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domingo, 18 de dezembro de 2011

Bordadeiras da Chapada e o natal




A representação da natividade e seus símbolos bordado em pequenos quadros no delicado trabalho das Bordadeiras da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso.

O objeto fotográfico é a toalha de mesa, emoldurado pelo cenário da casa de uma das mãos de fada e os chaveiros que se trasnformam em guirlandas natalinas.

A peça foi executada no segundo semestre de 2011 e os detalhes de cada quadro podem ser vistos no álbum "A história de natal das Bordadeiras da Chapada".

* A série faz parte do projeto de preservação da memória dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo em parceria com o NEOM e apoiado pela del Cueto - assessoria e produção.

A história de natal das Bordadeiras da Chapada




A representação da natividade e seus símbolos no delicado trabalho das Bordadeiras da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. A peça foi executada no segundo semestre de 2011.

* A série faz parte do projeto de preservação da memória dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo em parceria com o NEOM e apoiado pela del Cueto - assessoria e produção.

domingo, 4 de setembro de 2011

Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom - mãos




Comecei um trabalho com essas mulheres valorosas. Elas usam linhas e agulhar para falarem da vida de de sua realidade.

As mullheres chapadenses participaram do projeto Bordando o Brasil, da Matizes Bordados Dumont, de Pirapora, Minas Gerais e agora seguem seu próprio rumo, no Neom - Núcleo de Estudos e Organização da Mulher.

Para abrir os trabalhos fiz 4 ensaios na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso:
- As bordadeiras da Chapada dos Guimarães
- Evento Anti-Tabagismo
- As simpáticas mensagens antitabagistas
- Mãos

* agradeço as bordadeiras, a Ana, Louriza e Raiza Boabaid. Cada uma a sua maneira, colaborou para que as fotos produzidas para As Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom, pudessem ser registadas.

Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom - As mensagens anti-tabagistas




Comecei um trabalho com essas mulheres valorosas. Elas usam linhas e agulhar para falarem da vida de de sua realidade.

As mullheres chapadenses participaram do projeto Bordando o Brasil, da Matizes Bordados Dumont, de Pirapora, Minas Gerais e agora seguem seu próprio rumo, no Neom - Núcleo de Estudos e Organização da Mulher.

Para abrir os trabalhos fiz 4 ensaios na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso:
- As bordadeiras da Chapada dos Guimarães
- Evento Anti-Tabagismo
- As simpáticas mensagens antitabagistas
- Mãos

* agradeço as bordadeiras, a Ana, Louriza e Raiza Boabaid. Cada uma a sua maneira, colaborou para que as fotos produzidas para As Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom, pudessem ser registadas.

Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom - Evento anti-tabagismo




Comecei um trabalho com essas mulheres valorosas. Elas usam linhas e agulhar para falarem da vida de de sua realidade.

As mullheres chapadenses participaram do projeto Bordando o Brasil, da Matizes Bordados Dumont, de Pirapora, Minas Gerais e agora seguem seu próprio rumo, no Neom - Núcleo de Estudos e Organização da Mulher.

Para abrir os trabalhos fiz 4 ensaios na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso:
- As bordadeiras da Chapada dos Guimarães
- Evento Anti-Tabagismo
- As simpáticas mensagens antitabagistas
- Mãos

* agradeço as bordadeiras, a Ana, Louriza e Raiza Boabaid. Cada uma a sua maneira, colaborou para que as fotos produzidas para As Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom, pudessem ser registadas.

Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom




Comecei um trabalho com essas mulheres valorosas. Elas usam linhas e agulhar para falarem da vida de de sua realidade.

As mullheres chapadenses participaram do projeto Bordando o Brasil, da Matizes Bordados Dumont, de Pirapora, Minas Gerais e agora seguem seu próprio rumo, no Neom - Núcleo de Estudos e Organização da Mulher.

