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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pampa gaúcho


Pampa gaúcho

A região de Rivera, Uruguai, a BR 293, de Santana do Livramento a Uruguaiana, e a Ponte internacional que liga Uruguaiana a Paso de Los Libres, Argentina.

Uma mistura de olhares amplos e pequenos detalhes.
Pampas gaúchos
Clique AQUI  ou na foto para ver as imagens. Algumas foram selecionadas e estão a venda no GETTY IMAGE

Pampa gaúcho, Uruguai/Argentina/Brasil Rio Grande do Sul, Março e abril de 2017.

Ensaio de Valéria del Cueto
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto convida você para explorar o Studio @delcueto
Studio na Colab55

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Estica, puxa, encolhe e manda



Texto e foto de Valéria del Cueto
Andei, andei, andei e, apesar de não estar cansada, sentei. É isso mesmo: obrigada. Afinal, nesse caso, para alcançar meu objetivo, só me resta esperar. E você com isso?

Pode não parecer, mas você tem tudo a ver com minha espera, esse hiato entre atividades 100% produtivas.  Explico: como tenho que esperar, sem nada para fazer,  faço-o sentada escrevendo e para quem espremo palavras e enxugo vírgulas, pontos e interrogações, correndo para alcançar ideias e laçar conceitos? Para você que acompanha as crônicas do Sem Fim... Que mais sem fim, do que esta espera obrigatória?

O motivo da necessidade do uso irrestrito de uma dose cavalar da minha paciência de Jó é anual: a busca dos resultados dos exames do check up.

Já cheguei a conclusão que isso é mais um teste da bateria de ultras, raios e tomos solicitadas pelos médicos. Mais um menos como a coroa de louros, usadas pelos Césares em seus desfiles triunfais pelas ruas de Roma. “Você é humano, a glória passa e a humildade e paciência devem ser exercitadas de vez em quando”. Só isso justifica a demora na liberação o que já está pronto. Pensando bem, ainda é pouco. Tanto que a senhora do lado reclama da troca de resultas e aconselha uma checagem cuidadosa para ver se está tudo em ordem. Que assim seja: vamos verificar. Eis-me aqui, Lei de Murphy, velha parceira!

Até que não foi mau. A espera não passou de uma página e meia de caderninho. Na mesma medida do chá de banco na Polícia Federal. O caso lá era tirar um passaporte novo.

Parece piada, mas, em vez de aumentar a validade do documento, seu prazo encolheu para 5 anos. Efeito da era Lulla.

Poxa, gente, assim nem dá tempo de desmanchar o pacotinho de documentos da maratona passada. Março de 2008 não foi ha tanto tempo assim!

Estava tudo juntinho: certidões de casamento uruguaianense, sentença de divórcio cuiabana e averbação no local de origem do evento. Provavelmente intocado desde minha última visita a Polícia Federal sem ser a serviço (digo isso por que como repórter comparecia com frequência nas dependências da referida repartição).

Pois foi lá que  o meu périplo burocrático anual atingiu seu ápice. Imaginem que o funcionário disse que minha certidão de casamento, aquele que começou em Uruguaiana, em 1981, se não me engano, e foi desfeito  oficialmente em Cuiabá, em 1991, idem, idem, tinha que ser... ATUALIZADA.

Como assim, revalidar algo que já terminou há mais de 20 anos? Sinceramente, achei surreal demais. Segundo ele, minha certidão de ex casamento tem que ser refeita a cada 5 anos!

Ou seja: a cada passaporte novo terei que dar um pulinho a Uruguaiana, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina para requentar a ex papelada!  Por que não me avisaram isso quando escolhi o marido, lá atrás? Teria prestado mais atenção no lugar em que oficializaria meu matrimônio. Bali, talvez?

