização engoliu as diferenças, em vez de sublimar as particularidades! Era de se esperar, por mais que focos de resistência tenham tentado preservar os ninchos poéticos e melodiosos da melhor produção nativista gaúcha. Que não me obriguem a ouvir essa porcaria vigente, de rima pobre e acordes fáceis. Não nasci para isso. Meu gosto musical não comporta “Quero te namo, quero te namo, quero te namorá”.

Em busca de algo mais puro e menos burro sigo me internando ainda mais nas entranhas sul-americanas e, pasmem, pretendo seguir para o Paraguay, cruzando Corrientes e seguindo Encarnacíon adentro, conhecendo novas antigas terras, graças a mais uma grata surpresa. Eu, que sempre tive o Paraguay no corazón, por haver morado na fronteira do então uno Mato Grosso, em Ponta Porã e Bela Vista e, tendo tentado inutilmente palmear de novo estas terras fronteiriças, partido de minha base cuiabana, após a decepção de descobrir que teria que ir a São Paulo para chegar na capital paraguaia de avião, acabo de abrir um mapa e “descobrir” que a distância que me separa de lá, partindo aqui de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, é de uns míseros 700 quilômetros!

Estou juntado os “peçuelos” (alforjes), carregando (literalmente) as baterias, tanto as minhas, ainda exauridas da maratona carnavalesca que se prolonga aqui na fronteira num carnaval fora de época, quanto as da câmera fotográfica, e botando os pés na estrada por caminhos que ainda desconheço. Que delícia!

Para não faltar um motivo prático me convenço que meu objetivo é conhecer o Museo del Barro, que a jornalista Justina Fiori disse ser interessantíssimo. Claro que há mais, muito, mais nessa viagem. Reencontrar amigos e rever gente que sempre morou no meu coração sem precisar pagar aluguel.

Como sou generosa e gosto de partilhar minhas andanças, comigo segue a Juca, minha prima, com quem tenho uma afinidade, digamos, específica. Ela também faz parte do seleto bloco “Me chama que eu vou”, aquele que agrega um tipo de gente que não refuga diante de uma viagem e tem sempre “o pé que é um leque”, pronto para sair andando por esse mundão de Deus. Mando notícias!

PS: A música pode estar assim, assim, mas quando o assunto é o churrasco, fico sem palavras. Aprendi quando criança que é feio falar de boca cheia!

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Fronteira Oeste do Sul”, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com