Para abrir os trabalhos fiz 4 ensaios na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso:
- As bordadeiras da Chapada dos Guimarães
- Evento Anti-Tabagismo
- As simpáticas mensagens antitabagistas
- Mãos

* agradeço as bordadeiras, a Ana, Louriza e Raiza Boabaid. Cada uma a sua maneira, colaborou para que as fotos produzidas para As Bordadeiras da Chapada dos Guimarães / Neom, pudessem ser registadas.

domingo, 10 de outubro de 2010

Missão comprida

Missão comprida

Texto de Valéria del Cueto

Era um caminho muito longo. Difícil mesmo. Cheio de variantes, possibilidades e desvios. Embarquei cedo no projeto, mas não sei se na idéia em si. Partindo do princípio que era uma qualquer. Que podia vingar ou não.

O primeiro desafio era se fazer conhecer. Então, se fazer aceitar. E entre felizes e menos felizes, navegando em águas ora calmas, ora turbulentas, chegamos ao início do trajeto.

A vitória tem gosto doce. Mel concentrado, suspiro nevado com calda de chocolate amargo. Depois, missão cumprida e uma vontade louca de voltar para a casa.

Na hora de sair, a possibilidade de um novo desafio. Tiro curto. E assim, sem ter chegado, já penso na possibilidade de adiar o regresso, partindo para outras plagas.

Cansaço. Mas fazer o que? A pulga coça atrás da orelha, o bicho carpinteiro saracoteia animadinho.

Se o cavalo passa arreado, “amonta”. Por que, se não, ao dispensar a carona, pode ser necessário seguir a pé pela estrada a fora, indo sozinha.

E não adianta dizer que, pelo menos, deu para aterrissar. Chegar de viagem não é só baixar as malas. Há que esvaziá-las. Repletas de discos e livros, com o acréscimo considerável e pagamento de excesso de bagagem, dos que ganhei do amigo Ramon Carlini, editor da Tanta Tinta. Trouxe de tudo um pouco.

Quero ver se Rômulo Netto combina com água de coco geladinha e a brisa permanente do quiosque do Caminho dos Pescadores. Apresentar Silva Freire à roda de poesia domingueira, com vista para o Posto seis e a praia do Diabo. E me deliciar com Teresa Albuês, amiga querida e escritora talentosa, com quem tive prazer de prosear por longas tardes amenas em Nova Iorque.

De regresso às malas, há que esvaziá-las. Voltar à rotina da Ponta. Ginástica – desjejum (tardio) - Trabalho - almoço - Trabalho - praia - ginástica - Música.

Leva um tempo para engatar o vagão na locomotiva da vida mansa e praia boa.

Mas se há a hipótese de outro estirão, para que começar o exercício de não fazer nada? O alerta da preguiça está acionado. E soa por todos os músculos e nervos do meu corpo necessitado de reparos pré verão.

Até o aviso, o juízo me manda carpe diem(ar) na Ponta do Leme que guia meu norte e apruma meu rumo. Em direção ao sol e ao horário de verão que está para começar. Aliás, não só o horário, mas a estação em mim.

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Isto é só o começo. A terra arde!




V de vazio
Só li tá rio

Flor esta queima da
estrada-morro-fumaça

Pare dão galha ria
ponte rio Cachoeirinha
Estrada/Chapada

Onde há fumaça
Salga de ira

Aponta o sol
O sol na ponta

*Vagabinha e fotos de Valéria del Cueto da desolação que começava para a série Parador Cuyabano do Sem Fim....

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência, a reminiscência




O dia 7 de setembro já foi uma data muito importante na vida dos estudantes.

O desfile era um momento aguardado, planejado e exaustivamente ensaiado nos mínimos detalhes.Acertar o passo dos alunos e afinar os instrumentos das bandas marciais das escolas tomava tempo e exigia dedicação.

Era assim no Colégio Batista de Ponta Porã, na década de 60.

As fotos são de dois anos seguidos, do período que moramos em Ponta Porã, Mato Grosso (antes da divisão).

Diria que tinha sete e oito anos, pelos uniformes. Na primeira foto, de 1967, desfilei a carater, camisa branca, saia caqui, com o escudo do colégio bordado no peito e...gravata!

O terceiro da fila, acho que se chama Moacir. Minha irmã, Gisela, a quinta da fila, usava o uniforme do pré primário. Um avental xadrezinho azul e branco e camisa branca por baixo. Portanto, eu devia estar no primeiro ano. Reparem que todos usavam sapatos pretos e nós, brancos.