É por essas e por outras que estou pensado em me exilar. Minha dúvida está em relação ao país escolhido para me abrigar. O Paraguay sempre foi minha primeira opção, por afinidade e amor a terra. Mas, agora, estou numa dúvida cruel. Tenho gostado muito do Uruguai, com seu presidente liberal,  super sincero e com opiniões pertinentes sobre nossa vizinha argentina: "esta velha é pior que o caolho, disse Mujica "O caolho era mais político, essa é teimosa", acrescentou o presidente uruguaio.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”,  do SEM FIM... delcueto.wordpress.com 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sentinela abusada


Eram tantas flores que precisei entortar o quadro

Estive na década de 90 em Rivera, Uruguai, e fotografei esta árvore na esquina da Paysandu com...
Voltei agora e peguei o auge da sua floração.
Atenção a segunda foto, onde no quadro aparecem carros parados na beira da calçada. Por eles dá para se ter uma idéia do tamanho do bouquet!
* Fotos de Valéria del Cueto para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sociedad Española de Socorros Mutuos de Santana y Rivera




O prédio em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, localizado no centro da cidade tem uma fachada muito bonita.
Infelizmente poluída por painéis das lojas alugadas no local. Um caso típico de desrespeito a preservação do patromônio arquitetônico dos municípios brasileiras. O emblema da Sociedad fica no alto do hall de entrada.

Numa das dependências estão expostas nas paredes várias fotos dos fundadores e membros da Sociedad Española de Socorros Mútuos de Santana y Rivera. Lá encontrei a foto do meu bisavô, Rafael del Cueto Iglesias.

* Fotos de Valéria del Cueto para a série Fronteira Oeste do Sul, do Sem Fim.

domingo, 17 de abril de 2011

Último gole

Último gole
Texto de Valéria del Cueto

Cheguei fá faz uns dias, mas não consegui me desligar das impressões da viagem. Algo me prende. O fio ainda está esticado.


Adoro viajar, conhecer, explorar e, também, voltar a alguns lugares e passagens anteriormente percorridos.

O reencontro pode ser tão estimulante quanto o descobrir. Especialmente se exploramos e interagimos com diversos aspectos locais.

Explico: no caso de um retorno, ao fazê-lo, há várias possibilidades de erros e acertos nos motivos que nos fazem, algumas vezes, deixar de lado tempo, grana e a disponibilidade pra conhecer novos lugares, usando esses recursos para voltarmos sobre nossos passos.

O segredo é sempre haver muitos passos para serem repisados. Artísticos, culturais, paisagísticos, sentimentais, familiares. Aqui não me refiro apenas às famílias consangüíneas e, sim àquelas com quem convivi, as que me adotaram e foram adotadas por mim. Gonçalves, Boabaide Yule, Vidal, Pedra, Rocha, Keller, Bermudes, da ilha (dessa a saudade dói) e tantas outras aqui representadas pelas já citadas. Gente de abrigo, acolhida e querer bem.

Elas são grandes razões para me fazerem querer voltar...

Claro que acontecem decepções, regressões e perdas. O risco é menor quando podemos diluí-las nas coisas boas que permanecem ou evoluem.

Estes caminhos são representados pelos fios da minha teia, criando e amarrados um a um em muitas direções desse mundão afora.

De vez em quando um deles se tenciona me chamando em sua direção. Sempre que posso atendo o mais rápido possível ao chamamento. Que pode ocorrer através de qualquer um dos sentidos.

Na viagem ao sul um gosto me acompanhou. O do refrigerante de “pomelo” (grapefruit) PASO DE LOS TOROS, o uruguaio.

Meu sábio pai teve a inspiração de levar uma caixa da garrafinha para Uruguaiana, de onde saímos para a viagem de volta com os dois últimos exemplares na mochila. Ele tomou todo o dele no ônibus para Porto Alegre. Eu cheguei ao Rio com meia garrafa muito bem fechada para não perder o gás.

Dois dias depois tinha a impressão de ainda não haver desembarcado. Faltava finalizar algo.
Abro a geladeira. Lá está o PASO DE LOS TOROS.

Não dá pra confiar que não perderá o gás e a mística se ficar mais tempo refrigerado. Despejo o líquido que faz cosquinha na garganta me despedindo da viagem, até então inacabada, apesar de estar em casa novamente.

