Mostrando postagens com marcador santana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador santana. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pampa gaúcho


Pampa gaúcho

A região de Rivera, Uruguai, a BR 293, de Santana do Livramento a Uruguaiana, e a Ponte internacional que liga Uruguaiana a Paso de Los Libres, Argentina.

Uma mistura de olhares amplos e pequenos detalhes.
Pampas gaúchos
Clique AQUI  ou na foto para ver as imagens. Algumas foram selecionadas e estão a venda no GETTY IMAGE

Pampa gaúcho, Uruguai/Argentina/Brasil Rio Grande do Sul, Março e abril de 2017.

Ensaio de Valéria del Cueto
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto convida você para explorar o Studio @delcueto
Studio na Colab55

sábado, 23 de abril de 2011

Casa Rosat - Santana do Livramento




O hall de entrada desta residência numa das esquinas da praça principal de Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, merece um destaque especial tanto pela entrada em si, de madeira e vidro, quanto pela placa de azulejos com os dizeres: "Ancienne famille du Pays d'en Haute citèe â Chateau-d'Oex des 1436".

Havia uma senhora varrendo a entrada quando estive em Santana do Livramento e perguntei se ela me autorizaria a fotografar os detalhes da entrada da casa. Ela me disse que precisaria de autorização dos donos.

Desisti e fui até a igreja, fazer uma foto do seu interior.

Quando voltei para a rua, a senhora, sorridente, me disse que havia perguntado e que eu poderia fotografar. Não me fiz de rogada...

*fotos de Valéria del Cueto para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim

Janelas de Santana do Livramento




Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, sempre me atraiu por suas janelas.
Não me perguntem por que. Talvez algo na luz, no horário em que, em diversas épocas percorri o centro da cidade.
Nas primeiras idas por lá, no tempo em que morei em Uruguaiana, nem tinha ainda câmera fotográfica.
Em 1997, quando fiquei na cidade trabalhando por alguns meses, fiz alguns registros.
Nesta última visita, em março de 2011, caí "matando".
O que me chamou a atenção e despertou minha intenção foi a janela que é capa deste álbum. Singela, a velha janela conta, por si só, uma história de vida...

* fotos de Valéria del Cueto, para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sentinela abusada


Eram tantas flores que precisei entortar o quadro

Estive na década de 90 em Rivera, Uruguai, e fotografei esta árvore na esquina da Paysandu com...
Voltei agora e peguei o auge da sua floração.
Atenção a segunda foto, onde no quadro aparecem carros parados na beira da calçada. Por eles dá para se ter uma idéia do tamanho do bouquet!
* Fotos de Valéria del Cueto para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sociedad Española de Socorros Mutuos de Santana y Rivera




O prédio em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, localizado no centro da cidade tem uma fachada muito bonita.
Infelizmente poluída por painéis das lojas alugadas no local. Um caso típico de desrespeito a preservação do patromônio arquitetônico dos municípios brasileiras. O emblema da Sociedad fica no alto do hall de entrada.

Numa das dependências estão expostas nas paredes várias fotos dos fundadores e membros da Sociedad Española de Socorros Mútuos de Santana y Rivera. Lá encontrei a foto do meu bisavô, Rafael del Cueto Iglesias.

* Fotos de Valéria del Cueto para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim.

domingo, 17 de abril de 2011

Último gole

Último gole
Texto de Valéria del Cueto

Cheguei fá faz uns dias, mas não consegui me desligar das impressões da viagem. Algo me prende. O fio ainda está esticado.


Adoro viajar, conhecer, explorar e, também, voltar a alguns lugares e passagens anteriormente percorridos.

O reencontro pode ser tão estimulante quanto o descobrir. Especialmente se exploramos e interagimos com diversos aspectos locais.

Explico: no caso de um retorno, ao fazê-lo, há várias possibilidades de erros e acertos nos motivos que nos fazem, algumas vezes, deixar de lado tempo, grana e a disponibilidade pra conhecer novos lugares, usando esses recursos para voltarmos sobre nossos passos.

O segredo é sempre haver muitos passos para serem repisados. Artísticos, culturais, paisagísticos, sentimentais, familiares. Aqui não me refiro apenas às famílias consangüíneas e, sim àquelas com quem convivi, as que me adotaram e foram adotadas por mim. Gonçalves, Boabaide Yule, Vidal, Pedra, Rocha, Keller, Bermudes, da ilha (dessa a saudade dói) e tantas outras aqui representadas pelas já citadas. Gente de abrigo, acolhida e querer bem.