As fotos seguintes são de 1968. Ali, já tinha descoberto que o uniforme era desconfortável para desfilar, então alguns alunos sugeriram usar um uniforme de educação física, para representar o esporte no colégio.

Abríamos o desfile. Na minha frente vai a Kátia. Já Gisela, minha irmã, partiu para outro tipo de exigência: uniforme de gala. Usou até luvas e uma faixa verde amarela. Impressionou pelo menos um espectador. O cachorro que a observa atentamente.

* Texto, reminiscências e fotos do acervo de Valéria del Cueto.

domingo, 29 de agosto de 2010

Terra boa de viver

Terra boa de viver!
Texto e foto de Valéria del Cueto
Quem te viu, quem te vê, meu Mato Grosso. E, apesar do seu ar de surpresa, reafirmo: meu Mato Grosso. Outro dia, fazendo contas, descobri o quanto ele está na minha vida.

Alguns pensam que ela, minha epopéia mato-grossense, começa com a chegada a Cuiabá, no dia 24 de julho de 1984. Ancorei e por aqui fiquei até 2000, quando entrei de cabeça no Sem Fim. Rodei o material do projeto e fui pro Rio. Levei 4 anos para terminar o filme e mais um tanto fazendo o curso superior que pedi à Deus: a faculdade de Gestão Carnavalesca.

 Voltei para MT em 2008 e, de lá pra cá, lá se vão mais 3 anos de amável, feliz e profícua  vivência no Centro-Oeste. É tempo!

 Mas, como disse, isso é apenas um pedaço do bolo. Que, na verdade, comecei a comer muito antes quando, aos 6 anos, minha família deixou o Rio e viemos para cá.

O cá para mim era longe para caramba: a fronteira do Brasil com o Paraguai, num tempo em que de lá parecia para mim, uma criança do Leme, um mundo inacreditável. Sem asfalto, telefone e luz apenas de gerador, algumas horas por dia, como pude constatar ao pousar na vila Militar do 11º Regimento de Cavalaria. Ponta Porã foi um incrível choque cultural.

A televisão só não fez falta por que não era um hábito muito cultivado e perdia feio para qualquer passeio pelo Rio de Janeiro. Uma idazinha a praia então, nem se fala...

Foi nessa época que descobri que o que importava numa mudança eram os discos, livros e só um pouco mais.

O vácuo cultural era preenchido com o recebimento do pacote semanal de jornais cariocas: O Globo e o JB. Duro era quando chegava o embrulho. Uma briga de foice pelas notícias de, no mínimo, 20 dias antes.

Foram 4 anos na fronteira. Uma infância e tanto. Cheia de peripécias e aventuras em três línguas: português, castelhano e (como lamento não saber falar) guarani. Infância esta, que continuou e terminou no Leme, Rio de Janeiro.

De lá, fomos morar no Posto 6, onde soubemos que lá ia papai de novo. Desta vez, para Bela Vista. Ficamos estudando no Rio, mas com a cabeça, o coração e as melhores lembranças da adolescência embaladas ao ritmo de inolvidáveis polcas e guarânias paraguaias.

Lá, onde passávamos pelo menos 4 meses por ano - quando as férias de final de ano  começavam dia 1º de dezembro e só terminavam no início de março e as férias de julho eram de cabo a rabo - é que a vida era boa! O rio que separa o Brasil do Paraguai, com três letras, em toda palavra cruzada que se preze, o Apa, era nosso clube de natação e volei. Mais os churrascos, bailes e as serenatas...

Mesmo quando o del pai pode voltar continuamos,  eu e minha irmã, na onda belavistense, abrigadas na casa de amigos queridos que nos recebiam como parte da imensa família de Dom Pompílio e Dona Henriqueta Pedra.

No final da década de 70, arrumei um namorado carioca e os verões ficaram mais calientes na beira da praia,  na Pedra do Arpoador.

Mas, já em 84 meu imã matogrossense me atraiu para o centro geodésico do Brasil e da América do Sul. E, daqui, quando saio, sempre volto.

Se tenho saudades do meu Rio? Sempre. Principalmente quando, como ha 40 anos atrás, me pego aguardando, ansiosa, o pacote de jornais (agora só O Globo) enviado por minha avó quinzenalmente, do correio do Leme.