Meu último gole. Respiro fundo. Acabou...

Bom, mais ou menos, descubro quando fecho a porta do refrigerador. No fundo da prateleira me olha a vaquinha em cima do nome LAPATAIA. Abaixo, no rotulo da caixa, a imagem da estância famosa pelo dulce de leche que ocupará minhas noites de vídeo com colheradas generosas de delícia...

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série Fronteira Oeste do Sul, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

domingo, 3 de abril de 2011

Oi, tchau!

Oi, tchau!

Texto de Valéria del Cueto

Muito legal esse negócio de escrever crônicas, artigos e relatos de viagens e aventuras. Menos quando estou no meio de uma viagem ou uma aventura.


No início era mais fácil, já que tudo virava novidade. Agora, com o número de depoimentos e impressões crescendo a cada ano, há que haver um novo cuidado. O de não me tornar repetitiva.

Um caso clássico é o carnaval. Um por ano. Ou melhor, quando a maré está favorável, vários a cada temporada. E dá-lhe ensaio técnico, barracão, grupo de acesso, infantil, especial, campeãs, carnaval fora de época no sul...

Pretendo expandir ainda mais meu metier incluindo no currículo, ano que vem, carnavais internacionais sul-americanos e, quem sabe, a festa de New Orleans.

Mas esses são planos e, quem me conhece, sabe que raramente eles acontecem como planejo. Tudo comigo é assim, meio no improviso, graças a Deus.
Por isso, no momento, depois de ralar pra caramba nas avenidas e Sapucaís que se estendem aos pés de milhares de animados foliões, só penso mesmo em descansar um pouco.

É. Já sei que muita gente pensa que vida de fotógrafo carnavalesco é só gandaia. Em parte. Também é muita esforço, suor, chuva e quilômetro rodado. E tente não fazer uma preparação física pra ver o que acontece...

E foco. É necessário muito foco e objetividade pra não se perder no mar de cores, corpos, formas e, por que não dizer, no canto das sereias que embalam as melodias das escolas. Concentração é o fator decisivo para o bom andamento dos takes registrados.

Concentração e muita sorte. Sendo que, esta última, definitivamente nem sempre está ao nosso lado. Cito um caso recente: numa noite longa de várias escolas desfilando senti que estava tão cansada que perdia o décimo de centésimo de antecipação necessário para fazer o registro preciso e inspirado que desejava.

Parar por que? Por que via, pelo visor da câmera, que deveria ter sido mais rápida, ágil e eficaz nos momentos de clicar.

Parar pra quê? Impossível fazê-lo, por que carnaval é assim: é hoje só! Amanhã, se tiver mais, serão outras escolas, enredos e personagens, não mais os que me desafiavam no momento de exaustão em que deixava de pegar o flagrante que via passar diante dos meus olhos mas não tinha agilidade para capturá-lo com as lentes da minha câmera.

Moral da história: pecar por excesso e jamais me omitir, mesmo que os resultados deixem a desejar. Tal e qual na vida que não espera que estejamos preparados para vivê-la.

A vantagem é que, depois de fotografar, podemos melhorar o material num editor de imagens, corrigindo as cores, o brilho, o contraste e enganando o foco doce. Ajustando o quadro e, na pior das hipóteses, criando um (d)efeito criativo.
Também é importante saber o momento de parar. Mais vale uma escola a menos do que 12 mal registradas.

Por isso, peço a bênção dos amigos e me despeço até segunda ordem. Meu corpo pede paz, uns dias no Uruguai e, pra finalizar, uma noite muito bem dormida lá fora, na estância, onde pretendo dormir ao som do repique dos grilos e acordar ouvindo a cacofonia da passarada, nem um pouco preocupada em levar a nota máxima dos jurados de harmonia, bateria, samba enredo e evolução dos exigentes jurados dos sambódromos da vida...

Fui!

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Este artigo faz parte da série Fronteira Oeste do Sul, do SEM FIM