Elas são grandes razões para me fazerem querer voltar...

Claro que acontecem decepções, regressões e perdas. O risco é menor quando podemos diluí-las nas coisas boas que permanecem ou evoluem.

Estes caminhos são representados pelos fios da minha teia, criando e amarrados um a um em muitas direções desse mundão afora.

De vez em quando um deles se tenciona me chamando em sua direção. Sempre que posso atendo o mais rápido possível ao chamamento. Que pode ocorrer através de qualquer um dos sentidos.

Na viagem ao sul um gosto me acompanhou. O do refrigerante de “pomelo” (grapefruit) PASO DE LOS TOROS, o uruguaio.

Meu sábio pai teve a inspiração de levar uma caixa da garrafinha para Uruguaiana, de onde saímos para a viagem de volta com os dois últimos exemplares na mochila. Ele tomou todo o dele no ônibus para Porto Alegre. Eu cheguei ao Rio com meia garrafa muito bem fechada para não perder o gás.

Dois dias depois tinha a impressão de ainda não haver desembarcado. Faltava finalizar algo.
Abro a geladeira. Lá está o PASO DE LOS TOROS.

Não dá pra confiar que não perderá o gás e a mística se ficar mais tempo refrigerado. Despejo o líquido que faz cosquinha na garganta me despedindo da viagem, até então inacabada, apesar de estar em casa novamente.

Meu último gole. Respiro fundo. Acabou...

Bom, mais ou menos, descubro quando fecho a porta do refrigerador. No fundo da prateleira me olha a vaquinha em cima do nome LAPATAIA. Abaixo, no rotulo da caixa, a imagem da estância famosa pelo dulce de leche que ocupará minhas noites de vídeo com colheradas generosas de delícia...

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série Fronteira Oeste do Sul, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

domingo, 10 de abril de 2011

Amém

Amém
Texto de Váleria del Cueto
“Buenas tardes”, cumprimenta ainda sob o impacto de retornar, após anos de ausência, ao estabelecimento comercial na Paysandu, uma das perpendiculares da agitadíssima Sarandi, artéria principal de Rivera, cidade Uruguaia.

Tudo igual. Espaço para atender em L começando com o caixa, a direita da porta, o balcão refrigerado de doces, espaço para entrega e embalagens das encomendas. Ao fundo os pães, croissants e outras deliçuras salgadas (recheadas ou não) que fizeram da Ripan uma miragem real e perfumada dos bons tempos em que morou em Santana do Livramento, fazendo um trabalho. De lá saíam os quitutes que costumavam servir de lanche noturno que servia de jantar.

“Boa tarde senhora. Estou procurando um produto que até hoje só encontrei neste local. Acho que se chamava frade, fradinho ou algo assim”, descreveu para a atendente do caixa.

“No ay”, diz a outra, sem dar nenhuma atenção.

“Talvez seja outro nome” insiste olhando em volta em busca de algo que pareça a iguaria. “Quem sabe franciscos”.

“No ay. O que tenemos esta exposto”.

“Não estou vendo as migas”, contradiz a antiga cliente. “Lembro que sempre comprava migas de queijo e presunto, junto com as gostosurinhas que estou procurando. Eram daqui. Folheados...” esclarece.

“Migas ay, frades, fradinhos ou franciscos, no. Mil hojas son estes”, interrompe a caixa impaciente enquanto aponta para a vitrine de doces.

Ela olha para a variedade exposta. Vê os mil folhas com dulce de leche. “Não, não são redondinhos, nem tão doces, senão não comeria no lanche” diz, vasculhando a memória em busca da imagem do seu objeto de desejo. “São compridinhos”, explica mostrando duas falanges do fura bolo,as do meio, sem desistir. “Há quanto tempo você trabalha aqui?”

“Uns quatro anos”, responde ela, sem entender a razão da pergunta.

“Então pode não conhecer o que procuro. Era de mil folhas, tinha glacê e um nome religioso”, tenta, novamente.

“A moça que recebe os pedidos é mais antiga”, a caixa, aliviada por se livrar do interrogatório, aponta para o meio do balcão, que ela percorre procurando algo parecido com seu objeto religioso.