De casa, sou a única que mantém este vínculo tão distante, uma referência permanente. É como se o tempo não passasse, já que os jornais e as saudades continuam os mesmos...  

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com  

domingo, 22 de agosto de 2010

Ma Teus


Ma teus





Texto e foto de Valéria del Cueto


Mateus é um menino que mora na casa ao lado do chalé. Outro dia descobri que a presença de Mateus é essencial para me reconhecer definitivamente uma chapadense, a cada final de semana que me escondo por lá.


Tudo é uma questão de ponto de vista, o que para meus amigos cuiabanos pode ser um ëscondimento”, na verdade é o que me coloca em contato com as plantas, os insetos e, principalmente os pássaros cantantes do meu pedaço alugado.

Quando chego, depois de uma semana encarapitada no apartamento da Avenida São Sebastião ( o santo padroeiro do meu Rio de Janeiro me protege e abriga na atual temporada no centro-oeste), procuro o reconhecimento mútuo entre os elementos do meu habitat e a forasteira que vos escreve.

Respiro fundo, abaixo o giro, apuro os ouvidos e deixo o ritmo do chalé e seu entorno me envolverem.


Normalmente fico quietinha no meu canto até o dia seguinte e, só então exploro o entorno: a praça, a padaria, a Pomodori. São as 3 Ps. Mas isso, depois de Mateus. Só o vejo bem de longe e ouço, muitas vezes por dia, o brado de reconhecimento:


- Mateeeeeeuuuusssss! Vozes femininas, masculinas adultas e infantis repetem o chamado em tons variados, muitas vezes bastante aborrecidas. Principalmente as masculinas. Mateus está na boca do povo da esquina da margem da piscina.


Resumindo: ele vive aprontado, como devem  fazer os meninos da sua idade. Ele não é como Ana Clara, uns 6 anos, que veio me conhecer e assuntar logo que comecei a subir para cá. Mantém distância e só abre um pouco a guarda na época das mangas.


De vez em quando encontro rastros dele em baixo das mangueiras e nas frutas, pedaços cortados com faca espalhados pelo gramado.


- Foi o Mateus, entrega Ana Clara que, politicamente correta, vem perguntar se pode pegar algumas frutas da safra que começa.

- Já disse que você é legal, me avalia e avaliza a menininha. 

- Mas ele gosta mesmo é de pular o muro durante a semana e correr o risco de levar uma bronca, explica ela, aproveitando o momento amizade para solicitar o serviço completo: quer eu vá em busca das mangas que ela escolhe, enquanto tento atingi-las e derrubá-las com um pedaço enooorme de galho.


Mateus me dá menos trabalho, penso enquanto tento acertar as frutas escolhidas por minha amiguinha exigente. Não as mais próximas, mas as mais lindas do pé, é claro. Um trabalhão!


Mateus está corretíssimo, admito para mim mesma. Tantos chamados têm que ter uma ou muitas razões. A emoção é tudo e, todo mundo que já experimentou, sabe que fruta roubada é muito mais gostosa do que fruta dada.


Nunca chamei por ele. Volta e meia vejo sua sombra montada na bicicleta riscando a lateral do terreno vizinho, despencando na Travessa da Piscina e circulando a cerca espinhenta de sansão em direção ao mundo chapadense.


Admiro Mateus. Queria ser criança como ele. Livre, leve e quase solto, se não tivesse sido a menina aventureira e arteira que fui...


* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com  

domingo, 15 de agosto de 2010

Conto de fada






Conto de fada

Texto e foto de Valéria del Cueto

Pode achar estranho por que, para mim, também não é normal. São sete e meia da manhã. Uma hora improvável de um dia pra lá de inacreditável. Uma segunda feira. O que a gente não faz por amor a vida no campo.


Pensando bem (se é que alguém consegue fazê-lo de forma razoável nestas condições), esta é a antítese do meu ideal inspiratório. Para quem não se lembra assinalo e comemoro as sextas feiras, aí pelas três e meia, preferencialmente na Ponta do Leme.  Nessas condições vou para o abraço.

As ideais fluem, o mundo é azul, o mar fica para peixe e sou a dona de tudo isso.


Naquelas condições, melhor dizendo. Por que - como já deu para notar - está difícil juntar os meus neurônios  no horário atualmente imposto pela necessidade de esperar pacientemente o carro que, todas as segundas, me leva de volta a Cuiabá. Sempre depois de um delicioso final de semana na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil. Onde, graças a Deus, dificilmente alguma coisa dá errada.


Dificuldade realçada especialmente neste horário quando as minhas ações são, normalmente, mecânicas: acordar, fechar a casa da Travessa da Piscina, sem número, tirar o lixo, me arrumar (não necessariamente nessa ordem) e esperar.


Quase uma rotina (arrre!).


Até outro dia esperava recortando flores de chita para decorar as portas internas do chalé. Mas, uns quatro metros de tecido e, creio eu, em torno de 45 arranjos florais depois, a tarefa de fortalecimento da coordenação motora em estado quase vegetativo se esgotou.


O sol bate em cheio no caderno recém iniciado (esta é a segunda crônica que escrevo no novo parceiro) esquentando meu corpo e o sofá, ambos ainda fresquinhos da noite frienta deste último domingo.


Ouço o conversê dos passarinhos que cantam como se não houvesse amanhã, segunda feira,  e (sempre) uma semana inteira de labuta antes que eu possa retornar.


A buzina toca. Levando, guardo o caderno e a caneta. Recolho a bolsa e a mochila, fecho a casa, ligo o alarme. Desço as escadas e faço a curva, em direção ao portão de madeira.


Ao longe vejo minha “carruagem” pronta para me levar para meus compromissos. Os passarinhos se despedem. Corro em direção ao portão. Tenho hora. Não posso me atrasar. Vai que o transporte vire abóbora...


* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com  


domingo, 25 de julho de 2010

Santana, orai por nós




Santa Ana é avó de Jesus, padroeira da Chapada do Guimarães e de Uruguaiana.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Homens de preto, mulheres da equipe




Registros da equipe de cobertura da posse do governador Silva Barbosa, 31 de março, Centro de Eventos Pantanal, Cuiabá, Mato Grosso.
Pela ordem
Jovânio Assis, Márcio Augusto Patrício, Luana Braga E Valéria del Cueto

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Raios, aros e quintais

Clique no LINK para acessar o ensaio fotográfico no FLICKR

Raios, aros e quintais

Um ensaio na bicibletaria do Renato, na Chapada dos Guimarães.
O texto está no SEM FIM..., se chama Paso Doble.
* texto e fotos de Valéria del Cueto

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Paso doble


Paso doble

Texto e foto(s) de Valéria del Cueto

Sempre que posso cumpro minhas promessas. Agora é uma dessas ocasiões. Pra falar a verdade, aproveito para fazê-lo em dose dupla.

Ora vejamos:  Ontem conheci o Renato, o Chiquinho e Agata (vou chamá-la assim por que me esqueci de perguntar seu nome). A gata segue Renato onde quer que ele vá. É, digamos assim, a administradora/ guardiã do estabelecimento, competentíssima.

Renato é o proprietário e, como vocês podem ver, adora o que faz. Consertar bicicletas. Esperando a  troca de um guidon, fuçando no depósito, descobri ser ali, no fundo da bicicletaria, uma das primeiras casas da localidade. A câmera digital entrou em  ação.

Enquanto fotografava ouvia a conversa do Léo, meu amigo consultor para assuntos bicicletários (me considerar uma ciclista é muita ousadia, ou falta de noção, como vocês preferirem). Ele tem por esporte subir e descer os morros vizinhos numa bike possuída e por profissão ser um músico instrumentista. Um tremendo paradoxo existencial.

Leo conversava com o terceiro personagem citado lá em cima, o Chiquinho, encarregado de arrumar minha bicicleta. Além de bicicleteiro, Chiquinho é baterista e, no momento, está tendo aulas com o instrumentista/montainbikero de viola caipira.

Ligando as imagens  a pessoa, lembrei-me dele na banda (antigamente era conjunto) que acompanhava os concorrentes no festival de música que havia assistido dias antes. Pois paralelamente aos ajustes que fazia nas marchas da bicicleta, me contou como trilhou o caminho da música.