“Ola, necesito ayuda. Busco algo de Ripan, pero no recuerdo su nombre”, tenta em español, e recita suas reminiscências novamente.

“O que buscas son los... jesuítas! Mil hojas, queso, jamón, com glacê arriba!” A senhora sorri, com ar de vencedora, por ter matado a charada.

“Jesuitas! É isso. Sabia que era um nome religioso. Jesuitas. Passei perto...”, exulta feliz.

“Pero no ay”.

Um balde de água fria acaba com a comemoração.

“Não fabricam mais?” pergunta desapontada, tão perto e tão longe de satisfazer seu desejo...

“Por encomienda, de um dia para el otro”, explica.

“Não tem problema! Quero meio cento, para amanhã de manhã.” Bate o martelo. Ao se despedir faz uma última pergunta: “Você me recomendaria um bom hotel na cidade?”

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série Fronteira Oeste do Sul, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

domingo, 3 de abril de 2011

Oi, tchau!

Oi, tchau!

Texto de Valéria del Cueto

Muito legal esse negócio de escrever crônicas, artigos e relatos de viagens e aventuras. Menos quando estou no meio de uma viagem ou uma aventura.


No início era mais fácil, já que tudo virava novidade. Agora, com o número de depoimentos e impressões crescendo a cada ano, há que haver um novo cuidado. O de não me tornar repetitiva.

Um caso clássico é o carnaval. Um por ano. Ou melhor, quando a maré está favorável, vários a cada temporada. E dá-lhe ensaio técnico, barracão, grupo de acesso, infantil, especial, campeãs, carnaval fora de época no sul...

Pretendo expandir ainda mais meu metier incluindo no currículo, ano que vem, carnavais internacionais sul-americanos e, quem sabe, a festa de New Orleans.

Mas esses são planos e, quem me conhece, sabe que raramente eles acontecem como planejo. Tudo comigo é assim, meio no improviso, graças a Deus.
Por isso, no momento, depois de ralar pra caramba nas avenidas e Sapucaís que se estendem aos pés de milhares de animados foliões, só penso mesmo em descansar um pouco.

É. Já sei que muita gente pensa que vida de fotógrafo carnavalesco é só gandaia. Em parte. Também é muita esforço, suor, chuva e quilômetro rodado. E tente não fazer uma preparação física pra ver o que acontece...

E foco. É necessário muito foco e objetividade pra não se perder no mar de cores, corpos, formas e, por que não dizer, no canto das sereias que embalam as melodias das escolas. Concentração é o fator decisivo para o bom andamento dos takes registrados.

Concentração e muita sorte. Sendo que, esta última, definitivamente nem sempre está ao nosso lado. Cito um caso recente: numa noite longa de várias escolas desfilando senti que estava tão cansada que perdia o décimo de centésimo de antecipação necessário para fazer o registro preciso e inspirado que desejava.

Parar por que? Por que via, pelo visor da câmera, que deveria ter sido mais rápida, ágil e eficaz nos momentos de clicar.

Parar pra quê? Impossível fazê-lo, por que carnaval é assim: é hoje só! Amanhã, se tiver mais, serão outras escolas, enredos e personagens, não mais os que me desafiavam no momento de exaustão em que deixava de pegar o flagrante que via passar diante dos meus olhos mas não tinha agilidade para capturá-lo com as lentes da minha câmera.

Moral da história: pecar por excesso e jamais me omitir, mesmo que os resultados deixem a desejar. Tal e qual na vida que não espera que estejamos preparados para vivê-la.

A vantagem é que, depois de fotografar, podemos melhorar o material num editor de imagens, corrigindo as cores, o brilho, o contraste e enganando o foco doce. Ajustando o quadro e, na pior das hipóteses, criando um (d)efeito criativo.
Também é importante saber o momento de parar. Mais vale uma escola a menos do que 12 mal registradas.

Por isso, peço a bênção dos amigos e me despeço até segunda ordem. Meu corpo pede paz, uns dias no Uruguai e, pra finalizar, uma noite muito bem dormida lá fora, na estância, onde pretendo dormir ao som do repique dos grilos e acordar ouvindo a cacofonia da passarada, nem um pouco preocupada em levar a nota máxima dos jurados de harmonia, bateria, samba enredo e evolução dos exigentes jurados dos sambódromos da vida...

Fui!

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Este artigo faz parte da série Fronteira Oeste do Sul, do SEM FIM