Desperto para o assunto, foi na igreja que descobriu seu dom. Tocou pandeiro e outros instrumentos de percussão. Incutiu que queria tocar bateria. Ouvia CDS e reproduzia as batidas e viradas. Não perguntei que tipo de música havia sido seu guia. Ele não deu tempo. O assunto ia longe. Disse que o povo achava uma loucura a idéia de comprar uma bateria, que aquilo não dava futuro. O investimento seria perdido. O pai resolveu ajudá-lo. “Me botou para trabalhar com ele.Paguei minha bateria fazendo 12 currais. Moirão a moirão. Cada um enterrado um metro e meio. Ela custou 4 mil reais. Paguei à vista.” Relembra cheio de orgulho e com razão.

As primeiras noções de harmonia estão vindo agora. Juntas com os livros de acordes e uma mudança ambiciosa e radical: passar da percussão para as cordas, e por que não? A viola já tem. É  de família.

Renato ouve a conversa e ajusta uma bike. A oficina é super organizada. Dois garotos circulam. Olhos compridos, aprendendo os macetes da arte de bicicletar. A luz muda, a tarde cai...

Eu, cá, comemoro as promessas cumpridas. Publicar texto e fotos dos acontecimentos do  final de sexta feira  que  ora apresento e, na mesma tacada, (touché)  encontrar uma forma de contar histórias e agradar meus exigentes editores concomitantemente. Troquei o foco,  amigos. Cada lugar é um lugar, mas personagens como Renato e Chiquinho e Agata, a gata, existem em toda parte. Bicicletarias, também.

* Valéria del Cueto é jornalista, gestora de carnaval. Este artigo faz parte de uma série do SEM FIM   cabe a você, leitor , escolher qual delas.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Noite de Gala no Cine Teatro Cuiaba


Clique no LINK para acessar o ensaio @no_rumo do Sem Fim... no FLICKR

Noite de Gala no Cine Teatro Cuiaba

Pois não é que cheguei na capital de Mato Grosso na véspera da reabertura do Cine Teatro Cuiabà?

Descendo a Getúlio Vargas, ao cair da noite calorenta, em direção ao epicentro cultural da temporada, vi por que a obra demorou tanto. Isso, pensava eu com meus cordôes, observando o esforco para estender o tapete vermelho que "ornou" o asfalto em frente ao antigo prédio, contruído por Julio Muller, para a passagem do governador e a primeira dama. Em vez de deixarem o bichão rolar avenida abaixo, foi no muque que ele foi estendido, por diligentes funcionários, rua acima...

A noite mal comecava.

De longe, cuiabanos como Gloria Albues, Luis Borges e outros descolados, distantes do tumulto, viram as cortinas se abrindo para desnudarem a fachada do Cine Teatro, antes do pipocar dos fogos lancados do alto do edifício em frente.

Tanto esperamos, que acabamos no balcão do mezanino, observando e comentando a falação lá em baixo, no palco. Na hora de descerrar a placa, foi que deu pra observar o coletivo da obra. Isso depois de ouvirmos a explicação, dada pelo governador, para o tal tapete estendido para receber de volta D. Teresinha, que havia andado adoentada. Não posso deixar de reconhecer que a atitude foi fofa e cavalheiresca.

Depois, mais uma surpresa: a Orquestra de Mato Grosso, que tocou direitinho, quando o maestro Leandro Carvalho deixou. Segundo um cuiabano presente ele, o regente, "fala mais do que padre em dia de casamento de filha de maçon".

Com essa descrição, tão d'accord, sabia que estava chegando em casa... e em noite de festa!

PS: Sei que minha agilidade para publicar estas e outras materias que virão, falhou. Mas, diante do tempo que levou a obra do Cine Teatro, quem poderá me criticar? Essa coisa pega....

Texto e fotos de Valéria del Cueto para a série Parador Cuyabano 2009, do Sem Fim...

domingo, 31 de maio de 2009

O Brasil vai saber o que é VÔTE!



O Brasil vai saber o que é VÔTE!

Estamos iniciando uma nova etapa na história de Cuiabá. Não uma nova história, por que mais de 270 anos nos levaram a sermos o que somos hoje. Mas, sem dúvida, a capital de Mato Grosso não será mais a mesma após sua escolha como uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014.

Fui para o Chopão, (local mais emblemático, impossível) um dos pontos de concentração das comemorações, antes do resultado ser anunciado. E, ali, registrei a emoção dessa matriz cultural que tanto admiro e faço questão de divulgar e louvar.

As fotos a seguir são as primeiras das muitas que produzirei na série Parador Cuyabano que retomo, em sua versão 2009. Nada melhor do que uma grande festa cuiabana para abrir os trabalhos. Foi nele, no pessoal da terra, que "mirei" minha câmera durante os momentos que antecederam o anúncio da cidades onde acontecerão as partidas entre as seleções.

Parabéns ao povo de Cuiabá e de Mato Grosso pela conquista!

Texto e fotos de Valéria del Cueto para a série Parador Cuyabano. Uma produção del Cueto - assessoria e produção para o SEM FIM...


terça-feira, 7 de abril de 2009

Agora é nós

Agora é nós
Texto de Valéria del Cueto
Não tem escapatória. Esgotei todas as boas razões pra adiar este momento. As boas e as más. Tanto que, no momento, cometo a exceção de escrever direto no computador. O que isso significa? Que não tive um tempo pra mim na última semana. Se este momento especial tivesse ocorrido, certamente teria sido redigido à mão. Em qualquer lugar, menos no meu escritório.
Nada contra o escritório e tudo a favor da pausa contemplativa que sempre foi um elemento essencial na minha concentração produtiva. Mesmo quando era na fila de um banco ou de um cartório, por exemplo, o que várias vezes aconteceu na minha estadia em Mato Grosso, no ano passado.
Isso não quer dizer que tenha tido uma má semana. Ao contrário. Depois de mais de 20 dias em Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, cheia de eventos, tarefas e reencontros, tive de ter fôlego de remador pra cair na vida carioca.
Larguei pra trás por apenas alguns poucos dias, contas pra pagar, TV no conserto,  óculos que faltavam um parafusinho, rombo na parede da área de serviço, porta que está caindo e outras muitas inutilidades, pra me dedicar a coisas realmente importantes: familiares, profissionais e espirituais.
Tudo sem o menor dó ou sentimento de culpa. Mais uma vez, comprovo a teoria de que, pra romper com o cotidiano e abrir seus canais criativos, nada como um “perdido” na rotina. Tipo o meu. Jurei que voltaria em cinco dias e ampliei minha permanência por mais duas semanas. Muito lucrativas, por sinal....
Mas já estou fugindo do assunto: o retorno. É uma arte. Encarar os pepinos congelados e as novidades da rotina de forma positiva requer muito fairplay. Começo a achar que ele, o fairplay é uma questão de, digamos, experiência.
Hoje no restaurante, na mesa ao lado, um rapaz engravatado despejava seu stress através de um celular, com alguém disposto (ou obrigado) a ouvir sua churumela do outro lado da linha. O problema é que as pessoas em volta não pareciam muito satisfeitas em serem “contaminadas” pela irritação evidente do mauricinho, durante a refeição.
A pergunta é: será que as novas práticas tecnológicas não exigem a atualização das regras de boa educação?  Onde e como difundi-las, considerando que as antigas regras estão enterradas por falta de ensino ou esquecidas na memória?
Ah, se fosse só isso... Tem tanta coisa acontecendo neste mundão!
OBS: “Perdido”, é quando você diz que vai, avisa que foi e  parte pra outra quebrada. “Perdeu”, diz o assaltante pro cidadão. Corresponde a um resumo do antigo “Mãos ao alto, passe a grana”, tão comum hoje em dia, inclusive em lugares insuspeitos, como o Senado Federal e os Poderes Executivo e Judiciário só pra começar a lista.

Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval
e senhora do Sem Fim da série Ponta do Leme

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tempo de Fúria

T E M P O   D E   F Ú R I A

Texto e foto de Valéria del Cueto
Sua vida está boa? O céu da sua rota de vôo está de brigadeiro? Já sei. É hora de algo dar errado, de você passar uma raiva básica. Hum... Está tudo tão bom que nada pode atrapalhar seu bom humor? Aqui, em Cuiabá é fácil quebrar esta escrita e transformar sua vida, rapidinho, num inferno.

Como? Pegue aquele pepino básico, tipo a atualização da documentação da sua antiga motocicleta e tente resolve-lo no inferno da terra no CPA, o Detran.

Na primeira ida pegue as tarefas da sua gincana. Na segunda, já acreditando ter nas mãos tudo o que é necessário para descascar o pepino em pauta, prepare-se para conhecer o purgatório do inferno, ou o inferno do purgatório, como preferir.

Pra começar, o que você quer, nunca é no prédio em que está. Mude de bloco, pegue um bronze, sinta o calor da terra. Depois, entre na fila e imprima a(s) guia(s) para pagar. Aí, você já vai descobrir que além da vistoria lacrada que veio do Rio de Janeiro, tem uma taxa de R$13,50 só para abri-la. É s tesourada mais cara do estado.


Tá bom? É claro que não. Esta tesourada da fortuna não é feita no mesmo prédio, sequer no mesmo bloco. Dirija-se ao galpão “atrás do matagal”, explica um funcionário, ombreado por um exemplar das dezenas de cartazes espalhados pelas várias salas, boxes e/ou guichês dos diversos setores do Detran com os seguintes dizeres:

DESACATO
Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
PENA – Detenção de 6(seis) meses a 2(dois) anos. Ou multa.

Na primeira vinda ao distinto e prestimoso órgão pensei com meus botões, enquanto esperava para ser atendida: “Nossa, o povo deve ser muito esquentado pra ter tantos avisos destes espalhados”.
Hoje, depois de pagar a guia e fazer um footing até “atrás do matagal”, em pleno sol do meio dia (você sabe do que estou falando). e descobrir que são necessários 40 minutos para que o Detran reconheça o boleto das taxas pagas em espécie (o  BB não aceita cheques de seus co-irmãos), ali mesmo, no posto bancário local, começo a entender que o recado era direto e certeiro para gente como eu, você, qualquer cristão não santificado.

Bom, 40 minutos assim, assim, por que o relógio do CEPROMAT não marca a mesma hora que os outros do país, seja lá em que fuso horário você se encontre. É diferente!

A espera é agravada pelas péssimas condições do tal galpão. Móveis detonados, infiltrações nas paredes. Um lixo. Certamente não é no conforto dos funcionários e usuários que a grana recolhida com as tesouradas milionárias está sendo aplicada.

O tempo voa... Menos para os 40 minutos determinados para a liberação dos documentos necessários para ( pasmem!) montar o processo. Isso quer dizer que somente uns três dias depois a licença será liberada.

A última notícia que me deram é que, apesar de haver passado mais de uma hora, a taxa não havia sido recolhida. Ainda. Ou seja: o comprovante de pagamento não tem validade no Detran!  Ora, cá pra nós, que eu tenha cara de bandida, caloteira e cascateira, tudo bem, mas não aceitar o comprovante do próprio posto da instituição é demais. Como também é abuso que todos os usuários sejam tratados como possíveis sustadores de cheques, razão pela qual, não correntistas do BB têm que pagar os boletos em dinheiro vivo.

Perdi a fleuma, o bom humor e a esportiva. Chutei minha pouca paciência e estou pronta para ser detida. Acho que prefiro a pena de dois anos de prisão, pois a opção mínima de 6 meses não será suficiente para desopilar meu fígado desse labirinto de exigências para expelir o documento de trânsito solicitado.

Importante destacar e sublinhar: nada desse tormento tem a ver com os funcionários do órgão. Todos solícitos e solidários com o sofrimento da clientela. Eles, realmente, fazem o que podem. O X da questão está no modelo de gestão, na forma de estruturar o serviço, nos procedimentos adotados. Tudo a favor... de quem mesmo?

Por isso, fica aqui um desafio: que uma “otoridade” entre no Detran disfarçada de cidadão comum e percorra o trecho (longo e tortuoso) entre obter informações e chegar ao fim de uma tarefa automotiva no departamento em questão.

Vai chegar a triste conclusão de que no Detran de Mato Grosso, vale o ditado: “Povo é gado”. E não adianta mugir, por que mugir, aqui, está escrito: dá cadeia!

Valeria del Cueto é jornalista e cineasta
liberado para reprodução com o devido crédito
Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano